Velho Mestre Brasileira

Autor(a): Lion

Revisão: Bczeulli e Koto Tenske


Volume 3

Capítulo 33: A fada e a ninfa!

— Maya… — Tyler escutou a doce voz da fada saindo pelos alto-falantes do seu celular.

— O meu é Tyler, é um prazer conhecê-la. — Tyler esticou o dedo e ela agarrou cumprimentando.

— Humm… — Tyler podia ver ela se contorcendo um pouco e se coçando.

— Há algo errado? — Ele perguntou.

— Minhas asas. — Ela falou enquanto tentava alcançar a parte de trás do vestido.

— Oh... me desculpe. — De repente Tyler percebeu que não tinha feito um buraco para as asas no vestido.

— Espere um pouco. — Ele disse enquanto gentilmente abria com uma tesoura os buracos para a saída das asas.

Aliviada com a sensação de liberdade a pequena fada voou pela barraca. — Muito melhor, obrigada. — Ela falou alegre.

— Ainda me sinto mal pelas suas roupas, coma mais um pouco se quiser. — Tyler passou a vasilha de frutas para perto dela.

— Haaa! — Ela deu um gritinho de alegria e voou para a tigela mergulhando nas frutas, parece que antes ela estava comendo menos com medo de ser pega ou algo assim, pois em pouco tempo Tyler viu como ela devorou tudo em sua minúscula barriguinha, ele podia ver uma leve protuberância em seu vestido, parecia até uma grávida.

Mesmo com a barriga esticada as contas não pareciam corretas, não era possível que toda aquela comida coubesse. Foram duas tigelas ao todo. Sem falar na energia que essas frutas davam, nem Tyler era capaz de comer duas vezes aquela porção!

Enfim satisfeita Maya estava deitada de forma bastante relaxada na vasilha, apenas seus pezinhos estavam do lado de fora.

— Como você consegue comer tanto? — Tyler perguntou curioso enquanto colocava o microfone perto dela.

— Não sei, todas as fadas comem assim. Quem te ensinou a falar a língua das fadas?

— Língua das fadas, estamos falando em outra língua? — Tyler ficou muito surpreso, mas pensando melhor, até outros idiomas da terra que ele não falava antes agora ele era um fluente perfeito!

— Eu consegui um pergaminho mágico e desde então posso falar qualquer língua.

— Você é um mago? — Ela perguntou curiosa.

— Não. — Tyler balançou a cabeça.

— Mas e tudo isso, e essa comida? — Ela parecia confusa enquanto acenava para a barraca e o telefone.

— Eu sou um tipo de artesão especial, posso fazer coisas melhores que elfos ou anões.

Ahhh... e como chegou tão longe dentro da floresta?

— Eu apenas tive sorte. — Tyler deu os ombros. — Como você me achou?

— Eu vim ver minha amiga Isis.

— Você tem uma amiga aqui perto? — Tyler ficou curioso.

— Sim, ela é uma hidríade. Ela mora nessa lagoa. — A menina respondeu com um sorriso.

— Uma hidríade? Você quer dizer uma ninfa d’água??!! — Tyler ficou super curioso.

— Sim, isso mesmo.

— Eu posso vê-la? — Tyler perguntou.

— Ela nunca se mostrou a nenhum humano,... mas você parece ser bom, vou chamá-la.

Os dois saíram da barraca, a pequena ruiva voou e ficou nos ombros de Tyler, bem próximo ao seu ouvido.

Quando chegaram à beira da lagoa a pequenina chamou sua amiga.

— Isis, venha para fora, ele é um velhinho bonzinho!

Tyler só pode rir com essa observação infame.

Em pouco tempo ele pode ver um turbilhão de água se mexendo, contudo não viu o que mexia. Uma pequena onda movimentava-se da outra extremidade do lago até a margem onde eles estavam.

— Ho, ela vem mesmo! — A menininha gritou alegre.

Agora que ela estava tão perto de seu ouvido Tyler podia escutá-la com relativa facilidade.

De repente um jato translúcido saltou para fora, Tyler deu dois passos para trás com um susto, mas logo parou quando percebeu o que era aquilo.

— Olá. — disse uma bela moça transparente, a ninfa tinha o corpo de uma bela mulher, sua altura era algo em torno de 1,50m, tudo nela era inteiramente feito de água, seu rosto, braços e pernas eram estáticos como vidro, contudo seus cabelos e vestido tinha um aspecto tremulante come se fosse feito de água corrente.

— Olá… — Tyler respondeu boquiaberto.

A fada voou para a ninfa e a abraçou, parecia que as duas eram grandes amigas.

— Como conseguiu vir até a minha fonte humano?

Tyler pode ver uma pitada de curiosidade na voz da ninfa.

— Eu vi esse lago de cima, então vim pela mata até ele! — Ele apenas apontou para cima.

— Eu sou um tipo de artesão, fiz uma pequena máquina que pode fazer pinturas sozinho. Quando vi a pintura deste lago achei que seria um bom local para fazer uma base, e depois me aventurar mais adentro da floresta.

— Uma máquina voadora? Que faz pintura sozinha?? — A ninfa questionou muito curiosa.

Um ponto que só agora Tyler tinha se dado conta era que essas duas garotas não tiveram medo ou aquela incredulidade que as pessoas tinham quando viam ele, até suas roupas eram motivo de muito alvoroço, entretanto a reação delas foi apenas curiosidade.

