Volume 1

Capítulo 20: Determinação

 

Frederico afastou Amélia de si. — Não seja ridícula! Do que está falando!?

A mulher se retraiu com o gesto e, com o punho fechado, colocou a mão sobre o próprio coração. — O-ora, é simplezinho, na verdade… O tesão é essencial para o funcionamento do meu poder. Sem ele, nada acontece!

— Certo, certo… E O QUE EU TENHO A VER COM ISSO!?

— Bo-bom… — Como um cão que volta rastejando para o dono que o bateu, Amélia segurou a mão de Frederico e olhou fundo em seus olhos. — Porque eu não consigo te tirar da cabeça. Desde o momento que passei a te observar, eu me apaixonei. Esse era um dos motivos por que recorrentemente ia ao confessionário, aliás…

— O-olha… — O rosto de nojo que nosso protagonista fazia, aos poucos se desfazia, conforme observava melhor Amélia.

Ele já havia visto mulheres de tão perto assim antes, em seus tempos de colegial, mas não com vestes como aquelas.

Ela usava uma camisola rosa semitransparente, e o padre conseguia ver seus humildes seios desprotegidos, bem como a calcinha fio dental que cobria a sua… fonte de poder.

De repente, Frederico se viu salivando, com o coração batendo a mil por hora. O leve rubor em seu rosto já não era mais da raiva que sentia antes. Não… essa, aos poucos, foi diminuindo, dando lugar a um novo sentimento, um totalmente desconhecido por ele.

“O que está acontecendo?!” Sem que percebesse, nosso protagonista havia sido desmantelado por uma profissional.

Amélia havia jogado nele um pouco do velho feitiço que só as mulheres conheciam. E quando viu que seus esforços deram frutos, decidiu colhê-los.

Com um olhar pidão, envolveu-o novamente em seus braços, mas, diferente de antes, estava mais próxima dele, como se estivesse prestes a beijá-lo.

— Sabe — sussurrou —, eu realmente acho que uma noitezinha com você aliviaria esse meu desejo e desbloquearia meu poder de volta…

Aceite♡ Frederico pôde jurar que escutou uma voz cochichar dentro de sua cabeça. General… por acaso essa eras tu?

— Eu…

Não tenha medo, eu sei que você quer~♡

— E-eu…

Ora, anda logo♡ Por que está demorando tanto?♡

— EU NÃO POSSO!!!

Frederico empurrou Amélia, fazendo com que ela percorresse uma certa distância e quase caísse.

— Não posso… cair em tentação… — Arfando pesadamente, nosso protagonista deu meia-volta. — Foi um erro ter te conhecido. Não me procure mais, irei me retirar!

Um turbilhão de pensamentos passou por sua mente conforme ele se aproximava da porta de saída. Dentre eles, o fato de ser padre e que, assim que chegasse em sua igreja, a arrastaria para o inferno.

— ESPERA! — Desolada, Amélia tinha lágrimas nos olhos e um tom choroso. — Não diga isso, não vá embora! Eu tenho medo… TENHO MEDO DE, DA PRÓXIMA QUE USAR O MEU PODER, ACABAR TE PUNINDO SEM QUERER!

Quando sua mão alcançou a maçaneta, Frederico permaneceu estático. Para os leigos, aquilo não passaria de palavras ditas em um momento de desespero, mas para nosso protagonista… “Isso foi uma ameaça?!”

— Sabe… chega até a ser irônico o fato de, no momento, eu só conseguir punir você…

“Quando foi que ela percebeu as minhas intenções ao sair daqui?”, raciocinava. “Amélia já tinha ciência de que seria descartada caso não tivesse mais serventia para mim?”

Naquele momento, percebeu que realmente foi um infortúnio tê-la conhecido. Estava totalmente submisso, havia feito uma forte aliada, que não pensaria duas vezes em arrastá-lo para o inferno, caso ela também fosse.

Sentia-se encurralado pela estratégia de uma tigresa que finalmente decidiu mostrar suas garras.

Era de se esperar, afinal Amélia não era a Imperatriz do sexo e das drogas do Vale do Paraíba à toa. Ela conquistou tal cargo com suas próprias mãos calejadas e soube administrar bem esse império, para mantê-lo firme e forte até o fim.

“É isso? Eu estou preso a suas vontades e desejos? Terei que… dormir com ela?”

Frederico olhou para trás; Amélia continuava lá, em pé e em silêncio, com os mesmos olhos de uma pessoa com o coração prestes a partir.

Nosso protagonista ficou entre a cruz e a espada, até chegar à seguinte conclusão:

— Então… eu não vejo outra alternativa a não ser te punir…

Voltou-se a Amélia e com passos lentos e pesados se aproximou dela. Na face da mulher, o medo tomava conta à medida que as mãos de seu amado ficavam na altura de seu pescoço.

