Volume 2
Capítulo 3: Batalha na Costa
A briza salgada do mar estava misturada com o cheiro de podridão.
A cidade, construido dentro de uma passagem, se extendia como um leque cuja costas estavam voltadas para as montanhas. Muros de gesso foram erguidos para evitar a briza do mar e as telhas, feitas de argila, tava um belo tom de marrom e branco.
Ao longo da costa, perto das montanhas, um declive natural aumentava a altura das casas. No topo de uma centena de pequenos degraus, um escritório da Igreja ficava diante do mar azul e todo seu esplendor, entretanto, o prédio, adornado com uma estátua de cabeça para baixa da Santa derramando suas lágrimas de sanguem, hávia sido tragicamente esmagado por uma flor de carne gigantesca.
Pétalas em formato de línguas pingavam muco. No final de seu tronco retorcido estavam raízes que lembravam chicotes. Elas corriam por toda cidade, destruindo os prédios em seu caminho. Inúmeros corpos estavam jogados na rua e encima da escadaria. Estranhamente, todos tiveram seus abdômens esmagados, homens e mulheres, todos com expressões que indicavam terem sido vítimas de uma angústia prolongada.
Eles háviam sido perfurados pelas raízes e tiverem seus orgãos sugados.
— Isso é... Horrível...
Kaito suspirou horrorizado, traçando as raízes com seu olhar. logo antes de chegar ao mar, elas pararam de crescer.
A flor gigante estava evitando o mar, o qual estava tingido de vermelho e também estava contaminado.
A água impregnada espumava violentamente. As praias e o cais foram cobertos com pilhas de algas dissolvidas e peixes mortos. Fora do mar, os corpos de baleias e golfinhos com estômagos inchados podiam ser vistos.
Já abandonados por seus passageiros, pequenos botes e alguns navios comerciais se degradavam em uma velocidade fora do comum. Sua carga estava vazando através de seus depositos rompidos, se misturando entre os corpos.
No meio deste terrível espetáculo, uma discreta silueta de uma enorme ilha apareceu.
Depois de olhar mais de perto, pode-se notar que estava pulsando.
A ilha era de fato uma água-viva transparente cor de carne, grande o suficiente para ser confundido com uma. Era como se o próprio mar tivesse desenvolvido um tumor que vazava pus e podridão.
Ambos, a flor e a água-viva, cresceram muito além do seu limite, estando ao ponto de colapsarem. Eles eram grandes demais para confirmar se háviam agulhas em algum lugar de seus corpos, mas era bastante claro que eles não eram mais capazes de manter o seu ego.
Usando runas mágica, dadas a eles pela Igreja, os três se teleportaram para o começo de uma das escadarias que levavam as montanhas, uma vez que se teleportar para o escritório destruido não era uma opção. Por conta da boa vista do lugar onde estavam, dava para ver claramente aquela disastrosa cena diante de seus olhos.
Com seus cabelos negros balançando com a briza do mar, Elisabeth levou a mão a testa.
— ... Mas que dor de cabeça. Parece que ambos estão sendo controlados. Que par mais miserável eles são por se deixarem ser controlados tão fácilmente. De todas as situações possíveis, está é a pior delas.
— Você está bem, Senhorita Elisabeth?
— Se lamentar pouco fará para melhorar nossa sorte... A flor é o Alto Conde e a água-viva é o Ark Duque. Nós vamos começar pelo mais fraco deles antes que cuspam seus corações."
— Sim senhorita.
Se curvar profudamente, Hina ajustou a empunhadura de sua alabarda. Kaito silênciosamente checou mais uma vez os corpos jogados na rua, quando derrepente viu uma figura se mover.
— Um sobrevivente!
Seus olhos se abriram quando se deu conta que hávia errado.
Era um soldado grotesco, um servo dos demônios. Sua cabeça tinha se transformado em uma flor e ele estava pisoteando os corpos e checando as raízes como se procurasse por algo.
Enquanto Kaito tentava adivinhar oque ele estava procurando, a resposta para esta questão se veio a tona quando um grito veio do nada.
Embora a Igreja tenha dito ter evacuado os sobreviventes através de um círculo de teletransporte, aparantemente não todos haviam conseguido. O lacio estava caçando eles e se silênciando um por um.
"Agora que pensei sobre isso, faz sentido. Com uma calamidade dessas vindo tão derrepente, é claro que eles não conseguiram evacuar todos. Droga!"
Discretamente estalando a língua, Kaito chamou por Elisabeth.
— Elisabeth, tem lacaios vagando por ai. Nós temos que salvar os sobreviventes.
— O campo de batalha não tolera igenuidade. O melhor é fazer vista grossa para as vítimas... Ou pelomenos é oque eu gostaria de dizer, mas a Igreja viria atrás de minha cabeça. 'Faça algo de bom pelo mundo', ou alguma coisa nessas linhas... Mas não disponho dos meio necessários para isso. Kaito, você está encarregado desta terefa.
— Como é? eu?
— Sem alarde, eu lhe darei isto.
Elisabeth estalou seus dedos. Uma espada com rubis formando uma espiral ao redor de sua lâmina caiu do nada. Era uma ferramenta mágica que haviam encontrado no castelo de Vlad. Kaito rápidamente tratou de pega-la.
Ele observou sua lãmina estilo agulha com espanto. Ainda estático, Elisabeth continuou a dizer-lhe.
— Você tem o corpo de um golem, uma criação de primeira classe da minha autoria. Seu controle sobre a magia supereou minha expectativas, então você tem um grande número de ferramentas a sua disposição. Lute. Até onde pude observar, este é seu desejo, certo?