— Eu posso mostrar se quiser.

— Eu adoraria! — As duas falaram em uníssono.

Tyler pegou o drone e o fez voar dando uma grande volta ao redor deles e depois no céu tirando algumas fotos.

— Quão maravilhoso.

— Isso é fantástico.

— Nunca vi nada assim.

As duas se revezavam entre as expressões eufóricas.

Mesmo depois de Tyler ter guardado o drone as duas moças continuaram a fazer muitas perguntas. 

— Que cheiro é esse? — Maya perguntou.

— Devem ser os peixes, eu já havia e esquecido.

Tyler correu para checar, felizmente quando o peixe começa a exalar esse aroma quer dizer que está pronto. Ele pegou um prato e pôs a carne para que pudesse comer depois.

A pequena fada tinha uma expressão completamente descarada ela olhava para o peixe e lambia os lábios, a ninfa era um pouco mais discreta, mas mesmo assim tinha um olhar faminto que a denunciava!

— Querem um pouco? — Tyler perguntou.

— Sim, seria ótimo. — Maya parecia que tinha perdido o resto da vergonha.

— Se não for muito incomodo… — Isis ainda parecia um pouco envergonhada.

As duas avançaram sem ressalvas em cima daquele prato. Em menos de 10 segundos só as espinhas restavam.

— ... — Tyler ficou sem ação.

— Desculpe-nos, não fique bravo conosco, é só que sua comida é deliciosa. — Isis disse.

— Não! Eu só queria ter mais para dividir. — Tyler disse com um sorriso tentando dissipar a tensão.

— Não é problema, Isis pode pegar quantos quiser.

— Sério? — Tyler estava surpreso.

— Sim, esse lago é meu domínio, posso controlar tudo nele. — A ninfa assentiu.

Tyler achou isso fantástico, até o momento em que se lembrou que tinha nadado nu naquelas águas e só agora notou que estava de botinas e cuecas e com uma arma na cintura.

— Bem, então enquanto estão pegando os peixes eu vou botar uma roupa.

Quando ele voltou havia pelo menos uns 30 peixes se debatendo fora d’água.

— Não acham que é muito? — Ele perguntou.

As meninas ficaram cabisbaixas. — Se não quiser eu entendo. — Maya disse.

— Não é isso! Eu só não queria desperdiçar os peixes, mas se vocês querem comer eu acho que seria um prazer cozinhá-los.

Tyler começou a limpar e temperar os peixes. — Desculpe por ter nadado no seu lago mais cedo.

— Não tem problema, você era um andarilho cansado, nós ninfas gostamos de dar água fresca a pessoas necessitadas, mas detestamos quem suja nossas águas.

— Também não gosto de quem suja as águas ou derruba as matas.

Parecia que Tyler tinha falado algo que ambos gostaram muito pois ele pode ver uma pitada de felicidade em cada uma.

Mal a comida ficou pronta e ambas as moças avançaram.

Mesmo contra qualquer lógica a barriguinha pequena de Maya ainda conseguiu comer 3 peixes, como Tyler estava cansado e com boa companhia comeu 4 e o resto foi para o corpo cristalino de Isis. O que chamava muito a atenção é que no instante em que a ninfa comia, a comida se dissolvia e desaparecia antes mesmo de chegar no estômago.

— Qual a razão de um humano entrar tão profundo em uma floresta tão perigosa? — A ninfa perguntou.

Como Tyler não tinha razões para mentir ou esconder ele disse a verdade. — Eu vim por ordens do rei, recentemente pessoas têm sido mortas perto dessa floresta.

— E o que pensa em fazer com o culpado? — Maya perguntou cautelosa.

— Claramente isso é obra de feras malignas, então meu dever é dar um fim nelas.

— E o que você ganha com isso? — Isis perguntou.

— Bem, tenho duas razões, uma é que essas criaturas estão fazendo mal aos outros, e isso é uma coisa que eu não suporto, e a segunda é que o rei fez uma competição, e quem ter o melhor resultado nas várias provas que ele pediu pode se tornar o novo rei.

— Você tem chances? — Maya parecia curiosa.

— Sou o melhor candidato!

— Mas… — A ninfa estava incerta.

— Mas eu sou velho? Era isso que queria dizer? — Tyler disse com um sorriso.

A moça ficou envergonhada.

— Não se preocupe eu tenho muitas habilidades que estão muito acima dos demais homens.

— E se fossem muitas criaturas? — Maya perguntou.

— Não tem problema, eu irei dar fim em todas, eu acho que o problema aqui é causado por ogros e goblins, estou certo?

As duas simplesmente assentiram.

— Ótimo, isso vai me poupar muito trabalho! Vocês sabem onde eles estão?

— Eles têm atacado meu povo, se quiser mesmo ir em frente, podemos ir amanhã para a árvore sagrada onde o rei ea rainha vivem.

— Seria muito bom fazer amizade com o seu povo, no que depender de mim eu ajudarei quem precisar.

— Isso é maravilhoso, eu vou te levar lá então.

Com a promessa da fada Tyler ficou muito mais relaxado, pois com a sua ajuda seria fácil andar nessa floresta.

Os três conversaram muito, tanto Tyler era cheio de perguntas para elas, como elas também eram sedentas para saber sobre esse velho misterioso.



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