Um Alquimista Preguiçoso Brasileira

Volume 1

Capítulo 60: Data festiva

Quando terminaram de ouvir os planos de Xiao Dong, os Anciões ficaram empolgados, mal viam a hora de ascender ao poder. O Supremo-Ancião Dewei deixou escapar um sorriso nefasto, no canto do rosto enrugado, enquanto Xiao Zi franziu o cenho, como se já estivesse começando os preparativos mentais para o dia da batalha.

Entretanto, Coo parecia não partilhar do entusiasmo. Estava mais interessado em outra coisa.

― Quanto ao assassinato, poderia me deixar responsável por isso? ― pediu, voluntariando-se para a tarefa.

Xiao Dong encarou Coo no instante em que o pedido foi levantado. Entendia muito bem quais eram as intenções dele. Ainda não havia desistido de tentar recrutar Xiao Ning. Ele queria ter a oportunidade de persuadir o garoto.

No entanto, apesar de ter percebido isso, não estava preocupado, pois se ele, o 1° Ancião, não havia conseguido convencer Ning, ninguém mais conseguiria. Além disso, ter outra entidade realizando o serviço diminuiria os riscos de ser descoberto.

― Eu não me importo ― disse o 1° Ancião Dong. ―, mas após o pronunciamento de ontem, eu duvido que o garoto deixará o território da Família sem a presença de uma segurança forte. E se um ataque fosse realizado nessa circunstância, causaria um grande alarde e eu desejo que a morte dele seja silenciosa e a mais discreta possível, de outro modo, tudo pode acabar sendo em vão. O melhor seria realizar um ataque enquanto ele ainda estiver dentro do nosso território. Entretanto, se alguém no Reino Espirituoso passar por nossas fronteiras, os outros Anciões notarão sua presença de imediato. Agora mesmo, tenho a plena certeza de que eles sabem da visita de forasteiros poderosos na minha residência e estão apenas mantendo uma vigilância a distância.

― Então foi por isso que precisamos fazer tudo aquilo antes de entrar aqui? ― murmurou Coo, lembrando de todas as precauções às quais ele e seus homens foram submetidos, incluindo usar roupas com brasões pertencentes a outra Seita.

― E precisarão fazer de novo quando forem partir. ― retorquiu o 1° Ancião.

― Mas se essa é a questão, não há problemas. ― garantiu Coo. ― Entre nossos membros, dois estão abaixo do Reino Espirituoso. Um deles está a um passo de se tornar um Virtuoso, enquanto o outro já alcançou a 6° Camada do Reino Virtuoso. Acredito que os dois sejam mais do que o suficiente para eliminar um Mundano.

― Sendo assim, deixarei isso em suas mãos. ― Por fim, concordou o 1° Ancião. E assumindo um semblante rígido, acrescentou. ― Mas lembre-se: Seja discreto e elimine o garoto. O objetivo é sua execução e não recrutá-lo. ― avisou.

― Não se preocupe, farei isso. ― afirmou Coo, com uma voz firme. Contudo, seus olhos exibiam um brilho ardiloso e pensativo. Parecia ter outro objetivo em mente.

― Agora, caso o assassinato venha a falhar, precisamos começar a planejar como procederá o ataque contra o bando de Enlai. ― disse Xiao Dong.

E assim, os preparativos para um eventual golpe contra o Patriarca e seus aliados, teve início...

Ao longo de algumas horas, todas as medidas que pareciam cabíveis foram tomadas. Como e quando iniciariam a investida, numa possível falha dos planos iniciais; quais seriam seus alvos; quem lideraria os grupos de ataque; entre outras coisas. O 1° Ancião Dong conhecia muito bem o comportamento de seus familiares ― fazia anos que vinha os estudando ―, portanto, sabia exatamente o que cada um faria nos dias seguintes, afinal, um grande festival estava para começar e suas ações era parte de uma rotina, repetia todos os anos.

O Patriarca ficava bastante ocupado, faltando pouco para o começo da competição entre os jovens; era um dos responsáveis por organizar os assuntos maiores, como despesas e a relação entre as outras Famílias. Todas possuíam seu papel a cumprir e tudo era planejado com antecedência.

