Aelum Brasileira

Autor(a): P. C. Marin


Volume 1

Capítulo 7: Os Soldados de Vermelho

GRIS

 

— Hey, Gris, acorde! — diz Valefar.

Olho para a janela, e o sol mal raiou. Não seria estranho afirmar que ainda é noite.

— Preciso falar com você antes de eu sair.

Ainda estou com sono, porém esfrego o rosto e me espreguiço para ouvir o que o professor tem a dizer. De relance, eu olho para a mesa do quarto e vejo uma vela acesa. Também há papel, caneta e tinta.

— Preste atenção, e não me questione. Escute-me e faça exatamente o que eu vou lhe dizer, está entendendo?

— Estou, professor!

Valefar vai até a mesa e coleta os papeis em que ele escreveu algo, os enrola em uma espécie de canudo, depois pega a vela e despeja a cera sobre a borda do papel. Após isso, pressiona um anel sobre a cera e coleta mais alguns materiais. Então ele retorna até mim e diz:

— Precisarei fazer algo muito importante, e pode ser que eu não consiga voltar. Portanto, se eu não retornar em até sete dias, quebre o selo e leia, siga as instruções que constam ali, mas só leia se eu não voltar, está certo?

— S-sim, professor, eu não vou abrir antes!

— E aqui está uma bolsa com moedas de ouro e algumas pedras preciosas. Com isto você conseguirá se virar por um bom tempo, caso algo aconteça. Tome também este anel, use-o o tempo todo, pois o garoto que tentou te bater ontem é o filho do barão. Se ele, os guardas ou o barão tentarem algo contra você, apenas mostre o anel, e eles não vão criar problemas.

Eu pego a algibeira e o anel, este é prateado, e percebo que nele há o símbolo de uma caveira e uma balança.

— Mas eu não posso usar este anel, professor.

— Apenas use, não me questione, eu disse. Eu ensinei o básico do que você precisa saber para sobreviver neste mundo, mas no papel constam instruções para você encontrar alguém que pode lhe ajudar, caso eu falte.

— Ele poderá te ensinar o restante — continua o professor.— Peça para ele remover este bracelete que você possui quando chegar até ele. Mostre as cartas ao meu amigo, e diga que ele deve um favor a Torv. Diga a ele que meu nome é Torv, porém não diga este nome para mais ninguém além dele, entendeu?

— Entendi, professor.

— Ótimo! Você poderá confiar nele, e o nome deste amigo é Thur. Não se preocupe em esquecer os detalhes, mas lembre-se dos nomes Torv e Thur. O restante estará nas cartas também.

Eu acho que nunca vi o professor tão preocupado e isso tudo é muita coisa para eu lembrar. Espera, o professor disse que pode não voltar? Isso quer dizer que...

— Professor? Está tudo bem?

— Está, garoto, isso tudo é só por precaução, pois é como eu lhe ensinei, temos que nos preparar para tudo. Ah! Quase me esqueço, fique com as duas pedras mágicas que usamos na cabana. Você pode guardá-las ou vendê-las, caso eu não retorne.

— Eu vou devolver em até sete dias, professor.

— Tome aqui a chave do quarto, guarde bem essas coisas que eu lhe dei e deixe tudo trancado. Agora eu preciso ir, portanto obedeça a Cintia: Ela é de confiança.

— Sim, professor.

Sim, professor. Eu já mandei parar de dizer isso —  aduz Valefar, que se abaixa para tentar ficar quase da minha altura, enquanto coloca sua mão sobre minha cabeça.

Ele se levanta, vira as costas e sai do quarto.

Será que eu devo pedir para ir junto e tentar ajudar? Mas ele diz para eu somente escutar e obedecer... Bom, o professor é muito inteligente e forte. Tenho certeza que ele sabe o que está fazendo. Provavelmente eu o atrapalharei se for junto.

Estou um pouco preocupado. Creio que não vou conseguir dormir novamente.

