Volume 2

Capítulo 117: A Peça; A Notícia. #2

 

— Irmã! Irmã! Irmã! — a sombra de Lin Ji surgiu no palco, puxando o que parecia ser a sombra de Lin Xi, que fazia movimentos exagerados de estar sendo puxada.

— O que foi? Precisa me puxar e ficar gritando?

— Sim! Você não sabe o que a Senhora Ma nos deu de presente! 

— Lin Ji, pare de puxar meu braço. Ah, você vai me fazer pisar os coelhos... não subam em mim pessoal, desçam... Lin Ji! Me ajuda a tirar eles do meu vestido!

De repente o que pareciam ser ratos grandes e gordos começaram a subir em Lin Xi, enquanto ela pegava eles e os colocava no chão. 

— Ah! Não é para subir nela, Bao, Zu! Ni, Shu, Flor! — Lin Ji começou a pegar os ratos grandes com pressa, tirando um a um, e o narrador começou a explicar.

— Mesmo com o reino mergulhado nas chamas de uma guerra, a vida ainda se mostrou ser a coisa com mais resiliência no mundo. E ela em sua graça, fez com que os Coelhos Crepúsculo que a família havia recebido de presente, cedessem aos seu destino e se procriassem com abundância. 

Agora, na casa Lin, havia mais duas senhoritas Lin e 12 filhotes cheios de energia, que faziam os dias da família muito mais animados... ou preenchiam eles com raiva... filhotes são fofos, mas são igualmente irritantes."

Depois de tirarem todos os Coelhos Crepúsculo de Lin Xi, ela finalmente pôde respirar e voltou a conversa. 

— Haaa... — ela soltou um suspiro. — O que você queria mesmo?

— Ah, sim! Lin Xi! A Senhora Ma nos deu filhotes de tartarugas!

Qin Xa ficou surpresa. Também havia tartarugas nesse mundo? Parece que essas criaturas eram tão macabramente adoradas pelo mundo, que chegaram a se propagar por todos os universos!

De repente a figura da tartaruga parecia mística demais para ser ignorada, 3 mundos possuindo tartarugas era uma coincidência tão bem-vinda quanto assustadora. Qin Xa deveria tomar cuidado com essas coisas daqui para frente.

Mentalmente ela tomou nota disso. 

...

— O que é uma tartaruga? — Lin Xi indagou meio confusa e meio curiosa, e Lin Ji ficou calada por um momento. 

— Eu não sei.

— E você aceitou o presente?

— Sim. A Senhora Ma disse que elas eram fofas...

— E como elas eram?

— Hmm, ela disse que tartarugas tinham um escudo redondo nas costas... uma cabeça de lança e patas de nadadeira! E elas tinham um pequeno rabinho... também conseguiam esconder a cabeça dentro do corpo... e elas sabem nadar e andar na terra! E os braços delas parecem espadas ou asas!

...

Todo mundo ficou confuso. Qin Xa começou a piscar, buscando no fundo da sua mente informações, tentando imaginar essa monstruosidade.

Dentre todas as criaturas que ela conhecia... tartarugas não se encaixavam muito bem nessa descrição medonha... mas parecia tão certo. Que coisa...

...

— Tem certeza que isso não é uma máquina de guerra? — a pergunta de Lin Xi parecia tão genuína. 

— Não! Mas a Senhora Ma disse que elas eram do tamanho de um braço...

As duas irmãs se entreolharam.

Lentamente as cortinas ocultaram o palco, e em segundos, Lin Xi estava caminhando pela rua com suas irmãs, enquanto guardas seguiram as 4. Enquanto conversavam e brincavam, todos pareciam muito harmoniosos.

Ao chegarem na residência Ma, foram todas levadas a um tanque, onde jovens beldades com rostos vermelhos e roupas limpas conversavam sobre o conteúdo do lugar.

Foi então que a plateia finalmente viu o que eram aquelas máquinas de guerras ameaçadoras e mortais... com seu escudo, sua lança e espada...

Aquilo... aquilo... O que exatamente era aquilo?

