A Voz das Estrelas Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 3 – Parte 3

Capítulo 75: Além do Tempo

“Agora posso entender...”, conforme a mente clareava, a energia condensada envolvia seu corpo. “Você fez isso pra me proteger, não foi?”

À frente da posição elevada, encontrou todos os principais responsáveis por levá-lo ao incogitável despertar.

Sentia bastante dor localizada na face, inchada de hematomas e recheada de sangue que escapou de boca e nariz.

No entanto, pôde enxergar muito bem aqueles que se encontravam no pátio hospitalar, tomado pela luz alabastrina a irradiar de sua testa.

“Por isso... eu devo te salvar”, foi a determinação derradeira, responsável por devolvê-lo ao solo. O cintilar do símbolo que representava a Constelação da Águia cessou.

Um sorriso brotou na face de Alice Crowley, ainda eufórica graças a sucessão de socos que causaram as feridas no rosto do rapaz.

Cerrou o punho machucado de tanto bater nele, no intuito de controlar as emoções abrasantes, incumbidas de tomarem seu peito.

— Finalmente...!

O murmúrio foi escutado somente por si, dado o estado de choque encarregado de derrubar os sentidos das meninas no chão.

Embora livres da pressão exercida anteriormente pelo Áster Gravitacional, Bianca e Helen não moviam um músculo.

Ambas encaravam o Marcado de Altair, que devolvia o favor, através de sobrancelhas arriadas.

Ele queria muito falar algo, mas não se sentia no direito, passado tanto tempo imerso no estado de estagnação pessoal.

As garotas, que muito se esforçaram para cuidar dele nesse longo período, também não encontraram palavras a fim de comemorarem, ou então só o receberem.

Suas bocas situavam-se abertas, mas a tremulação desenfreada trazia um nó na garganta, a ponto de impedir que qualquer resquício vocal escapasse.

Restou, portanto, o silêncio.

Perdurante no curso de uma pungente jornada, os levou até ali, incapazes de entoarem as próprias emoções uns para os outros.

Guardadas a tanto tempo, a surgirem através de fracos estímulos, ainda havia o processamento devido em prol de serem reveladas.

Mas mesmo se desejassem seguir por esse caminho, o destino jamais os ofereceria a harmonia necessária.

Ruídos guturais tomaram conta da taciturnidade, chamando a atenção dos marcados erguidos.

Eles olharam na mesma direção, o muro alto que separava a região hospitalar interna do estacionamento na ala exterior.

— Então... esses são os degenerados? — mussitou o rapaz, ao semicerrar as vistas carregadas.

— Precisamente. — Quem respondeu foi Lúcifer, quieto e imóvel desde a súbita aparição da jovem desconhecida; agora ele estava de pé, encarando o monstro acima da construção. — Agora que despertou, muitos devem vir aqui. Precisamos cuidar dos que vierem nos impedir e fugirmos, antes que algo pior ocorra.

As garotas, apesar de incrédulas, puderam notar a repentina mudança no enigmático.

Sempre soturno, tornou-se tão falante a ponto de entoar uma resposta arrastada de repente, coisa que nem nas discussões anteriores à jornada de recuperação do garoto ocorreu.

— Você deve ter escutado bastantes informações que discutimos, mesmo naquele estado vegetativo. Então, isso me livra de precisar explicar mais uma vez...

— Sim... — desabafou cansado, à medida que novos degenerados surgiam nos arredores. Então, olhou para a desconhecida em paralelo. — E ‘cê me machucou bem. Ainda quer criar confusão?

— Oh, não, não! Aquilo pelo visto foi suficiente. Aliás, minha mão ‘tá doendo demais, aceite a responsabilidade por isso! — Chacoalhou a mão avermelhada de tantas colisões. — Eu só fiz o que fiz acreditando que esse impacto ia funcionar... Eu não pretendo ser inimiga de vocês! Vou ajudar aqui.

Alice caminhou alguns passos, até tomar a dianteira da situação. Respirou fundo, concentrou-se — ciente do cansaço em vista da cabeça latejando de dor — e buscou tomar o controle forçado da própria habilidade.

Do abdômen, o fulgor branco-azulado reacendeu por todo o símbolo da Constelação de Virgem.

