Volume 1 – Arco 1
Capítulo 15: Amável Culpa
【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】
Enquanto correm, Erisu e Oinari veem a distância um portão dourado, nas paredes diversos símbolos religiosos criados pelo Avô, alguns até mesmo roubados de outras religiões. Conforme se aproximam, ambos ouvem uma espécie de coral vindo daquela direção.
— Será que chegamos finalmente no lugar certo dessa merda? Estou cansado de ficar aqui dentro! — diz Erisu, correndo ao lado de sua amiga.
— Se é ou não, vamos descobrir agora.
Virando seu tronco, Oinari rapidamente empurra com o ombro o portão, fazendo se abrir de forma agressiva batendo contra a parede.
— Porra! Não lembrava que você era tão forte assim.
— Aiai, tem muita coisa que você ainda não sabe sobre mim Risu — responde ela, fechando seus olhos mostrando novamente seu belo sorriso — mas não é como se importasse certo? Meu herói.
— Claro que me importo — grita Erisu — e é melhor você parar com essas brincadeiras antes que eu te meta a bica!
— Ora, eu apenas estou lhe mostrando que seus atos heroicos com aquela garota valeram a pena.
— Haha! Brinque à vontade! Mas para mim parece apenas que você está com ciúmes!
Oinari o encara de maneira séria, como se tivesse surpresa com tal informação, colocando a sua mão direita sobre seu peito.
— Oinari? O que foi? — ele pergunta, confuso.
— Nada, apenas estou chocada sobre onde aprendeu a provocar alguém assim.
— Eu já disse! Estou andando muito com você eu acho.
Oinari gargalha, entrando finalmente onde o coral continua a cantar, — Ah! Sobre os ciúmes... não viaja, sei que você só tem olhos para mim.
— Raposa filha da... — Ele a acompanha, cerrando os punhos.
Uma vez que adentram, se surpreendem com tudo a sua volta, uma luz forte branca ilumina tudo aos redores, impedindo que qualquer sombra se formasse. O coral que ouviam, é de centenas de pessoas com vestes brancas de todas as idades que param ao perceberem a chegada dos dois.
Erisu mostra uma expressão incrédula, erguendo suas sobrancelhas enquanto um por um daquela multidão de fiéis começa a bater palmas para eles sem parar.
Tudo está confuso, ele não consegue nem mesmo ouvir seus pensamentos, olhando para sua amiga que tampa os ouvidos pelo som constantes de palmas.
— Que caralhos eles estão fazendo?! — grita para ela.
— Eu não sei! Mas isso não importa agora! Temos que encontrar a Himeno!
Oinari adentra a multidão a procura de sua humana, empurrando qualquer um que esteja sua frente.
— Ei! Cambada de fanáticos! Melhor saírem daqui! Esse grupo enganou todos vocês! Fujam antes que acabem morrendo! — berra Erisu, com todo o ar de seus pulmões.
Mesmo com ele falando, a multidão continua a bater palmas de maneira alegre, o fazendo sentir dor de cabeça pelo som.
— O que raios esses merdas têm?
— Oh, até que você é bem bonito para um garoto tão malvado — diz uma voz sensual vinda de trás dele.
Erisu se vira rapidamente pelo susto tomado, erguendo sua guarda, até se deparar com uma linda mulher alta, com roupas pretas coladas ao corpo.
— Ui queridinho, não precisa se assustar, apenas quero te olhar mais de perto. — Ela se aproxima, caminhando graciosamente.
— Consigo sentir pelo seu cheiro, você é uma Numen também.
— Ora! Estou tão cheirosa assim? Além de bonito você é esperto, talvez já tenha roubado o lugar do Kenzo em meu coração.
— Olha, você até que é gostosa, mas não acho que queira lutar no meio de todos aqui correto?
— Lutar? Bobinho, daqui eles não vão sair... — ela estala seus dedos repentinamente — porque a humana que procuram, está no meio de todos aqui.
Com o comando dela, toda a multidão coloca em sua cabeça um véu branco, cobrindo por completo seus rostos e cabelos, tornando quase impossível de identificar uma pessoa da outra.
Percebendo isso, Erisu grita, — Oinari! Dá seu jeito! Encontre a Himeno rápido! —, ao terminar sua frase, um dos fiéis corre em sua direção segurando uma tabua de madeira, o atingindo com tudo em sua cara, a ponto de quebrar a madeira.
— Oh! Perdoe eles, as vezes eles se descontrolam quando querem me deixar orgulhosa — diz a moça, tirando o grampo que prendia seu cabelo.