Era verde, meio escuro demais. Seus olhos eram pretos, como os de um peixe e com certeza tinha uma cabeça de lança... mas... 

Os homens olhavam para aquele animal com uma curiosidade estranha, o formato da cabeça daquela coisa era muito... único. 

...

Qin Xa conseguia entender o pensamento deles perfeitamente bem, mesmo com todos tentando manter um rosto sério. O pescoço das tartarugas era um pouco mais fino do que suas cabeças, que ficaram protuberantes. Definitivamente era um formato estranho!

Não era igual aquela coisa, mas lembrava até demais... e diferente das tartarugas da terra, aquelas não possuiam pelancas, então sua pele era bem lisa...

"Natureza, e eu achando que você estava bem das ideias nos últimos tempos. Parece que eu estava errada... ou somos apenas todos nós que temos a mente completamente podre?"

...

— Ooh! Olha, são fofas! — Lin Ning gritou ao chegar perto de uma tartaruga bebê que estava sobre uma pedra, comendo alguma coisa que deveria ser uma fruta.

— São pedras com musgo! 

— Não! São escudos vivos! Olha, elas são duras! E frias!

— Garotas, não toquem! — Lin Xi advertiu ao ver a tartaruga abrir a boca e começar a chiar. — Senhora Ma, de onde essas criaturas são?

— Não precisa se preocupar, a mãe não vai rejeitar os filhotes se forem tocados. Elas vêm das terras do leste, onde as águas são infinitas e o céu toca a terra. Aqui, pegue uma...

Lin Xi de repente estava com uma pequena pedra verde entre as mãos, um pouco comprida e achatada. Pedra essa que não tinha cabeça nem pernas. — Isso...? Elas podem se esconder mesmo?

— Ora, é claro. – uma das jovens respondeu. — Elas também podem-

— Aaah! — um grito irrompeu da garganta de Lin Xi quando ela pulou para trás e largou a tartaruga, cheia de horror. Apontando para o bicho, sua voz quase sumiu. — Ela se mexeu! Ela mexeu na minha mão! 

As mulheres caíram na gargalhada. E a tartaruga, coitada, ficou emborcada e tentando em vão se virar para baixo. 

— Lin Xi medrosa. — Lin Chaoyan riu e pegou o animal sofredor. — Você derrubou ela. Hua, não tenha medo. Lin Xi é má mesmo...

— Eu não sou má! Ela só se mexeu do nada! — Lin Chaoyan começou a fazer carinho na cabeça da tartaruga, com um sorriso.

— Ela está viva, é claro que ela vai se mexer-

— Olha a mamãe tartaruga! — Lin Ji chamou a atenção de todos para a grande coisa que andava languidamente até seus filhotes, que vagavam de mão em mão.

— Que grande!

— Parece muito feroz!

— Não é possível que essas coisinhas vão ficar desse tamanho. 

— Ela deve comer muito para ser tão gorda...

— Isso... ela fede a peixe!

— Moças. — a Senhora Ma chamou a atenção. — Essa é a Qin, e ela tem mais de 700 anos. Meu marido ganhou ela de presente de um nobre do exterior e ela veio prenha... foi uma surpresa quando todos os filhotes de repente apareceram no tanque. 

Qin Xa levantou um canto do lábio. "Por mais que tenhamos o mesmo nome, a conotação dele é bem mais grave que a minha. Mas ter uma tartaruga com meu nome não é legal... O estranho é que a partícula Xa é bem rara..."

— A mamãe Qin... hm? Onde estão os peitos dela? — Lin Ji perguntou ao ver a barriga plana de Qin.

As mulheres também notaram isso, e a Senhora Ma sorriu. — Tartarugas não são como animais de pelo, elas não têm peitos. Elas são como peixes...

— E onde estão as escamas?

— Elas não são peixes... 

— Então elas são mesmo escudos vivos?

— Não. — a Senhora Ma parecia confusa também. — Elas são um animal que parece um peixe, e parecem pedras. 

— E como os filhotes nascem? — Lin Xi perguntou. — Se ela não tem peitos, como eles comem?

— Eles nascem de ovos...

