Dançando com a Morte Brasileira

Autor(a): Dênis Vasconcelos


Volume 1 – Arco 2

Capítulo 145: Não a Reconheço

07:01.

Reação diferente. Mesmo nascidos nesse mundo, não o pertenciam. Poder reduzido, regeneração afetada. Nina deixou-se completamente para os cuidados do irmão, enquanto recuperava-se de forma mais efetiva desmaiada, da tamanha dor que sofreu com o grito que escutou.

Nino sentiu tal dor ao se misturar, mas, devido à dor, não conseguiu relaxar. Passou a noite virado. Deitado. Rosto voltado ao dela. Olhou-a desde que se deitou até se levantar. Confusão. Era muito difícil entender tudo o que absorveu.

Levantou-se bem cedo. Fez panquecas e decidiu fazer linguiças, para lembrar-se da avó. Não muitos minutos depois, Nina acordou, e quando os olhos se abriram, o semblante já não era o sereno do tempo que dormia. Levantou furiosa, pisando pesadamente no chão, indo até o irmão na cozinha.

— Contou pra Alissa?! — exclamou.

Nino nem deu muita atenção. Não olhou-a, somente retirou a frigideira com o café da manhã dela do fogo.

— Se você já sabe de tudo, por que tá me perguntando? — respondeu em um tom mais baixo que o normal. Nina ficou em silêncio por três segundos, mudando sua postura agressiva por perceber que não fazia sentido o que fazia.

— ...Pelo menos ela se mostrou muito confiável.

Nino olhou-a por menos de um segundo, antes de esconder o rosto novamente.

Ahãm... Vou ir mais cedo pra escola hoje, tá?

— Não tem reunião hoje. Alissa te ligou hoje, pedindo algo?

— Não, só vou ir mais cedo mesmo.

— Tá tudo bem?

Olhou-a.

Ahãm. Preparei seu café — respondeu, apontando com o rosto para a frigideira.

— Tendi... Valeu — respondeu com desconfiança, saindo em direção ao banheiro.


— Eu já te tirei do castigo. Por que continua vindo? 

Poucos minutos depois, Nino já se encontrava na sala de Alissa, atrapalhando-a de ler um livro que já namorava há dias. Cara de bunda, rosto à direita. Não mantinha as mãos nos bolsos, mas sim para trás do sobretudo prata.

— Sei lá, não tenho nada pra fazer.

Uhum.

Nino não conseguia encará-la.

Uhum...

Arriscou olhá-la, e viu aquela careta o zoando.

— Que foi?

— Havia chegado uma missão. Mas como era um classificado provisoriamente como Errante 2, não chamei nenhum de vocês.

— Não entendi — respondeu, chegando mais próximo de Alissa, sentada na poltrona e procurando por algo no celular.

— É ali em Bela Vista, faz três minutos que chegou a denúncia. Estava na Rua Avanhadava. Provavelmente não mais. Mas como você tá aqui, caçe ela e só volta quando eliminá-la.

— Tá! — acatou com muito ânimo e desapareceu da sala imediatamente.

Alissa olhou na direção de onde o menino sumiu. Voltou o rosto com preguiça na direção do celular, era manhãzinha e sua noite sofrida à base de vinho e músicas tristes não ajudaram a descarregar. Mas não havia prestado muita atenção. No grupo havia novas mensagens desde então.

Katherine já havia aceitado e enviado seu esquadrão.

Hãm...? BooOOMMnnhh! Uff! Tanto faz — bocejou forte, largou o celular de lado e voltou a ler.


O quarto esquadrão chegou ao local primeiro. A anomalia já havia sido localizada. Era um enorme sapo de cor ciano com uma língua marrom maior ainda. Não conseguia manter aquela coisa gosmenta dentro da boca, dava uma chuva daquele líquido verde viscoso por onde passava arrastando. 

Membros desproporcionais. Patas dianteiras minúsculas, inúteis. Além de uma saindo da testa. Cinco patas traseiras piores ainda. Algumas quebradas de nascença. Somente duas funcionavam, mas uma era torta, sem firmeza alguma. Aquela coisa mal conseguia se manter em pé.

