Volume 2
Capítulo 18: A proposta.
Diante daquelas palavras todos se ajoelharam. Tyler ficou sem perceber o que estava acontecendo.
— Majestade! — Os guardas anunciaram.
— Quem é você? — O rei perguntou olhando Tyler de cima a baixo.
— Vossa majestade, meu nome é Tyler Newman eu exterminei os trolls que assolavam as terras do reino, vim aqui para pegar minha recompensa. — Tirando uma simples reverência feita, Tyler não foi servil em nada, ele tratou o rei como ele trataria qualquer um, embora ele tenha feito isso de forma automática e nem sequer tenha percebido. Todos notaram, inclusive o rei.
Contrariando as expectativas de todos ele deixou um breve sorriso escapar. O lorde Hélio que estava com a mão sangrando sentiu uma perda nesse momento. — Majestade esse homem confessou ter matado o lorde Virtu, desejo que a lei se cumpra e enforque esse maldito ainda hoje!
Nesse momento um dos guardas se aproximou e começou a falar no ouvido do rei. A expressão dele muda sempre que ele ouvia algo novo.
— Você, seu nome é Tyler, não é?
— Sim, majestade. — Tyler assentiu.
— Confessa que matou o senhor da cidade de Atazar? — O rei perguntou com um olhar sério.
— Hahaha!!! — Tyler deu um riso maníaco, ele sabia que tinha de blefar ou estaria frito. — Ele queria passar por cima das ordens de vossa majestade e não me deixava ir caçar os trolls, ele acobertava um ninho de goblins que tinha sequestrado dezenas de mulheres e matado centenas de aventureiros, e perseguia e abusava de mulheres, muitas delas eram casadas. Se está perguntando se eu matei aquele homem? Não! Eu apenas tirei um verme do meio das pessoas.
Tyler foi esperto com sua escolha de palavras ele sabia que todos tinham repúdio pelos goblins e um homem que usa de seus status social para roubar mulheres casadas não possui o apoio de ninguém.
Embora os soldados não tenham percebido o teatro de Tyler, tanto o rei como o lorde Hélio notaram.
— Isso não muda o fato! Você matou um nobre! — Lorde Hélio rugiu, ele sabia que estava perdendo terreno.
— Quer dizer então que qualquer homem pode ir contra as ordens do próprio rei e sair impune? — Tyler jogou.
Todos olhavam um para o outro tentando saber quem estava certo nessa questão. Se ir contra um nobre era um tabu... entretanto o que era ir contra o rei?
— Onde está o resto dos seus homens? — O rei perguntou.
— Eu só tinha um ajudante e ele já voltou para casa.
— Está dizendo que apenas você e outro homem mataram 30 trolls? — O rei Otaviano franziu o cenho.
— É verdade majestade, pergunte aos seus guardas.
O guarda ao seu lado começou a passar outro relatório.
— Parece que a questão não é tão simples assim, venha até o salão real.
O rei saiu e Tyler foi atrás dele.
***
O clima estava meio tenso naquela sala, o rei tinha mandado todos saírem.
— Estou muito curioso ao seu respeito. — O rei falou olhando para Tyler.
— Estou aqui para o que vossa majestade precisar.
— Tanto seu nome quanto a forma que se veste são muito estranhas.
— Ahh… isso? É porque eu sou de longe.
— Longe aonde? — O rei perguntou sério.
Tyler sentiu um frio na espinha, ele tinha vacilado nessa. Dizer que era de outro país para um rei?! Isso foi burrada.
— De um lugar tão longe que não acreditaria. — Tyler foi vago.
— Já vivi muito e vi muitas coisas, fale e talvez eu possa acreditar.
— Quer mesmo a verdade? — Tyler riu sem querer.
— Estou ouvindo. — O rei estava curioso com esse velho, afinal até agora tudo indicava que ele tinha matado aqueles monstros sozinho.
— Eu sou de um mundo diferente do seu. — Tyler achou que agora sua melhor arma seria a verdade. Bem... a verdade contada por ele.
— E como é o seu mundo? — O rei estava visivelmente curioso, mas não tão espantado quanto deveria.
— No meu mundo não há magia, então nós nos esforçamos muito na sabedoria. Somos capazes de fazer coisas além da sua compreensão.
— Como o que?
