Um Tiro de Amor Brasileira

Autor(a): Inokori


Volume 2 – Arco 1: O Teatro das Mil Faces

Capítulo 1: O Encontro


【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

Os passos de Amon ecoam pelos corredores do prédio abandonado do qual se esconde, entre sua orelha e sua mão está seu celular em meio a uma ligação, sua expressão é a mesma de sempre, amena sem nenhuma emoção que transpareça.

Ao chegar no penúltimo andar, encontra novamente a imensamente poderosa divindade em pele de uma jovem garota, deitada em uma mesa de escritório antiga, mexendo lentamente os dedos dos pés enquanto admira a vista nublada do lado de fora.

— Por que demorastes tanto meu servo? — questiona Koi, virando seu pescoço na direção dele, fazendo seus cabelos caírem sobre seu rosto.

— Sinto muito por fazê-la esperar, eu tive que confirmar uma mensagem do qual mandaram — Amon solta um leve suspiro, guardando seu celular.

— E então?

— Só de passar pela mesma rua, consegui sentir a presença considerável de energia divina — Ele se aproxima da mesa, sentando-se ao lado de Koi — Talvez seja o quarta já, somente nesta semana.

— Eu já lhe havia dito que isso viria a ocorrer meu servo fiel — Koi estica seus braços se espreguiçando — já fazem dois meses desde que aquela presença emanou por todo local, me impressiona que não há encontramos ainda.

— Em compensação, encontramos pequenos deuses espalhados por vários lugares diferentes…

— Por favor, não os compare a deuses como eu, eles são apenas Filhos Perdidos em sua forma pura como vocês mortais mesmo os denominam.

Amon mostra um pequeno sorriso, levando sua mão até os cabelos dela, acariciando sua cabeça por alguns segundos, — Irei guardar isso, mas sobre o caso… devemos ir investigar?

— Certamente que sim, meu adorável servo.

Koi impulsiona suas pernas para o alto em um pequeno salto, planando delicadamente até o chão, abraçando seu próprio braço ao se virar esperando seu guarda costas.

— Koi… se me permite perguntar, porque você está fazendo tanta questão de exterminar outros seres divinos? — pergunta Amon, entrelaçando os dedos ainda sentado.

No momento em que ouviu tal questionamento, Koi mostra uma leve expressão de nojo por alguns instantes até ser substituído por completo por um olhar de tristeza.

— Sabia que iria querer tal resposta mais cedo ou mais tarde… — Koi tombou sua cabeça levemente para o lado direito — me responda, meu amável servo, como você acha que é o Takamagahara?

— Takamagahara? Está se referindo ao céu? 

— Céu, Eden, Deva-lokas, ou qualquer outro termo que vocês mortais utilizam… como você acredita que seja?

— É difícil pensar nisso… ainda mais falar sobre, mas imagino que seja um lugar belo e livre de qualquer dor, em meio a paz? — diz Amon, levando a mão até seu queixo pensativo.

— Tu não podias estar mais errado — exclama Koi, balançando o dedo indicador em um sinal negativo — a realidade é que lá é um lugar completamente escuro com tons de vermelho cobrindo as nuvens com cheiro de sangue.

— Por essa eu não esperava… eu deveria me preocupar?

— Talvez, mas a verdade é que diferente de humanos, Deuses são seres completamente individualistas que entram em conflito quando encontram outros de sua espécie, ao menos esse foi o lugar do qual eu nasci.

— Como assim nasceu? — questiona Amon com uma expressão de surpresa.

— O que foi? Esperavas que eu somente existisse sem origem alguma? 

— Para falar a verdade, nunca tinha parado para pensar em como algo tão divino surge.

Koi cruza os braços com um sorriso orgulhoso, — Parece que fiz meu querido servo que vive lendo livros descobrir algo que se interessou, mas não se preocupe com isso, nossa existência é mais simples do que pensa.

— Então como vocês surgem?

— Porque alguém precisa.

— Como assim?

Koi move suas mãos lentamente enquanto encarando os olhos de Amon profundamente, — Seres divinos em sua grande maioria surgem por uma convicção ou motivos dados por alguém e continuam vivendo em prol de realizar tal função.

— Está me dizendo que cada deus tem uma missão do qual sua vida se resume a cumpri-la? 

— Vejo que está novamente certo em tuas palavras meu servo — Koi suspira desviando o olhar em seguida —e por essa dualidade de convicções que Deuses jamais conseguem permanecer juntos no mesmo lugar, eu vi com meus olhos tudo que…

Koi se interrompe em meio da sua frase, ficando em um intenso silêncio momentâneo, Amon consegue saber que ela não quer sobre falar isso.

— Enfim pequena… e por que nunca me disse isso?

— Oras, porque tu nunca perguntaste — exclama Koi, voltando a erguer o sorriso confiante.