A 2° Anciã, por outro lado, tinha poucas responsabilidades, sua principal função era se agrupar com líderes das outras Famílias e estruturar a defesa da cidade. O Festival da Geração do Caos sempre se provava um evento bastante barulhento e isso poderia atrair as Bestas Demoníacas. Contudo, a tarefa, como dita, era dividida em diversos grupos e isso facilitava o trabalho.

A Ancião Huo, este ano, foi escolhida como a representante dos Xiaos para ajudar nos arranjos, incluindo montar as estruturas e elaborar as regras, além de fiscalizar todos os assuntos menores, tipo o espetáculo de abertura, licença para venda de determinados produtos, entre outras coisas. E isso a deixaria muito ocupada.

O Ancião Dong sabia o que cada um faria durante os dias que estavam por vir, assim sendo, conseguiu elaborar um plano que acreditava ser o suficiente para emboscar seus inimigos sem sofrer a interferência de forças externas. Depois disso, era apenas uma questão de esmagá-los e a vitória seria sua. Ele, enfim, erguer-se-ia na posição que deveria ter sido sua desde o começo.

Após todos entenderem e concordarem com os planos elaborados por Xiao Dong, o grupo começou a se dispersar. Os primeiros a deixarem o saguão foram Coo e seu bando. Antes de saírem da residência do Ancião, eles envolveram seus corpos, ocultando o símbolo da Seita Jiã, com um fino manto preto que encobriu até mesmo seus rostos através de um capuz anexado à peça.

O manto possuía um peculiar, mas chamativo, emblema estampado nas costas, constituído por três figuras distintas: A primeira, que se encontrava em posição elevada, do lado esquerdo da espinha dorsal, era uma lua minguante. A outra, na parte mais baixa, perpendicular ao primeiro desenho, do lado direito da coluna, era um sol irradiante. E entre essas duas figuras, no centro das costas, ficava uma imagem constituída por traços simples que parecia formar um tubo de ensaio.

O 1° Ancião Dong havia ordenado à Coo e seus homens a usar algo contendo aquele símbolo específico, tanto para entrar quanto sair de sua residência. Não importava o que, se era um manto ou uma camisa, apenas precisava ocultar o emblema da Seita Jiã enquanto exibia o outro. Pois assim, mesmo se houvesse alguém vigiando a chegada e partida dos visitantes, não chamaria tanta atenção e as chances de serem barrados seria menor.

Enquanto deixavam os arredores da moradia do 1° Ancião, um dos homens que compunha o grupo enviado pela Seita Jiã, adiantou-se em direção à Coo e questionou:

― Realmente iremos matar um prodigioso Alquimista? ― Ele não tinha se manifestado durante a reunião, mas discordava por inteiro da ideia de assassinar uma existência tão prestigiada.

― Aquele velho só está interessado em obter o poder a qualquer custo e isso é vantajoso para nós. ― disse Coo, liderando o grupo para fora do território da Família Xiao, subindo a montanha. ― No entanto, seria ainda mais vantajoso obter um Alquimista. Se ele quer tanto assim se livrar da existência mais importante de sua Família, ficaremos felizes de estender um braço amigo e acolhê-lo sob nossa Seita. ― Seus olhos exibiam um brilho calculista. Possuía os próprios planos para o garoto chamado Ning.

 

Os dias passaram sem grandes acontecimentos. Toda a Cidade da Fronteira do Caos seguia da mesma forma de sempre, com o centro agitado ― instigado pelos gritos ressoantes dos mascates de beira de estrada e os comerciantes por trás do balcão de suas quitandas ― e as áreas residenciais calmas, expondo ocasionalmente a figura de um transeunte, indo para o trabalho ou retornando de um passeio.

No entanto, quando o primeiro dia do último mês do ano chegou, mudanças começaram a ocorrer. Embora o comércio permanecesse agitado ― talvez até mais do que antes ― o maior caos se instaurou nas periferias. Os moradores, mesmo aqueles que passavam seus dias reclusos em suas casas, saíram para as ruas em massa, organizando grupos e designando tarefas. As tradicionais preparações para a virada do ano haviam começado.

Na Cidade da Fronteira do Caos, todo ano, no último mês, os residentes se reuniam para dar começo às organizações dos eventos que ocorreriam ao longo do mês. Pois sim, o Festival da Geração do Caos não era a única cerimônia celebrada em comemoração aos futuros prodígios de cada Família e a um novo ano de prosperidade, fortuna e boa saúde.