Possuía mais de dezoito olhos ao redor de toda a couraça. Alguns cegos, e outros só fazendo aquela coisa ficar tonta por tantos POVs, ocasionando de vomitar sua gosma que provocava uma coceira venenosa. Não conseguia matar uma pessoa de imediato, mas banhando alguém, não permitindo-o se limpar com água, a vítima coçaria até a morte.

O corpo não ajudava aquela coisa conseguir andar sem capotar, sua maior e mais grossa perna era sua única saída. Conseguia se impulsionar para cima com muita força, voando por muitos metros com facilidade, aterrissando com o apoio da mesma perna para impulsioná-la ainda mais longe.

Fez exatamente isso.

O quarto esquadrão tentava alcançá-la, mas os pulos eram extremamente altos e a mandavam muitos metros para frente. Passaram a R. Santo Antônio e entraram correndo na R. Treze de Maio. A anomalia pulou mais uma vez e avançava centenas de metros pelo céu.

Vinícius desobedeceu Katherine. Tal ordem de sempre se manterem juntos, unidos, em grupo a todo custo parecia balela, ainda mais tendo em vista que estavam atrás de uma anomalia Errante. Acelerou. Treinava mais que os outros. Sua velocidade era superior.

Todos ficaram para trás, embora continuassem correndo na direção.

O impulso chegou ao fim. A anomalia se preparava para aterrissar e sair voando novamente. Na esquina da Praça Dom Orione, um pequeno prédio amarelo tampou a visão do exterminador... e quando passou pelo prédio, Pa-Pah... viu a anomalia dividida em dois cair na Escadaria do Bixiga, sujando degraus com o sangue escorrendo na direção das pequenas árvores com lixeiras do lugar.

Nino olhava com nojo para o ser morto. Tudo que matava o fortalecia. Tudo que matava tomava posse do poder para si. Mas todos os poderes que aquela coisa lhe poderia oferecer eram nojentas. Segurava a espada presenteada por Alissa em sua mão direita. Nem havia sujado-a com tamanha precisão aplicada.

Tchn...

Guardou a lâmina desenhada de volta na bainha em suas costas e virou-se com calma para o humano atrás de si. Rosto neutro, muito diferente do furioso de Vinícius.

— É perigoso ter civis nas ruas com uma anomalia solta. Tome mais cuidado — provocou em voz baixa.

— MAS EU TAMBÉM SOU EXTERMINADOR! — gritou com muita raiva.

Ah... Foi mal, não percebi. Fica difícil diferenciar com esse sobretudo cor de merda — respondeu com o rosto empinado, olhar superior e começou a andar, indo na direção da rua que o quarto esquadrão acabava de chegar.

— ESP... — Vinícius tocou no ombro direito de Nino... e Rag apareceu, encarando o menino mais velho e alto.

Shk-hkh-k-h-hkk-hkh-hkh-k-hk!

Com muito medo, Vinícius se mexeu e seu corpo se dividiu em milhares de pedaços cortados. Nada restou. Nem sangue e nem pavor. Nino continuou andando. Mãos nos bolsos. Os amigos passaram por Nino... não o viram, e nem o menino executado...

Era um sonho acordado.

Vinícius acordou assustado e no chão, observando Nino se afastando cada vez mais.

Vinícius não sabia dos eventos do dia 29/06/2005, o massacre relacionado ao Espada Negra.

Eram poucos que tinham todas as informações que conseguiram reunir na época. Cientistas dos laboratórios secretos, alguns políticos que ajudaram a esconder as informações, Arthur que recebeu mentiras de Katherine e depois Louis contou a verdadeira versão e informações, e Mirlim e Alissa, que contou para Nathaly e Nino depois.

Os membros do terceiro e quarto esquadrão só sabiam que havia acontecido um massacre por uma Calamidade 4 em 2005, sem mais informações além da foto de Blacko sobre o obelisco.

O esquadrão de Vinícius chegou e viu-o no chão. Passaram ao lado de Nino assim como Vinícius viu no sonho acordado. Nino parecia uma sombra e eles não perceberam quem ele era, nem a cor prateada de seu sobretudo.

Passaram correndo, mas Manoela reconheceu o rosto do menino. Virou o rosto na direção, enquanto passava ao lado... mas Nino havia desaparecido.