— A Qin é um passarinho? — uma das mulheres questionou. 

— Não, ela é um peixe de pedra. 

— Mas ela não tem escamas.

— Ela é um pássaro pedra do mar! Tem asas, bota ovos, não tem escamas e come frutas! 

— Que animal esquisito... — Lin Chaoyan comentou, observando sua tartaruguinha abrir a boca e de repente... — Aaaaah! Dói! Dói! Dói! Solta! Solta! Aahaahaaa! Lin Xi! Lin Xi!

A garota teve seu dedo mordido e começou a gritar e sacudir a mão, desesperada, enquanto Lin Xi rapidamente pegava seu braço e a senhora Ma tomava a tartaruga em mãos.

Qin Xa não conseguiu segurar a risada. Era um clássico quando se mexia com tartarugas tomar uma mordida totalmente de graça. 

— Pare de sacudir, garota! Assim você vai cortar o dedo! Lin Xi, eu vou puxar...

— Mas e se ela ficar ferida? 

— Ela vai ficar bem, nem dói tanto assim... — Lin Chaoyan, gritando, parou de se debater quando a tartaruga soltou seu dedo. Ela se agarrou a Lin Xi, com seus olhos molhados.

— Isso é do mal! — a vítima chorou, e Lin Xi começou a confortar ela e checou seu dedo vermelho. Estava bem. — Tudo bem, vai passar. Não chore...

A senhora Ma balançou a cabeça e chamou a atenção de todas as mulheres.— Bem, acho que já aprendemos da pior forma como as tartarugas são. Mas depois que elas crescem vão parar de morder, então podem ficar despreocupadas.

Sua voz soou melodiosa e confortável, tanto que até Lin Chaoyan parou de chorar e estava encarando Qin, que começou a comer as frutas no chão, sem se importar com seus arredores.

— Então, eu queria presentar vocês com ela porque não posso criar tan-

Bang!

— Senhorita Lin! Senhorita Lin! Temos notícias! — Senhora Ma se calou frente ao soldado ofegante que entrou no pátio, desesperado, suando, pálido e ofegante. 

Lin Xi de repente deu passos apressados, seu semblante indo de preocupados para um branco ansioso, ao ponto dela fraquejar em seus passos. Ela se aproximou instável do homem.

Qin Xa que estava sorrindo viu seu humor caindo no abismo e seu Qi, antes celado, vazou, cobrindo sua pele.

— O que foi! O quê aconteceu! — Lin Xi já começou a chorar.

O guarda se ajoelhou, lágrimas descendo pelo seu rosto, fazendo o ambiente pesar e se tornar mortalmente silencioso com suas palavras.

— Seu pai... O General Branco, morreu em batalha!

— O pai?! – Lin Xi segurou ombros do homem. — Onde! ONDE ELE ESTÁ? 

— No pátio da mansão... 

Assim que suas palavras soaram, as três senhoritas correram daquele lugar com passos largos e lágrimas brotando em seus olhos. Apenas os seus choros foi deixado no lugar, enquanto as mulheres mal conseguiram reagir a tempo de entender essa notícia. 

Como puderam então, as pequenas irmãs compreenderem isso?

Naquele momento, todo o mundo delas desapareceu. Três garotas se transformaram em vultos na cena, vendo seu mundo ruir. E enquanto isso, a mais nova, chegou em frente ao soldado que ficou de joelhos...

— É mentira! É mentira! — Lin Ning, a mais nova, mais lenta, rouca e se derretendo em lágrimas, pegou nas roupas do soldado. Apertou tanto que seus braços finos começaram a tremer. — Meu pai não morreu! Aaahaaaa...! 

Ela bateu com os punhos no ombro do soldado, e gritou: — O MEU PAI NÃO MORREU...! AAAAAH...!

Com as cortinas se fechando, seus gritos de lamento e suas lágrimas não pararam. O soldado abraçou a criança com firmeza, enquanto tentava lhe confortar... mas como poderia, se até ele estava lamentando a perda de um dos seus maiores amigos?

E as cortinas se fecharam de vez.

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