Volume 11
Capítulo 5: Um Veterano Confiável
“O quê? Você estará trabalhando no White Day, Fujimiya?”
Amane e Miyamoto tinham acabado de terminar seu turno e pararam no quadro branco para verificar se havia alguma atualização antes de sair. Miyamoto examinou os avisos afixados para os funcionários e se virou para Amane com uma expressão de leve surpresa.
Mais cedo, Fumika havia mencionado que a escala de turnos de março estava finalizada, embora ainda não tivesse sido publicada no chat do grupo. Era para ser publicada mais tarde, mas Amane decidiu dar uma olhada com antecedência para poder se planejar. No momento em que fazia isso, o comentário de Miyamoto chamou sua atenção.
Pelo que parecia, a solicitação de turno de Amane havia sido aprovada sem problemas.
“Ahh... sobre isso,” começou Amane.
“Espere — não me diga que vocês dois terminaram ou algo assim.”
[Kura: Calma, calma. Não é para tanto. | Moon: Exaltou demais amigo, relaxa!!]
“Dá para não dizer algo tão sinistro? Vai dar azar. Além disso, se tivéssemos terminado, você veria isso na minha cara. Não teria como eu aparecer para trabalhar. Eu ficaria um caco. Eu nem veria mais sentido.”
“Minha culpa, minha culpa.”
Dado o jeito como Mahiru o tratava, Amane não conseguia nem imaginá-la indo embora. Ela estava sempre ali, expressando constantemente o quanto se importava, fazendo-o se sentir mais amado do que jamais imaginara ser possível. Não havia motivo real para se preocupar... mas só a ideia lhe causava um arrepio na espinha.
Ele lançou um olhar penetrante para Miyamoto.
Sinceramente, por mais que não quisesse acreditar que isso pudesse acontecer, sabia que ficaria arrasado se a perdesse. O trabalho seria o menor dos seus problemas. Ele provavelmente nem teria força para se arrastar até a escola.
Perder a única pessoa com quem queria passar o resto da vida? Isso seria pura tortura.
“Então por que você está trabalhando justamente no White Day?”
“Ah... bem, assim... minha namorada me ama muito...”
“Por que eu tenho que ouvir você se gabar da sua namorada?”
“Não estou me gabando.”
Miyamoto lançou-lhe um olhar exasperado, mas Amane o interrompeu com um olhar furioso, silenciosamente dizendo-lhe para deixá-lo terminar.
“Certo, primeiro de tudo... a Mahiru está querendo visitar o café há um tempo. Ela disse que queria me ver de uniforme, no trabalho.”
“Ah, sim, eu lembro. Mas você disse a ela para não vir porque estava com muita vergonha, certo? Você definitivamente mencionou isso antes.”
“...Isso mesmo. Ninguém não se sentiria constrangido se alguém próximo — namorada ou não — aparecesse e o visse se atrapalhando em um trabalho com o qual ainda está se acostumando? Ou pior, o pegasse errando e levando uma bronca por isso?”
“É, entendi. A Rino riu de mim exatamente por isso.”
“Consigo imaginar aquele sorriso maroto no rosto dela.”
“Ela estava morrendo de rir. Enfim, eu não repreendo ninguém na frente dos outros. E, sinceramente, nunca tive motivo para repreender você. Ao contrário de uma certa pessoa, você realmente manuseia o equipamento com cuidado e não teve nenhuma grande falha.”
“A onda de quebra de sifões dela foi um pouco...”
“É, até a proprietária se esforçou para manter a cara séria durante esse período. Ela não ficou exatamente brava, mas deu um aviso bem firme. Até a Rino sabia que ela tinha errado e simplesmente aceitou.”
Oohashi, para o bem ou para o mal, tinha uma natureza naturalmente despreocupada — ou talvez apenas descuidada. Ela estava bem agora, mas quando começou, não tinha noção de sua própria força e acabou quebrando mais do que alguns sifões no processo.
Quebrar um poderia ser perdoável, mas vários seguidos era outra história. Aparentemente, Fumika puxou Oohashi de lado e lhe deu uma bronca bem séria. Não foi uma bronca direta, mas séria o suficiente para fazê-la se sentir culpada. Desde então, ela manuseou o equipamento com cuidado redobrado.
Enquanto Miyamoto olhava para o horizonte, provavelmente repassando a cena em sua cabeça, Amane voltou sua atenção para a escala de turnos afixada no quadro.