Ao longo do mês seriam feitas celebrações em homenagem aos Deuses, em agradecimento pelas bênçãos e proteção. O primeiro evento teria início dentro de três dias; um grande banquete envolvendo toda a cidade, no qual as pessoas se viam livres para levar seus pratos mais saborosos para serem degustados, em tributo ao Deus da Colheita, pela abundância de alimento e pouca miséria. Em vista disso, os cidadãos estavam correndo para preparar tudo a tempo.

Precisariam de um local amplo, muita comida e vinho, bem como um espaço confortável para as pessoas poderem apreciar suas refeições. Outro ponto importante era a decoração. Um grupo com indivíduos criativos e mãos hábeis foi designado especialmente para essa tarefa, enquanto um segundo time ficou responsável por providenciar os materiais necessários.

As quatro Famílias não foram poupadas do trabalho. Sob a ordem do Lorde da Cidade, todas precisaram enviar membros para ajudar nos preparativos.

Em virtude do perigo que circundava a região, os cultivadores mais fortes foram encaminhados para a floresta e para a montanha em busca de matérias-primas que não poderiam ser obtidas dentro das muralhas. Enquanto os mais jovens, os quais não haviam avançado para o Reino do Despertar ainda, foram designados a atividades menos perigosas, como varrer as ruas e auxiliar no transporte de cargas pesadas.

Durante os dias que sucederam, as ruas da Fronteira do Caos foram tomadas por entulhos e lixos de retalhos e lascas de bambus, que logo eram varridos pelos jovens membros das Famílias. Nas cozinhas de muitas casas, receitas eram testadas a fim de encontrar a mais saborosa para o dia marcado. Todos pareciam estar trabalhando duro, empenhando-se em seus deveres.

Enquanto isso, no território da Família Xiao, Xiao Ning estava deitado ao pé de uma árvore no pátio externo da casa do tio Chang, sozinho. Em seu rosto, via-se uma expressão de tédio diferente daquelas que geralmente demonstrava quando procurava um lugar para dormir. Era um tédio genuíno de uma pessoa que, muito embora desejava algo para fazer, não existia nada capaz de acalmar sua ânsia.

A verdade era que Xiao Ning desejava estar neste momento compondo mais Pílulas da Borboleta Monarca, o problema foi o esgotamento de um ingrediente que o deixou sem ações. As Rosas do Entardecer havia acabado e antes de dar continuidade às Composições Alquímicas, seria preciso coletar mais, afinal ela era um tipo de Erva Espiritual da qual não se encontra para comprar.

As Rosas do Entardecer haviam se esgotado fazia alguns dias e desde então ele estava parado. Xiao Ning desejava sair a procura de mais, porém, o tio Chang barrou sua saída, alegando que: Uma vez que Xiao Wu, seu fiel seguidor e um Guardião, conhecia o método de colher e encontrar a tal Erva, não precisava dele se colocar em risco e voltar até a Floresta das Mil Perdições. Porque Xiao Ning era inestimável para a Família e não poderiam correr o risco de perdê-lo.

Fazia dois dias que Xiao Wu voltou para a floresta. Na primeira vez, o Guardião pensou que seria uma tarefa fácil colher as Rosas do Entardecer, visto que da última vez eles não tiveram problemas em encontrar as Ervas Espirituais. Contudo, há três dias, quando realizou sua primeira tentativa, voltou para casa de mãos vazias. Ele tinha tentado a sorte no mesmo campo em que Ning realizara a primeira coleta, mas as Borboletas Monarcas não apareceram.

Após o primeiro fracasso, Xiao Wu reuniu alguns membros que faziam parte do grupo comandado por ele e partiu de volta para a floresta. Não voltaram desde aquele momento. A equipe estava realizando uma expedição, tentando rastrear os movimentos das Borboletas Monarcas, assim como encontrar todos os campos de Rosas Silvestres existentes na região.

Aproveitando a oportunidade, Xiao Wu decidiu “mapear” o local, a fim de entender o comportamento das criaturas aladas e dessa forma, quando fossem necessários mais ingredientes, não precisariam perder tempo procurando muito.

Infelizmente, o grupo não estava tendo sucesso em sua busca. Apesar de já terem encontrado sete diferentes campos de Rosas Silvestres, as borboletas pareciam fumaça que se dissipava sempre que chegavam perto. E todo esse fracasso resultou em um Xiao Ning entediado, sem nada para fazer.

