Volume 1

Capítulo 19: Sem Alegria ou Felicidade! Apenas Perversidade!

 

Frederico acordou cedo no dia seguinte ao encontro com Amélia. Levantou-se da cama, sentindo seu corpo pesado e cansado, como se nunca tivesse dormido antes.

Muito provavelmente, isso se devia ao fato de eu ainda estar possuindo ele, tendo saído de dentro dele nenhuma vez sequer.

Arrumou-se em frente ao espelho do banheiro e vestiu roupas casuais e confortáveis. Aquele era um dos raros dias que tinha folga, e Frederico o usaria para visitar Amélia no endereço que ela havia sussurrado em seu ouvido.

Quando saiu de seu quarto, no entanto, deu de cara com Agostinho, que — para a surpresa de ninguém — preparava o café da manhã para os três cavalheiros sentados à mesa.

— Oh! Muito bom dia, Reverendo Padre — cumprimentou assim que o viu. Sua equipe fez o mesmo logo em seguida. — Me perdoe o espanto — continuou —, mas não pude deixar de ficar surpreso. Estávamos falando agorinha mesmo sobre ti.

Frederico respondeu à saudação dos demais, com um outro bom-dia, e completou: — Espero que dizendo coisas boas ao meu respeito…

— Ah, sim, claro! Elogiávamos justamente o fato de teres conseguido se aproximar daquela mulher da qual suspeitamos. Gostaríamos de saber, na verdade, se durante todo esse tempo Vossa Reverendíssima descobriu alguma coisa a seu respeito.

Nosso protagonista foi pego de surpresa por uma ordem que há muito havia se esquecido. Desde o começo, ele vinha se tornando próximo de Amélia com o intuito de, como padre, ajudar a sua personagem a sair do mau caminho.

Não havia segundas intenções em seus atos — diferente dela, que vivia o seguindo.

Frederico pensou com cautela na resposta que daria ao bispo. Como bem percebeu em sua pergunta, Agostinho já havia notado a frequência com que os dois se encontravam e achava que aquilo se tratava do plano que ele havia montado.

Seria muito estranho se, durante todo esse tempo de proximidade, nosso protagonista tivesse descoberto nada sobre ela. Então pensou com zelo nas informações que iria revelar sem comprometer o seu objetivo.

— Se são novidades que os senhores esperam, então trago boas novas. Não só descobri que aquela mulher era a dona daquele prostíbulo, como também o seu nome e o endereço onde ela se encontra. À convite dela, estarei indo para lá agora mesmo.

Os cavalheiros entraram em choque, tal qual Agostinho, que derrubara na bancada uma colher que estava segurando.

Ficaram boquiabertos, pararam o que estavam fazendo e, então, aproximaram-se de Frederico, bombardeando-o com perguntas e mais perguntas.

— Mas isso não é muito perigoso? — preocupou-se o bispo. — E se ela tentar algo contra Vossa Reverendíssima? E se caíres em tentação? Não acha melhor um de nós ir contigo, mesmo que escondido?

— Acalme-se, Excelentíssimo Bispo, acalmem-se, cavalheiros — pediu. — Peço que confiem em mim. Afinal, mesmo que peça para os senhores virem comigo, conseguiriam aguentar o odor pútrido de energia negativa exalado por ela, tal qual eu aguento?

Isso foi algo que Frederico já vinha notando há algum tempo. Sempre que estava perto de Amélia, Agostinho e sua equipe ficavam distantes dele. 

Ela era como um repelente para eles, que funcionava em diferentes intensidades. 

Quando estava na paróquia, os três cavalheiro iam até a cozinha e ficavam por lá, enquanto o bispo tinha que sair da igreja. 

Retornavam só quando a mulher ia embora. Pois, se ficassem no mesmo ambiente que ela por muito tempo, passariam mal e correriam o risco de vomitar.

Era claro que Frederico usaria isso a seu favor. Planejava até, caso uma aliança definitiva com Amélia se formasse, aproveitar-se disso para que as vigias sobre ele ficassem menos rígidas e mais curtas.

Internamente, nosso protagonista ficou feliz ao ver todos se calarem abruptamente com sua pergunta. Ficaram cabisbaixos e, com uma certa impotência, Agostinho concordou:

— É, realmente… Não há nada que possamos fazer. — E, então, fez o sinal da cruz e desejou: — Que Deus o proteja, Senhor Padre.

