Sessão 5
Capítulo 108 — Miyuki e Ai no Telhado
— Perspectiva da Miyuki —
“Por que... você está aqui? Ichijou Ai!”
Um rosto tão bonito e uma expressão de melancolia que faz qualquer um admirá-la. Ela é tão linda que, mesmo sendo mulher, eu a confundiria com um anjo. Isso me deixa com inveja. Percebi que a odiava por ter tudo — inclusive o Eiji.
“E por que você está aqui, Amada-san? Você foi suspensa da escola. E ainda assim está aqui, usando o uniforme.”
“Isso é…”
Estou claramente em desvantagem. Por isso, fico sem palavras.
“…Ah, você é egoísta, afinal.”
Senti um pouco de ressentimento pelo tom de voz dela, que me condenava daquela forma.
“Não é da sua conta! Por que você está aqui? Responda!!!”
Minhas palavras saem fortes sem querer. Ela respira fundo e continua.
“Primeiro, peço desculpas. Eu estava te observando para garantir que você não agisse de forma estranha. Meu observador relatou que você estava agindo de maneira anormal, então imaginei que viria aqui e esperei por você.”
Senti tanto medo que meu sangue gelou. Por que ela está tão desconfiada de mim a ponto de fazer algo assim? E por que eu tenho tanto medo do poder dessa caloura?
“Por quê? …”
“Pergunte a si mesma. Vá em frente, você chegou até aqui. Eu sei o que você estava prestes a fazer.”
Por quê, por quê, por quê!!!
Como alguém tão abençoada quanto você pode entender a dor de ser filha de mãe solteira, ou o que estou passando agora? Por que não me deixa morrer? Eu não tenho o direito de morrer?
“Cale-se!!! Como alguém tão abençoada quanto você pode entender o que estou sentindo!?”
Ela me lança um olhar de desprezo.
“Sim, talvez isso seja verdade. Mas você sempre foi egoísta. Até quando vai fingir ser a heroína de uma tragédia para se sentir satisfeita?”
As palavras dela destroem meu coração em pedaços.
“Não tente me dar lição! Não me olhe de cima sem saber o que eu sinto!!!”
“Isso não vai funcionar. Haaah... você entende que, se se matar aqui, Eiji-senpai vai se machucar? Depois de ter sido traído e enganado pela amiga de infância que esteve com ele por toda a vida, você tem o direito de ferir o coração dele de forma tão egoísta? Como você não consegue entender algo tão simples, estando tão próxima de uma pessoa tão gentil? Até onde vai a sua falta de consideração? Se você foi amante de Eiji-senpai, deveria ao menos pensar um pouco nele. Que direito você tem de ferir o futuro dele? Até onde pretende espalhar as cicatrizes dele por toda a vida? No fim das contas, você nunca amou Eiji-senpai, não é?”
As palavras dolorosas dela me fazem sentir como se minhas convicções estivessem desmoronando.
“Isso não é verdade... Eu amo o Eiji…”
Mas o anjo compassivo facilmente supera até meu instinto de autopreservação e me arrasa com seu amor por Eiji.
“Então, como pode tomar uma decisão que machuca tanto o Eiji-senpai? No fim, você só pensa em si mesma. É por isso que consegue tomar decisões que ferem os outros sem nem hesitar. Você entende o quanto Eiji-senpai e a mãe dele sofreram quando foram traídos por uma garota que consideravam parte da família? Sua mãe te criou sozinha até aqui para que fizesse algo assim? Se você der mais um passo à frente, vai ferir todos ao seu redor. Eu não posso permitir que morra por conta própria. Você não tem o direito de escolher o suicídio. Nem mesmo o merece. Pare de tratar os outros com tanta leviandade!!!”
Ao ouvir a verdade, meu coração se embaralha todo. Mas eu não posso recuar. Não posso voltar atrás.
“Cale-se, cale-se, cale-se!!! Você nem sabe o que eu sinto!!!”
Mas ela me nega ainda mais.
“Então, você sabe o que ele sente? Sabe quem ele é de verdade? Eu me esforcei muito para entender isso. Mas você nem tenta conhecê-lo. Você não sabe nada sobre ele. Sabe, se não fosse por Eiji-senpai, eu não te impediria de se matar. Eu nem entendo por que alguém tão egoísta como você tem o direito de machucar os outros impunemente. Não entendo por que alguém tão egoísta quanto você continua viva enquanto minha mãe, que era gentil, não está. Não venha dizer irresponsavelmente que as pessoas são abençoadas!!!”
Nas palavras cheias de força dela, já não havia mais a garota inocente que parecia uma idol escolar. Eram as palavras de alguém que luta desesperadamente para viver o presente. E isso me forçou a perceber o quão superficial eu sou.
“Isso é…”
Fiquei sem palavras.
“No fim, você só foge. Você só se aproveita das pessoas gentis ao seu redor. Você se mimou tanto que nem percebe o quanto é abençoada. Sabe… há uma semana. Há uma semana eu ia morrer aqui. A pessoa que me deu calor em meio ao desespero foi Eiji-senpai. Ele me salvou arriscando a própria vida. Eu não vou permitir que você pise na dignidade de um homem tão gentil. Você não merece isso!!!”
Colapsei ali mesmo, esmagada pela força de suas palavras e pela minha própria superficialidade.
Caí no chão sem forças, consciente da minha falta de compreensão sobre meu amigo de infância — revelada por uma garota que ele conhecia havia apenas uma semana.
Vários professores chegaram correndo e seguraram meus braços. Sem perceber, tudo o que pude fazer foi desabar e chorar.
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