— Sim, com certeza. Eu farei isso... Não posso ficar sentado te olhando como sempre.
— Hina, sua tarefa é... Alias. Eu vou permitir que fique ao lado de Kaito. A probabilidade de ficar a lado de alguém cuja expressão superou o ódio e se tornou semelhante a sua me deixa desconfortável, então prefiro me abster.
Hina, que estava séria ao ponto de parecer estar disposta a esfaquear Elisabeth, limpou a expressão tensa de seu rosto. Ela curvou-se para Elisabeth e fez uma pergunta.
— Ouvir estas palavras me enche de gratidão. O meu maior desejo é estar ao lado de meu amado para protege-lo... Entretanto, Lady Elisabeth, oque a senhorita...?
— Não duvide da capacidade da Princesa da Tortura. Meu poder atual é mais que o suficiente para esmagar o Ark Duque como uma formiga.
Kaito e Hina, prestes a expressar sua preocupação, engoliram suas palavras. A Princesa da Tortura não estava blefando. Sua expressão tornava isso bem claro.
Elisabeth estava sorrindo de forma feroz e também cruel.
— Agora, deixem-nos a sós... Eles iram gritar como porcos e se contorcer como larvas.
Trevas e flores carmesins se uniarm, com Elisabeth tomando posse da Espada Executora de Frankenthal.
Ela subiu as escadas correndo e saltando.
Quando se aproximou de uma raíz proxima, pulou sobre ela, então começou a correr para o corpo principal da flor através dela. Era evidente que ela estava correndo sobre o braço de seu inimigo para demonstrar força. A raíz estremeceu ao se erguer. Antes que pudesse se jogar, Elisabeth gritou.
— Arma de pregos!
Trevas e pétalas carmesins correram pelo topo da raíz em espiral, dai foi ouvido um som agudo.
Pregos enferrujados aparecem no ar e prenderam a raiz na estrada e entre os prédios.
Gritando de dor, a flor começou a liberar muco de suas sépalas. Kaito, por reflexo, franziu o cenho. Cruelmente pissando na cabeça dos pregos, Elisabaeth correu como um meteoro de obsidiana.
Kaito olhou para ela, admirado, mas Hina o chamou, fazendo retomar o foco.
Mestre Kaito, nós temos que ir também. Procure não sair do meu lado."
— Certo. Vamos lá.
Assentindo, Kaito começou a correr. Os dois subiram as escadas, fazendo seu caminho em direção aos gritos que acabaram de ouvir. A cidade, envolta por raízes, parecia uma ruina, inabitada a um milênio. O fato de sinais de haver sinais de vida fazia a cena parecer mais estranha.
Enquanto continuavam pela estrada principal, cruzaram por uma sacada cheia de lindas plantas caseiras, dando um estranho contraste ao lugar. Logo em seguida encontraram um lacaio. Ele estava vestindo uma armadura de escâmas feitas com folhas e lentamente se virou para eles.
Ao piscar seus olhos gigantes, seu ultimos traços de um ser humano foram arrancados por Hina.
Sua mira impecável cortou a cabeça de flor, mas não foi o suficiente para dete-lo, talvez pelo dele não possuir cérebro ou coluna espinhal.
— Não seja teimoso comigo!
Com um afiáda repreensão, Hina cortou seu braço já prestes a alcança-la. Provavelmente sentido a diferença de força, o lacaio usou seu outro braço para atacar Kaito com um chicote de vime.
Hina imediatamente brandiu sua alabarda, mas Kaito a parou com um olhar.
Ele empunhou sua espada para bloquear o ataca de seu inimigo.
"Acalme-se e seja racional. Se não conseguir lutar com algo desse nível, eu nunca deixarei de ser um estorvo."
Antes que o vime pudesse se enrolar em sua espada, Kaito focou seus sentidos na ferida em sua mão, dai chamou:
— La (queime)!
Uma labareda foi lançada, fazendo uma esperial, atingindo o vime e o consumindo. Com seu braço em chamas, o lacio gritou de agonia.
Ver os corpos jogados pela cidade acalmou Kaito, tendo em vista sua íntima experiência com ódio que criava nessas situações, entretanto, sua tensão física era outro problema. Vendo que sua mágica hávia funcionado, ele suspirou de alívio e sua mão trèmula finalmente parou.
Esse é a Elisabeth que eu conheço, sempre certeira. O fogo desta arma parece bem efetivo contra esses caras.
O lacaio arrancou seu braço queimado e começou a correr de forma torta. Kaito o perseguiu, mas inesperadamente ele, com o restante do corpo queimando, se virou e investiu contra Kaito.
Parecia que Kaito iria pagar pelo seu descuido. No momento seguinte, ao contrário do esperado, ouvi-se um som explosivo, com o lacaio sendo arremessado. Após piscar algumas vezes, Kaito finalmente tomou ciência do que acabou de acontecer.
Hina bateu no lacaio com o lado inverso de sua alabarda, lançando contra a parede de um prédio. O fogo hávia se extinguido com o impacto, mas o lacaio continuava a convulsionar. Uma chuva de ataques foi lançada sobre ele.
— Mesmo que! O mestre Kaito! Desejou isso! Ser esmagado até a morte! É uma punição leve demais! Para sua grosseria!
Entre uma sentença e outra, Hina batia no lacaio. Seus ataques se focavam no seu peito, com seu corpo vegetal sendo reduzido a carne moida. O olhar dela era frio e depois que confirmou sua morte, ela assentiu.
