Um Tiro de Amor Brasileira

Autor(a): Inokori


Volume 1 – Arco 3

Capítulo 31: A Liberdade


【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

— Para onde mesmo estamos indo? — questiona Erisu com suas mãos em seus bolsos.

— Um lugar seguro para conversarmos, tenho que te apresentar alguém — responde Aoi, alongando seus braços no alto.

Estando a frente, Aoi o guia para uma zona pouco movimentada do Distrito Residente após uma curta viagem de trem até o local, diferente dos distritos Central e Independente, não há concentração de comercio algum nas ruas.

Muito pelo contrário, as únicas construções a volta são uma sequência quase interminável de complexos e apartamentos nobres de luxo.

— Que lugarzinho mais esnobe esse aqui — diz Erisu, olhando a sua volta com uma expressão de tédio.

Hehe! Nunca passou por aqui antes?

— Por que caralhos eu viria a um lugar de merda como esse?

— Aqui nem sempre foi assim, a alguns anos atrás o Distrito Residente era aberto e vivido, humanos comuns vivem aqui e poucos da nossa espécie os incomodavam — Aoi coça seu rosto enquanto fala — mas isso mudou com a criação do Distrito Zero, todos os com dinheiro ou influência procuraram outro lar, desde então aqui se tornou apenas um lugar com segurança privada vinte e quatro horas por dia.

— E você diz que aqui é seguro para conversar?

— Diferente da segurança pública a privada não tem dinheiro e muito menos pessoas capacitadas para se defenderem de Numens, desde que não invadimos a casa de algum velho rico, ninguém vai nos incomodar.

 — Para variar...

Oh, falando nisso, fico contente que tenham salvado a humana favorita da Oinari, o nome de vocês dois ficou bem famoso entre nós Numens sabia?

— Famosos?

— Sim, sim... confesso que quando vi os olhos dela eu já sabia que iriam conseguir de alguma forma peitar uma organização como essa sozinhos, mesmo assim continua sendo uma grande surpresa — responde Aoi, virando seu olhar em direção a um condomínio de luxo com muro alto.

— Eles tinham um número grande de Numens, mas nenhum deles ao menos sabia lutar.

— Fiquei sabendo disso também... — Aoi aponta o dedo indicador para o condomínio — bem, chegamos, logo ali.

— Não me diga que vai me apresentar outro velho.

— Depende do que você considera velho meu amigo — Aoi sorri, caminhando até o portão do local, apertando a campainha.

Poucos segundos depois, o portão se abre automaticamente abrindo caminho para que ambos entrem, dando de frente a uma garagem com vários carros de luxo e marca logo em sua entrada.

À medida que adentram ainda mais aquela mansão, Erisu bufa em insatisfação, ele nunca gostou dessas futilidades de ricos tem em sua vida confortável.

Aoi segue em frente, subindo uma escada caracol para o segundo andar, onde em é frente a uma lareira um homem os espera.

Sua pele escura se destoa com seu longo cabelo dourado, mas o que chama realmente atenção é seu porte físico, sendo quase duas vezes a altura de Aoi e mais musculoso do que qualquer outra pessoa que Erisu tenha visto em sua vida.

— Eu trouxe nosso cara! — exclama Aoi, se sentando no grande sofá vermelho ao seu lado.

— Finalmente, não via a hora de conhecê-lo. — Sua voz grave parece tremer os tímpanos de Erisu, enquanto ele se vira lentamente.

— Pena que não posso dizer o mesmo — responde Erisu, com sua postura curvada.

Haha! Ele é ainda mais acido do que você havia dito Aoi!

Ao se virar para olhar de frente para Erisu, um sorriso grande de orelha a orelha o chama atenção, um rosto simpático para um corpo destrutivo.

— Caralho, você parece um touro — diz Erisu, em surpresa.

Com uma gargalhada alta, o homem estende a mão para ele, — Pode me chamar de Tomaru, é um prazer!

A mão dele era maior do que a cabeça de Erisu, o fazendo recuar por alguns instantes para trás com receio, antes de apertar a mão dele.

— Erisu...

— Eu sei quem você é rapaz, grande parte da nossa espécie comenta o que você fez!

— Tá, tá já me falaram isso grandão, apenas vamos direto ao ponto — exclama Erisu, cruzando os braços.

— Bem, presumo que o Aoi já tenha lhe dito sobre o que está por vir.

— Sim, ele comentou sobre.

Tomaru volta a se aproximar da lareira, colocando um pouco de lenha sobre ela, — Seu ataque contra a SEIDAI foi incrível, mas trouxe consequências a todos.

— Onde quer chegar com isso?

— Não me entenda mal, não estou dizendo que você é o culpado, mas graças a pequena festinha que vocês fizeram no Distrito Urbano, a segurança publica começou uma operação de extermínio total de todos Numens conhecidos.

Erisu fica em silencio por alguns instantes, até Aoi entra na conversa, — Erisu, veja bem os Abutres estavam anos e mais anos se preparando para esse momento, o azar foi que o estopim veio mais cedo do que esperado.

— E com essa urgência... precisamos começara revidar todos os ataques que nossa raça sofreu, está na hora de nos erguemos e lutarmos contra eles — diz Tomaru, se erguendo voltando a encarar Erisu.

— Então o plano de vocês é bater de frente a todos os humanos em uma guerra?

— Precisamente — responde Aoi, se estirando ainda mais no sofá.

— Entendi perfeitamente, eu estou fora, não me encham mais o saco e muito menos me procurem nessa merda — diz Erisu com raiva em sua voz, se virando para as escadas.

— Não leve a sério o que Aoi diz — exclama Tomaru, levando a mão até seu rosto — tudo bem não querer ajudar, mas me diga o que pretende fazer com a bomba estourar em você?