— Podemos atravessar os mares voando por cima dele em meio dia, podemos viajar até a lua se quisermos, temos armas que destroem cidades em um piscar de olhos.
— Quer que eu acredite nisso? — Otaviano bufou, de repente as coisas que esse velho dizia eram todas impossíveis.
— Quanto tempo leva para o seu melhor artista fazer um quadro tão perfeito quanto os olhos podem ver?
— Um simples quadro pode ser feito em um dia, entretanto se quer um excelente demoraria meses.
— Vou fazer um seu agora e lhe mostrar. — Tyler pegou a câmera e tirou uma foto.
O flash assustou o rei que pôs a mão na espada. — Que magia foi essa?
— Calma eu só estou fazendo o retrato. Veja aqui.— Tyler aproximou o visor e mostrou.
O rei se sentou no trono tremendo. — Como isso é possível?
— Eu disse que nossa sabedoria era avançada. — Tyler começou a explicar, mas foi parado pelo rei.
— E quanto às armas... isso é verdade? — O rei perguntou com medo.
— Infelizmente sim, embora só usamos duas vezes centenas de milhares de pessoas morreram no tempo de uma respiração.
— ...
— Não usamos essas armas nas guerras tradicionais, as que usamos é uma arma dessas.
Tyler mostrou seu fuzil.
— Isso não se parece com nada, nem com uma espada ou arco.
— Essa arma não corta, ela está mais parecida com um arco, só que 100 vezes mais potente. — Tyler explicou.
— Mas como, não tem corda?
— Venha vou lhe mostrar!
Os dois foram até uma janela. — Vê aquela estátua? — Tyler apontou a uma estátua à uns 300 metros de distância.
— Sim. — O rei respondeu.
— Preste atenção nela e tape os ouvidos. — O rei não entendeu, mas fez o que ele mandou.
Tyler atirou, e em um piscar de olhos a cabeça da estátua explodiu.
— Nossa!!! — Otaviano recuou dois passos.
Antes de poder falar mais alguma coisa Tyler descarregou o pente inteiro.
O rei ficou profundamente abalado com a cena, ele não era tolo e fez as contas. Um homem com uma dessas armas era muito perigoso, mas e um exército?
— Todos os soldados tem um desses?
— Não seria um soldado se não tivesse. — Ele deu de ombros.
— Quais são seus planos?
— Eu posso usar meu portal por algum tempo, estou arranjado muito ouro e prata para conseguir trazer muitas coisas diferente de lá.
— E o que vai fazer quando estiver aqui?
— Eu era o que você pode chamar de sábio ou mestre. Meus conhecimentos são superiores ao de milhares de pessoas. Meu plano aqui é passar parte do conhecimento as pessoas desse mundo. — Tyler contou parte dos seus planos.
— O senhor é mestre em quê? — O rei perguntou.
Tyler viu que a conversa estava dando certo o rei já estava tratando ele com respeito e o tinha chamado de senhor.
— Sou mestre da saúde, alquimia, agricultura, ferraria, comércio, em animais e plantas, general e mestre de história. — Tyler tentou explicar em palavras fáceis as suas formações
Um olhar duvidoso passou pelos olhos do rei. — Porquê ser mestre em história?
— Um povo que não conhece sua história está fadado a repeti-la.
— Sábias palavras, como é o rei de seu país?
— Não temos rei. Somos um povo livre que escolhe pessoas para governarem por um certo período de tempo.
— Não há mais reis no seu mundo? — Ele agora estava assustado.
— Sim ainda existem, muitos locais e bons locais, diga-se de passagem, ainda tem reis, entretanto a maioria das nações seguem esse modelo com poucas diferenças.
— Entendo… — Esse tipo de governo ainda descido pela garganta dele. — Porque quer dar seu conhecimento para nós? — O rei começou a sondar.
— Não sei direito... Minha vida toda foi em função de buscar conhecimento, acho que chegou a hora de passar adiante. — Tyler deu de ombros.
— E o que sua família acha disso?
— Não tenho ninguém, todos que conhecia já se foram.
O rei deu um sorriso frouxo... Ele sabia como era viver assim.
— Já te contaram sobre mim?
— Apenas que é um excelente rei, mas não tem mais filhos para herdar o trono.
— É verdade... E sobre a minha idade?
— Me contaram que tem mais de 200 anos, eu não levei a sério. — Tyler foi sincero, esse tipo de coisa ainda não lhe descia.