— Fique morto seu imundo!
Sua voz era seca. Ao se virar pra Kaito, sua expressão mudou da água para o vinho. Um sorriso brilhante se abriu em seu rosto.
— Excelente, Mestre Kaito! Foi tão bom que ninguém iria suspeitar que está é sua primeira vez! Depois eu lhe dou um afago.
— Obri...gado. Se bem que eu acho ter sido você quem fez algo impressionante.
— Não, não acho que tenha sido. É muita gentileza da sua parte, mas, mesmo essas criaturas sendo lacaios, sua resiliência não é deixa nada a desejar... Daqui em diante acho melhor esmaga-los do que corta-los.
Então um grito foi ouvido. Kaito e Hina olharem em sua direção, dai acenaram um para o outro.
Eles correram por algumas casas, passando por uma área perto das paredes do rochedo no oeste onde hávia vários carrinhos dos vendedores de peixe, até chegarem a alguns prédios feitos de paredes mais grossas.
Uma voz foi ouvida de dentro de uma das residências.
— Ali!
Ao adentra o local, Kaito presenciou o inferno.
O que aconteceria se você atasse os membros de alguém com arame farpado e dai os puxasse até seu limite?
O que aconteceria se você enfiasse tentáculos no abdomem de alguém enquanto eles ainda estivessem vivos e ficasse batendo em seu estômago?
O que aconteceria se você apertasse corpo de alguém até seus ossos se quebrarem e ele vomitasse seu orgãos?
Dentro daquela casa, todas estas questões estavam sendo respondidas.
Os dois lacaios estavam dessinteressadamente massacrando uma família, como se fosse apenas mais um dia de trabalho.
O resto do avô, do pai e da mãe estava presos ao chão de azulejo. Parecia que háviam sido mortos nesta ordem. A sala era bem espaçosa. Em suas paredes existiam harpôes, aparelhos de pesca, botes e velhas iscas alinhas em prateleiras de madeira. Entre elas, jarros coloridos de conversas e sacos de aparência pesada estavam alinhados.
Parecia se tratar de um armazem. Com base no fato de não haver janelas e dela ser retirada do centro da cidade, aquela familia não devia ter sido capaz de atender ao chamado de evacuação da Igreja e foram descobertos pelos lacaios.
O resultado foi o horrendo espetáculo diante de Kaito. Não era tarde demais, entre os escombros ainda hávia sobreviventes.
Era um casal de crianças, um garoto e um garota abraçados um no outro.
O lacaio, o qual estava acabando de esmagar carne, não tinha reparado a chegada e Kaito e Hina.
Outro lacaio saltava obre os restos da mãe, mas especificamente seu estômago que estava saindo de sua boca, até se virar e olhar para as crianças.
O menino, que era o mais jovem, estava catatônico. Seu tornoze-lo estava exposto, com um tentáculo a beira de agarra-lo. Antes que pudesse, o jovem foi puxado pela menina que tentava faze-lo se mecher.
Ela provavelmente era sua irmã mais velha. Tentando distrair o lacaio, a garota levantou os braços e chamou sua atenção, mas toda sua valentia se esvaio. Seu rosto se contorceu e ela soltou um gemido de pavor, ainda sim, nunca deixou de defender o mais novo.
Hávia algo em seus olhos, algo que transcendia seu amor familiar e a convicção de uma irmão.
Derrepente, uma memória em particular cruzou pela mente de Kaito.
Houve um tempo no qual um garoto de cabelos ruívos se sacrificou para salvar Kaito. Sussurando uma breve sentença, aquele garoto deu um sorriso a beira das lágrimas antes de ser tragado pelo aranha e ser devorado vivo.
Mesmo não querendo ser morto, aquele garoto desejou pela felicidade de Kaito e instintivamente o protegeu.
"...Neue."
Desde de que sobreviveu aquilo, não existiu um dia que Kaito tenha esquecido de seu nome.
Antes de se dar conta, ele já estava perfuramdo as costas do lacaio.
Kaito enfiou toda a lâmina dentro do lacaio agonizando para conseguir se virar.
Quando seus olhos se encontraram, Kaito sorriu para ele.
— La (Queime)!
Sua palavra mágica lançou seu mana contra a espada que se incendiou dentro do corpo do monstro.
O lacio soltou um grito incompreensìvel até se tornar carvão de dentro para fora.
Kaito, não deixando sua guarda baixa por nenhum momento, liberou uma segunda e uma terceira onda de chamas para soltar sua espada presa. O lacaio restante frenéticamente extendeu seu vime contra ele.
"E aqui está a Hina"
Depois de receber uma voadora de duas pernas, o lacaio se chocou de cabeça em uma prateleira. Um jarro de peixes em conserva caiu e se rompeu. O armário balançou e caiu encima dele.
Não perdendo sua chance, Hina pegou sua alabarda e a segurou acima da cabeça. Ela a empunhou como um amaciador de carne, baixando encima da armário e esmagando o lacaio de novo e de novo.
Cada ataque seguia um ritmo, deixando o armário mais e mais achatado. Um liquido fétido se espalhou pelo chão se misturando com a conserva.
Quando o móvel ficou o mais próximo possível do chão, Hina colocou uma da pernas sobre ele e suspirou.
Kaito, também, tratou de chutar o lacaio carbonizado no estômago. Como um ar de irônia, ele se despedaçou e virou pó. Sua ráiva baixou por um instante e foi quando de seu conta de que estava tremendo.
— O que... Aconteceu comigo?