Sabia que não poderia extrapolar, pois manteve a utilização durante um período maior com relação ao planejado.

Seria o bastante, contudo, no objetivo de começar a abrir o caminho do escape.

— Vamos! — O grito do esguio serviu não só como guia, mas a favor do despertar necessário às garotas paralisadas.

Enfim cientes do perigo, as duas assentiram consigo e se levantaram do asfalto.

Enquanto enxugavam as lágrimas, acompanharam a proliferação da força fundamental originada pela Marcada de Spica, responsável por derrubar a grande maioria dos seres de trevas.

Foi a deixa para que todos começassem a correr. Um pouco trôpegas, as garotas foram ganhando equilíbrio a cada avanço, no limite da adrenalina.

Norman os acompanhou, seguido da própria Alice, que pôde relaxar no uso da gravidade.

Com os degenerados derrubados, todos saíram pelo portão da frente, o quão rápidos conseguiam ser.

Na liderança do trajeto, Lúcifer criou uma esfera luminosa sobre a palma dominante, a fim de destruir algum inimigo que surgisse de pé à frente do grupo.

Norman ainda estava um bocado perplexo, em virtude da experiência mental e do baque físico sofrido pelos punhos da nova marcada, mas procurou se concentrar nos flancos.

A qualquer instante, usufruiria da Telecinesia, já em vista de diversas oportunidades nos arredores — como latas de lixo, bancos e até automóveis e postes de luz.

Quanto menos precisasse subir os degraus das possibilidades, melhor seria.

Contudo, focou-se em defender, majoritariamente, as duas companheiras que desproviam de capacidade para lutar.

A aglomeração real dos degenerados ficou na entrada do hospital, portanto, puderam despistá-los em pouco tempo, após atravessarem alguns quarteirões no mesmo compasso.

As garotas perderam todo o fôlego e levaram as mãos aos joelhos, de torso arqueado, em busca de oxigênio.

O rapaz também foi acometido pelo intenso desgaste, visto o tempo que levou sem se movimentar — agradeceu mentalmente às duas cuidadoras, que nunca deixaram de lhe fazer alongar durante todo esse tempo.

Lúcifer virou a esquina e avaliou o perímetro, unido à Marcada de Spica, os únicos que não pareciam sentir a fadiga da maratona desesperada.

Ao constatarem a ausência de outros monstros, ofereceram alguns segundos a favor da recuperação gradativa dos afetados.

Sem esperar, Norman experimentou uma corrente elétrica chacoalhar seu corpo, por dentro e por fora.

Arregalou as vistas ao ser tomado pela dor lancinante e cambaleou alguns passos desorientados.

Todos levaram a atenção a sua reação estranha, até que soltou um fraco gemido e tombou para trás.

Ao cair de costas no asfalto, ainda pôde ouvir alguns gritos exasperados das meninas ofegantes e identificá-las o tateando sobre peito e braços.

Com o avanço arrastado dos segundos, os sentidos esvaneceram e se tornaram escuridão... a exemplo da visão, que, por último, fitou o céu pouco estrelado daquela noite de primavera.

Vagarosamente a luz retomou o espaço. Na pacífica sensação da brisa fresca, o jovem voltou a abrir os olhos.

Encontrou o teto já conhecido, portanto logo percebeu estar deitado na própria cama.

As cortinas quase transparentes oscilavam em volta da janela aberta. Os raios solares invadiam o silente recinto.

Coberto dos pés ao peito, apenas identificou um membro acima do lençol: o braço canhoto, de onde uma corrente calorosa o percorria, com origem no palmo descansado sobre o peito.

Desceu o olhar até ele, agarrado pelos dedos gentis da Marcada de Deneb.

Boquiaberta perante o segundo despertar do rapaz, seus olhos marejaram, prestes a derramarem lágrimas de novo.

Entretanto, teve capacidade de controlar os sentimentos à flor da pele, na projeção do bonito sorriso, tão radiante quando a luz do sol.

— Bom dia, maninho...

A voz dela enfim foi escutada; a recepção que ele precisava, a fim de largar todo o mártir de outrora.

Sem palavras num primeiro momento, empenhou-se a levantar o tronco, sentando-se no colchão aconchegante. Não largou a mão dela nem por um segundo.

