Velho Mestre Brasileira

Autor(a): Lion

Revisão: Bczeulli e Delongas


Volume 3

Capítulo 95: Do grego: στρατηγική.

Dentro do escritório, Tyler conheceu mais cinco homens, eles eram guardas da mais alta confiança mandados pelo rei Otaviano. Junto com Noeru entrou Jaques o homem que teve a noiva desaparecida.

“Bom, vamos começar.” Tyler se levantou e olhou fundo nos olhos de cada um. “Em primeiro lugar eu quero que durante o tempo em que estivermos fazendo essa missão só nos chamemos por números, eu serei o N°1 e você o 2, 3, 4...” Tyler nomeou também mais os outros sete homens na sala.

“Não preciso dizer que tudo o que nós fizermos hoje será segredo, vocês não poderão falar disso nem hoje e nem amanhã, será algo que levaremos para o túmulo.” Tyler fez questão de frisar essa última parte.

“Meu príncipe, não precisa se preocupar. Suas ordens são leis!” O homem que agora era o N°2 disse.

“Obrigado.” Tyler agradeceu e ficou secretamente impressionado com o nível de dedicação que esses homens tinham. “N°7 (Noeru) você arranjou a casa que eu pedi?”

“Sim, é onde os irmãos enviados pelo rei estão instalados, ela é distante e discreta, assim como o mestre pediu.” Noeru respondeu.

Aquela casa hoje viraria um cativeiro, Tyler já tinha feito seus planos há muito tempo. “Então deixe-me mostrar-lhes alguns brinquedinhos!”

Tyler sorriu e abriu uma grande mala contendo vários gadgets. Tinha de tudo, rádios, lanternas, microfones direcionais, algemas, armas de choque e etc.

Com todos vestidos de preto e encapuzados, eles seguiram até a estalagem onde os homens do Reino Central se hospedariam. Dois deles ficaram na entrada da cidade e avisariam por rádio quando eles entrassem.

Já era noite quando a equipe tomou seus postos, mas mesmo assim ainda demorou duas horas para que os alvos chegassem.

Tyler e os homens esperaram tranquilamente o primeiro alvo sair, mas estranhamente não foi nenhum dos alvos principais. Quem saiu foi um dos guardas que os escoltava.

Ele não era uma pessoa prioritária para a missão, contudo Tyler sentiu seus pelos se eriçarem e decidiu seguir aquele homem.

Deixando dois ainda vigiando a estalagem os 4 homens restantes seguiram de longe.

Andando por uma série de vielas desconhecidas até mesmo por Tyler, eles viram uma cena que fez o sangue de Tyler ferver.

Aquele homem do Reino Central estava se encontrando com um dos guardas da cidade!

Tyler pegou o microfone direcional e apontou para onde os dois estavam, mesmo que fosse uma distância de uns 80 metros, graças ao microfone era possível os escutar com facilidade.

“Tem certeza que eu vou ficar seguro?” O guarda perguntou.

“Mas é claro, o príncipe em pessoa garantiu isso!”

“Aquele dinheiro ainda está de pé?” O guarda quis saber.

“É claro, as 2.000 moedas de ouro serão suas, aqui tem 500, o chefe Amom vai lhe dar o resto quando você trouxer a arma e se juntar a nós.” O homem do Reino Central riu e jogou o saco com as moedas.

“Já basta, n°6 vem comigo!” Tyler chamou o homem que o acompanhava.

Movendo-se rápido pelas sombras ele chegou perto o suficiente para que ninguém o percebesse.

“Agora você vai ver seu quinta coluna!” Tyler estava com muita raiva desse guarda traidor, ele sacou a taser.

“O q… Ahhhh!!!” Levado pelo choque o homem ficou rígido e caiu se tremendo no chão.

“Mas o quê?” O guarda do Reino Central foi pego de surpresa e tentou sacar sua espada, mas foi apenas um gesto inútil.

Tyler estava no limite da sua irritabilidade, depois de imobilizar os dois ele pegou um sedativo de cavalo que ele tinha comprado no mercado negro e aplicou. “Pronto, agora a carne já está amaciada.”