O lacaio estava morto. Não hávia mais nada a temer. Kaito, tentando suprimir sua tremedeira de forma lógica, se ajoelhou em um dos joelhos. Tentado desesperadamente retomar a compostura, ele chamou pela garotinha assustado.
— Você... Está bem? Não está machucada?
— ...Pa...p...
Uma voz rouca escapou por entre os lábios dela, então, vendo o ar interrogatico de Kaito, ela abriu sua boca e gritou.
— Pa...pai... Mamãe...Vovô...!
Ela estava inconsolável, com lágrimas escorrendo como água por seu rosto.
— É... é verdade... Me desculpe. Nós não chegamos a tempo, não é?
Como se Kaito fosse também um inimigo, a jovem batia nele e continuava chorando e gritando.
Kaito comovido com a cena, deixou ser socado para que ela se acalmasse.
Hina tentou para-la, mas ele a impediu com um olhar. O jovem mordomo estava muito familiriarizado com o desespero que acompanha eventos que não podem ser mudados. Ele esfregou suas costas e paciêntemente repetia a mesma coisa.
— Tudo bem. Vai ficar tudo bem. Vai ficar tudo bem.
De repente o corpo da garota ficou dormente, não por ela ter se acalmado, mas sim por causa das suas feridas emocionais terem lhe tirado toda a energia, por outro lado, eles não precisavam se preocupar dela entrar em pânico mais. Kaito limpou das lágrimas de seu ombro e extendeu a mão ao menino. Os seus olhos estavam vázios, mas ainda foi capaz de segura-la.
Segurando as mãos do menino e da menina, Kaito se levantou, fechou seus olhos e balançou a cabeça.
— É, não tem outro jeito... Eu tenho certeza de que vou dar conta. Vai realmente ficar tudo bem.
Depois de murmurar seus pensamentos de forma contraditória, Kaito abriu seus olhos. Assentindo mais uma vez, ele falou com uma voz determinada, bem diferente daquela que acabará de usar.
— Hina, eu preciso que leve esses dois para o circulo de teletransporte, aquele do castelo e volte quando tiver certeza de que estão seguros.
— Você está falando como se fosse fácil, mas isso vai levar um bom tempo! Você ficará em perigo!"
— Eu não posso ativa-lo por contra própria. Eles irão correr perigo se ficarem conosco durante a luta e não podemos simplesmente deixa-los... E o tempo é precioso demais para nós dois usa-lo. Por favor.
— ...Esta definitivamente é uma decisão a qual transborda de compaixão por estes irmãos, assim como as pessoas desta cidade, entretando, para mim, sua segurança é minha maior...
— Meu corpo é imortal. Enquanto eu tomar cuidado para não perder muito sangue minha alma não irá desaparecer. Não importa o quão machucado eu fique, eu consigo sobreviver. Por favor. Eu não quero ver mais ninguém morrer como Neue.
Kaito se curvou profundamente. Antes, quando as coisas estavam pacíficas, ele contou sobre Neue para ela pouco a pouco. Ele disse que o único motivo dele estar vivo era por causa do sacrifício que ele hávia feito.
Hina respirou tão fundo quanto pôde.
O sentimento de justiça de Kaito não era dos mais fortes. Ele e a palavra "auto-sacrifício" não se misturavam e ele sabia muito bem que não tinha força para voltar atrás de sua palavra, entretanto existiam coisas que mesmo sendo arriscadas ele não podia ver se repetir.
Sua vontade era de nunca mais ver alguém se sacrificar daquele jeito.
Sim... É isso mesmo. Eu não sei quantas vezes mais vou conseguir suportar aquilo.
E para isso ele faria tudo que estivesse a seu alcance. Seu rosto ainda estava apontado para o chão quando fez seu pedido para Hina.
— Você pode pensar na vida dessas crianças como se fosse a minha própria?
— Por favor, mestre Kaito, levante sua cabeça. Eu fui excessivamente rude.
Imediatamente Hina se apoio em um dos joelhos. Por não estar esperando aquela resposta, Kaito se envergonhou. Ela se curvou ainda mais baixo e falou com eloquência.
— Eu falhei em considerar sua determinação, por isso você teve de baixar sua cabeça... Eu fui indiscreta e muito rude. Logo mais eu deverei receber minha punição para redimir meu erro. Agora eu devo aceitar suas ordens e temporatiamente ceder. Entretando...
Como um relâmpago, Hina levantou sua cabeça. Ela olhou para Kaito, que conseguiu ver nos seus olhos verde-esmeralda o próprio reflexo. De dentro deles era evidente o sentimento de amor e decepção, misturado com uma grande angústia e preocupação, da mesma forma de uma mulher que deixa seu marido sozinho no campo de batalha.
— Você me pediu para pensar na vida dessas crianças como sua própria, embora eu já tenha dito que minha sua vida também é a minha.
— Hina, eu disse para parar de dizer essas coisas.
— De fato, mas, para mim, esta é a mais absoluta verdade. Mestre Kaito, é precisamente porque nós estamos nesta situação que eu estou lhe dizendo isto. Meu lugar na vida é a seu lado, meu amor. Se eu lhe perder, então minha vida, também, deverá acabar. Em seguida, se você se permite pensar em mim, então acredite em mim... Não importa qual seja a situação, tudo que precisa fazer é me dizer para protege-lo ou para lutar junto a seu lado.
— Hina...
— É isso oque significa ser companheiro. Por favor, se for para lembrar de alguma coisa, que seja disso. Por irei seguir suas ordens e lhe deixar, eu peço que se cuide. Muito bem, vocês dois, vocês foram boas crianças. Vamos sair daqui."