Em outra ocasião, comemoraria estar livre de qualquer tipo de atividade ou obrigação, mas, para ele, Alquimia era um momento de prazer.

Enquanto aguardava o retorno triunfante do Guardião, Xiao Ning ocasionalmente deixava escapar um suspiro de desânimo. Mesmo tirar um cochilo, na esperança de que o tempo passasse mais rápido, parecia um trabalho enfadonho, sem falar, já ficara tão acostumado a dormir assistindo Xiao Shui treinar, que estava sendo um pouco difícil adormecer. Por algum motivo, ouvi-la balançando a espada, cortando o vento com a lâmina afiada, proferindo e lançando técnicas, havia se tornado uma espécie de canção de ninar.

Sentado ali, sem nada para fazer ― e preguiçoso demais para procurar uma atividade alternativa ―, deixava escapar bocejos atrás de bocejos, ao mesmo tempo em que seus olhos semimortos estudavam as formas amorfas das nuvens no céu, o qual exibia um espetacular azul naquele dia.

Foi quando Xiao Shui apareceu correndo pela grama. Diferente de Ning, que parecia ter sido possuído por uma preguiça do tipo bem preguiçosa, ela estava empolgada e abria um largo sorriso enquanto atravessava o pátio.

Xiao Shui aparentava estar se contendo para não sair pulando feito uma criancinha que descobriu através de métodos sorrateiros o que os pais iriam lhe dar de presente de aniversário. Eufórica, ela parou sob a sombra da árvore na qual Ning se encontrava esparramado e começou a narrar os acontecimentos que a levaram ao êxtase.

― Eu consegui! Eu consegui sentir os itens dentro da minha Bolsa! ― Comemorava, extasiada pelo acontecimento.

Nos últimos dias, ela vinha treinando com bastante dedicação seu Sentido Espiritual e aos poucos conseguiu aprimorar a habilidade. Quando se concentrava, era capaz de “enxergar” os pequenos focos de luzes frias que pareciam vir de cultivadores, como ela bem notou há alguns dias. Este foco se tornava particularmente intenso e gelado ao lado de seu pai.

Para ela, este avanço já era uma realização significativa. No entanto, hoje, enquanto praticava, conseguiu sentir algo que a deixou fascinada e muito, muito empolgada.

Aconteceu quando estava em seu quarto, tentando manter o Sentido Espiritual pelo máximo de tempo possível ― Xiao Ning havia falado para ela que manter a técnica sempre ativa era algo importante. Naquele tempo, Xiao Shui já havia passado pouco mais de uma hora com a habilidade acesa, sem vacilar. Era o seu recorde. Foi quando aconteceu...

Enquanto estava lá, com os olhos fechados, sentiu aquele frio característico que presenciava ao encontrar algum foco de Energia Espiritual. A névoa gélida que ela imaginava representar seu Sentido Espiritual sendo exercido, encobriu um brilho esquálido, de presença fraca. Não era um cultivador. Então, de repente, na cabeça de Xiao Shui, a imagem de um punhado de Jades Elementais flutuou. Em seguida, foi a vez de um maço de Ervas Espirituais e por fim, as figuras tremeluziram e desapareceram, pois perdeu a calma ao reconhecer os objetos.

Tanto as Jades Elementais quanto as Ervas Espirituais eram itens que ela tinha guardado dentro de uma de suas Bolsas de Armazenamento. Xiao Shui se tocou que através do Sentido Espiritual havia sido capaz de espiar o interior de uma de suas Bolsas.

Acontece que, ela nunca tinha conseguido identificar os itens e sua localização dentro da Bolsa de Armazenamento. Se podia retirar um objeto específico de dentro do artefato era porque já sabia que ele estava lá. Contudo, se por ventura encontrasse um desses artefatos perdidos em algum canto, precisaria tirar todos os artigos no interior, um por um, no intuito de saber do que se tratava. Seria um trabalho feito às cegas.

No entanto, com essa descoberta, tudo o que ela precisava fazer era usar seu Sentido Espiritual e poderia saber o que existia dentro de uma Bolsa de Armazenamento sem ter de se dar ao trabalho de examinar cada um dos itens.