"Pensei que tinha alguém aqui..." pensou.

Nino, em cima de um prédio afastado, ficou observando-os por um momento.

— Por que estão aqui se eu aceitei a missão?


— Você tá bem? — perguntou Pedro.

— Tô, só escorreguei na baba da anomalia.

— Mas nem tem ba...

Vinícius, não querendo passar vergonha, estendeu a mão para Pedro.

— Ajuda aqui, vai — pediu.

Pedro o ajudou a se levantar.


13:26.

Pausa para lanche. Muitos alunos no refeitório ou aproveitando o Allianz.

Alissa foi chamada à sala dos professores. Tinha noção do que era. Já esperava choro da sua prima. Tentando manter-se paciente, entrou, e ao entrar, encontrou Katherine com uma expressão emburrada.

— Por que Nino foi em uma missão do quarto esquadrão?! — reclamou Katherine, aumentando o tom de voz.

— A culpa é minha. Eu contei a ele sobre a missão, e ele saiu imediatamente. Quando fui confirmar no celular, você já havia aceitado. Como ele não anda com o celular, não pude avisá-lo para voltar. Desculpe. Vou garantir que ele leve o celular a partir de hoje — respondeu Alissa, calmamente.

— DESCULPA?! Querem todos os holofotes para vocês? "O esquadrão mais forte", "o único exterminador da nova geração que matou uma Calamidade"! — Katherine respondeu, muito alterada.

— Eu já pedi desculpas — Alissa começou a perder a paciência. — Pode ficar com o histórico da anomalia. Cometi um erro, mas isso já é suficiente.

— E acha que só isso basta?! Quero que Nino peça desculpas na frente de todos no campo — exclamou.

— Que drama é esse? Por que essa tempestade em copo d'água? Qual é a dificuldade de aceitar minhas desculpas por um erro que eu cometi? Apenas pegar o histórico da missão já paga o erro.

— Não! Vinícius vai desafiá-lo para um duelo. Assim que Vinícius vencer, Nino terá que pedir desculpas pelo que fez.

— Fez o quê? Matar a anomalia que seus alunos incompetentes não conseguiram neutralizar? — Alissa se aproximou do rosto de Katherine. — Se está tão incomodada, por que não duela você e eu?

— Por favor, acalmem-se... — disseram os professores reunidos.

— O quê? — Alissa abriu os braços, desafiando todos. — Querem vir todos contra mim também? Venham todos de uma vez, para poupar meu tempo. — Já não havia mais paciência dentro da mais forte.

— Isso que você está fazendo é ridículo, Katherine! — Katherine olhou para Louis e abaixou a cabeça enquanto ele falava. — Totalmente desnecessário. Apenas aceite as desculpas e atualize o histórico que eu mando para o governo.

— Desculpa... Mas provavelmente Vinícius já desafiou Nino. — Com a cabeça baixa, não esperava que Louis ficasse contra ela.

— Se Nino vencer, você vai pedir desculpas a ele e a Alissa. Se Vinícius ganhar, Nino pede desculpas por ter ofendido sua honra ou seja lá qual for o motivo patético para isso... Que perda de tempo. — Clap! Louis, estressado, bateu uma palma e se teletransportou.

— Você se perdeu... Eu já nem sei mais quem você é. Me odeie à vontade, mas se tentar prejudicar meus filhos, eu acabo com sua vida.

— Gente, vamos nos acalmar — pediu Eric.

— Estou tranquila, Eric, só não sei se Nino vai estar. É melhor chamar uma ambulância; não sei se o Vinícinhu vai ficar bem. — Alissa saiu da sala, mas não bateu a porta em uma atitude infantil. Mostrou-se mais adulta que sua prima doente. 


Enquanto o conflito entre as duas acontecia, Vinícius havia berrado para todos escutarem, seu desafio a Nino, que no momento, tomava café junto de Thales, Samanta, Nina e Nathaly. Arthur jogava bola no Allianz enquanto a merda acontecia, mas a fofoca se espalhou tão rápido que não demorou para tudo na escola parar para ver o que estava rolando. 

