Sessão 4

Capítulo 86 — Certificado de Apreciação de Eiji e Kondo Vs. Polícia

 

 

— Perspectiva de Eiji —

“Certificado de Apreciação. Aono Eiji-san. Gostaria de expressar minha mais profunda gratidão pelo rápido e preciso atendimento de emergência prestado a um idoso que desmaiou em frente a uma estação de trem na cidade, salvando sua vida. Expresso minha mais sincera gratidão. — Chefe de Bombeiros Shoji Okita.”

Fui homenageado na segunda assembleia escolar de hoje. Os aplausos da plateia foram altos e sinceros.

Os bombeiros vieram à escola para reconhecer meu esforço de salvar vidas com o AED. Aparentemente, o senhor que ajudamos sobreviveu graças ao atendimento rápido e correto. O boletim da escola e o jornal cobrirão o incidente, e parece que o jornal local também publicará uma matéria especial.

Após a assembleia, ainda houve tempo para uma entrevista, o que me deixou nervoso.

“Aono-san, Ichijo-san, mesmo sendo estudantes, vocês foram os primeiros a intervir e prestar cuidados salvadores de vida. A enfermeira elogiou vocês, e o médico disse que poderia ter sido perigoso se não tivessem agido corretamente. Vocês salvaram uma vida preciosa. Vocês realmente são heróis.”

O chefe de bombeiros nos elogiou suavemente, com um sorriso caloroso no rosto.

“Não, eu não poderia ter feito isso sozinho. Só agi bem porque as pessoas ao meu redor me apoiaram...”

“Só consegui agir porque o Senpai me guiou. Foi por causa dele. Não sei se realmente mereço isso.”

O chefe de bombeiros riu gentilmente ao ouvir nossas palavras.

“Vamos, vocês ainda estão no ensino médio. Quando eu tinha a idade de vocês, só pensava em mim mesmo — atividades extracurriculares, estudos, amigos. Mas vocês se levantaram e fizeram a diferença. Sempre é melhor fazer o bem do que se arrepender de não ter feito nada. Reconheçam isso. Vocês merecem essa honra.”

Suas palavras trouxeram um calor reconfortante. Ao me virar para observar a plateia, notei que havia menos alunos da minha classe — talvez cinco ou seis permaneciam. Miyuki ainda não estava lá.

Lembrei-me das palavras do Takayanagi-sensei sobre a investigação em andamento envolvendo os alunos do incidente. Será que os alunos ausentes faziam parte disso?

Não, não era útil ficar pensando nisso agora.

“Parabéns, Senpai!”

Ichijo-san, ao meu lado, sorria orgulhosa.

“Obrigado por tudo, Ichijo-san.”

Talvez fosse cedo para dizer coisas assim para alguém que eu conhecia há apenas uma semana. Mas a experiência que compartilhamos parecia mais intensa e significativa do que o próprio tempo.

Estou aqui graças a ela…

 

— Perspectiva de Kondo —

[Olá. Somos da polícia. Você é o Kondo-san? Gostaríamos de fazer algumas perguntas sobre seu filho. Poderia abrir o portão?]

Naquela tarde, o interfone do nosso portão tocou. Verifiquei a câmera de segurança e congelei. Vários policiais uniformizados estavam do lado de fora, esperando.

“Hã?!”

Um som lamentável escapou da minha garganta. Isso não podia estar acontecendo. Meu pai disse que cuidaria de tudo.

Somos uma família de classe alta—intocáveis. Isso devia ser um engano, algum tipo de mal-entendido.

Mas, ao recuar em pânico, tropecei na perna de uma mesa e caí no chão com força. A dor aguda me trouxe de volta à realidade.

Isso não era um sonho. Era real.

[Kondo-san? Por favor, abra o portão. Não pode ao menos nos ouvir?]

Meu peito apertou, e senti como se uma guilhotina gelada estivesse pendurada sobre mim.

“Tenho que fugir.”

Com essa decisão tomada, saí correndo.

Escalando a cerca, consegui escapar.

Mas eles me viram quase instantaneamente.

“Ei, alguém está correndo!”

Droga, perceberam rápido demais!

Corri o mais rápido que pude, meus pés batendo no asfalto. Inconscientemente, percebi que estava indo em direção à escola.

“Ei, pare aí!”

Gritos ecoavam atrás de mim, mas eu não podia parar.

O trono que eu uma vez acreditei ser meu — a vida de privilégio e controle — estava desmoronando silenciosamente sob meus pés.

E tudo o que eu podia fazer era correr, desesperado e vazio, por uma rua deserta.