“Então, basicamente,” disse Miyamoto, “agora que você está acostumado com o trabalho, você não se importa em deixar sua namorada te ver em ação?”
“Mais ou menos. Além disso, o cardápio do White Day tem algumas coisas que acho que ela gostaria, então achei que seria legal se ela pudesse experimentá-las.”
Claro, o principal motivo era finalmente deixar Mahiru vê-lo trabalhando. Mas o café não era só sobre café. A comida deles se destacava, especialmente os especiais da estação.
Amane já havia provado as sobremesas do White Day: bolo de chocolate branco e panquecas com a doçura na medida certa. Exatamente o tipo de coisa que Mahiru adoraria.
Já que ela viria de qualquer maneira, ele queria ter certeza de que ela aproveitaria algo realmente delicioso.
“Ah, obviamente esta não é a única coisa que planejei para ela. Também combinei de fazer compras depois do meu turno, então pedi para agendar um horário mais curto. A dona já me deu sinal verde.”
“É, aposto que ela te deu sinal verde com o maior e mais animado sorriso no rosto...”
“Isso... é, praticamente.”
A redução do turno do White Day foi algo que Amane havia combinado com Fumika com antecedência. Mesmo sendo apenas um trabalho de meio período, sair mais cedo não era algo que ele pudesse fazer sem antes verificar. Então, ele expôs tudo honestamente e pediu permissão.
Ele nunca diria isso na cara dela, mas, no fundo, imaginava que Fumika não apenas o entenderia, mas o apoiaria ativamente. E, com certeza, ela aprovou com ainda mais entusiasmo do que ele esperava.
Embora aliviado, ele não conseguia deixar de se sentir um pouco culpado pela tranquilidade com que tudo tinha corrido.
Miyamoto lançou-lhe um sorriso maroto. “Que intrigante.”
Amane suspirou e baixou a cabeça, franzindo levemente a testa.
“Já que estamos no mesmo turno naquele dia, eu só queria me desculpar antecipadamente. Vou sair mais cedo, então... desculpe por isso.”
“Hm? Ah, não, não se preocupe com isso.” Miyamoto dispensou-o com um gesto. “Honestamente, eu ficaria mais preocupado se você não priorizasse sua namorada em vez do trabalho. Isso só me faria questionar que tipo de cara você é. Dias como este importam — você não os pula.”
Com uma risada fácil, ele passou o dedo pela agenda do Dia Branco no quadro e deu de ombros. “É assim que se criam boas lembranças, sabe? Você planejou tudo com antecedência, e a proprietária ajustou o cronograma para compensar, certo? É por isso que temos mais gente trabalhando naquele dia. Se algo der errado, a responsabilidade é da gerência, não sua. Entendeu?”
“…Obrigado.”
“Além disso, a proprietária e eu decidimos não contar mais com vocês como funcionários principais.”
“…Espera, o quê?”
“Ah — desculpe, isso soou errado. Não me refiro só a você, Fujimiya. O Kayano também.”
“O Kayano também?”
“Vocês vão se preparar para os vestibulares a partir desta primavera, certo? Haverá simulados, aulas preparatórias, todo tipo de coisa que vocês não podem perder. Não podemos sobrecarregar vocês.” Estava claro que eles haviam levado tudo em consideração.
Amane e Souji entrariam no terceiro ano no próximo semestre. A temporada de provas começaria oficialmente. Naturalmente, suas agendas ficariam muito mais apertadas, e seus turnos de trabalho precisariam se encaixar em meio a todos os estudos e preparatórios para as provas.
Amane sabia que seria difícil, mas mesmo assim optou por continuar trabalhando. Até juntar o necessário, pedir demissão simplesmente não era uma opção.
Mesmo assim, haveria obrigações que ele não poderia deixar de cumprir. Para essas, ele teria que pedir folga. E para que tudo desse certo, ele sabia que teria que se manter mais focado do que nunca na faculdade se quisesse manter os estudos e o trabalho em dia.
“Ah, não estou dizendo que você não deve trabalhar nem nada,” disse Miyamoto com uma risada, percebendo o desconforto de Amane. “Só sabemos que as provas têm prioridade, então não podemos contar com você para a agenda. Em termos de habilidade, porém, você é definitivamente um trunfo. Não se preocupe com isso.”
Ele passou o dedo pelo espaço em branco abaixo da lista de funcionários, casual como sempre.