Depois de algum tempo em introspecção, a ponto de perceber os curativos acumulados em diversas áreas da face, abaixou a cabeça na direção dos joelhos e mussitou:

— Me desculpa... — Apertou as vistas, na iminência de expulsar toda a sensação calorosa que subiu o rosto. — Eu fiz vocês passarem por tudo isso por puro medo e egoísmo. Eu não queria voltar, porque não conseguia me lembrar... porque queria evitar tudo sozinho.

Bianca balançou a cabeça para os lados e, ao enfim soltar a palma dele, o afagou num abraço gentil.

A mão esquerda lhe contornou a cabeça, de modo a deitá-la sobre seu peito. Em seguida, começou a acariciá-la, através de repetitivos movimentos que iam de cima à baixo.

— A gente não se arrependeu em nenhum momento — cochichou no pé do ouvido. — Sabíamos que um dia você voltaria pra nós... pra mim. Fico muito feliz que tenha encontrado uma nova luz, maninho!

Experimentando a leve tremulação dela se apossar de seu corpo, Norman devolveu o gesto de carinho, envolvendo-a nos braços — também com alguns curativos.

— Você realmente cresceu bastante, Bianca... — exasperou na projeção de um leve sorriso.

Ali permaneceram, durante um bom período, observados pelo casal de passarinhos acima dos cabos de energia que conectavam os postes por todo o quarteirão.

Com alguma ajuda da menina, levantou-se da cama e pôde, pela primeira vez desde três anos, caminhar para fora do quarto por conta própria.

Atravessou o corredor principal, foi ao banheiro e cuidou dos ferimentos — ainda doloridos nas áreas roxas.

Após trocar os curativos, desceu as escadarias no lento compasso guiado pela garotinha.

No andar inferior, recebeu um turbilhão de nostalgia ao conferir que nada havia sido modificado em seus menores detalhes.

Encarou a mesa abaixo da televisão, a qual passou assistindo em grande parcela dos dias de estagnação.

O porta-retrato permanecia intocado, mostrando uma das poucas lembranças que tinha de seus pais e irmão.

Perdeu alguns segundos em observação à imagem, resumida àquela gravação adquirida por uma câmera fotográfica.

Fechou as vistas e executou uma rápida prece a eles.

O desejo de voltar a visitá-los no cemitério aumentou — embora já tivesse feito isso há pouco, durante a jornada de recuperação.

— Finalmente acordou. — A voz masculina chamou a atenção da dupla. — Como se sente?

O marcado o encarou, de pé e encostado na parede que dividia a sala e a passagem à cozinha.

Do sofá, Helen se levantou, inquieta. Caminhou a passos apressados até o amigo, para então o abraçar com força.

Ele sentiu um pouco de dor, mas sequer teve coragem para reclamar. Aceitou o novo gesto de afago em silêncio, conforme recebia toda a carga emocional suportada por tanto tempo.

O choro veio à medida que os soluços ganharam intensidade. A face enrubescida afundou sobre seu ombro.

Em seguida, encarou a outra garota, repousada no singular assento acolchoado.

Diante da postura confortável, que tinha uma perna cruzada acima da outra e braços descansados nos apoios laterais, o rapaz estreitou a linha de visão sem pudor.

— Olá! — Alice levou os dedos a pentearem a onda frontal do curto cabelo de luzes azul-escuras. — Foi mal pelo rosto. Sabe, me deixei levar pelo instante que te vi tão deplorável naquela cadeira de rodas.

— Quem é você, afinal? — Quem perguntou foi a Marcada de Deneb, uma das mãos apertadas sobre o peito.

— A gente já se apresentou, né?... — Também semicerrou os olhos âmbar, deliberando certa frieza contra a garotinha.

Helen sentiu o mesmo arrepio e corrupiou-se pela metade.

— Você disse que “ouviu tudo” quando estava falando sobre o estado dele.

— Oh, então lembrou disso? — Torceu uma sobrancelha e alargou o sorriso arteiro.

— Creio que isso deve explicar o motivo de ter nos perseguido, não foi? — Helen afiou o olhar, recebendo a frieza da nova marcada de volta. — Eu sempre fui muito próxima dele e nunca te vi. E nem ele parece te conhecer. Então, como você conhece ele e por quê disse tudo aqui?...