Xiao Shui foi pega de surpresa pela descoberta; não fazia ideia que era possível fazer esse tipo de coisa. Seu pai nunca havia contado a ela sobre isso. Por esse motivo, estava maravilhada e contou toda a experiência à Xiao Ning num único fôlego.

― Oh, então você avançou no seu treino. ― balbuciou Ning, com a voz arrastada, tentando esboçar alguma reação, mas sua expressão continuava a de alguém semimorto.

― Sim! ― confirmou Xiao Shui, em um tom cheio de energia. ― Acho que se eu for a um lugar com muitos cultivadores, talvez eu possa melhorar um pouco mais minha habilidade. ― Dizendo um, “até mais”, apressado, Xiao Shui partiu rumo às Arenas de Combate e Treinamento. Pretendia passar a tarde lá, tentando sentir a Energia Espiritual dos outros membros da Família.

Enquanto assistia ela se afastar, Xiao Ning coçou a cabeça e balbuciou com uma voz preguiçosa:

― Que menina estranha. Uma hora briga comigo e na outra vem correndo me contar uma coisa boa que aconteceu com ela. ― deixou escapar um suspiro. Naquela manhã mesma, Xiao Shui tinha implicado com ele por ter passado os últimos dias resmungando e caído pelos cantos.

Mas, bem, vendo o quanto ela parecia empolgada, ele pensou que talvez devesse encontrar algo para passar o tempo, quem sabe poderia esbarrar em algo divertido para fazer. E isso o fez se lembrar das frutinhas de Bútutu que adquiriu há poucos dias.

As Bútus seriam usadas para um avanço muito importante. Contudo, antes disso, elas precisavam ser submetidas a um processo envolvendo um dos tipos de Composições Alquímicas, a Cocção.

Inicialmente, Xiao Ning pretendia fazer isso logo após a coleta da Fruta Espiritual, mas depois da situação envolvendo o 1° Ancião Dong e em seguida o plano de revelar que o Patriarca possuía um Alquimista ao seu lado, acabou por decidir prolongar a Composição Alquímica. Agora, seu objetivo era fazer isso depois que houvesse terminado de compor uma boa quantidade de Pílulas Espirituais.

Porém, como Xiao Wu estava tendo dificuldade de encontrar as Rosas do Entardecer, talvez fosse uma boa ideia pular a espera. Dessa forma, Xiao Ning pegou as Bolsas de Armazenamento que estavam presas em sua cintura ― uma que conseguiu no Evento de Seleção e outra dada de “presente” pelo 1° Ancião ―  e, com seu Sentido Espiritual, espiou o conteúdo interno.

Ele já havia conferido o interior da Bolsa de Armazenamento “presenteada” pelo Ancião Dong algumas vezes e ficava sempre empolgado ao ver os itens, afinal tinha conseguido tudo de graça. Seu conteúdo se resumia a duzentas Jades Elementais da Terra e cem Jades do Ar, bem como um punhado de Envelopadas de Carcasiss, uma Erva Espiritual muito peculiar e comum em diversos ambientes florestais, que tem a capacidade de armazenar uma pequena fração de Energia Espiritual em suas folhas. Embora a quantidade de Energia presente nela não seja grande, cultivadores do Reino Mundano costumam mascar suas folhas, pois isso pode beneficiar o cultivo.

Antes de dar início a Cocção, havia algo que Xiao Ning precisaria de antemão, que era: Frascos de Jade.

Frasco de Jade é um artefato usado para guardar objetos que possuam em sua composição Energia Espiritual. Isso é necessário pois coisas como, Pílulas Espirituais, Ervas e Frutas Espirituais, entre outras substâncias, quando não preservadas de maneira correta, perdem parte de seu vigor no decorrer do tempo. E com a composição que Xiao Ning iria fazer não era diferente.

Por causa disso, ele precisava comprar alguns Frascos de Jade, já que seria mais conveniente fazer toda a Cocção de uma única vez.

Porém, antes de mais nada, seria necessário arrecadar um pouco de dinheiro, dado que não sabia quanto custaria os Artefatos Mágicos. Para isso, seu plano era vender tudo que havia dentro da Bolsa presenteada pelo Ancião Dong. E como não tinha nenhum interesse em utilizar os itens, essa foi uma decisão fácil de ser tomada.

Decidindo o que faria a seguir, ergueu-se do chão, tornou a prender as Bolsas de Armazenamento em sua cintura e começou a rumar em direção a cidade.

 

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