Logo, fechou os olhos… e seus lábios foram de encontro com os dele, em um fervoroso beijo.

Após pensar a fundo, Frederico cedeu o seu código moral aos prazeres carnais. 

“Era para um bem maior”, pensava. Mas, no fim, o que era mais um delito para alguém que já havia feito um pacto com o diabo? Frederico já acreditava que seria perdoado por Deus assim que seu plano fosse concluído, de qualquer forma…

Os dois se envolviam em uma trocação selvagem de saliva e carícias. Quando Amélia pulou em Frederico e o abraçou com suas pernas, fazendo com que ele a segurasse pelas nádegas, ambos seguiram até a cama de casal.

Ela foi solta no colchão, e o padre subiu em cima dela. Em meio a arfadas de um hálito quente, cochichou inconscientemente em seu ouvido: — Soube que é uma menina má…~

— Ah, sim!~♡ Por favor, me puna, padrezinho, pois eu pequei…♡

Ugh… para um demônio da espécie Luxuria, como a minha general, essa cena deveria ser um prato cheio.

— Eu adoraria ver isso~♡ — podia ter certeza de que ela diria algo assim.

MAS PODE TIRAR O CAVALINHO DA CHUVA!, pois era um demônio da espécie Avaritia, do tipo Ganância. Não me interessava escrever sobre sexo, a menos que me pagassem, claro, KIKIKI.

Pois bem, realizaria então uma pequena elipse. Nossos pombinhos passaram horas acasalando, até que a noite caiu, e os dois, fatigados, dormiram lado a lado. Agora, separador espaço-temporal!

 

***

 

Frederico acordou na madrugada do dia seguinte, antes mesmo do sol nascer, antes mesmo do bispo e sua equipe despertarem de seus sonos.

Lentamente, levantou o torso e permaneceu sentado na cama de casal. Como se estivesse anestesiado, ou como se tivesse saído de um coma profundo, observou Amélia — nua ao seu lado — e o ambiente à sua volta.

Nada havia mudado, mas, para Frederico, tudo estava tão… diferente. A forma como se sentia, e sempre se sentiu, o homem que era no dia anterior… Agora, via-se como um lixo, uma escória da sociedade.

Nosso protagonista traiu tudo que acreditava e lhe foi ensinado. Conheceu um lado seu que abominava e guardava selado a sete chaves dentro de si. Preferia nunca tê-lo libertado… mas agora era tarde demais.

Respirou fundo e saiu nu da cama. Com um turbilhão de pensamentos passando por sua cabeça, pegou suas vestes, espalhadas pelo quarto, e em desgraça as vestiu.

Logo, dirigiu-se até a porta. Olhou envergonhado para trás, para Amélia, e então deixou o local.

Seu intuito era nunca mais voltar para lá, nunca mais se encontrar com ela. E, por dias, assim foi.

Para seu alívio, a Imperatriz do sexo e das drogas do Vale do Paraíba não mentiu, tão pouco suas deduções estavam erradas. O sacrifício de Frederico havia sim “devolvido” seus poderes, e as mortes de pecadores continuavam.

Agostinho e sua equipe seguiam desesperados em busca de um terceiro inimigo que não existia e, para piorar, caíram na mentira de nosso protagonista, acreditaram que Amélia não era o Falso Mártir. 

Toda a investigação havia voltado à estaca zero, só que, dessa vez, não teriam mais o auxílio de Frederico. 

Ele havia pedido desistência, pois aproveitaria a mudança de foco e a ausência de suspeitas nele para dar prosseguimento às missas e aos afazeres de seu cargo.

Não se sentia mais digno de continuar com o seu objetivo, então optou por abandonar tudo. Teria uma vida tranquila e pacata, se não fosse Amélia aparecendo nas celebrações que ministrava.

Sua presença o fazia se lembrar de seu sonho idiota de virar o messias de um novo mundo que ele pretendia criar, através da posição de Papa.

E então, em uma dessas ocasiões, uma chama fraca, que vinha se apagando, voltou a arder intensamente no peito de nosso protagonista.

Acompanhado de uma epifania, Frederico percebeu que Amélia havia se tornado um ponto fraco, assim que passou a saber a verdadeira identidade do Mártir.

Então, para que esse seu objetivo — do qual jamais abriria mão novamente — ocorresse sem falhas, Frederico deveria mostrar a Amélia quem era o dominante dessa relação.

Para isso, utilizaria Agostinho e seu trio. Eles estavam todos reunidos à mesa da cozinha, desanimados por mais um dia sem terem conseguido algo.

