Velho Mestre Brasileira

Autor(a): Lion

Revisão: Bczeulli


Volume 3

Capítulo 71: Planejando a noite da pizza.

Tyler estava atualmente comprando gelo seco para conservar os picolés que ele estava levando. Ele tinha colocado um freezer bem grande e o transportava num reboque.

Ele estava pronto para atravessar o portal quando olhou ao redor, seu armazém estava cada dia mais cheio, os produtos importados começavam a chegar da China e dos outros países. As camionetes e as armaduras também estavam sendo entregues, Tyler estava ansioso para se exibir com sua armadura hi-tec.

 

***

 

“É bom ter o senhor de volta!” Noeru cumprimentou Tyler na entrada da cidade.

“É bom estar de volta, como andam as obras?” Tyler quis saber.

“Vão bem, muitos ferreiros de fora estão vindo para cá, nossa cidade já é conhecida por ter ótimos produtos de ferro, muitos terrenos foram vendidos para comerciantes que querem estabelecer seus comércios aqui, também há alguns pedidos de poços de outros nobres, mas eu não estou inteiramente a par disso, se o senhor quiser saber melhor tem que perguntar sobre isso a Thoran.”

“Entendo, e a ordem pública?”

“Alguns ladrões querendo se aproveitar da fartura, mas nada mais grave aconteceu.” Noeru respondeu orgulhoso, cuidar da segurança era prioridade dele e desde que Tyler tinha dado aquele exemplo cruel, muitas pessoas com ideias más repensaram duas vezes antes de colocá-las em prática.

Tyler deixou o carro nos portões e foi olhar a cidade nova, ela fervilhava de pessoas, carroças e mercadorias. Ele ficou secretamente orgulhoso de tudo isso, era notável no semblante das pessoas que elas estavam felizes.

“A beleza do capitalismo.” Tyler sorriu feliz.

Por onde ele passava era bem recebido, era comum as pessoas se curvarem mostrando respeito ao senhor da cidade. No início ele até estranhou, mas agora nem ligava tanto. Andando mais um pouco ele viu uma cena que o fez se sentir realmente grato pelo trabalho que estava fazendo nessa cidade.

No último poço que havia construído, quase uma dúzia de crianças estavam tomando banho e brincando na água.

“Ei vocês, parem já com isso.” Um guarda gritou.

As crianças assustadas tentaram correr, mas uma delas foi agarrada pelo guarda.

“Nem pense em fugir.” Ele ergueu a mão para bater.

Ah!!! Antes da mão descer sobre a criança alguém o deteve.

“Ei você, nem pense em fazer isso!” Tyler gritou.

“Quem é… ah, mestre!” O guarda exclamou surpreso.

“O que acha que está fazendo?”

“Estou apenas mantendo a ordem, essas crianças estão estragando a água.” Ele tentou se explicar.

“Agradeço o seu trabalho, contudo eu não vejo problemas nisso, apenas deixe elas fazerem o que quiserem.”

“Sim, como o mestre manda.” O guarda respondeu triste.

“Você ouviu isso?” As crianças sussurraram umas com as outras.

“Sim, ele é um mestre bondoso.”

“Oba, vamos voltar a brincar na água!”

Em pouco tempo havia duas ou três vezes mais crianças dentro da fonte.

“Mestre, o senhor retornou.” Thoran tinha ouvido a notícia que Tyler voltou e veio recebê-lo.

“Por pouco tempo, tenho que ir para a capital ainda hoje.” Tyler respondeu.

“Compreendo, o mestre quer que eu prepare algo para sua partida?” Thoran perguntou.

“Não, vamos apenas conversar um pouco enquanto eu leio o último relatório.”

 

***

 

Os dois homens estavam sentados no gabinete do senhor da cidade, Tyler lia o relatório enquanto Thoran falava as principais notícias.

“Outros nobres souberam da oferta do mestre em fazer poços, já temos mais de quinze pedidos.”

“É mesmo?” Tyler ficou surpreso, ele nem tinha oferecido isso abertamente, no entanto era uma boa oportunidade de ganhar dinheiro e fazer laços com outros nobres. “Anote os nomes deles para que eu possa entrar em contato com todos na capital.”

“Sim.” Thoran já tinha adivinhado o pedido e pegado uma folha onde tinha separado não só o nome do nobre que enviou o pedido de compra do poço, mas também havia um pequeno dossiê com o nome do nobre, cidade ou cidades sobre sua jurisdição, principal fonte de renda e aliados conhecidos.

Toc toc.

“Entre.” Tyler falou sem tirar os olhos do papel.

Uma das criadas trazia uma bandeja com chá.

Era a menina? Tyler ficou confuso, é claro que estando na casa do senhor da cidade ela também ajudaria nas tarefas domésticas.

Ele ficou olhando para a garota que parecia bem melhor, sua pele ainda era pálida como um papel, mas tudo nela tinha um ar de vitalidade e saúde, ele poderia até jurar que ela tinha crescido uns dois ou três centímetros. Depois de servi-los ela foi embora. 

Tyler decidiu partir, felizmente os relatórios eram somente positivos, e diziam que ele ficava cada dia mais rico.

“Separe 20% do valor que entrar nesse mês e comece a fazer algumas casas para os novos cidadãos. Diga-lhes que eles podem pagar aos poucos com trabalho.”