Erisu encara ela, sem nem mesmo mover um musculo após ser atingido, enquanto bufa de raiva, se aproximando dela.
— Quem raios é você? Odiaria espancar uma mulher antes de saber seu nome.
— Que excitante! Eu adoro homens assim! Eu sou Lisandra! Se quer me tocar fique à vontade, desde que consiga me pegar — diz ela, mordendo a ponta de seu dedo — vamos brincar de pega-pega então meu anjo.
Rapidamente ao final de sua frase, a multidão fica em frente dela, a cobrindo por completo tornando impossível de Erisu vê-la.
— Desgraçada! Volte aqui!
Erisu começa empurrar as pessoas a sua frente, no entanto em seu ponto cego, pequenas penas caem vindas de cima, assim um ataque rápido atinge Erisu outra vez, o fazendo cair sentado no chão, vindo de uma figura familiar.
— Não ouse por suas mãos imundas na imperatriz! — diz uma voz rouca de velho.
— Mais essa agora! Porra! Seu pombo de merda! Não foi você que sequestrou a Himeno?
— Inútil! Mas fui eu sim! Está surpreso em me ver?
— Para falar a verdade, não — Erisu se levanta, alongando seu ombro atingido — vai me poupar o tempo de procurar você, devo agradecer sua ratazana voadora!
— Ora! Meu anjinho... não vai me procurar? Odeio que me deixem entediada... — diz Lisandra, aparecendo entre a multidão novamente, com um sorriso malicioso.
— Cala a boca aí sua puta, já resolvemos!
— Que excitante! Você me parece diferente dos outros — Ela volta a sumir em meio aos fiéis.
O velho homem, volta a planar no ar, liberando suas penas de seus braços, enquanto Erisu se concentra observando os arredores, percebendo novamente outro ataque dele, vindo de diversos lados enquanto voa.
Como uma águia atacando sua presa, que para sua surpresa, Erisu em nem um momento revidou os ataques, apenas tentou se defender dos vários ataques de todos os lados.
— Hihi! Era você mesmo que venceu de dois cães divinos! Você me parece apenas um fracote burro! — diz o velho.
— Burro eu? — Erisu sorri, mesmo depois de tantos ataques, não parecendo ter se ferido por eles — Burro é você seu rato imundo! Acha que vai conseguir voar sem penas até quando?!
O velho se espanta, olhando para seus braços sem penas, percebendo que Erisu não somente estava bloqueando, mas sim arrancando suas penas a cada ataque, fazendo finalmente cair do alto batendo com a cara no chão com tudo.
— Sério seu pombo de merda, você foi o cara mais fraco que encontrei!
— Por favor! Me perdoe! — grita em desespero, enquanto se ajoelha frente a ele.
— Eu te perdoo.
O velho sorri aliviado, olhando para a pessoa do qual pouco antes o atacava.
— Mas a Oinari não.
A expressão do homem muda drasticamente ao ouvir tal afirmação, tendo como sua última visão, os punhos de Erisu acertando bem o centro de sua cara, o fazendo voar contra a multidão, enquanto espirra sangue.
— Menos um problema — Erisu cospe, voltando a procurar a mulher.
Ele corre esbarrando em todos a sua frente, vendo sempre de canto dos olhos a figura de Lisandra, correndo sorrindo para ele enquanto se camufla entre as pessoas.
Enquanto isso, Oinari continua correndo sem nem mesmo olhar para seu amigo a procura de Himeno, ela tenta concentrar em seus ouvidos, mas o som das palmas ainda é muito alto, tornando quase impossível ela se concentrar.
— Droga, cadê você Himeno?
Oinari tampa seus ouvidos, abrindo lentamente seus olhos que começam a brilhar, no mesmo instante, ela corre em direção de uma das pessoas, retirando o véu e de maneira certeira encontrando Himeno em uma chance entre um milhão.
Ela está no que parecia ser um transe, batendo palmas como todos os outros ali, mas o que deixa Oinari com uma expressão de raiva, é que no olho direito de Himeno está completamente inchado e roxo, com marcas de agressão por seus braços.
O sorriso de Oinari se desfaz, abaixando a cabeça, enquanto envolve sua amiga entre seus braços enquanto se abaixa.
— Risu! Encontrei a Himeno! — grita ela, protegendo com seu corpo a sua amiga.
O grito chega aos ouvidos de Erisu, que para de correr, abrindo um sorriso de lado, esticando seus braços para cima.
— Parece que nossa brincadeira acabou vadia.
