Sessão 4
Capítulo 87 — O Drama da Fuga de Kondo
— Perspectiva do Kondo —
“Droga, como isso aconteceu? Sou o craque do clube de futebol, uma joia destinada a jogar na seleção nacional...”
Por mais que eu tentasse inflar meu ego, as vozes afiadas e furiosas dos policiais cortavam meus pensamentos.
“Não corra! Ei, cerquem ele pelos lados!”
Ao ouvir isso, desviei para um beco estreito. Aquelas ruas me eram familiares — eu costumava correr por ali durante os treinos. Eu podia prever onde os policiais tentariam me interceptar.
Felizmente, eu estava com roupas confortáveis e tênis de corrida. Meu corpo estava em perfeita forma para uma arrancada.
Droga, eu vou escapar dessa.
Afinal, são apenas policiais. Não há como eles superarem o craque do clube de futebol.
Nunca pensei que correria mais voltas aqui do que em uma partida de verdade, mas a adrenalina faz coisas estranhas.
Manter-se nas rotas conhecidas. Se me pegarem, ligo para o meu pai. Ele vai dar um jeito.
“Vamos ver se conseguem me acompanhar!”
Com um impulso de velocidade, avancei. O portão da escola já estava à vista.
— Perspectiva de Eiji —
“Certo, Aono-kun, Ichijou-san. Vou usar isso na edição da noite, então sorriam... Isso, perfeito. Dois jovens heróis. Aqui vamos nós.”
Depois de uma breve entrevista, ficamos em frente ao portão da escola para uma foto. Com o certificado de apreciação do chefe dos bombeiros em mãos, Ichijou-san e eu posamos lado a lado. A câmera do fotógrafo clicou.
Aparentemente, minha entrevista também seria exibida no noticiário da TV. A ideia me deixava envergonhado, mas também orgulhoso.
Decidi então — levaria o jornal da noite até o túmulo do meu pai. Talvez ele se surpreendesse, já que eu o visitara no mês passado, mas eu queria compartilhar esse momento direito.
“Perfeito. Mantenham essa pose. Vou tirar mais algumas fotos.”
O sorriso descontraído do fotógrafo ajudou a aliviar minha tensão.
Ichijou-san, ao meu lado, sussurrou com um leve sorriso:
“Essa é nossa primeira foto juntos. Estou meio feliz com isso.”
As bochechas dela coraram levemente, e senti meu rosto esquentar também. De longe, outros alunos nos observavam.
A atmosfera havia mudado. Antes, eram olhares frios e julgadores, mas depois da cerimônia de premiação, os olhares se tornaram mais suaves — calorosos, ainda que hesitantes.
Talvez estivessem divididos entre confiar em nós ou ficar do lado da Miyuki e do Kondo-senpai.
“Senpai. Existem pessoas que te entendem, como hoje. Pelo menos eu sempre estarei do seu lado, mesmo que tenha que enfrentar o mundo inteiro por isso. Vamos deixar para trás aqueles que mudam de opinião facilmente e focar nas coisas boas que virão.”
As palavras dela soaram como uma confissão silenciosa. Elas encheram meu peito de calor e coragem.
“Obrigado. Graças a você, Ichijou-san, sinto que posso realmente aproveitar minha vida escolar daqui pra frente.”
A gratidão transbordava dentro de mim. Parte de mim queria dar um passo adiante em nossa relação. Mas não ali — não com tantas pessoas olhando. Queria que fosse um momento especial, apenas nosso.
“A semana que passei com você, Senpai, foi mais intensa e significativa do que todos os anos antes de te conhecer.”
Ela falou tão suavemente que só eu consegui ouvir. De alguma forma, as palavras se tornaram desnecessárias entre nós — já nos entendíamos perfeitamente.
— Perspectiva de Kondo —
Quase lá. Se eu conseguisse entrar na escola, os policiais não poderiam me seguir tão facilmente. Planejava entrar pelos fundos e me esconder até o anoitecer.
Mas algo inesperado aconteceu.
Mesmo as aulas ainda não tendo terminado, uma grande multidão se reunira perto do portão da escola.
Meu ritmo diminuiu enquanto eu tentava atravessar a multidão.
Não, não, não — eles vão me alcançar!
“Ei, saiam da frente! Não sabem quem eu sou? Sou o Kondo, o craque do clube de futebol!”
Gritei irritado, empurrando as pessoas para o lado.
“Ei! Alguém o pare!”
A voz de um policial ecoou atrás de mim, e o caos se espalhou.
Essa é minha chance!
Pensei, tentando me aproveitar da confusão.
Mas então—
“O quê?!”
Meu pé direito bateu em algo duro, e perdi o equilíbrio. O tempo pareceu desacelerar quando caí para a frente, batendo com força no concreto.
A dor explodiu no meu joelho, aguda e ardente. Todo o meu corpo latejava com o impacto.
A realidade não me deu tempo para reagir. As vozes se ergueram acima do zumbido nos meus ouvidos.
Uma voz firme e autoritária gritou:
“Te peguei!”
E outra, mais fria, mas familiar, ecoou logo depois:
“Não vou deixar você estragar o grande dia do meu melhor amigo. Você pertence ao chão.”
Minha visão estava turva enquanto eu tentava levantar a cabeça, desesperado para ver quem tinha me derrubado.
Mas antes que eu conseguisse focar, mãos fortes me imobilizaram.
“Para, para, PARA!”
Minhas tentativas de me soltar foram inúteis. Vários policiais me prenderam com firmeza.
Um silêncio caiu sobre a multidão de estudantes que assistiam à cena. E então—
“Ei, aquele não é o Kondo-senpai? O craque do time de futebol?”
Câmeras começaram a disparar, os cliques soando como tiros incessantes.
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