Quando ela tomou sua decisão, Hina agiu rápidamente. Com a gentileza e a confiança de uma mão, ela colocou as duas crianças em seus braçs. Ela olhou diretamente para Kaito e acenou para ele antes de partir.
Ao sair pelo porta ela correu como o vento.
— ... Confiar nela? Companheiros, não é...?
Murmurando para sí mesmo, Kaito franziu seu cenho enquanto refletia, mas prontamente balançou sua cabeça e se virou para observar o armazem. Com sua carne retorcida, suas entranhas reviradas e seus corpos esmagados, os cadáveres quase não podiam ser descritos mais como humanos. Eles concerteza háviam suportado a dor por muito tempo.
Após alguns segundos de silêncio, Kaito baixou sua cabeça.
— Graças a vocês que aguentaram tanto tempo, as crianças sobreviveram. Eu não sei muito sobre familias ou parentes, mas o fato de não terem usado elas como escudo... Já acho impressionante. Pelomenos eu acho que é. Descanssem em paz... Nós três iremos lhes vingar. Eu, Hina, e principalemente a Princesa da Tortura.
Seu olhos queimavam com um ódio silencioso. Quando terminou, deixou o armazem.
Ele parou por um momento e olhou a redor. Um ráio de luz estava brilhando no céu cinza coberta por nuvens. As escorregadias e destestáveis raízes reluziam de cima dos prédios e do pavimento. Aqui e ali podiam se vistos corpos, mais parecidos com sacolas de couro.
Olhando para aquele espetáculo infernal, Kaito sacudiu seu nervossismo e começou a seguir seu camin ho pela estrada principal.
Um grito de um cavalo foi ouvido através de um beco.
Kaito olhou de perto o espaço entre os prédios. Para se certificar de que a ferida de sua mão não se fechasse, enfiou um dedo nela. O sangue fluiu pelo cabo de sua espada, respingando em seu bolso. A pedra que estava nele estremeceu levemente.
Ele pôde sentir a mão fantasmagórica em seu ombro. Vlad riu como se tirasse sarro dele.
— Ora, ora, ora, que trabalho mais pesado tomou para sí. Será capaz um homem imaturo como você sobreviver, mesmo que seus inimigos sejas meros lacaios? Como quer apostar sua fichas?
— ... Eu vou fazer isso. Se não conseguir suportar este pouco, então ficar ao lado de Elisabeth até o fim será impossível. Eu preciso considerar, também, oque Hina disse para mim. Eu vou sobreviver, não importa o que.
— Entendo. Quão galantemente trágica é sua determinação e quão maravilhosamente tolo é. De toda forma, naquilo que diz respeito a sua determinação, eu também devo apostar em sua sobrevivência."
— Apostar? Você não teria coragem de apostar sobre isso.
— Palavras afiádas como uma faca. É bastante difícil entreter alguém com o corpo de um homem morto, sabe. Eu terei minha diversão, mesmo que seja só uma questão de atitude... Eu odeio perder. Tome cuidado para não me decepcionar.
Com estas palavras, a mão fantasmagórica separou-se do ombro de Kaito. Estalando sua língua, Kaito começou a correr.
Ele passou por alguns prédios bem separados e seguiu por um caminho construido ao lado da montanha. Diferente das paredes de tijolos que alguns predios possuiam, hospedarias, prédios públicos e as residências dos mais abastados, as superfícies ali eram de pedra suportadas apenas por madeiras.
Pelo visto se tratava de um atalho para algum lugar.
Sua simplicidade sugeria que hávia sido feito pelos próprios moradores e não possuia nenhum corrimão, embora a madeira parecesse resistênte e o caminho fosse bem largo e bem pavimentado. Simplesmente andar por ele deveria ser seguro, mas se alguém carregasse uma criança no colo e um machado em uma das mãos enquanto caminhava de costas, ai era um caso completamente diferente.
No topo da estrada, um homem barbudo estava segurando um grande numero lacaios.
Depois de confirmar o número de lacaios, cinco no total, Kaito serrou os dentes de ráiva.
"Só pode estar brincando! Uma espada de fogo não vai ser o suficiente para eu dar conta de tantos!"
— E agora, qual será o plano? A sorte parece estar contra você desde o início. Não seria muito razoável abandona-los a própria sorte e correr, mas... Se fizesse isso não estaria implicando nos termos de nossa aposta? Seria bem interessante ve-lo morrer, embora seja um disperdício.
Vlad falou dessinteresadamente. Kaito, congelado no mesmo lugar, estalou sua lingua enquanto remoia em sua mente.
"Mesmo ser usar a espada, eu sei como criar fogo, mas não sei se sou capaz de faze-lo chegar a todos os cinco... Pensando bem, preciso ter bastante confiança nas minhas habilidades. Se meu ataque surpresa falhar , eles virão para cima de mim. Oque eu posso fazer para ser o mais efetivo?"
Enquanto pensava, um dos lacaios extendia seu vime. O homem balançava seu machado frenéticamente, como já parecia fazer a tempos, estando cançado ao ponto de quase não conseguir mais. Ele estava prestes a cair de um penhasco.
Naquele ritmo mais pessoas iriam morrer. As emoções negativas que assolavam Kaito superavam toda a tensão correndo por seu corpo. Quando sua ráiva chegou ao limite e seus pensamentos se tornoram mais claros, uma idéia cruzou sua mente.
Ele gritou do fundo de sua garganta.
— Ei, seus lixos! Olhem aqui!
Um dos lacaios virou-se para ver, assim como o homem com a criança. Vlad falou com ráiva.