Guardo na mochila os pertences que o professor me entregou, inclusive os papéis, depois escondo tudo embaixo da cama.

Saio do quarto, tranco a porta e me dirijo ao salão da estalagem. Valefar já se foi, mas Cintia começou cedo e está preparando o café para os clientes. O professor diz que deixou as refeições pagas, então devo tomar café.

— Bom dia, Srta. Cintia, já começou a trabalhar cedo assim? Não faz muito tempo que a Srta. fechou o bar.

Ah! Bom dia, meu querido, ficou com tanta saudade que não se aguentou e veio me ver? Eu sempre começo neste horário, pois uma dona de estalagem precisa ser a última a dormir e a primeira a acordar. Além disso, eu tiro um cochilinho depois do almoço para compensar o sono perdido. Hehehe.

— Mas não conte isso a ninguém. É um segredo nosso, ? — diz Cintia em um tom de ameaça velada, na medida em que segura uma faca e a aponta para mim.

— Valefar saiu cedo, então acordei e não consegui mais dormir.

— Você quer dizer o seu pai, não é?

É verdade, acho que eu preciso me referir a ele como pai, pois foi o que ele me disse para fazer. Por um momento, achei que não seria necessário perto da Cintia.

Ah! É... sim, o meu pai.

Cintia demonstra um sorriso malicioso e diz: — Não precisa manter as aparências, Gris, porque eu já sei que ele não é seu pai. Na verdade, aquele irresponsável não deveria ter um filho mesmo. Rum!

Apesar de Cintia dizer estas coisas sobre o professor, é fácil perceber que ela gosta bastante dele e não fala por mal.

— Desculpe por mentir. O Sr. Valefar me pediu para falar isso. É para evitar que perguntem muito sobre o assunto.

— Entendo. Bom, vai demorar um pouco para sair o café, mas quer vir aqui na cozinha e me ajudar?

— Claro! Mas... eu não sei fazer nada que ajude.

— Entre aí, seu bobinho, que eu te ensino, mas primeiro lave a mão ali na bacia, jogue a água lá fora e depois volte aqui.

Cintia me ensina a cortar o pão em fatias menores, pois assim será melhor para distribuir aos clientes, e é o que eu faço. Uma tarefa bem simples, mas é com isso que posso ajudar. Enquanto isso, ela termina de preparar o café.

— Me diz aí, como que é viver dentro da floresta?

Hum... É bem divertido na maioria das vezes, quero dizer, a floresta é bem escura e é difícil de enxergar por conta da neblina. Mas tirando tudo isso e o fato de que não posso conversar, enquanto ando por ela, o restante é bem legal.

Ah é? E o que vocês fazem para passar o tempo lá?

 — Eu gosto de caçar, isto é bem legal. O professor me ensinou um monte de coisa, sobre o comportamento das caças e também dos animais perigosos. Inclusive na parte exterior da floresta eu acho que já conheço todos os tipos de animais, mas...

— Vamos, continue, pois eu estou te ouvindo — diz Cintia que agora para tudo o que faz para me ouvir.

— Mas eu ainda não conheço quase nada do centro da floresta. Somente um pouco do que o professor me falou, e ele diz que o fluxo é muito forte lá e que isso cria bestas perigosas. Do mesmo modo, parece também que os vaga-lumes lá são infinitos, e são tantos que algumas árvores parecem feitas de luz.

— Deve ser bem bonito, mas é uma pena que as bestas não deixam a gente chegar tão perto para ver.

— Sim, mas um dia eu quero ir lá, e eu gostaria de conhecer as bestas. O professor me falou que eles pagam bem para caçadores de bestas e demônios, e quem sabe eu possa ser um.

Eu nunca me senti tão bem para falar com alguém sobre estas coisas, nem mesmo com o professor. Por que será que eu me sinto tão à vontade para falar com a Srta. Cintia?