“A proprietária e eu sabemos que você e o Kayano levam o trabalho a sério. Vocês sempre fazem a sua parte, nunca se descuidam e nunca faltaram a um turno. É exatamente por isso que, se pedíssemos para vocês virem, provavelmente apareceriam mesmo que fosse um saco... Então, para evitar que isso aconteça, estamos contratando mais funcionários para cobrir vocês.” Então, ele olhou para Amane. “Além disso, vocês não planejam ficar muito mais tempo, certo?”
“...Estou planejando pedir demissão por volta do verão. Devo ter economizado o que preciso até lá. E é quando a preparação para os exames realmente acelera.”
Amane planejava pedir demissão por volta da época em que os alunos do terceiro ano se aposentassem das atividades do clube. Era algo que ele havia discutido com Fumika desde o início, antes mesmo do primeiro turno.
Ele ainda não havia decidido o item exato, mas o que quer que escolhesse custaria algumas centenas de milhares de ienes, no mínimo — o dobro se ele fizesse um pedido personalizado.
Com esse objetivo em mente, ele havia planejado quantos turnos precisava fazer e, até então, suas economias estavam no caminho certo. Nesse ritmo, como Miyamoto havia dito, ele conseguiria se demitir até o verão sem problemas.
“Certo? Nós imaginamos que esse seria o seu limite, então planejamos em torno dele. Você não precisa se preocupar.”
“Muito obrigado... Aliás, Miyamoto-san, você está começando a falar como a proprietária.”
“Provavelmente porque ela conversa comigo sobre tudo isso. Eu já estou aqui há algum tempo, então ela costuma me passar essas coisas,” Miyamoto soltou um resmungo fingido. “Ela está me fazendo trabalhar demais para um funcionário de meio período,” murmurou, embora não parecesse nem um pouco irritado.
Amane riu baixinho.
“Bem, em breve estarei atolado em busca de emprego e na minha tese, então logo estarei no mesmo barco. Mas a proprietária entende que isso é só parte da contratação de estudantes. Ela não se importa, então não se estresse.”
“Entendo.”
“...A propósito, o que você está juntando para a sua namorada é muito caro?” Miyamoto baixou um pouco a voz, lançando um olhar curioso para Amane. Ele parecia não ter certeza se deveria perguntar, mas não conseguiu se conter.
Amane coçou a bochecha, tentando descobrir a maneira certa de responder. “Caro? Bem... sim. Às vezes me pergunto se fazer algo assim como estudante não seria um exagero.”
O que ele queria dar a Mahiru não era apenas um presente — era uma promessa. Um compromisso formal. Algo que ela pudesse usar como prova do que eles significavam um para o outro.
Antes de começar a trabalhar, ele havia feito sua pesquisa. Ele não entendia muito de joias, então investigou e rapidamente percebeu que o que tinha em mente custaria muito mais do que a maioria dos estudantes poderia pagar. Aquele velho ditado sobre gastar três meses de salário de repente fez muito mais sentido para ele.
Claro, não havia como Amane atingir esse tipo de padrão. Não como estudante. Ele precisava escolher algo dentro de suas possibilidades. Não uma bugiganga barata, mas algo real e duradouro. Um voto precioso no fino dedo dela.
[Del: A Burning Vow. | Moon: ansiosa para o pedido… hehehe…]
Amane sabia que isso não era algo para se encarar levianamente. A maioria dos estudantes nem pensaria em assumir um compromisso que pudesse moldar o futuro de outra pessoa, muito menos arriscar prendê-la.
Mas, sem hesitar, Miyamoto disse calmamente: “Parece-me que você é simplesmente dedicado. Se você está investindo tanto tempo e esforço só para dar isso a ela, então tem que significar alguma coisa. Você acha que ela vai adorar?”
“Sim... Eu gostaria de pensar que isso a deixaria feliz. Dizer isso com total confiança soa um pouco arrogante, então vou me conter.”
“Então é só isso que importa. Tenho que dizer que, para alguém da sua idade, você é realmente comprometido.”
“Eu simplesmente a amo muito.”
As pessoas costumavam dizer que relacionamentos estudantis não duravam — que eram passageiros, leves ou apenas uma diversão para passar o tempo. Mas para Amane, isso era tudo menos temporário. Ele sabia, sem sombra de dúvida, que ela era a única pessoa ao lado da qual ele gostaria de estar, proteger, apoiar e trazer alegria.
[Del: Tenshi no Tonari.]