— Ora, ora, muito bem. Oque exatamente pensa que está fazendo?
Os lacaios, incertos de quem atacar, pararam por um momento. Kaito, vendo alí uma oportunidade, baniu Vlad de seus pensametos e saltou em direção a eles. Ele pegou a espada-agulha e pressinou contra sua garganta. As jóias, mágicamente extendidas ao longo da lâmina, eram afiádas como navalhas.
Kaito então cortou sua garganta, fazendo o sangue jorrar em todas as direções, inclusive sobre os lacaios.
Kaito dai gritou:
— La (queime)!
O sangue se transformou em chamas. Os lacaios começaram a arder e Vlad soltou uma gargalhada.
— Bravo, bravo, quer dizer que no fim das contas tinhas uma carta na manga! Por mais absurdo que seja machucar a sí mesmo, deve admitir que é bastante efetivo! Você é mais criativamente tolo do que eu esperava!
Irritado, Kaito chutou as costelas de um dos lacaios queimados, fazendo-o despencar do penhasco.
O homem, o qual estava fugindo deles, bateu com as costas de seu machado no lacaio mais proximo a ele. Depois de se certificar que não mais se levantaria, Kaito virou sua espada para o único ainda vivo, cujo fogo não hávia sido suficiente, atravessando-a nele.
Logo oque restava eram apenas corpos carbonizados.
— Pelo visto... Eu dei um jeito.
O sangue ainda escorria por seu pescoço já ao ponto de faze-lo ficar tonto e se ajoelhar. Os senhor que ele salvou correu para ajuda-lo. Enquanto ajeitava a criança em seu colo, ele chamou por Kaito.
— Ei, você! Você está bem?
— Sim... Estou. Minha alma não irá desaparecer só por perder este tanto de sangue.
— Não posso dizer que entendi alguma coisa, mas... Você nos salvou! Você salvou a filha do meu companheiro! Eu não teria conseguido por mim mesmo. Obrigado, meu filho.
O velho apertou com força a mão de Kaito, mas não não chegou a sacudi-la. Parecia que tinha notado o corte profunda nela. Os olhos dele se abriram de espanto.
— Meu filho... Você está enxarcado de sangue.
Kaito não prestou atenção nele. Um violento som metálico ecoou por cima de suas cabeças. Como um chamado, ele levantou a cabeça e olhou para o topo da montanha.
No local onde estava o escritório da Igreja, centenas de correntes brilhavam de um lado para outro.
Naquele momento, admiração e nostalgia brilharam em seu olhar.
Quando falou seu nome, seu tom era o mesmo de um menino exaltando um heroi.
— ... Elisabeth
A bela jovem, a qual levava consigo o julgamento até os demônios, estava em pé diante da flor gigante.
Pregos enferrujados estavam perfurando o caule da flor, da onde as raízes eram mais espeças. Seu vestido estava flutuando com o vento.
As correntes estavam envoltas no corpo da flor, fazendo voltas e mais voltas a seu redor. A língua no meio das pétalas estava sendo esmagada por um enorme roda de ferro. A flor se contorcia, incapaz de cuspir seu coração.
Do fundo de sua garganta, ela deu um grito bestial. O pressão que causou no vento jogou os cabelos de Elisabeth o relento, entretanto, sua expressão permenecia imaculada. Ela susurrou, com seu olhos carmesins focados na horrenda flor.
— Você tiranizou os outros, tomou deles, os matou e no fim você teve tudo tomado. Irônico, não acha? Não de preocupe, Alto Conde. Eu, a Princesa da Tortura, irei lhe dar uma punição e um morte condizente com seus crimes.
Elisabeth segurou sua espada em direção a seu inimigo.
Aterrorizado pela premonição inescapável de sua morte, as pétalas da flor contorciansse enquanto disparava sementes e nectar de suas bocas. A maioria foi repelida pelas correntes, mas algumas conseguiram desviar delas. As cascas das sementes se aproximaram de Elisabeth, entretanto, antes que pudessem atingi-la, ela saltou no ar.
Enquanto elegantemente planava no céu, Elisabeth brandiu sua espada, como se tentasse cortar o próprio céu.
— Flautista de Hamelin!
Pétalas carmesins e um vortex de trevas pintaram o céu cinzento. Sua cor de tornou amedrontadora, com o negro e o vermelho se juntando em seu centro, então algo saiu de dentro, fazendo um sunido ao aterrizar.
Uma gaiola redonda de ferro caiu sobre a flor. Ratos começaram a cair ao redor dela.
Kaito, não tendo antecipado aquela cena ridícula, instintivamente coçou a cabeça.
— ...Ratos?
Os ratos gruniam enquanto corriam para cima. Alguns deles estava comendo as sementes que háviam caido, com seus olhos brilhando de satisfação. Nenhum deles ela maior que o normal e pareciam bem inofensivos. Quando este pensamento correu pela cabeça de Kaito, o som alto de uma flauta foi ouvido.
Ele viu Elisabeth sentada no topo da gaiola tocando uma flauta. Seus olhos estavam fechados e sua expressão era serena. Seus dedos se moviam com elegância e sua imagem era de uma donzela própriamente dita.
"Espera ai, ela sabe tocar aquilo? ... Pra começo de conversa, de onde ela tirou aquela flauta?"
Kaito ponderava estas questões, em contrapartida os ratos estavam em sincrônia pulsando seus focinhos. Em conjunto com aquele ritmo alegre, eles começaram a correr pelo caule em fila, com seus rabos eretos. Seu destino era uma pequena porta em forma de coração no interior da gaiola.
