Velho Mestre Brasileira

Autor(a): Lion

Revisão: Bczeulli


Volume 3

Capítulo 55: O filme proibido.

 

 

Tyler tinha acabado essa viagem e estava retornando para casa, suas compras tinham sido muito proveitosas, ele checaria como as coisas estavam indo com as empresas fantasmas e depois atravessaria o portal.

 

Ele comprou alguns drones de vigilância e mapeamento muito modernos, eles eram do tipo asa fixa. O termo asa fixa na aeronáutica se refere aos aviões em geral, aqueles que têm asas e elas são as responsáveis para manter a sustentação da aeronave no ar, já os de asa rotativa não, ou não depende inteiramente de asas para manter a sustentação da aeronave no ar, a força de sustentação vem dos rotores que deslocam o ar para baixo enquanto impulsionam a aeronave para cima.

 

Enfim, os drones que Tyler comprara, embora até pudessem ser usados no mundo militar, não eram indicados pois não tinha um alto nível de criptografia. Isso em termos mais simples queria dizer que poderiam ser facilmente hackeados!

 

A comunicação do controle com o drone era via rádio, se alguém usasse esse equipamento contra uma força inimiga que tivesse um mínimo de recursos… bem, apenas vamos dizer que seria trabalho perdido.

 

Tyler seguia um ditado militar clássico, para cada missão no campo de batalha. Existe uma ferramenta ideal! Ele tinha planejado fazer um mapeamento preciso daquele mundo, poder visualizar as movimentações de tropas inimigas ou até desastres naturais.

Os requisitos eram grande autonomia de voo, câmeras poderosas e voar a uma elevada altitude! Os drones pequenos movidos a bateria não eram suficientes, além de não poderem levar uma câmera tão poderosa capaz de filmar a quilômetros de distância ou passar horas voando sem parar. Na verdade os modelos comprados por Tyler eram pequenos aviões movidos a gasolina, até seu controle era bastante complexo, normalmente você veria um controle normal, igual aqueles de carrinhos de controle remoto com um celular encaixado.

 

No entanto, esses vinham com uma grande maleta metálica que possuía um grande monitor e vários controles diferentes, uns eram para a própria aeronave, outros para a câmera e outros para o compartimento de carga.

É claro que nada disso saia barato, o preço poderia ser bem maior que um carro de luxo! Havia até uma adaptação para se pôr em um furgão, essa era indicada para quando um drone fosse se distanciar centenas de quilômetros do controlador, pois era preciso colocar uma antena para retransmitir o sinal do controle remoto.

 

Dito isso, Tyler pediu somente duas coisas que eram consideradas “personalizadas” uma eram câmeras com a melhor definição possível e de preferência, térmicas, para poder filmar a noite, e a segunda era independência total do uso de satélites, os satélites eram essenciais para o voo de vários modelos diferentes, eles não só davam várias funções de voo, como eram a peça fundamental na estabilização, os giroscópios internos ajustam constantemente os parâmetros de voo, não deixando a aeronave instável. Ele pediu a substituição dessas peças por outras 100% independentes de satélites.

Tyler também estava muito feliz com a compra dos painéis solares e dos geradores eólicos, comprou uma quantidade realmente considerável deles, tanto que se as estimativas dele estivessem corretas daria para suprir 300 mil habitantes, todavia esse cálculo é muito maior se você contar que lá ninguém vai ter aparelhos elétricos, todos eles serão levados por Tyler. O principal uso da energia elétrica será para alimentar as indústrias que ele pensa em construir, somente quando os alicerces estiverem bem formados ele poderia levar a energia para as pessoas comuns, por enquanto ela seria considerada um recurso estratégico.

 

“Então Calie, gostou da viagem?” Tyler quis saber.

 

“Sim, eu queria agradecer de coração pela gentileza, eu sei que o senhor não precisava fazer nada disso por mim, eu realmente sou grata!” As palavras sairão do fundo do coração da jovem.

 

“Eu achei que já havíamos parado com essa história de senhor, mas deixando de lado, isso não era grande coisa e não se esqueça que você me ajudou muito também.”

 

“Desculpe-me pelo senhor, contudo eu tenho que dizer que amei cada local que pude visitar, foi realmente muito bom para mim, eu quase...” Calie estava falando, mas no meio da frase se interrompeu.

 

“Quase esqueceu dos problemas?” Tyler disse.

 

“…” ela balançou a cabeça confirmando.

 

“Eu sou uma pessoa ruim?” Calie perguntou enquanto olhava perdida pela janela.

 

“Ruim?” Tyler franziu o rosto. “Não entendi.”

 

“Sabe, por um momento eu me esqueci dos meus problemas, mas eu sei que não devia, minha mãe está doente. Você não faz ideia do quanto ela já fez por mim, os sacrifícios que ela fez…”

 

 Calie deixou morrer alguns tons em sua voz enquanto falava. “Eu acho que sou uma péssima filha, eu me esqueci dela.”

 

“Vocês são muito próximas, é algo bonito de se ver, mas posso te perguntar uma coisa?”

 

“Sim.” Ela respondeu distante.

 

“Você acha mesmo que ela ficaria triste em te ver feliz? Você se sentiria triste se ela tivesse um dia feliz e sem nenhuma preocupação?” Tyler perguntou.

 

“É claro que não!” Ela foi enérgica.

 

“Eu acho que o mesmo vale para ela. Quando você vê alguém que gosta muito feliz, você não tem outro sentimento a não ser felicidade, conte para ela. Eu acho que ela vai achar muito bom esses dias de sossego que você teve.”

 

“Será, por que eu estou em dúvidas?” Ela se questionou.