“Sim, eu farei.” Thoran não ficou surpreso com essa ordem, na verdade ele já sabia que isso aconteceria, Tyler já havia separado um local para essas construções na cidade nova.

 

***

 

Três dias depois, Tyler finalmente chegava a capital do reino. Em dois dias seria outra prova dada pelo rei.

Na primeira vez que veio de carro, tinha chamado muita atenção e até alguma confusão com os guardas do portão, agora só chamava atenção mesmo.

Todos reconheciam aquela estranha carruagem de longe e mesmo que ele tenha vindo com carros de modelos variados, todos já sabiam que essa era uma das carruagens que o estranho nobre da cidade de Mil guiava.

Sem perder muito tempo ele foi até a casa dos sábios, essa instituição agora era quase como uma segunda casa de Tyler.

“Mestre Tyler, é bom vê-lo, eu estava me perguntando quando o senhor chegaria.” Macal veio falar com Tyler assim que ele parou o carro.

“É bom te ver também.” Tyler cumprimentou.

De todos os lugares onde Tyler era “bem recebido”, a casa dos sábios era onde isso acontecia com uma maior intensidade, talvez fosse pelo fato de ser um local para os amantes do conhecimento ou porque ele tinha mostrado mais dos seus atributos.

Dentro daquela instituição ele era tido como uma entidade que superava todo o senso comum, suas palavras eram lei.

“Eu estava querendo dar um jantar para todos os nobres que estão no reino, sabe onde posso arranjar um local que acomode a todos?” Tyler perguntou a Macal.

“Quer dar um jantar?” Macal estava confuso.

“Sim, eu queria fazer uma pequena confraternização, preciso me enturmar com o resto da nobreza.” Ele explicou.

“Se é assim, eu teria o maior prazer em ceder minha casa.” Macal sugeriu.

“Já que somos amigos, eu vou aceitar. Ah, eu já ía me esquecendo, tenho um remédio feito com lirana.” Tyler tirou uma caixa e mostrou os comprimidos.

“Como você conseguiu?” Macal tinha a boca aberta, ele mais do que ninguém sabia o quão difícil era encontrar essa planta, por muitas vezes ele tentou comprar do lorde Thar.

“O filho do lorde Thar veio até minha casa e nós fizemos alguns negócios, essa planta foi dada como um sinal de amizade.” Ele respondeu.

“É magnífico, essa planta por si só é capaz de curar quase todas as doenças e com o método do mestre em fazer comprimidos, só aumenta o poder medicinal.” Macal elogiava enquanto acariciava a caixa.

Involuntariamente, Tyler se lembrou do motivo dele ter feito esses comprimidos, era uma pena que ele não tivesse a chance de usá-los.

Macal despachou algumas pessoas tanto para convidar os nobres quanto para fazer os preparativos.

“Na sua casa tem um forno grande?” Tyler perguntou de repente.

“Eu tenho um que uso para secar ervas, serve?”

“Não sei, tenho que olhar.” Tyler respondeu.

“O mestre quer um forno para quê?” Macal quis saber.

“Pizza!”

“Pizza?” Ele nunca tinha escutado essa palavra antes.

“É uma comida maravilhosa, se o forno servir eu faço hoje mesmo.”

“O mestre é do tipo que cozinha?”

Vendo a reação de Macal, Tyler soube que para ele um nobre que faz o mesmo trabalho que os criados não era visto com bons olhos, essa questão devia ser de alguma forma cultural, afinal em uma época de desigualdade social tão grande apenas os servos faziam trabalhos manuais.

Tyler correlacionou isso com as pessoas de pele mais escura na ásia. Quando no ocidente temos a pele bronzeada como um aspecto de saúde e beleza, no oriente as pessoas de pele praticamente pálidas são o padrão máximo de beleza, não por questão racial, mas sim por questão social, na era feudal quem tinha a pele mais escura era porque passava muito tempo debaixo do sol, ou seja, era um agricultor, já quem tinha a pele muito branca era rico e não precisava trabalhar debaixo do sol.

 

***

 

“Sim, vai servir.” Tyler falou depois de inspecionar o forno.

Pensando bem, ele tinha cometido um pequeno deslize em seus planejamentos. Os fornos não eram tão simples de se achar, e mesmo se ele fosse fazer um agora demoraria muito tempo para ficar pronto. Sorte dele que Macal tinha um.

Para testar o forno ele fez uma pizza simples de mussarela.

“Oh céus, isso é de longe a melhor coisa que eu já comi!” O grande mestre da ervas medicinais tinha se rendido.

“Acho que isso é o acompanhante perfeito!”

Tsss!

Tyler abriu uma lata de coca bem gelada e entregou.

Sentindo aquela sensação estranha de formigamento na garganta pela primeira vez ele ficou assustado, mas pouco depois de se acostumar ele adorou, era gelado e doce, e não se parecia em nada com que ja provou na vida.

“Mestre Newman, eu creio que esse jantar será lembrado por muitos anos.” Macal falou com uma admiração ardente nos olhos.

“Que bom, esse é o meu objetivo.” Tyler soltou um sorriso.

Ele tinha trago os principais ingredientes, mas algumas folhas, carnes e frutas ele mandou alguns servos recolher. Para a noite, o menu já estava montado, pizza de diversos sabores, refrigerantes de cola, laranja, uva e limão; e de sobremesa picolés.

‘Eu sou um gênio!’ Tyler pensou consigo mesmo.



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