Os ratos energicamente se empilharam. Por alguma razão, eles se pareciam com crianças travessas fazendo algazarra para serem os primeiros a entrar.
Quando os ratos entraram a porta foi fechada. Chapas de metal tiniram ao serem postas para selar a entrada.
— Agora é a hora do espetáculo!
Elisabeth girou a flauta em circulos com os dedos, com ela se transformando na Espada de Frankenthal.
Quando a ponta de sua espada tocou a gaiola de metal, um jardim carmesin cheio de flores se espalhou por ela. Quando ela tocou a gaiola uma segunda vez, as flores se incendiaram como velas em um bolo.
Elisabeth deu de ombros, se levantou e voltou do topo da gaiola para a cabeça do prego em ela estava ateriormente.
No começo estava tudo quieto, com as flores silenciosamente queimando, mas não tardou as coisas dentro da gaiola ficarem barulhentas.
Kaito, tendo entendido como aquele metodo antes cômico de tortura funcionava, se recolheu horrorizado.
Com o calor circulando pela gaiola, os ratos, incapazes de suportar o calor, começaram a tentar fugir.
Ele mordiam e mastigavam seu caminho por entre as petelas e a flor, sendo ela feita pela carne do Alto Conde.
Um gritou ecoou. Os ratos percorreram seu caminho para mais fundo dentro da flor. Suas bocas cortavam as pétalase e as sépalas, fazendo o torturado desmaiar de agônia. Nectar pútrido foi espelido de seu inteior. Derrepente algo inesperado apareceu.
Era um idoso nú.
O homem, exarcado em nectar, sem sombra de duvidas era a forma original do Alto Conde. Pelo visto, em concordância com as ordens do Rei, ele fez sua forma fundida crescer enquanto escondia seu verdadeiro corpo dentro da flor. Uma agulha estava em seu pescoço, ainda sim, ele piscava e olhava com louvor seu corpo restaurado. Ele tentou agradecer Elisabeth, mas os ratos se aglomeraram sobre ele.
— Alto Conde, você compreendeu que isso de trata de tortura, certo? Não haverá salvação para você. Você deve simplesmente morrer em agônia.
Ouvindo seu gentil aviso, o homem ficou pálido de choque. Os ratos passaram a roer seus ombros, suas orelhas e seu nariz.
Um após o outro, os ratos preencheram o corpo dele com buracos os quais eles poderiam usar para entrarem cada vez mais fundo.
Ele segurava os ratos como um homem louco e os arremessava para longe, mas seus números eram grandes demais para ele suportar.
Os ratos se aglomeravam em rápida sucessão, o mordendo e o perfurando como um bloco de queijo.
Os gritos do Alto Conde eram roucos e bárbaros. Ele começou a se contorcer de forma insâna por conta da dor. Seu mijo, seu sangue e pedaços de suas pele se misturavam com o nectar em seus pés, mesmo assim, Elisabeth não demonstrou nenhum sinal de lhe conceder misericórdia.
Bem como ela hávia dito: Não houve salvação para ele.
Eventualmente seu corpo colapsou.
Alguns ratos adentraram seu estômago exposto. Um entrou pelo seu globo ocular e outro dentro de seu crânio. Os ratos devorarm quase toda a flor e seu corpo. Tendo saciado qualquer resquício de fome e cumprido com sua missão, eles se transformaram em penas negras e se dispersaram pelo ar.
As raízes, as quais se extendiam pela cidade, se tansformaram também em penas. Os lacaios vagando por elas, já não mais possuindo a fonte de mana de seu mestre, colapsaram uma após o outro, com suas entranhas desmoronando.
Como uma nevasca fora da estação, as penas negras choveram pela cidade.
Uma mulher se mantave de pé entre elas, tão sinistra quanto era bela.
O homem ao lado de Kaito coçou os olhos repetidamente. O jovem mordomo tirou seu olhos de Elisabeth e olhou ao seu redor. Vendo os corpos dos lacaios se tornarem pó, um sorriso se abriu em seu rosto. Derrepente algo surgiu no canto de seu olhar que o fez congelar.
Enquanto o corpo de Kaito se enrijecia, o senhor a seu lado murmurou.
— Que... Que diabos...? Oque será que...? Alias, oque está acontecendo?
— Não se preocupe... Só pegue aquela criança e corra para as ruinas do escritória da Igreja! Agora que o demônio está morto, o caminho a pé deve ser seguro. Só corra e fique o mais alto que conseguir!
— Espere. Oque é que você vai fazer, filho? Você está coberto de sangue...
— Eu estou bem, vá! Rápido, antes...
Lutando contra a tontura que se abateu sobre ele, Kaito deu meio volta e olhou para o mar pútrido carmesin.
Talvez por ter notado a morte do Alto Conde ou por ter recebido ordens do Rei, uma mudança estava acontecendo com o mar cheio de corpos. Kaito falou, com sua expressão severa.
— ... Antes que o tsunami chegue!
O mar carmesim lentamente retrocedendo.
A água-viva cor de carne, O Ark Duque, sorria bem no centro.
— // — // —
— Elisabeth! Você voi oque está acontecendo com o mar? Oque nós vamos fazer?!
— Mestre Kaito, Lady Elisabeth! Vocês estão bem?
— Bom trabalho nos encotrando, Hina! Como estão as crianças?
— Eu usei essência floram pra acalmar elas e dormirem, então eu segui o cheiro do seu sangue e lhe encontrei
— O fato de você conseguir distinguir o cheiro do meu sangue é conveniente, mas meio assustador.