 

“Eu acho que deve ser o fato de que você talvez queira que sua mãe passe pelo mesmo, talvez você queira que ela tenha um dia sem preocupações.” Ele respondeu.

 

“Tem razão.” Ela disse depois de sair daqueles pensamentos tristes.

 

 “Obrigada, eu realmente agradeço por tudo que tem feito.”

 

“De novo? Eu já ouvi da primeira vez.” Tyler disse sorrindo.

 

“Sim, de novo obrigada.”

 

“De nada, agora me faça um bom café da manhã, pois eu quero pilotar o avião depois!” Tyler brincou.

 

***

 

Quando Tyler chegou ao Texas já era noite, mas mesmo assim, ele decidiu ir dar uma nos garotos antes de ir para casa.

 

Assim que entrou na empresa ele já pode ouvir uma discussão.

 

“Já é a terceira vez que eu encontro essa merda nos arquivos!” Um garoto gritou alto.

 

“Que diabos. Eu já não falei que esse câncer não vai!”

 

“Mas é uma parte importante da nossa cultura!” Uma voz aflita falou.

 

Parece que Shift, o gordinho e mais jovem do grupo tinha feito algo que ninguém gostou.

 

“O que está acontecendo?” Tyler disse quando entrou na sala.

 

Todos estavam reunidos em um círculo, interrogando o pobre coitado.

 

“Ah, olá vovô Ty, só estamos resolvendo um pequeno probleminha aqui, nada demais.” Night Up falou.

 

“Sim, mas qual o motivo?” Ele quis saber, Tyler tinha de evitar o máximo de desavenças possível entre os garotos.

 

“Shift tem um péssimo hábito de colocar arquivos um tanto quanto duvidosos dentro das nossas pastas!”

 

 Byte que era o segundo mais velho falou.

 

Tyler gelou. “Arquivos duvidosos?” Ele sabia muito bem que se houvesse um vírus poderoso dentro dos arquivos, isso poderia arruinar todo o trabalho feito. 

 

“Um vírus?”

 

“Não, ele só tem o costume de botar a desgraça de um certo filme nos arquivos toda vez?”

 

“Um filme, que filme é esse?” Tyler ficou curioso, que tipo de filme seria tão ruim para deixar todos tão furiosos assim?

 

“Nem queira saber, acredite! Todos que viram aquela merda se arrependeram de tão errado que aquela coisa é!” Byte disse.

 

Tyler olhou para a tela do computador e começou a ler o nome do arquivo. “Boku no...”

 

“Não!!!” Os outros três gritaram juntos.

 

 “Por favor vovô Tyler, nem diga o nome dessa coisa, acredite em nós essa coisa é muito ruim ninguém deveria ver!”

 

Ouvindo o apelo dos rapazes Tyler deixou de lado, parecia que era verdade mesmo, pois eles tinha expressões sombrias nos rosto, como se estivessem lembrando de algo trágico que lhes acontecera.

 

“Certo, porém se isso é tão ruim assim, não deixem arquivos como esse no nosso servidor!” Tyler disse.

 

“Certo, já entendemos!” Os garotos responderam.

 

“Doente!” Night Up disse enquanto dava um tapa bem forte na cabeça do pobre gordinho.

 

“Como vão as coisas?” Tyler quis mudar de assunto.

 

“Vão bem, a RH storage está indo muito bem, eu queria falar com o senhor sobre algumas propostas que estamos recebendo!”

 

“Propostas, de que tipo?” Tyler ficou curioso.

 

“Algumas empresas viram como a nossa caverna é segura, e quando descobriram sobre o contrato de confidencialidade que oferecemos. Muitas delas vieram como um enxame!”

 

“Sabem quais são essas empresas?” Ele quis saber.

 

“R2-D2 pesquisou, elas são subsidiárias de outras empresas, todas elas ligadas ao meio militar.”

 

“Companhias militares?”

 

“Sim, pelo que R2-D2 disse, isso é uma prática muito comum para firmas desse tipo, como o senhor sabe cada estado tem uma lei diferente sobre armas de fogo, e isso interfere muito em como elas são armazenadas, o Texas é um dos menos rigorosos quando se trata disso. Muitos fabricantes escolhem aqui para guardar suas mercadorias, e como temos um contrato de confidencialidade, ajuda muito em não levantar suspeitas.”

 

“Entendo, isso é ótimo. Pode aprovar todas.”

 

Tyler não quis nem saber quais eram as coisas que essas empresas guardariam lá, mas uma vez que a caverna se fechasse seria tudo dele. Ele já tinha planejado dar esse calote desde que teve a ideia.

 

“Mais alguma coisa?”

 

“Alguns bancos estão oferecendo linhas de crédito para as nossas empresas.”

 

Isso era ótimo, a maior verdade que existe sobre empréstimos bancários é a seguinte, se você não precisa dele os bancos te dão e se você não tem dinheiro eles não dão!

 

As empresas de Tyler eram as de melhor tipo para os abutres financeiros, elas eram novas, tinham muito capital e um ritmo de crescimento altíssimo.

 

“Certo, vamos cuidar disso amanhã cedo, vamos arrancar todo o dinheiro deles!”

 

Não era que ele estava sem capital para o projeto, contudo todo dinheiro era bem-vindo, ainda mais aqueles que imploravam para serem pegos. Ele estava pouco se lixando para os bancos, essas instituições financeiras eram, no ponto de vista dele, más e se aproveitavam da desgraça alheia.

 

Ele lembrava muito bem da última crise econômica quando milhões de americanos ficaram sem dinheiro para suas hipotecas e foram despejados sem nenhuma dó.

 

‘Talvez seja a hora de dar o troco.’ Ele pensou.

 



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