Sessão 4

Capítulo 85 — Condenação do Clube de Futebol

 

 

— Perspectiva do Capitão —

Meu professor titular me levou até uma sala de preparo de química vazia.

Havia uma atmosfera inquietante no ar, e não conseguia me livrar daquela sensação ruim que ia se formando.

Não, lá no fundo eu já sabia. Só não queria admitir.

Fotos do Kondo haviam circulado. A investigação se intensificou. Tudo estava prestes a vir à tona. Essa era a única explicação para eu estar aqui agora.

O vice-diretor aguardava lá dentro.

“Você sabe por que foi chamado aqui?”

Era um homem idoso, que normalmente falava com calma e educação. Mas hoje ele parecia um carrasco prestes a proferir uma sentença.

“Não sei.”

Tentei resistir, nem que fosse um pouco. Mas eu já sabia que era inútil.

“Entendo. Sabe, eu tinha muito respeito pelo time de futebol. Vocês se saíram admiravelmente em todos os torneios estaduais, superando as dificuldades de ser uma escola pública. Mas vocês ficaram arrogantes. O poder tende a cegar as pessoas. E nós, professores, também temos nossa parcela de culpa por não ter evitado isso. Eu lamento profundamente.”

As palavras dele tinham o peso de quem já sabia de tudo.

“...”

Meu coração disparou no peito. Não havia mais fuga.

“A escola já obteve provas do comportamento problemático do Kondo. E também descobrimos evidências da participação organizada do clube de futebol no bullying contra Aono Eiji, um aluno do segundo ano.”

O tom frio, calmo e racional do vice-diretor me lembrava um grande detetive encurralando o culpado num romance policial.

“Eu não—”

Antes que eu pudesse terminar, ele balançou a cabeça.

“Já sabemos que você está mentindo, então não perca seu tempo. Mesmo que você não tenha participado diretamente, ordenou seus juniores a mirarem no Aono-kun. O histórico desse aplicativo de mensagens confirma isso. Também encontramos suas contas secretas em redes sociais. Você espalhou boatos falsos e incentivou outros a fazerem o mesmo. Ainda vai negar que foi o mentor por trás disso tudo?”

Suor frio, batimentos acelerados, culpa e medo me invadiram ao mesmo tempo. Sob a pressão das palavras dele, desmoronei e confessei tudo.

“Sim, eu exagerei. Peço desculpas. Causei problemas à escola. Mas a partir de agora, vou refletir sobre meus atos e me dedicar ao futebol mais do que nunca...”

Tentei, em desespero, continuar com a desculpa, mas o vice-diretor bateu palmas de forma incisiva, me calando.

“Pedir desculpas? E por causar problemas à escola? Vai se dedicar mais ao futebol? Sério?”

Havia um fio de expectativa no tom dele, e eu acenei rapidamente, agarrando-me a ele.

“Sim, sou sincero. Vou mudar, prometo...”

“Primeiro, você deve pedir desculpas ao Aono Eiji!”

A voz dele reverberou pela pequena sala, me congelando no lugar. Não consegui falar, não consegui me mover — apenas encará-lo, atônito.

“Peça desculpas à vítima. Isso não é sobre você ou seu futuro. Bullying é um ato criminoso. Não é algo que se varre para debaixo do tapete. O que você fez tem potencial para arruinar a vida de alguém. Entende isso? Os pais do Aono já registraram queixa na polícia. Eles provavelmente entrarão com um processo civil contra você, contra o clube e contra todos os envolvidos no bullying. Isso não se detém mais. E não atinge só você — seus pais também poderão ser responsabilizados. Você, capitão, que deveria proteger seus colegas, arrastou-os para o inferno com sua negligência. Você falhou como líder.”

As palavras dele me cortaram como uma lâmina de gelo, congelando e fatiando meu coração ao mesmo tempo.

O olhar do vice-diretor perfurou-me, frio e implacável.

“E quanto ao clube de futebol?”

“Mesmo... Há alguma esperança? Não. Muitos membros, inclusive você, enfrentarão punições severas. Você acha que a escola permitirá que um clube marcado por bullying e escândalo continue a existir? O clube de futebol está em processo de dissolução. E, naturalmente, não permitiremos que participem do próximo torneio.”

“Mas... se não chegarmos ao top 4, minha recomendação esportiva...”

“O que você está dizendo? Nenhuma escola faria recomendação a um aluno com uma mancha dessas no histórico. Você destruiu seu próprio futuro promissor. E isso é exatamente o que tentou fazer com o Aono-kun. Agora, entende o peso dos seus atos?”

Com essas palavras finais, o vice-diretor se virou e saiu da sala. Desabei sobre a mesa, soluçando descontrolado.

Não conseguia parar de pensar nos outros membros do clube. Eles provavelmente estavam passando pela mesma coisa agora.

E lá, no fundo do meu peito, a raiva e o rancor contra o Kondo começaram a ferver e subir lentamente.