Amon suspirou em alívio, se levantando para caminhar até ela, — Isso tudo foi muito fascinante, obrigado…, eu poderia saber o motivo pelo qual nasceu.

— Eu lhe concederia tal pedido, se ao menos eu soubesse tal resposta.

— Você não sabe?

— Ponha sua cabeça para pensar meu servo, eu sou uma Jorōgumo, provável que eu não seja a única, qual seria um motivo ou desejo de alguém para minha vida existir?

— Você tem razão.

— Eu sempre tenho meu amável servo, mas de uma coisa eu sei… seja lá qual for meu proposito, tenho certeza absoluta que envolve eliminar o máximo de deuses que eu conseguir — diz Koi, mostrando uma expressão de raiva, levando a ponta de seu dedão até a boca.

Amon ainda tem muitas dúvidas em sua mente, ainda mais por tudo que acabará de descobrir, porém ele tinha o completo conhecimento do principal motivo pelo qual Koi quer tanto enfrentar seres divinos…  evitar que aconteça aqui o mesmo que viu em Takamagahara.

 

【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

 

Minutos se passam após ambos saírem de seu esconderijo, Amon guiou Koi até a localização marcada em seu celular, não é muito distante apenas uma boa caminhada até uma parte mais movimentada do distrito independente, não chega a ser a metrópole, no entanto com toda certeza é uma região residencial grande.

Somente de pisar na divisa entre duas partes do distrito, Koi muda levemente seu olhar, é óbvio que ela a tal presença do qual Amon lhe havia dito, mas para a surpresa dele, suspira em decepção.

— O que houve pequena? 

— Eu já estou cansada de lhe dizer para parar de me chamar de pequena — Outro suspiro de decepção sai pelos lábios de Koi — com certeza é uma energia divina forte, mas não por ter algo poderoso por aqui, mas sim várias pequenas presenças que juntas parecem grandes.

— Está dizendo que tem vários pequenos deuses aqui?

— Não são seres divinos, mas sim Numens, devem haver uns trinta deles juntos.

— Numens… isso faria sentido dado os acontecimentos de meses atrás, a quanto tempo será que estão aqui?

— Bem, isso não importa, devemos retornar — exclama Koi, se virando para dar meia volta.

— Espere um pouco Koi, eu não posso dar meia volta, antes mesmo de prometer te ajudar, eu tenho um trabalho a cumprir — Amon afrouxou sua gravata — guiar e ajudar o máximo possível todo Numen que precise.

Hum?! do que está falando servo?

— Talvez eles precisem de ajuda, ou orientação, e é para isso que eu existo — diz Amon mostrando um pequeno sorriso forçado.

— Foi assim que conheceste o garoto louco e a garota com cara de raposa?

— Exato! — exclama Amon com convicção.

Koi suspira se virando novamente para a mesma direção de Amon, — Esse seu maldito lado altruista.., ele vai te matar alguma hora.

— Bem, foi justamente que juntou nós dois não?

— Tens razão — Koi sorri timidamente, acompanhando a caminhada ao lado de seu servo.

Graças a Koi, não foi difícil para eles encontrarem qual casa que emana essa energia de vários Numens, sendo ela feita de madeira abandonada com sujeira do tempo desde que alguém a limpou.

— Eles tomaram cuidado para deixar a mostra que ninguém mora ali, ao menos acho que estão seguros — diz Amon aliviado.

— Ainda queres entrar ai servo?

— Apenas quero dar uma palavrinha para quem estiver dentro.

— Vá em frente então… — diz Koi cruzando os braços, batendo a ponta dos pés no chão.

Amon respira fundo, caminhando até a porta de entrada, a madeira no chão faz um rangido alto, enfim ele põe a mão na maçaneta percebendo que a porta está destrancada.

Sem entender ele abre a porta e ao olhar para seu interior, para sua surpresa escuta uma voz feminina gritando.

Bang!!!

Assim vendo bem a sua frente uma jovem de cabelos azuis disparando um intenso jato de água do seu dedo indicador, tal jato sendo tão rápido e potente que Amon não conseguiu achar alguma maneira de esquivar de tal ataque.

No entanto, Koi é ainda mais rápida se pondo a frente de seu servo, dando um tapa ao poderoso jato o fazendo mudar de direção.

— Fascinante, eu nem teria conseguido escapar disso — diz Amon, com os olhos arregalados.

— Admito meu servo, que agora a situação é diferente… com certeza temos uma Numen especialmente poderosa aqui — diz Koi abrindo um sorriso de orelha a orelha, olhando para direção do qual o ataque foi desviado.

Na parede onde o disparo atingiu, está completamente destruída, abrindo um buraco até mesmo na parede da casa vizinha. 

A jovem frente aos dois, infla seus peitos levantando ambos os braços com uma raiva genuína em seu olhar, — Não importa quem vocês são… não deixarei que machuque alguém! — diz Yume completamente focada em seus dois supostos adversários.

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