— Amém, Vossa Excelência Reverendíssima. Caso tenha mais alguma descoberta, a compartilharei com os senhores. Até mais!

Após a despedida calorosa de seus companheiros de equipe — kikiki —, Frederico saiu de sua igreja e parou em uma estação de ônibus.

Aguardou um pouco e pegou o que o levaria até o shopping da Cidade, que, curiosamente, ficava fora dos limites do município. 

Ao chegar, desceu no ponto e caminhou um pouco. Para além dali, havia nada a não ser ipês de diversas cores, mato e colinas verdes. Percorreu por entre elas e avistou uma casa.

Diferente daquelas que se via na beira da estrada e se imaginava que havia pessoas vivendo ali, como em uma chácara, aquela moradia definitivamente parecia abandonada.

Além das pichações em seu exterior, estava caindo aos pedaços! Era o tipo de imóvel que, quem olhava, achava que ali viviam sem-tetos ou usuários de drogas. 

Seja como for, Frederico engoliu em seco e optou por não julgar o livro pela capa — por enquanto. Aproximou-se e fez toc-toc em uma porta velha, podre e que, por incrível pareça, residia um olho mágico.

Esperou por um tempo e, então, ouviu uma voz familiar. — Hm? Ah, é você! Por favor, entre, estava à sua esperazinha. — Logo, Amélia abriu sua casa, e Frederico entrou.

A princípio, o cheiro de um perfume invadiu suas narinas. Ele era adocicado e convidativo. Convidativo? Não… não, parecia certo. “Provocativo” combinava mais com o seu aroma.

Em seguida, vislumbrou a imagem à sua frente e entrou em choque. Ela contrastava muito com o exterior do imóvel.

Havia paredes bem pintadas e conservadas, janelas com persianas, ar-condicionado, televisores e eletrodomésticos de última geração, riquezas e luxo até não poder mais! — ahhh, que delícia~

O interior era composto apenas por um quarto e um banheiro, mas o cômodo principal era amplo e espaçoso, comportava tranquilamente uma cozinha improvisada e uma sala de estar.

Apesar disso, porém, nosso protagonista não conseguia tirar os olhos da cama de casal em que Amélia provavelmente dormia. Seu redor estava sujo, repleto de vibradores, plugs anais e o que pareciam ser seringas.

A proprietária deve ter percebido o foco de Frederico, pois, sem graça, disse: 

— Po-por favor, não repare muito na baguncinha. A-acho que foi um erro eu não ter combinado um horário ou uma batida especial com você… — Sem que o padre percebesse, a mulher encostou na parede uma espingarda que estava em suas mãos.

— Realmente… — Havia nojo estampado em seu rosto. — Mas tudo bem. — Observou os quatro cantos da casa e perguntou: — Vem cá, onde está a sua informante? Ela não mora aqui com você? 

— Não… quer dizer, sim. Quer dizer, mais ou menos. Enfim, é complicadinho… Vou chamá-la aqui.

Amélia fechou os olhos, concentrada. E então as luzes se apagaram. Logo, um televisor enorme, de sabe-se lá quantas polegadas, ligou sozinho.

Ele apenas exibia estática quando, de repente, uma mulher de cabelo longo saiu de dentro dele, acompanhada de algo líquido e quente, que lembrava lava.

Ao encostar as mãos no chão, o assoalho começou a pegar fogo. Não um que se espalharia e causaria um incêndio, mas um controlado, como a chama de um fogão.

Levantou-se e, então, as luzes se acenderam novamente, revelando um Frederico assustado pela cena, que estava no chão porque havia caído de bunda, de tanto medo que sentiu — suas pernas fraquejaram e cederam.

Observou-a de cima a baixo, e uma lembrança, que outrora havia se esquecido, retornou a sua mente. 

Aquele ser a sua frente era o mesmo demônio da espécie Luxuria que havia visto tempos atrás, escondido detrás de uma árvore, enquanto ele conversava com a personagem que Amélia interpretava.

Ora! Como nosso protagonista pôde se esquecer de uma súcubo com curvas tão sinuosas e que, ainda por cima, usava uma armadura em formato de biquíni? 

Afinal, não foi por achar que ela estava acompanhada de Amélia, que você quis arrastar a personagem dela para o inferno? 

Desgraçado, então ele nem devia se lembrar direito do porquê de eu estar dentro de seu corpo imundo!