Após um breve momento de silêncio, Alice exalou uma lamentação rápida ao fechar os olhos.

— Não quero.

— Hã? — Helen quebrou a cara, tanto quanto Norman e Bianca.

— Não ‘tô com vontade de contar agora. — Sorriu com triunfo, quase causando um piripaque nas garotas. — De todo modo, o objetivo foi alcançado, né? E eu já disse que vou ajudar, então é melhor a gente falar do que interessa...

Ao encarar o esguio em paralelo, esse soltou um profundo exaspero e decidiu seguir com a indicação da marcada.

Descruzou os braços, afastou as costas da parede e assumiu uma postura ereta.

— Ela tem razão. Conseguimos recuperar Norman Miller. Agora, devemos prosseguir com o objetivo primordial... — Estendeu a palma esquerda, de onde uma esfera luminosa surgiu. — A entropia deste universo continua a crescer sem controle algum. Esta Era Degenerada encontra-se próxima do fim... o grande congelamento está a um curto caminho de ser concretizado.

— E então, senhor mistério? — Crowley descruzou as pernas, no intuito de mudar a posição delas ao cruzá-las de novo; também levou os braços sobre a cabeceira do assento. — Tem algum plano para interromper essa loucura?

— Ainda possuímos dois dias, antes que a situação comece a ficar crítica, sendo obviamente refletida neste mundo. — Fechou a mão, fazendo esvanecer a energia alva. Então, delegou o foco das vistas noturnas ao rapaz adiante. — Antes de explicar o que devemos fazer, preciso confirmar... Normal Miller. Qual o seu desejo?

À indagação de Lúcifer, o jovem cacheado abaixou a cabeça, adquirindo um novo espaço corporal com o afastamento de Helen.

Inevitavelmente, remeteu às experiências mentais, antes de despertar.

Descobrir uma nova razão para retornar, a exemplo daquela que o manteve aprisionado na escuridão, o ofereceu um novo Norte o qual deveria seguir.

A despeito de todas as questões preocupantes, como a proliferação dos degenerados e a sequência decisiva para a morte térmica do universo, carregava somente uma vontade no peito.

Ao erguer a cabeça de volta, contraiu-se em seriedade, a fim de lhe dirigir a resposta cravada no coração:

— Quero ver Layla mais uma vez. — Cerrou os punhos com veemência no tom de voz. — Vou salvar ela.

Frente as palavras de determinação, o homem de coque esboçou um tênue sorriso de canto, que logo escondeu ao juntar os cílios.

— Pois bem... prosseguiremos durante o próximo amanhecer.

Deu a volta e caminhou em direção à saída do recinto, sem oferecer maiores explicações.

Após o som do bater da porta invadir a região, a quietude voltou a tomar conta.

— Se é isso, então eu também me retiro! — A Marcada de Spica se levantou da poltrona e pegou o mesmo itinerário do soturno. — Até mais!

Novamente, o ranger da estrutura metálica precedeu o ruído causado pela colisão com as bordas da passagem retangular.

Helen e Bianca voltaram as atenções ao Marcado de Altair, introspectivo após a breve discussão. O que aconteceria a partir daquele ponto, nenhum dos três fazia ideia.

A noite caiu e, pela primeira vez desde o fim daquela trajetória fulminante, o Marcado de Altair podia fitar o céu estrelado.

Percebeu algumas ausências características, passado o período longínquo onde ficou trancafiado na mente de trevas; era o sinal do fim dos tempos.

Da janela do quarto, experimentou os cachos bagunçados menearem no compasso da brisa fria. As memórias dos eventos passados regrediam aos poucos.

A face dela, antes borrada por riscos negros, agora surgia tão clara quanto a lua cheia no topo do céu.

Levou os dedos indicador e médio aos lábios, no ápice das lembranças de dois instantes bem específicos. Sentia saudades como jamais imaginou.

O calor residia ali e atravessava o restante do rosto, na base da tonalidade enrubescida.

O coração palpitou mais forte, levando uma dor estranha pelo restante dos membros. Desejava agarrá-la e nunca mais soltar. Mas estava longe...