— Assim não conseguiremos progredir nunca! — o bispo expressou sua frustração e depois se conteve. Soltou um suspiro e continuou: — Chega por hoje, cavalheiros. Dispensados…

E, assim, levantaram-se. Quando estavam prestes a se dirigir para as suas acomodações, porém, Frederico se pronunciou, revelando a sua presença aos demais.

— Boa noite a todos — cumprimentou. — Trago boas novas aos senhores.

Os três cavalheiros o saudaram de volta, cabisbaixos, e o bispo fez o mesmo, incluindo uma única pergunta: — E o que seria?

Nosso protagonista soltou um sorriso. — Peço desculpas de antemão, mas… eu menti. Amélia Curtus, a mulher que suspeitávamos, é sim o Falso Mártir.

O grupo arregalou os olhos. Entreolharam-se e, de orelha em pé, retornaram à mesa.

A equipe parecia confusa. “O que levaria Frederico a omitir uma informação tão importante?”, era o que provavelmente estavam pensando.

O padre sequer fez alguma movimentação suspeita ou pareceu estar trabalhando no caso por conta própria, desde quando os abandonou. Então como nosso protagonista explicaria essa mudança repentina de raciocínio, que o levou a essa conclusão?

— Por favor, sente-se — convidou o bispo, esticando o braço e, com a palma da mão virada para cima, mostrando a cadeira à sua frente, na outra ponta. — Por favor, Vossa Reverendíssima, nos conte mais sobre por que fizeste isso e por que decidiste revelar isso só agora.

— Pois bem — sentou-se. — Por onde posso começar…

Logo, Frederico contou sobre os eventos que ocorreram da chegada de Amélia à sua igreja até o momento atual, intercalando com informações que ele já havia dito para a equipe e ocultando outras, como a segunda habilidade de Amélia e a noite que tivera com ela.

Os três cavalheiros à mesa explodiram de alegria ao ouvir o relato. Com sorrisos nos rostos e olhares que pareciam brilhar, aproximaram-se de nosso protagonista e o fuzilaram com mais perguntas.

Porém, diferente deles, Agostinho manteve-se sentado, com um semblante sério e olhos semicerrados.

— Cavalheiros, por favor. Deixemos Vossa Reverendíssima respirar um pouco, sim? 

O trio parou o bombardeio no mesmo instante. Envergonhados, assentiram, calaram-se e então retornaram a suas respectivas cadeiras. 

O bispo entrelaçou os dedos e adotou uma postura pensativa. — Hm… entendo. Faz sentido, então esse é o poder do “grande demônio” que o anjo alertara a Sua Santidade. Ele é ativado através da masturbação... Repulsivo, é o esperado da espécie Luxuria… — Agostinho se ajeitou na cadeira. — Mas há algo que continua me incomodando e ainda não foi explicado…

— … E o que seria?

— Quando houve aquele incidente no estúdio daquele canal de televisão. Não é que eu não acredite em ti, Vossa Reverendíssima, mas poderia me fornecer detalhes sobre o que seria o “objetivo concluído” ao qual ela se referia?

Frederico foi pego de surpresa por esses dizeres, achava que isso era algo que só ele lembrava, algo que só martelava a sua mente. Mas aparentemente estava errado.

“Desgraçado, bispo desgraçado!”, o padre amaldiçoava Agostinho em sua cabeça. Agora, todo mundo estava ciente desse acontecimento e exigia uma resposta dele.

— Está tudo bem, Senhor Padre? Abriste a boca, mas não falou nada ainda…

— Hã? — Nosso protagonista havia percebido apenas naquele momento o movimento involuntário de sua mandíbula. Ele tentara falar algo, mas nada saiu, talvez? — A-ah, sim, está sim. É só… que Reverendíssimo Bispo tocou em um assunto crucial que eu preferia não compartilhar com os senhores…

E, então, nosso protagonista mentiu. Dissera que o “objetivo concluído” que ela se referia era o fato de tê-lo encontrado, pois Amélia planejava aproximar-se do bispo e sua equipe. De alguma forma ela sabia que eles investigavam o Mártir.

— Isso é horrível! — declarou Soryu. — A situação só piora! Será que houve vazamento interno?!

— Acalme-se, cavalheiro — pediu Agostinho. — Deixemos isso de lado por enquanto. Foquemos no que importa. Acredito que Vossa Reverendíssima não tenha dito nada sobre nós, correto?

— Nem um pio. Minha boca foi um túmulo!

— Ótimo, temos uma vantagem então… — O bispo ficou pensativo. Me impressionava como até ele havia sido enganado… — Acredito que, agora, a melhor defesa seja o ataque. O próximo passo do meu plano é levá-la presa. Porém…

— “Porém”...? — repetiu Alonso.