Mas, bom, independente de qualquer revolta minha, naquele instante que Frederico sentiu a presença daquele demônio, o padre logo entendeu tudo.

O tal anjo que alertara o Papa não avisava sobre mim e ele, mas sobre ela e Amélia. A informante quem era, sem dúvida alguma, o “demônio forte que havia se libertado” — e não eu, para a minha infelicidade… (DEVERIA SER EU!!!).

— Olá, gatinho~♡ — vociferou a súcubo, de uma forma que deu repulsa em nosso protagonista. — Soube que você gostaria de falar comigo♡ Sobre o que seria?♡

Enquanto Amélia apagava o fogo que se formou com a aparição do demônio, Frederico engoliu em seco e se levantou, com as pernas vacilando. 

Preocupou-se ao máximo de não falar algo que a deixasse irritada. 

— Durante a revelação de Amélia, de que ela era o Falso Mártir, me foi contado muitas das coisas que eu já havia feito. Então eu gostaria de saber, se possível, como você sabia sobre elas.

A súcubo olhou para ele com uma cara de deboche e riu muito. — Ora, ora, é mesmo~♡ O Narrador não contou para você~♡ Mas ele tem…

— ESPERE!!! — Imediatamente, saí de dentro de Frederico e fiquei de joelhos em frente ao demônio da espécie Luxuria. — Peço que não revele isso, general. Por incrível que pareça, esse humano é ardiloso. Tenho certeza que, caso contes isso, ele encontrará uma forma de burlar o contrato, e a minha parte será prejudicada, o que arruinará tudo!

— Hmpf, está bem♡ — a súcubo respondeu com desdém.

Frederico estava realmente confuso. — “General”? Calma, do que… do que exatamente vocês estão falando?...

— Nada! — apressei-me. — Apenas entenda que o grande Rei Demônio sabe com exatidão as aventuras vividas por ti. E ela, por tabela, por ser seu braço direito, também sabe.

Nosso protagonista se espantou com o título que a súcubo a sua frente carregava e então passou refletir sobre o porquê um ser que ele detestava sabia a respeito daquilo.

“Vai ver, o Narrador é obrigado a se explicar para ele, em vista da quantidade de almas coletadas com o poder dele. Só podia ser isso!”, concluiu erroneamente — pra mim, era melhor que ele achasse isso mesmo, kikiki.

— Se quer saber como isso me foi útil — retomou minha general —, foi por causa disso que descobri o motivo da sua ausência de mortes e aconselhei Amelinha a começar a agir, fazendo daquele âncora a sua primeira vítima♡

Frederico arregalou os olhos. — Compreendo… E, só por curiosidade, você compartilharia o que sabe, comigo?

— Mas é claro♡ Porém gostaria de algo em troca♡

— É mesmo?! E o que seria? — Um frio percorreu sua espinha assim que viu o sorriso malicioso e os olhos semicerrados dela. — De-deixa quieto…

— Kikiki, não se preocupe, também posso revelar tais informações para ti. Pelo precinho certo…

— Ugh, esquece — ele me interrompeu. — Nem sei por que eu perguntei aquilo se sabia a resposta… — Sentia-se um idiota, detestava esse sentimento. — Odeio vocês…

O belo rosto de minha general, bem como o meu, contorceu-se em um semblante sombrio. E com um sorriso perverso e um tom frio, dissemos: — Tal sentimento é recíproco. Também odiamos você.

Percebendo o clima tenso que se formava, Amélia interveio e mudou de assunto.

— E-então, padrezinho… Creio que faltou eu contar uma partezinha da minha história… 

Logo, foi contado que, enquanto resolvia alguns assuntos pelo Vale do Paraíba — todos relacionados ao término dos preparativos para decretar o fim de seu império —, a súcubo apareceu para Amélia, oferecendo um poder monstruoso em troca de um acordo: encontrar o Mártir e se tornar seu braço direito.

A princípio, ela hesitou, mas, após conversar com minha general, um sentimento estranho brotou em seu peito. Misteriosamente, não sentia mais inveja de seu irmão. 

A partir daquele momento, desenvolveu uma admiração por ele, admiração por pessoas que desejavam uma vida melhor para o próximo.

Por isso, acabou aceitando a proposta, pois gostaria de ajudar o Mártir com o seu propósito e virar alguém igual a ele, alguém que pudesse se admirar.