Em pouco tempo nº 6 trouxe uma carroça e ajudou Tyler a levar os dois homens desacordados.

 

***

 

Em uma casa distante, dois homens conheciam bem de perto as novas e diferentes técnicas de “conversa” trazidas por Tyler.

Embora Tyler nunca tenha feito isso, ele sabia como fazer, ele era médico e ex-militar. Ele sabia como extrair o máximo de dor sem muito esforço e também como brincar com a mente deles.

“Onde eu estou?” O guarda do Reino Central perguntou quando acordou.

Ele se encontrou amarrado nu em uma cadeira, havia uma luz potente em seu rosto o impedindo de ver qualquer coisa além daquele clarão.

“Você está entre amigos.” Tyler disse sem se mostrar.

“Amigos uma merda, quem é você?” Ele quis saber, mesmo amarrado era óbvio que esse homem não poderia ter a mente quebrada tão facilmente.

“Por favor, vamos manter uma conversa educada.” Tyler soou baixo, sua voz estava totalmente neutra e mantinha-se completamente imutável. Isso só aumentava o medo da sua presa.

Tyler deu um soco forte no estômago dele, arrancando-lhe todo ar.

* Tosse * Tosse * “Você não sabe com quem está lidando, eu nunca vou falar nada!” O soldado começou a rir.

“Bom, vai ser um desafio.” Tyler sabia que esse homem era um soldado de elite de qualquer tipo que existisse no Reino Central. “Que tal isso?” Tyler usou a arma de choque.

“Ahhhh!!!” O homem gritou assustado.

É claro que um choque de uma arma dessas dói, mas não é algo que normalmente faria um homem desse porte gritar. O que estava fazendo o trabalho ali era a própria mente dele. Sabe quantas pessoas conhecem a sensação de levar um choque?

Neste mundo somente aqueles que levaram um raio podem dizer como se parece ter a eletricidade correndo pelo corpo.

“Ahhh!!!” O soldado gritou. “Que magia é essa?”

“Uma magia muito poderosa!” Tyler riu e ativou o taser na frente dos olhos dele.

O arco elétrico feito pelo aparelho fez com que as pupilas do homem se contraíssem, agora ele estava assustado de todas as maneiras.

“O que vocês queriam subornando o guarda da cidade?” Tyler perguntou.

“Eu nunca vo…. Ahhhh!”

Tyler interrompeu a ladainha com outro choque. “Eu vou perguntar novamente, o que vocês queriam subornando o guarda da cidade?”

“Vão à merda...” O soldado tentou ser resoluto, contudo já era palpável sentir sua mente desmoronar.

“Mais uma vez.” Tyler soava baixo e inflexível.

“Ahhh…”

“Ahhh…”

“Ahhh...” Choque após choque o soldado caía em uma mistura de medo e desespero.

Tyler viu que era apenas uma questão de tempo até o soldado abrir o bico, mas tempo era uma coisa que ele não tinha. “Vamos acelerar o trabalho.” Tyler foi buscar algo que não queria usar.

O pentatol de sódio, também conhecido como soro da verdade. Era a arma secreta de Tyler, esse remédio é um sedativo muito poderoso e ao contrário da crença popular ele não obriga as pessoas a falarem apenas a verdade. Na verdade, ele faz com que a vítima entre em um estado onde as suas barreiras mentais fiquem muito mais brandas, ela vai responder muito mais facilmente a tudo que lhe perguntarem e como ela está em um estado “frágil” da mente, mentir se torna muito mais complicado.

Mentir requer muito empenho, para o cérebro mentir é tão complicado quanto fazer um cálculo matemático, sendo assim a pessoa decide ir para a via de menos dificuldade, ou seja, a verdade.

É claro que para alguém treinado pode ser contornado com facilidade, mas quem aqui era treinado?

Tyler injetou o soro e esperou. O homem começou a ficar zonzo, adquirindo uma aparência bêbada.