— Do nada isso? — respondeu Nino, entediado, ainda sentado em uma mesinha com seus amigos. Vinícius em pé peitando o vendo em sua direção.

— Sim ou não?!

— Tem certeza disso? Nem sei quem é você.

Vinícius se irritou com a indiferença de Nino.

— Vai arregar agora?! Quero mostrar a todos que você é um bosta fraco!

(Nãão... não fala isso.)

— Cala a boca, moleque — Nino se levantou peitando-o. Como era alguns centímetros mais baixo, precisava olhar um tantinho para cima, diretamente nos olhos. — Tá carente? — Ao seu lado, surgiu Louis através do teletransporte.

Ambos olharam o diretor.

— Nino, houve um mal-entendido e foi decidido que será resolvido em um duelo entre você e Vinícius. Se você ganhar, as queixas e qualquer indiferença contra você serão retiradas. Caso perca, terá que pedir desculpas na frente de todos, no campo, para Katherine e o quarto esquadrão.

— Desculpas pelo quê?!

— Pela missão que você "roubou" do quarto esquadrão. Eu acho isso ridículo, mas não quero mais ouvir reclamações. Então, por favor, os dois se dirijam ao campo, onde realizarei o duelo. — Clap! Louis bateu uma palma e desapareceu.

— Povinho carente — comentou Nina, sentada na mesa ao lado de Nino.

— Pra caralho — respondeu Nino, olhando para Vinícius que se afastava olhando-o todo marrentinho.


Toda a escola presente na arquibancada assistindo Louis anunciar com um microfone os participantes do duelo: Vinícius, o desafiante, e Nino, o desafiado. 

A mente de Vinícius ecoava as palavras de Nino, as quais ele não conseguia esquecer:

"'Não me viu chegar? Não me viu chegar?'" pensava, fervendo de raiva. — Vou fazer você engolir essas palavras, seu metido de merda! 

Com o rosto sério e irritado, Vinícius começou a fazer movimentos com os braços, emanando uma aura de fogo cinza de um lado e de gelo do outro. Segurou o cabo da espada em suas costas, e a lâmina brilhou com um fogo azul intenso.

— Magia fogo de cozinha? Tsi... Sério memo? — Nino murmurou para si, com uma voz zombeteira. 

— Preparados?... COMECEM!! 

Crunm!

Vinícius sacou sua espada e avançou rapidamente, causando rachaduras no chão com a força de seu movimento. No entanto, Nino instantaneamente apareceu atrás dele, agarrando a perna com firmeza.

Com um movimento ágil, Nino girou o pulso, fazendo a perna do menino girar, junto ao corpo para não se quebrar. Vinícius nem se viu olhando para o céu, quando o punho de Nino, que soltou a perna, desceu no meio da sua cara.

BAAM!

O nariz quebrou e o jovem ficou semi-inconsciente de imediato. Foi um soco fraco. Nino não queria que Vinícius morresse de imediato. No chão, o Primordial se abaixou, enroscou a mão no cabelo dele e o puxou para cima, forçando-o a encarar seus olhos.

— Calma, princesa, só de olhar para você eu já sinto pena, tão delicadinha... Encha a porra do meu saco de novo, e eu te mato — murmurou, apenas para que ele escutasse e soltou Vinícius, Pah... que bateu sua cabeça no chão novamente.

Enquanto Nino caminhava com as mãos no bolso em direção a uma saída do campo, Louis anunciou o vencedor, e todos aplaudiram o Primordial.

Mas... no meio das palmas, um grito ecoou:

— NÃÃO!!

Vinícius, em um ato de desespero, o sangue do nariz escorrendo até o queixo, lançou uma explosão de fogo azul em direção a Nino, BAUM! que bloqueou o ataque com a mão esquerda que retirou do bolso.

A explosão não o feriu e muito menos esquentou o corpo. O fogo se espalhou atrás dele, formando bolas azuis como se Nino controlasse-as. Sumiram e ele abriu um sorriso esquisito. Nina, na plateia, percebeu que seu irmão estava prestes a passar dos limites.

Exato. O Primordial pulou indo finalizá-lo... Vinícius engasgou com sangue de susto, quando viu Nino surgindo sobre ele.

BAM!... BUUMM!