— Oras, querido, mesmo que tenham encontrado ela, como vai fazer algo comigo em sua situação?
— Que situação? — Erisu curva suas costas, gargalhando.
— Se me atacar, você matará os humanos que tanto quer proteger — diz Lisandra, lambendo a ponta de seu dedo.
— Proteger? Quem disse que eu me importo com eles? A única que quero proteger já está segura sua vadia! Diaburu!!!
Em questão de um microssegundo, das costas de Erisu surge seu Bakemono que gira em volta de si como uma asa criando impulsos de vento por todos os lados como um pequeno furacão.
As ondas de vento são tremendas ao ponto de fazer todos ao seu redor serem levados pela torreta de ar.
Lisandra encara tal cena com um misto de surpresa de êxtase, enquanto fica ofegante vendo tal ato inteligente.
— Eu sabia! Você é diferente! Eu quero você como meu marido! Vamos viver juntos! — ela morde seu dedo a ponto de quebrar sua unha, enquanto sorri.
— Cala a boca!
Erisu corre na direção de Lisandra, sugando todos os humanos em seu furacão, sem nem mesmo hesitar em algum segundo, enquanto ela continua correndo para trás de seus fiéis utilizando-os como escudos.
— Um ato belo! Tão monstruoso! Como você conseguiu pensar nisso?! Você encontrou uma terceira via! Fomos feitos um para o outro! — gargalha Lisandra, enquanto é perseguida.
Em poucos minutos, não há mais humanos para defender ela, fazendo Erisu jogar todos os humanos em uma tacada só para fora do templo, não sujando o chão com nenhuma gota de sangue, parando de girar seu Bakemono enquanto suspira.
— Como eu consegui? Haha! — Erisu gargalha, com um intenso brilho carmesim em seus olhos, apontando para sua amiga protegendo Himeno — Como eu disse, eu não me importo, mas também não quero sujar as mãos dela com o sangue de vocês seus merdas!
Erisu corre contra Lisandra, para um último golpe, no entanto ela rapidamente rasga a parte de cima de sua camisa, revelando uma imensa cicatriz do pescoço ao centro do peito.
— Hana no Utsukushisa!
Ao dizer tal frase, seu Bakemono se ativa, nascendo várias flores brancas e amarelas de sua cicatriz, liberando um pólen dourado, fazendo Erisu parar no meio do caminho.
— Esse é meu Bakemono! Todo e qualquer pessoa que veja essas flores se torna meu escravo! — ela sorri, vendo-o paralisar — mas não quero que você se torne meu escravo, quero você se apaixone por mim, meu homem!
Ela se aproxima de Erisu delicadamente, admirando seu próprio poder em fazer os homens caírem em suas graças.
— O que você fez aqui hoje foi tão incrível! Mas nem mesmo você consegue lidar com seus desejos carnais né, meu querido?
Ela sorri, terminando sua frase, ouvindo seus órgãos sendo perfurados por Erisu que não havia paralisado realmente, seu Bakemono perfura o peito de Lisandra, a fazendo cuspir sangue enquanto o encara.
— Como... — ela tosse sangue, enquanto tenta falar — conseguiu resistir?
— Acho que a Oinari estava certa, quando disse que só tinha olhos para ela.
Lisandra gargalha, se aproximando ainda mais de Erisu com seu Bakemono entrando ainda mais dentro de si, até poder encostar sua mão no rosto dele.
— Que lindo diabo você é! Acho que fico contente em morrer por alguém tão bonito.
Seus olhos embranquecem, abraçando Erisu com seus últimos esforços, caindo sem vida em seus braços. As flores que antes eram claras são manchadas de vermelho.
Erisu retira seu Bakemono de dentro dela com uma expressão amena em seu rosto, a colocando no chão cuidadosamente, fechando os olhos dela em respeito.
Os fiéis voltam a entrar no santuário vendo tal cena, mas para surpresa de Erisu que esperava lagrimas ou olhares de medo, foi recebido outra vez pelos mesmos sorrisos e bater palmas, sem nem mesmo se importarem com a morte de alguém na frente deles.
“O que esses imbecis estão fazendo? Um membro deles morreu... por que continuam a comemorar?!”
Uma mistura de raiva e desgosto assume a mente de Erisu, que os encara com nojo.
Oinari se aproxima segurando Himeno em suas costas, com uma expressão amena, chamando atenção de seu amigo.
— Vamos Risu, acabou, vamos tirar ela daqui!
Com passos rápidos, Erisu obedece, enquanto faz a guarda de sua amiga.
Seu último pensamento é, “Eu não me importo”.
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