Restou a ele o exaspero, pronunciado por um forte suspiro contra o vento. Deveria conviver com aquela agonia até encontrá-la novamente.

Não fazia ideia sobre como poderia alcançar tal possibilidade, em vista do desaparecimento de todos os indivíduos envolvidos no conflito decisivo.

 De certo aquele homem possuía algum meio. Embora curioso quanto a natureza daquele indivíduo, buscou foco absoluto na aspiração desencadeada pelos sentimentos calorosos.

— Você ‘tá bem? — O mussito de Bianca o chamou a atenção, postada de pé com as mãos unidas atrás do torso.

Norman esboçou um fraco sorriso ao perceber a segunda presença, bem no encalço da marcada; a universitária, que esboçava leve inquietação no semblante boquiaberto.

Na sequência da resposta, transmitida por um aceno positivo de cabeça, fitou a face empalidecida da garota de cabelo e olhos castanhos.

Identificou certa estranheza provinda de sua postura, como desviar a atenção de soslaio e apertar as mãos de unhas feitas contra as palmas, a ponto de marcá-las em um ínfimo aprofundamento.

Defronte tamanha indefinição, tampouco o jovem marcado conseguia se expressa da devida maneira.

— Você vai atrás dela, não é? — A voz dela, sussurrada, o surpreendeu. Agora fixada em seus olhos esverdeados. — Vai se arriscar de novo... depois de tudo que passou. Já não é o bastante?

O Marcado de Altair franziu o cenho, carregado de melancolia na feição. Virou o rosto e observou a abóbada, tão distante que sua palma mal poderia preencher a escuridão.

— Eu preciso. — Sua resposta fez as vistas dela esgazearem. — Assim como queriam retribuir o fato de eu ter salvado vocês... também preciso fazer isso com ela. Afinal, foi ela que me salvou... várias vezes.

Retornaram, em maior destaque, todos os instantes citados por suas poucas palavras.

O primeiro conflito no hospital, a batalha contra o Marcado de Regulus e o Marcado de Sirius... isso tudo além de outros pequenos fragmentos, não tão diretos em comparação aos primeiros da lista.

Inclusive, por último, o instante revelado do acidente que matou seus pais e lhe induziu a ser um marcado.

Embora a garota tomasse toda a culpabilidade pela sequência de ocorridos, ainda assim, Norman conseguia pensar com o outro lado da moeda.

No fim, só estava vivo por causa dela.

Nada mudaria esse fato. Nada e nem ninguém seria capaz de arrancar tal definição de sua cabeça...

— E se... eu disser que não quero? — Helen encontrou dificuldades em prol de entoar, muito pelo embargo na voz e a faceta encabulada. — Não quero que você... passe por tudo isso de novo.

Bianca pegou-se espantada diante de tais afirmativas, afinal, a aliada sequer tinha exprimido a opinião pessoal concreta quanto o retorno do rapaz.

Somente deixou a decisão em suas mãos, na iminência de reprimir as verdadeiras emoções.

E Norman podia entender isso.

Portanto, lhe direcionou um olhar cabisbaixo.

— Desculpa...

Embora esperasse a resposta negativa, a universitária não foi apta a segurar o desenfreado turbilhão lancinante, a tomá-la o corpo aos poucos.

Pressionou os lábios, inclinou a cabeça até enxergar os próprios pés e apertou as vistas, prestes a se fecharem em profunda agonia.

— Eu preciso acabar com isso — procedeu na mesma entonação. — Eu fui escolhido pra isso...

“Não é... Layla?”

À pergunta definitiva, sobrou conservá-la dentro das incontáveis divagações encarregadas de apossá-lo após o retorno.

Na linha de visão das relutantes companheiras, levou a mão dominante sobre o peitoril de ferro da janela e o apertou, escondido pelo torso parcialmente virado à paisagem exterior.

Duas promessas tinham sido concebidas ali, naquele exato lugar.

Agora, era o momento de realizar a terceira e última.

Ninguém além dele e das estrelas poderia desvendar.   

Opa, tudo bem? Muito obrigado por ler mais um capítulo de A Voz das Estrelas, espero que ainda esteja curtindo a leitura e a história! 

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