Sessão 10

Capítulo 230 — O Beijo Prometido

 

   Depois que nosso beijo terminou, nós demos as mãos e passamos a noite juntos.

   Sua respiração era, de algum modo, doce, mas efêmera.

“Eu nunca pensei que teria um namorado. Sempre acreditei que não era digna de amar alguém ou de ser amada. Se as pessoas soubessem o que aconteceu comigo, sobre a minha família, elas se afastariam. Assim como no ensino fundamental… Depois de rejeitar uma confissão, alguém me disse que eu era como um robô, uma garota de rosto desagradável destinada a viver sozinha.”

   A bela kouhai murmurou essas palavras. Eu entendi o porquê — porque ela carregava tudo sozinha. As feridas que trazia eram profundas demais. Só de pensar na pessoa que disse aquilo, senti vontade de socá-la. Ela não havia escolhido viver sozinha; foi forçada a isso. Eu queria corrigir aquele mal-entendido. Se alguém havia se declarado para ela, por que não pôde enxergar a verdadeira natureza de Ai-san?

“Se eu estivesse lá, teria socado aquele cara até ele desmaiar. Honestamente, acho que eu sou o sortudo aqui.”

   Ela riu suavemente da minha brincadeira, mas negou com firmeza.

“Isso não é verdade. Eu é que sou a sortuda. Se eu não tivesse te conhecido, eu não estaria viva agora.”

   Seu aperto em minha mão se fortaleceu, como se quisesse transmitir sua determinação inabalável.

“Por favor, nunca mais pense em morrer. Nem pela sua mãe, nem por mais ninguém — mas por mim. Eu seria a pessoa mais triste de todas.”

“E é você quem está me dizendo isso, Senpai? Eu me sentiria da mesma forma se te perdesse. Eu conheço bem demais a dor de perder alguém precioso.”

   Nos beijamos novamente. Não foi apenas um beijo; foi uma promessa — um voto de que nunca soltaríamos um ao outro. Não importavam as desgraças que nos aguardassem, nós as enfrentaríamos juntos. De certa forma, parecia um voto ainda mais pesado do que o beijo trocado em um casamento.

   Perguntei-me se era certo fazer uma promessa tão séria em um lugar tão carente de romance. Mas então percebi que este era o único tempo e lugar em que poderíamos fazer tal juramento.

“Era pra gente só dormir um ao lado do outro, mas acabamos nos beijando.”

“É verdade.”

   Rimos juntos, escondendo as bocas sob o futon.

“Por que você é sempre assim? Não só agora, nem só hoje, mas também no dia em que se declarou, e naquele dia no terraço da escola. Por que você está sempre aqui por mim, Senpai?”

   Foi tudo uma questão de acaso. Mas eu era grato ao deus que havia arranjado esses acasos — porque assim pude salvá-la.

“Essa também é a minha fala, sabia?”

   ‘Obrigado por estar onde eu poderia te encontrar.’ Transmiti essa mensagem apenas com o olhar.

“Depois do acidente, todas as pessoas ao meu redor pareciam inimigas. Eu passei a odiar tudo. Mas então…”

“Mas então?”

   Ela hesitou por um momento antes de, aparentemente, tomar uma decisão. Virando-se para mim, ela falou. Estávamos tão próximos que nossas respirações se misturavam, e seu olhar se prendeu ao meu.

“Você foi o único, Senpai. Desde que nos conhecemos, eu nunca, nem uma vez, te vi como um inimigo.”

   Então, minha kouhai encostou seu corpo macio contra o meu e sussurrou:

“Eu te amo.”

 

 

 

Traduzido por Moonlight Valley

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