— Eu não gostaria que um menino tão bom quanto você se tornasse um caçador de bestas, pois é uma profissão bem perigosa. A maioria morre bem cedo tentando, mas se é o seu sonho... só treine bastante, e se prepare muito bem para isso.

— Pode deixar, Srta. Cintia, um dia eu serei um caçador de bestas e estarei bem preparado. Depois eu virei aqui para lhe contar os detalhes, enquanto tomo uma cerveja, igual o professor. Hehehe.

Com isso, os clientes começam a acordar e sentar às mesas. Dentre eles, há comerciantes, alguns religiosos e cidadãos. Porém, o que me chama a atenção são alguns soldados que acabam de entrar na estalagem pela porta principal.

São soldados que vestem roupas vermelhas, sem armadura, mas a forma de andar, se comportar e os brasões de espadas nos seus braços, eu já os vi antes.

Além disso, eles são todos ruivos, sem dúvidas são das montanhas vermelhas, de Galantur. Não é comum estarem nestas terras pelo que o professor ensinou, pois Galantur é um estado vassalo do Império, mas eles defendem as montanhas vermelhas e não Lumínia.

Não é como se fosse ocorrer uma guerra por conta disso, afinal Galantur é outra província que está sob a soberania do império. Só é estranho que eles tenham vindo até aqui.

— Bom dia, senhores soldados. Procuram algum criminoso por estas terras? — diz Cintia aos soldados vermelhos.

Obrigado, Cintia, você é a melhor, pois eu também estou curioso.

— Sim, Senhora...

— Cintia.

— Sim, Sra. Cintia, aqui está o decreto da Condessa Loise de Vermilion, e não é exatamente um bandido, haja vista que Sua Excelência na verdade procura por um... — O Soldado parece envergonhado ao dizer o que procura e, por isso, termina em baixo som: — animal de estimação.

— Desculpe, pois eu não escutei. Estão procurando o quê? — pergunta Cintia.

Tenho certeza que ela entendeu, mas acho que a Srta. Cintia está torturando os soldados. Eu tampo minha boca com as mãos para eles não me escutarem rindo.

— É um animal de estimação, Senhora! — repete o soldado, mas agora em alto som.

— Entendo, será que alguém foi estupido o suficiente para roubar o animal de estimação da condessa? E que animal é esse? Talvez possamos ajudar.

— Trata-se de uma raposa vermelha: é uma raposa de fogo. Há uma recompensa de 200 peças de ouros imperiais, se encontrada viva, ou 50; se morta. A recompensa se estende àqueles que souberem qualquer informação que resulte encontrarmos o animal — aduz o soldado, em alto som, para que todos escutem.

Poderia ser a raposa que me pediu ajuda? Seria ruim se ela fosse pega, pois talvez eu nunca mais tenha a chance de a encontrar e saber mais sobre meu passado.

— Que coisa inusitada. Eu particularmente não vi este tipo de animal, pois é certo que, se o visse, me lembraria: É um ser que se destaca bastante. — Cintia fala isso, enquanto aponta o dedo indicador ao próprio queixo e inclina sua cabeça. — Mas caso eu veja ou escute algum cliente que viu, os avisarei. Se quiserem, podem colar um cartaz no quadro da estalagem, logo ali, pois a recompensa deve chamar a atenção das pessoas.

— Muito obrigado, minha Sra. O Condado de Galantur agradece a sua cooperação.

— Por nada, aproveitem e tomem um café aqui. Creio que estejam com fome, e devem ter chegado de viagem recentemente, não é mesmo?

Ah! Claro... soldados, vamos descansar e comer aqui!

— Sim, sargento! — respondem os outros três homens de roupas vermelhas.

— Gostariam de reservar quartos?

— Não, Sra., pois estamos acampados nas proximidades do Rio Reluzente, tendo em vista que precisamos fazer buscas durante a noite também, e o número de soldados é um pouco grande para entrarmos em Lumínia. O barão não nos autorizou a entrar por conta da quantidade, portanto viemos aqui tão somente para colar cartazes de recompensa e coletar informações a respeito do animal que procuramos.