Logo, parou temporariamente seus planos de encerrar o seu império e focou no objetivo do contrato firmado. Ouviu algumas dicas da Súcubo, foi para a cidade de Frederico e bolou aquele plano para encontrá-lo.

Honestamente, não tinha como não rir de uma explicação como aquela. — Kikikikikikikiki!

— Que foi?♡ — perguntou o demônio da espécie Luxuria. — Qual a graça?~♡

— Nenhuma. Apenas acho cômico o fato de teres precisado jogar um pouco de seu charme — Vulgo magia — para cima dela, para só então tu finalmente apareceres, minha general. Demorastes tanto para chegar que até temo terem se esquecido de ti…

Calado♡ — Ela lançou um olhar furioso para mim. Mais uma palavrinha, e eu me arrependeria para todo sempre! — Foi tudo culpa sua♡ Como se não bastasse eu ter tido uma baita dificuldade para encontrar um humano que conseguisse suportar meu poder, você não me passou o endereço da igreja!♡ Tive que me basear nas informações que…

— TENS DO REI DEMÔNIO, PARA PARTICIPAR DAQUI, NÃO É? — tive que interrompê-la. Quando ela estava irritada, não sabia medir bem suas palavras! — Entendo… Peço desculpas, mas nem mesmo eu sei.

Na verdade, até sabia, no entanto não fazia sentido ter essas informações aqui na obra. Por acaso elas afetariam em algo na narrativa? Não.

— Lá vem vocês de novo falando de coisas que eu não entendo… — Frederico revirou os olhos. Ignorando eu e minha general, virou-se para Amélia. — Vem cá, uma coisa que venho quebrando minha cabeça para descobrir, e até agora você não me contou, mas como funciona seu poder?

— A-ah…! — Amélia, subitamente, ficou corada. — Bo-bom… tenho até vergonhinha de falar isso para você… até porque você é padrezinho…

— Hm? Anda, desembucha, fala de uma vez.

— É… é… Me masturbando!

— … Oi? — Frederico não podia acreditar no que seus ouvidos acabaram de escutar.

— É-é verdadezinha! S-se quiser, po-posso mostrar para você… — Amélia abriu o botão de sua calça.

— NÃ-NÃO PRECISA! — Frederico ergueu as mãos, fazendo ela parar e, então, abotoar seu jeans novamente. — Eu… acredito em você. Apenas gostaria de mais detalhes, informações…

— Bom… é simples até. Tudo que preciso é do rosto de uma pessoa e desenvolver tesão por sua imagenzinha. Me masturbo pensando nela, e quando eu… go-gozo, ela morre!

— Certo… — Frederico ficou enojado com a explicação grotesca que recebera. “O esperado de um demônio da espécie Luxuria”, pensara.

Entretanto também não podia deixar de ficar impressionado com o poder que Amélia tinha. Era avassalador, mil vezes mais forte que o dele (Não é para tanto também…). Ela conseguia punir criminosos que nem mesmo ele conseguia!

— Pelo que a súcubinho me contou — continuou —, esse poder tem a ver com o controlezinho dos hormoninhos do prazer, ou algo do tipo…

— Hm… — Isso deixou Frederico pensativo. — Se desenvolvermos bem essa informação, quer dizer então que, em teoria, você conseguiria punir os pecadores de outra forma também, correto?

— Sim…? Desculpinha, eu realmente não sei. Nunca tentei fazer algo do tipo…

— Não tem problema, você poderá tentar — Frederico soltou um sorriso diabólico. Ele já havia se decidido. — Darei um bom uso ao seu poder… Mas, até lá, vou precisar de um tempo para pensar em uma forma de nós dois podermos continuar punindo criminosos, sem sermos pegos, e de nos encontrarmos. 

— Se-sem problemas! — Amélia assentiu.

— No mais, siga punindo pecadores. Retornarei algum dia com algum plano para botarmos em ação. Enfim, irei me retirar. Até mais.

A mulher despediu-se e, após Frederico sair de sua casa, pulou de felicidade.

 

***

 

Eventualmente, Frederico retornou com um plano, e os dois o botaram em prática.

De forma resumida, Amélia voltaria a matar pecadores, agora com mais frequência, e Frederico a ajudaria a desenvolver uma nova forma de puni-los.

A ideia principal era que isso acabasse por confundir o bispo e sua equipe, fazendo com que eles pensassem na existência de um “segundo Falso Mártir”.

