Projeto Corrompido Brasileira

Autor(a): IDK Lyly


Volume 1

Capítulo 6: Extra 1

Monte Yama, Ayumi

14 de março de 1047, 15hrs

Rebeca Matsuda

 

– A Nova Terra foi descoberta pelo capitão Anvindr após meses de navegação – disse o professor. – Inicialmente a tentativa de manter contato com o povo de lá não foi das melhores, já que a tripulação foi recebida por flechas.

 

– Eram realmente selvagens – comentou um aluno ao fundo.

 

– Não, eram apenas homens protegendo seu território – retrucou. – Cessaram fogo apenas quando um homem apareceu. Alguém sabe quem era esse homem?

 

– Khaoz! – respondeu uma aluna levantando sua mão histericamente.

 

– Exato, Naomi! Ele era o rei daquele lugar. – o professor começou a fazer anotações no quadro. – Ele, após ver que não eram inimigos, recebeu bem o capitão Anvindr e sua tripulação, os convidando para seu enorme casarão em Custos.

 

– Professor, o país se chama assim por causa do nome do rei? – perguntou outro aluno mais ao fundo.

 

– Exatamente, é por isso mesmo. – Anotou a informação no quadro. – No casarão do rei havia comida e bebida em abundância. E inclusive o dia seguiu com uma comemoração organizada pelo próprio rei que celebrou a visita de um povo tão diferente.

 

– Como eles conversavam, professor? – perguntou.

 

– Isso é uma parte incrível do rei: ele era um gênio, ou ao menos era isso que os relatos daquela época dizem – o professor gesticulava bastante enquanto falava. – Ele rapidamente conseguiu aprender o idioma do povo de Bjorn sem a mínima dificuldade. Levou apenas algumas horas de conversa para que ele falasse tão bem quanto o capitão e parte de sua tripulação.

 

Oooooh… – Todos os alunos pareciam impressionados.

 

– Mas eles não são selvagens? Escravos burros? – reclamou o aluno, insistindo em insultar o povo de Khaoz.

 

– Akira, não aceitamos esse tipo de comportamento aqui – respondeu o professor.

 

– Mas eles são escravos, não? Meu pai diz que são só mão de obra!

 

– … – O professor pensou antes de responder. – Não, eles são uma parte vital para que o mundo continue funcionando, e isso nos leva ao resto da história. – Suspirou antes de voltar a falar. – O rei presenteou o capitão com uma pequena amostra de um minério estranho. Alguém sabe qual o minério?

 

– A khaonita! – Naomi mais uma vez respondeu com um grito.

 

– Isso, Naomi. Mas pare de gritar e deixe mais alguém responder – falou o professor.

 

Naomi pareceu um pouco envergonhada depois disso. Alguns alunos começaram a rir.

 

– Não riam dela, pelo menos ela está prestando atenção e respondendo corretamente – bufou. – Vamos voltar a história? O presente foi recebido de bom grado, mas havia um problema: o minério era radioativo. Após algumas horas de contato com o material metade da tripulação de Anvindr já estava morta. Ao que parece, o povo de Khaoz desenvolveu resistência àquele minério após anos, talvez séculos de contato com aquilo. Parece fantasioso, eu sei, até eu não entendo como isso funciona; claro, sou só um professor de história, mas talvez vocês entendam isso melhor nas aulas de ciências.

 

– E o que aconteceu depois, professor? 

 

– O capitão considerou aquilo como um ato de covardia. Ele entendeu que o rei era um psicopata que os acolheu com tanto carinho apenas para os amaldiçoar com aquele minério desconhecido. E então, ele aproveitou que ainda estava vivo e fugiu, levando consigo o minério.

 

– Que imbecil!

 

–  O que disse, Akira? – perguntou o professor.

 

– Por que ele levou a khaonita? Se ele chegasse em Bjorn com aquilo, outras pessoas ficariam doentes e morreriam – finalmente Akira fez um comentário inteligente.

 

– Sim, e foi isso que aconteceu. – após a confirmação do professor, Akira pareceu satisfeito em estar certo, mas outros alunos o olhavam com desgosto. – Muitos morreram em decorrência disso. Embora o capitão já tenha chegado morto em Bjorn, seu nome foi manchado como um ato de traição contra seu país. – passou uma página do livro. – Mas o alto número de mortes em Bjorn chegou ao império Riki, como antes era conhecido nosso império, e isso chamou sua atenção. Após uma série de reuniões entre os líderes de ambas as nações, Bjorn decidiu ceder o minério para que Riki o estudasse. 

 

– E como eles fizeram isso sem ficarem doentes, professor? – perguntou Naomi.

 

– Isso é, foi iniciado um… – E quando o professor estava para responder, o sinal tocou, interrompendo a aula. – Uh… – Suspirou. – Ok, alunos, por hoje eu acho que é só isso. Amanhã teremos duas aulas seguidas, então eu vou conseguir terminar a explicação e, bem rapidinho, iremos fazer uma atividade! – Ele pareceu animado ao dizer isso.

 

– Nãaaaao! – Diferente dos alunos que se incomodaram com a notícia.

 

Ah, qual é, crianças! Vocês vão pôr em prática o que aprend… Ei! – O professor foi ignorado, todos os alunos correram rapidamente para fora da sala como se fosse um treinamento de incêndio – Eu… ok, classe dispensada.



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