Uma chama apaixonada queimava dentro dele. Implacável, mas tão suave quanto a luz do sol, cintilava em seu peito como um calor constante, irradiando uma felicidade tão profunda que ele podia se perder nela. Não era algo passageiro. Esse fogo não se apagaria. Estaria sempre lá, mantendo o coração de Amane em chamas.
Normalmente, sentimentos tão intensos afastariam as pessoas. Mas Mahiru não fugiu — ela os abraçou. E, ao fazê-lo, retribuiu seu calor. Aquele fogo inabalável agora ardia com os sentimentos de ambos. Não pertencia mais apenas a ele — e ele sabia, sem sombra de dúvida, que jamais se apagaria.
“Está ficando quente aqui, hein?”
“Quem fala é você, Miyamoto-san.”
A provocação não perturbou Amane nem um pouco. Ele sabia muito bem que Miyamoto nutria sentimentos por Oohashi havia anos, cuidando dela com calma e paciência. Um homem não ficava olhando para alguém assim a menos que a amasse de verdade.
“…Cale-se, você.”
“Então talvez você também devesse ficar quieto, Miyamoto-san. A menos que queira que eu cutuque seus pontos fracos.”
“V-você não é nada fofo…”
“Eu nunca fui fofo. Não faço ideia de onde você tirou essa impressão,” disse Amane, rindo.
[Kura: Também me pergunto sobre isso. | Moon: Amane-chan!]
Com um suspiro exagerado, Miyamoto passou a mão pelo cabelo, visivelmente perturbado. Amane não se deu ao trabalho de apontar o leve rubor subindo por suas bochechas.
“Não… Você definitivamente tem mais charme que o Kayano, pelo menos. Aquele cara nunca pede ajuda — não importa o quão envolvido esteja, ele tenta se virar sozinho. E ele tem uma cara de pôquer de matar. Mas você? No segundo em que você bate na parede, você realmente pede ajuda. Então, sim, eu diria que você tem… talvez um milímetro de charme.”
“Um milímetro, hein…”
“O quê? Você quer mais do que isso?”
“Estou bem, obrigado.”
“Pensei que sim... Enfim, não se preocupe. Avise a proprietária, e ela vai organizar a agenda para você. E se você ficar preso com coisas do trabalho ou de faculdade, não hesite em entrar em contato. Eu ajudo no que puder.”
Miyamoto finalmente se livrou do constrangimento anterior, e a sinceridade em sua voz caiu como uma luva em Amane. Ele não tinha muitos adultos por perto com quem pudesse se apoiar.
Seus pais eram confiáveis, claro, mas moravam longe, o que significava que a maioria das coisas recaía sobre ele. Essa tinha sido sua escolha, e era uma da qual ele não se arrependia. Mesmo assim, ouvir alguém lhe dizer que não havia problema em pedir ajuda dissipou todas as suas preocupações.
“Obrigado... Sabe, Miyamoto-san, você realmente emana um ar de irmão mais velho.”
“Oh? O que é isso? Planejando começar a me chamar de seu querido irmão mais velho agora?”
“É, não, obrigado.”
[Kura: Onii-chan.]
“Seu coisa—!”
“Ei — ai, ai, ai!”
Miyamoto imediatamente o puxou para uma chave de braço, o que, para Amane, pareceu totalmente injusto. Mas só fez com que toda a questão do irmão mais velho parecesse mais certeira.
Resmungando, “Eu desisto, eu desisto!” Amane bateu na barriga de Miyamoto com a palma da mão como se estivesse pedindo trégua.
-DelValle: Então a Oohashi-san é a irmãzona?
-Kurayami: Talvez? Mas esse cap foi de matar. Finalmente consegui ver os dois kkkk. Com certeza a Moon vai se apaixonar pelo Miyamoto-san.
-Moonlakgil: KURAYAMI!! Você está certíssimo… akakakaka! (Depois vão achar que eu me apaixono por qualquer um… Gente eu falo isso brincando 😅 ou será que não?)
Apoie a Novel Mania
Chega de anúncios irritantes, agora a Novel Mania será mantida exclusivamente pelos leitores, ou seja, sem anúncios ou assinaturas pagas. Para continuarmos online e sem interrupções, precisamos do seu apoio! Sua contribuição nos ajuda a manter a qualidade e incentivar a equipe a continuar trazendos mais conteúdos.
Novas traduções
Novels originais
Experiência sem anúncios