Antes que o Herdeiro pudesse usar de desculpa o ataque para matar Vinícius, Nina o interceptou no ar com uma voadora, arremessando-o contra uma parede próxima aos assentos do campo.

Caiu entre os escombros, com baba na boca e uma expressão atordoada... forçada.

— A luta já acabou, imbecil — resmungou Nina.

O irmão se levantou, caminhando em direção a ela.

— Precisava disso tudo? — reclamou.

— Alissa falou que é pra você começar a andar com o celular. Tá escondido no meu sangue, depois te entrego — sussurrou com o rosto próximo do irmão. Nino afirmou com um movimento de cabeça.

Os dois ignoraram a frustração de Vinícius e saíram do campo, enquanto os alunos gritavam: "Gêmeos! Gêmeos!". Louis fez o mesmo. Clap! Perder bons minutos onde poderia estar adiantando trabalhos ou coisas importantes para resolver uma briguinha idiota... estresse.

Vinícius recebeu curativos em seu nariz na enfermaria e logo foi enviado para a sala dos professores, onde seu esquadrão, o terceiro, Alissa, Louis e Katherine o esperavam. Os outros professores já haviam voltado para suas respectivas aulas.

Com a cabeça baixa, Katherine pediu desculpas:

— ...Mm-me desculpa! — murmurou, esforçando-se para falar mas falou, com um grito no fim.

— Tanto faz — Nino desdenhou.

Virou-se e caminhou até seu esquadrão, junto de Alissa... que não foi discreta em sua conversa seguinte:

— Bom, eu fiz uma cagada, né? Desculpa. Não me atentei na hora de passar a missão para você. Mas conversei com Louis enquanto vocês vinham, e vou dar umas férias a vocês.

— Férias? — Nathaly perguntou, surpresa... mas desconfiada.

— Sim. Vocês vão para o Rio de Janeiro, com o hotel já pago.

— Tem certeza de que não vai precisar de nós? — perguntou Nathaly, ainda desconfiada.

— Que nada, fiz merda e é minha forma de me redimir. — Alissa olhou para o quarto esquadrão. — E como o quarto esquadrão quer tanto trabalhar, é bom que sobra mais missões para eles.

— Estou ocupado, então venham aqui que vou teletransportar vocês — ordenou Louis, com um semblante incomodado.

Todos se aproximaram do diretor e se despediram de Alissa, que fez um tchauzinho com a mão.

Clap!

Desapareceram.

— Você realmente expulsou todos do Palace? — incomodado, perguntou para tirar sua dúvida logo.

— Tentei alugar todos os quartos, mas não quiseram por ter muitos hóspedes no momento. Então eu comprei o hotel e mandei retirarem e reembolsarem todos os hóspedes para meus alunos terem privacidade e curtirem um hotelzinho 5 estrelas. Bem simples — respondeu como se fosse a coisa mais natural do mundo.

— ...Estamos falando de bilhões?

— Por que está tão interessado no meu dinheiro? — provocou.

— Foi só uma pergunta...

Alissa virou-se, mas antes de sair, completou:

— Só queria ao perto da praia. Atravessando a rua já estão na Praia de Copacabana, andando mais um pouco, chegam na do Leme para se banharem ou fazer o que quiserem por lá. Vou voltar para o meu escritório. Acho que não preciso dizer para não me incomodarem novamente com algo tão fútil, no dia de hoje, correto?

— Correto...

Alissa saiu... e Louis virou-se para Katherine e seu esquadrão.

— Não quero mais reclamações sobre anomalias "roubadas" ou coisas do tipo. Se não quer que outro exterminador mate seu alvo, o elimine mais rápido. Existem civis na maioria dos lugares onde essas coisas aparecem. Ao invés de brigarem por quem matou ou não, protejam os civis. Isso não é uma brincadeira. Há vidas em jogo aqui. Que isso nunca mais se repita. Estamos entendidos?

— Sim, senhor! — respondeu todo o quarto esquadrão.

— Desculpe, senhor, não irá se repetir... — respondeu Katherine, ainda cabisbaixa. Principalmente com o tom diferente na conversa casual de Louis com Alissa. O extremo da forma repreensiva com que foi tratada junto dos alunos.

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