— É compreensível, afinal apesar do condado ser aliado, um número de soldados vizinhos tão grande, dentro da cidade, poderia preocupar os moradores — diz Cintia.

— De fato, o barão é um homem sábio, e a decisão dele foi correta. Não questionamos isso.

— Deve ser um animal de muita importância para a Sua Excelência, para mobilizar tantos de vocês.

— É verdade. A condessa tem muita estima pelo animal e deseja recuperá-lo rapidamente. Muito obrigado pela ajuda — responde o soldado, o qual vira as costas e se dirige à mesa com os demais.

— Por nada, passe bem.

Sorte que eu ainda estava na cozinha, ou eles poderiam ter notado que eu sabia de algo pela minha reação. Mas, assim que os soldados se afastam, Cintia me observa e parece perceber algo. Ela se aproxima de mim, abaixa-se e diz:

— Acho que seria melhor você tomar café no seu quarto, verdade? Pode ir lá que eu levo a comida.

— Sim, eu vou, Srta. Cintia — digo em baixo som.

Já acabei de comer há bastante tempo, mas eu não sei ainda se posso sair. Na verdade, eu deveria, pois não estão atrás de mim e sim da raposa. Eu queria tentar avisá-la, mas eu não sei onde ela está e, se eu fizer isso, pode ser que alguém me veja e terei muitos problemas.

Toc, toc! Alguém bate à porta, será que é a Cintia?

— Pode sair, Gris, só eu estou aqui.

Eu destranco e abro a porta, mas, antes que eu tenha a oportunidade de falar algo, Cintia diz:

— Você gosta de cavalos?

Por essa, eu não esperava. É tão repentino que não consigo sequer responder.

—  Bom, você vai aprender a gostar.

Antes que eu consiga entender o que está acontecendo, Cintia pega minha mão, coloca uma escova bem rústica nela e continua:

— Hoje você vai aprender a escovar cavalos. Agora sinta-se alegre e me acompanhe.

Sem muitas opções, o que eu posso fazer é seguir a Srta. Cintia.

Passo pelo salão e realmente ninguém está mais aqui, mas vejo que há um cartaz novo no quadro. De fato, os soldados realmente o colocaram. Queria ler, mas preciso seguir a Srta. Cintia, pois ela continua a me guiar pela mão.

Passo pela porta de saída, agora vejo que não há nuvens no céu e o sol está agradável. Viro à esquerda e sigo ao estábulo.

— O estábulo também é seu, Srta. Cintia?

— É sim. Era do meu pai e ele deixou para mim.

— E para aonde ele foi?

— Ele morreu. Foi por uma doença chamada de chagas.

Creio que não deveria ter perguntado.

— Sinto muito.

— Não tem problema, pois isso já foi há bastante tempo, mas hoje não viemos aqui para falar de coisas antigas, e sim para escovar cavalos. Você se lembra? Muahahaha. — Cintia dá uma gargalhada vilanesca de uma forma exagerada.

— Deve dar bastante trabalho cuidar da estalagem e dos estábulos ao mesmo tempo.

— Na realidade, eu tenho um empregado, que trabalha aqui. Porém eu disse para ele tirar o dia de folga, pois hoje você vai trabalhar em seu lugar. Hehe.

Eu me sinto enganado, mas não é de todo ruim, pois parece que será divertido, afinal.

— Pois bem, não há muito segredo. Você precisa pegar a escova e escovar, simples assim, não é? — diz a Srta. Cintia, que espera para ver a minha reação, contudo depois continua:

— Brincadeira, você vai ter que tomar cuidado para não escovar forte demais, pois o animal pode não gostar. Além disso, escove sempre no sentido do pelo e nunca ao contrário. Comece fraco, que ele vai acostumar com você, e vá escovando mais forte gradativamente para desembaraçar o pelo e remover a sujeira. Fazemos isto para ficarem limpos e melhorar a saúde da pele e dos pelos. Eles gostam, pois é como uma boa massagem — Cintia diz isso, enquanto demonstra em um cavalo marrom.