— Eu sei me virar sozinho com essas merdas, ao menos isso é uma ideia melhor do que começar a matar humanos em uma guerra sem sentido.

— Matar humanos? E aqueles que você matou na SEIDAI? — questiona Aoi, cruzando os braços.

— Que merda você tá falando? Eu não sou um... — No meio de sua frase, flash de lembranças tomam a mente de Erisu, sua mão coberta de sangue da mulher que matou.

Tomaru suspira se aproximando de Erisu, que agora soa frio com seus pensamentos, — Escute meu jovem, todos que vão lutar do nosso lado tem seus objetivos..., alguns por sobrevivência, outros por vingança, e tem o Aoi.

— Estou aqui porque acho que vai ser divertido, estou apostando nisso. — diz Aoi, cruzando as pernas, olhando para o teto.

— Já o meu é proteger aqueles que não podem sobreviver, os Numens são minha raça, qual seu objetivo de vida Erisu?

Erisu volta a sua razão ouvindo tal pergunta, dizendo sem dúvidas de sua resposta, — Eu vivo para Oinari.

Tomaru bate em seu próprio peito com força encarando Erisu nos olhos, — Então proteja ela, enquanto eu protejo todo o resto, meu jovem!

Erisu se afasta dele, se virando novamente pensativo, sua mente está confusa, em seus olhos há sangue em suas mãos, a culpa o consume novamente, o fazendo se perguntar como ele tinha esquecido que matou uma pessoa.

— Me explique... o que aconteceu depois de tudo aquilo.

— Por não terem mais lar, os Numens que viviam sobre o teto da SEIDAI tentaram fugir para superfície, eles não eram como nós, eles não foram treinador e muito menos sabiam se defender, assim todos foram caçados e mortos...

Os olhos de Erisu se arregalam ao ouvir tais palavras, — Todos?

— Homens, mulheres, idosos e até crianças foram exterminados, segundo meus informantes, sobrou nenhum sobrevivente, eles não tiveram pena de ninguém — responde Tomaru, levando a mão até o ombro de Erisu — e enquanto conversamos nesse exato momento, mais da nossa raça estão sendo mortos, pois foi dado o sinal verde do governo para exterminarem todos sem receio.

— Ou seja, agora os Abutres estão acima do governo para realizarem sua missão, exterminar todos os Numens ou pessoas que ousam a nos ajudar. — diz Aoi, com um sorriso malicioso.

— Eu... não queria que isso estivesse acontecido...

— Não se culpe garoto, eles eventualmente fariam isso de um modo ou de outro, essa guerra já estava destinada a acontecer — Tomaru aperta o ombro de Erisu — mas se quer de algum modo se desculpar as vidas que partiram, garanta que mais nenhum inocente vai morrer e garanta seu objetivo de que nada aconteça a sua amiga.

— Mas porque eu? Que diferença eu faço?

Tomaru se afasta respirando fundo, — A segurança publica avalia os Numens por graus de risco com sua capacidade destrutiva, denominando os procurando por alcunhas.

— Que merda é essa? Algunha... risco... não entendo nada disso.

— Deixe-me explicar garoto, cada Numen que entra no banco de dados dos Abutres recebe uma alcunha e um grau de risco, por exemplo, o Aoi ali é grau de risco “A” — Tomaru aponta para seu peito — é isso que eu quero, eu consegui graças a alguns companheiros a lista dos mais procurados e pretendo juntar os mais fortes para lutar nessa guerra, você é um desses caras que eu preciso Erisu.

— Como raios estou nesse banco de dados?

— Eu já lhe disse, você ficou famoso depois do que fez Erisu — responde Aoi, se levantando do sofá.

— Ainda não sabemos qual grau de risco lhe deram, mas eu tenho certeza, você é poderoso, talvez tão poderoso quanto Aoi.

— Se quer os mais fortes... porque não chama a Oinari? Se ela já estivesse aqui eu já teria aceitado — questiona Erisu, suspirando.

— Ela é um caso complicado, não podemos ao menos dar o luxo que ela saiba que vamos entrar em guerra com os humanos — diz Aoi, coçando o rosto.

— Entenda garoto, se você embarcar nessa guerra, não poderá contar a ela e terá que tomar essa decisão sozinho, lembra-se as vezes temos que tomar decisões que talvez não queiramos para um bem maior.

Muita coisa passa pela mente de Erisu, todos pensamentos e dúvidas aflorando em seu peito, — tudo bem... apenas me diga grandão, você é cheio da grana né?

Tomaru gargalha brevemente, colocando as mãos na cintura, — Numens vivem mais do que humanos, tive tempo de sorte para fazer dinheiro.

— Eu aceito entrar nessa guerra, em troca tenho três coisas para pedir.

— Pois então diga meu jovem! Realizarei seus pedidos.

— Primeiro, quero que me prometa que nenhum Numen vai encostar em uma humana específica, o nome dela é Himeno.

— Irei garantir que todos que trabalhem para mim não vão encostar nessa humana — responde Tomaru sem pestanejar.

— Segundo, quero que garanta que alguém vai proteger a Oinari e a Himeno enquanto eu estiver fora.

— Feito, tenho uma empresa de segurança privada, não será difícil.

— Por último... — Erisu lembra do homem que viu ao sair dos tuneis da SEIDAI — quero que me diga tudo que saiba sobre alguém chamado Arias Nyuusen.

— Arias... acredito não conhecer ninguém com esse nome, mas vou fazer questão de descobrir algo.

Erisu acena com a cabeça em confirmação, — Muito bem... vou ajudar vocês nessa merda de guerra.

Tomaru olha para Erisu com um sorriso grande, — Seja bem-vindo Erisu... ou melhor, Asas do Diabo, a JIYUU.

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