“Quem lhe deu o dinheiro para subornar o soldado.” Tyler perguntou, todavia ele também usou uma poderosa técnica de interrogatório agora.

Tyler perguntou quem deu o dinheiro a ele. Era como se ele já soubesse da razão, era como se ele já estivesse a par da situação e apenas perguntasse um detalhe banal.

“Foi o mestre Amom.” O soldado respondeu grogue.

“O guarda que se vendeu tinha mais algum amigo?” Tyler quis saber.

“Não, ele estava só.”

“Depois que vocês o levassem, fariam o que com ele?”

“Mataríamos ele no caminho e ficaríamos só com a arma.” Ele respondeu.

‘É claro.’ Tyler quase deu um pulo quando percebeu as intenções do grupo.

“Quando o mestre Amom planejou isso tudo?” Tyler queria retirar cada informação que existia.

“Não foi o mestre Amom quem planejou, foi o príncipe Mesek junto com o príncipe Tórus, eles não ficaram nada satisfeitos quando o senhor da cidade negou as armas a eles.” O soldado confessou.

‘Puta merda, eles são príncipes do Reino Central?’ Tyler ficou de queixo caído, isso complicava um pouco as coisas.

“Para onde vocês levaram a moça chamada Helena?” Tyler jogou o verde, essa era a última coisa que ele precisava para concluir essa fase.

“Depois que os dois mestres se cansaram dela ela foi jogada perto da fronteira.”

Tyler ficou puto de raiva e quase saiu do sério ali mesmo. “Ela está viva?” Ele fez sua última pergunta.

“Não sei, ela foi espancada e depois jogada na beira da estrada, do jeito que estava não teria sobrevivido por muito tempo sozinha.” O soldado confessou.

Agora Tyler sabia de tudo, os dois jovens eram filhos do rei. Isso explicava toda a arrogância e prepotência com que eles falavam com Tyler, também explicava o motivo deles terem desobedecido uma lei e levarem uma mulher embora como se não fosse nada.

Eles eram filhos do homem mais poderoso desse continente, as leis não se aplicavam a eles. É por isso que eles não eram julgados por seus crimes.

É uma pena que hoje Tyler era o juiz, júri e carrasco!

“Obrigado, agora espere pelos outros.” Tyler socou forte no rosto do soldado desacordando-o. “Agora vamos para o traidor.”

Em outra sala estava o guarda da cidade que havia se vendido.

O homem havia acordado nu e amarrado da mesma forma que o outro, mas ao contrário do outro ninguém foi falar com ele.

Ele ficou ali, preso. Apenas escutando os gritos de dor esporádicos de outra pessoa em uma sala distante.

“Olá guarda Plavus.” Tyler o chamou pelo nome, Noeru e Jaques já tinham reconhecido ele.

“Mestre, é você? Eu reconheço a sua voz, por favor me perdoe! Eu fui fraco!” Plavus gritou.

“N°02, amacie a carne para mim.” Tyler pediu ao líder dos homens enviados.

Ele sabia muito bem o que fazer. Com socos poderosos ele começou uma boa dose de pancadaria.

Existe uma certa arte em torturar uma pessoa, você deve bater em lugares onde terá muita dor sem muito dano físico, afinal manter a vítima acordada e viva é um princípio básico.

Tyler não perguntou nada. Depois de mais 10 minutos de porrada, Tyler perguntou. “Qual dos guardas estava com você?”

“Nenhum, eu juro.” O homem chorou.

“Nº02, traz o cabo de vassoura aí para mim!” Tyler rugiu. “Isso vai acabar logo!”

 

***

 

“Não existe mais nenhum guarda envolvido?” Noeru perguntou depois de ver a obra de arte que Tyler havia feito.

“Parece que não.” Tyler respondeu.

“E o que fazemos agora?” Vamos pegar o resto deles e terminar o serviço.

“Mestre, o Nº01, o Nº06 e o Nº05 informam que a carruagem dos alvos está abandonando a cidade!” Um dos homens falou em tom urgente.

“Bom, isso vai deixar tudo mais fácil!” Tyler riu.



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