— Agora comece pela égua branca ali: o nome dela é Neve. A Neve é a mais mansinha de todas, mas não passe por trás dela, porque ela pode se assustar. Aliás, nunca fique nas costas de nenhum cavalo, pois, se você levar um coice, eu vou precisar juntar seus restos com uma pá e entregar ao Vitor depois.

Que medo!

Eu vou até a égua, subo em um banquinho e começo a escovar. Vejo que ela contrai a pele das costas de uma forma estranha que eu nunca havia visto: é engraçado.

Ela bateu com a cauda em mim!

— Acho que ela te confundiu com uma mosca e tentou te espantar! — diz Cintia em tom de deboche. — Mas pode continuar, pois é normal ela fazer isso enquanto você escova. Fique de olho se ela tem algum machucado ou inseto preso nela. Se houver um carrapato, ele vai parecer...  hum..., ele vai parecer um tipo de verruga estranha. É um inseto com uma bolsa grande, se vir algo assim me chame.

— É difícil montar em um cavalo?

— Não, não é muito não, e eu posso te ensinar, se você quiser. Mas não hoje, pois tenho que ficar de olho na estalagem. Porém, amanhã é o dia que eu pago alguém para cuidar de lá, aí poderemos sair, e eu poderei te ensinar.

— Não vai te atrapalhar? Afinal é seu dia de folga.

— Claro que não, pois eu adoro cavalgar e não seria nada mal sair em um encontro com um garoto charmoso como você.

Charmoso? Não conheço esta palavra, mas estou com vergonha de perguntar e ela achar que eu sou burro ou algo do tipo.

Passamos a manhã toda conversando e escovando os cavalos. Depois voltamos para almoçar. Cintia preparou o almoço na estalagem, serviu aos clientes, comemos e, por fim, ela tirou seu cochilo. Então era verdade!

Depois voltamos e terminamos de cuidar dos cavalos, enquanto ela explicava mais detalhes sobre eles e como cuidar bem dos animais.

Cintia parece gostar muito do que faz, e eu espero ser como ela um dia e trabalhar com algo que eu goste. Creio que será caçando animais ou algo assim.

Enfim terminamos, e são aproximadamente uns vinte cavalos. Cintia deve ser muito rica por ter tantos.

Já é bem tarde, e começa a escurecer.

— E então, Gris, você conheceu alguma garota no Vilarejo? Você já está na idade de namorar, e deve haver alguma candidata, não é?

Do que ela está falando?

— Bem eu, ahm... eu brinquei de pega-pega com umas crianças ontem, tinha uma garota chamada Laura. Ela fala bastante, mas ela é bem legal. Eu queria brincar mais, porém o professor disse que não posso.

— Não era bem isso que eu tinha perguntado, mas tudo bem — diz Cintia com uma cara de decepção. — Ela é bonita, a Laura?

Ahm... É, eu acho que é sim.

— Muito interessante, pois mal chegou e já conheceu uma garota bonita. Veja se não vai arrasar o coração da pobrezinha.

É um pouco difícil de entender a Cintia às vezes. Não é como se eu quisesse machucar ninguém.

— Na verdade, eu tenho uma amiga que é quase da sua idade e ela queria falar com você. Ela também é bem linda e tenho certeza que vocês se dariam bem — diz Cintia.

— Essa tal amiga não seria eu, verdade? O que eu faria com um moleque ranhento desses?

Eu já ouvi essa voz antes. Olho para a origem dela e vejo... a raposa!

— Já sabe, se tentar gritar, vai cair duro no chão de novo! — diz a raposa vermelha, com os olhos que brilham enquanto fala.

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