— Precisamos reconquistar a aliança que tínhamos com a polícia e de provas que comprovem que Amélia é o Falso Mártir. Não acho que os policiais acreditariam em pactos com o diabo ou na forma como ela mata suas vítimas. Eles são céticos e, por mais que a prendessem, não duvido que essa mulher os mataria e, posteriormente, fugiria da prisão. A polícia precisa do nosso apoio e auxílio para que isso não ocorra…

— E como conseguiríamos isso? — perguntou Dimitri. 

O grupo, que antes parecia chocado com a lógica que Agostinho estabelecera, agora se encontrava pensativo. Batalhavam por encontrar uma resposta para a pergunta feita, quando o bispo surgiu com uma ideia brilhante:

— Não é possível provar que Amélia é o Falso Mártir… Mas é possível encontrar provas que comprovassem que ela era a Imperatriz do Sexo e das Drogas do Vale do Paraíba?

Todos os olhos se voltaram para Frederico. — Bo-bom… é uma opção mais palpável... 

— Certo — assentiu Agostinho. — Olha, Vossa Reverendíssima, por mais que eu não queira, não vejo outra opção... Admiro a coragem que o levou a contar isso para nós, mesmo que se sentindo ameaçado. No entanto podemos contar contigo mais uma vez para isso?

Frederico soltou um longo suspiro. — Claro. Volto a repetir aqui: ajudarei no que for preciso para capturar o Mártir. Meu afastamento se deu pela preocupação que senti pela vida dos senhores, pois a minha está segura conquanto Amélia continue obcecada por mim, como bem disse anteriormente. Espero que me aceitem de volta à equipe.

Agostinho, em respeito, curvou-se. — Para mim, Vossa Reverendíssima nunca deixou de fazer parte. — E os outros três cavalheiros o imitaram. — Peço apenas que procure tal pista ainda hoje. O Vaticano já está no limite de suas cobranças, e se não encontrarmos nada até amanhã, irão desfazer a equipe e formar um novo grupo!

— Eu entendo… Pode deixar, Vossa Excelência Reverendíssima.

— Peço desculpas de antemão pelo meu pedido egoísta, Vossa Reverendíssima, e agradeço de verdade pelos seus esforços. Tome cuidado, pois se ela sabe sobre nós, o Mártir também sabe. Os dois possuem alguma relação, então capturar Amélia seria a melhor forma de chegarmos até ele…

Frederico assentiu com a cabeça e, então, o bispo declarou como encerrada a reunião, dispersando os seus integrantes.

 

***

 

Naquela noite, o padre montou um plano e entrou escondido na casa onde Amélia vivia. Revirou seus aposentos à procura de provas que a pudessem incriminar, mas nada encontrava.

Estava começando a ficar extremamente frustrado, quando de repente o Falso Mártir chegou em seu quarto e se deparou com ele.

— Padrezinho…? Mas o que é isso? O que… você está fazendo?

E Frederico, sem papas na língua, foi direto e reto: — Por acaso, você tem algo que comprove que você é a Imperatriz do sexo e das drogas do Vale do Paraíba?

Amélia arregalou os olhos. — Hm? Qu-que pergunta é essa?!

Nosso protagonista, porém, não a respondeu. Apenas aproximou-se dela e suavemente pôs a mão em sua bochecha, fazendo-a ficar vermelha.

— Você confia em mim?

A mulher hesitou por um momento, mas, completamente hipnotizada pelo olhar sedutor de seu amado, assentiu com a cabeça.

— Então responda a droga da minha pergunta. Você tem algo que comprove que você é a Imperatriz do sexo e das drogas do Vale do Paraíba?

— Te… tenho…

Logo, Amélia puxou de sua calça jeans seu telefone profissional, contendo contatos criminosos e conversas dela com facções aliadas.

— Me dê. — E Amélia, com certo receio, entregou-o. — Sabe que eu nunca faria mal a você, certo?

— Sei… é só que… isso é tão repentino, e você está agindo de um jeito tão estrainho…

Frederico deu um selinho em seus lábios, como se para calá-la. E os olhos dela brilharam com o gesto.

— Obrigado, farei bom uso dessa prova. E não se preocupe, irei arrumar um jeito de tirar daquilo que irei te colocar…

Completamente enfeitiçada, ela assentiu, passando a impressão de que não havia entendido direito o que o padre queria dizer com aquilo. 

E ele afastou-se dela, dirigindo-se até a porta do imóvel. Com um olhar preocupado fitando suas costas, nosso protagonista girou a maçaneta e, mais uma vez, deixou o local.


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