Nosso protagonista, por um tempo, aproveitou as visitas que fazia à mulher para arrastar algumas pobres almas para o inferno, até que Amélia enfim adquiriu uma nova habilidade: o de fazer pessoas morrerem de ataque cardíaco.

Alternando os procedimentos de assassinato, ela começou a punir os pecadores. E dito e feito: Agostinho e seus três cavalheiros entraram em desespero ao pensarem na possibilidade de um segundo Falso Mártir.

Com o foco do grupo, mudado, as suspeitas sobre Frederico, bem como as vigias que realizavam nele, haviam se tornado cada vez menores.

Nas raras vezes que o interrogavam, para saber onde ele estava indo, o padre dizia que iria ver Amélia e, assim como fazia antes, enrolavam-nos o máximo que dava, fornecendo aos poucos informações que não comprometeriam seu plano.

Nenhuma suspeita era levantada, pois o grupo aceitava esse tipo de resposta. Para Agostinha, era quase certeza que Amélia, dada às pistas que colhetara ao longo da investigação, era o Falso Mártir “original”.

E motivado por pressão do Vaticano, que exigia um parecer, em vista do número de mortos ter aumentado, o bispo começou a ficar cada vez mais impaciente.

A cada novo dia que passava, Frederico era cobrado por ele. Perguntava para nosso protagonista se já havia descoberto algo mais relevante, que todo seu plano dependia disso para ter continuidade, mas o padre sempre respondia:

— Ainda não, mas com fé em Deus encontrarei algo maior e melhor.

E Agostinho soltava um longo suspiro. No fundo, o bispo sabia que seu plano seria demorado, pois era assim que laços fortes de confiança surgiam. Laços esses que Frederico tinha com Amélia, mas fingia que não.

 

***

 

Semanas se passaram, e a situação se tornava cada vez mais insustentável. As cobranças se tornaram tão frequentes e pesadas que Frederico acreditava que sua mentira não poderia mais ser sustentada. Recorreria, então, a medidas drásticas.

Soltou um sorriso maléfico ao sair da igreja um dia, pois tinha a intenção de usar os poderes de Amélia para matar o bispo e seus três cavalheiros.

Ao chegar em seu esconderijo, Frederico apresentou a ela um monte de fotos dos membros de sua equipe e ordenou a execução deles.

A mulher assentiu, e nosso protagonista se retirou, dizendo que voltaria no outro dia — afinal, não tinha interesse em vê-la ativar seu poder, por mais que ela não sentisse vergonha (e até desejasse) disso.

Na manhã seguinte, uma surpresa: Agostinho ainda estava vivo e novamente o cobrara.

Diferente do dia anterior, que retonara para igreja com um sorriso no rosto, alegre e se sentindo vitorioso, agora saía de lá com uma carranca no rosto, irritado e se sentindo frustrado.

Assim que chegou na casa de Amélia, deparou-se com um cenário preocupante — até mesmo para ela. 

A televisão estava ligada, e em meio à sujeira natural de seu quarto, caixas e lenços de papel.

Estranhando tudo aquilo, Frederico perguntou a ela o porquê do bispo e sua equipe ainda estarem vivos, e Amélia virou-se para ele, com os olhos de quem havia chorado a noite toda e com um rubor no rosto como quem queria algo a mais.

— Tudo começou depois de eu começar com essa pessoa. —A mulher mostrou a foto de Agostinho. — Ele é bonitinho, eu admito, mas apesar de seus atributos… não consegui sentir nada por ele. Tentei, eu realmente tentei, mas… não deu certo.

Ela deu um passo adiante, sua respiração havia se tornado mais pesada.

— E, então, depois daquela brochada, fui para as outras fotos. Mas nada, nada aconteceu. Fiquei desnorteada, decidi então continuar meu trabalho punindo pecadores. Porém… eu… também não consegui. É como se eu tivesse perdido o tesão e sofrido de um “bloqueio de poder”.

Amélia então envolveu Frederico em um abraço e afundou seu rosto em seu peitoral.

— Eu tenho medo, padrezinho. Tenho medo que não possa mais ser útil ao Mártir, ao seu propósito. Mas posso concluir uma coisa: eu não consigo sentir tesão por alguém… — A mulher então  envolveu seus braços por trás da nuca de Frederico. Seus olhos, luxuriosos, fixos nos dele — além de você, meu amor.


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