— Mestre Kaito, suas feridas! Você está muito mais machucado que antes! Demônios malditos! Mesmo que queimam no fogo do inferno, eu nunca irei perdoa-los!
— Acalmensse. Estão piorando minha dor de cabeça, oque é um feito e tanto eu admito.
Ouvindo as vozes vigorosas de Hina e Kaito, Elisaneth pressionou sua mão contra a testa.
Não hávia nada bloqueando a visão deles. A única coisa diante deles era o mar carmesin, transformado em uma sopa barrenta de corpos. Os três tinham chegado ao farol, dando uma vista completa do mar.
O primeiro andar da construção, o qual foi construido de pedra branca como neve, contia os aposentos do zelador. O segundo andar era onde o combustível era guardado. O último estava o refletor. Conchas e azulejos coloridos enfeitavam a escada caracol que se extendia ao redor da torre. Acima do refletor estava a estátua da santa chorando lágrimas de sangue.
Baseado no quão decorado era, o farol provavelmente era um dos simbolos da cidade.
Depois de ver Elisabeth deixar para trás os restos da flor, Kaito se apressou em ir atrás dela, com Hina seguindo logo atrás.
A situação era caótica, com Elisabeth estudando a transformação do mar. A água-viva estava sugando vigorosamente a água viscosa do mar, fazendo a maré retroceder. De tempo em tempos seu corpo aumentava além dos própios limites.
— Então deve ser isso...
Elisabeth cruzou os braços. As runas seguiam por toda sua pele pálida, desde seu pulso até seus ombros e nas laterais exposta de seu vestido. Sua cor estava em um tom ainda mais escuro de carmesim do que antes da luta com o Alto Conde.
— Nenhum demônio com poder para causar um desastre natural veio ao mundo. Este é um caso bem curioso.
— Tem alguma coisa que possamos fazer para parar ele?
— Se nós matarmos ele, a água já consumida será dispersa e seus danos seram consideráveis, embora menores, mas se ele conseguir expelir toda a água que puder acumular, certamente cidade será varrida.
— Mais uma razão para matormos ele o quanto antes.
— De fato, mas ai é onde se encontra o problema. Seu corpo está muito dentro do mar e toda a embarcação capaz de alcança-lo já não navega. Ataca-lo diretamente é impossível. Mesmo se ussassemos uma catapulta não teriamos alcance suficiente e dada meu atual mana, a possibilidade dele repelir meus ataques são altas. Sendo assim, nossa melhor alternativa é execução por animais.
Elisabeth estalou os dedos. Trevas e pétalas de flores carmesins giraram no ar.
O preto e o carmesim convergiram, causando uma erupção. De lá, um grande e lindo corvo abriu suas asas. O imponente e astuto pássaro se segurava respeitosamento nos adorno do braço de Elisabeth.
— Com isto, nossa habilidade de causar danos é garantida, embora usar este método consuma bastante tempo. Cria-los em quantidade suficiente para mata-lo instântaneamente requer mais mana do que eu atualmente possuo... De fato, está opção é bastante irritante. O que fazer agora?
Elisabeth mordeu seus lábios. Enquanto observavam, o mar retrocedia cada vez mais e a água-viva continuava a aumentar.
Vendo o mar com seus olhos verde-esmeralda, Hina falou.
— Se é a senhorita diz, não é melhor seria melhor voltarmos para o castelo por enquanto? A maioria dos residentes da cidade já foram evacuados. Mesmo que o prédios sejam destruidos, as perdas humanas serão mínimas. Nós podemos até mesmo usar as ruinas como posições. Se nós formos agora e retornarmos mais tarde, paderiamos criar condições muito melhores para a senhorita.
— Certamente, se pudessemos. Se eu fizer vista grossa para a destruição, mesmo de uma pequena cidade, eu provavelmente sofreria punições da Igreja. Esta é uma das restrições de minhas correntes. Isto é bem problemático, de fato.
Enquanto ouvia Hina e Elisabeth falarem, Kaito desviou seu olhar e refletiu. Tudo a respeito daquela situação era terrível. A Igreja estava impondo demandas irrazoáveis para Elisabeth, embora Kaito também fosse contra fugir.
Se nós formos agora, mesmo com os danos sendo mínimos, pessoas ainda morreriam.
Kaito disse para o homem de antes escapar para um lugar alto, mas outros poderiam não ter sido capazes de buscar abrigo. Possivelmente existiam pessoas que estavam machucadas e eram incapazes de fugir. Com isso em mente, Kaito ainda podia claramente perceber que Elisabeth estava com pouca mana. Ela não era capaz de fazer o impossível.
O que eu devo fazer...? Pense. Será que existe algo que eu possa fazer?
Ou ele era simplesmente inutil como das outras vezes?
O mar se agitou. Kaito sentiu seus ouvidos se tensionarem. Todos os sons pareciam distante. As mudanças a seu redor não foram causadas por nenhum anormalidade espiritual. Sua consciência estavam ficando turva por conta da perdade sangue. Ele sentiu o sangue escorrer sua nunca e pingar em suas roupas e sua pele estava estranhamente quente.
Kaito instintivamente virou sua atenção para o calor desagradável, se apossando de seu corpo e alcançou a pedra em seu bolso. As rosas azuis começaram a queimar. Quando se deu conta do que era aquela sensação, uma mão fantasmagórica repousou sobre seu ombros mais uma vez.
— De fato, oque deve ser feito agora, meu querido sucessor?
Um suspirou gélido retumbou no ouvido de Kaito.
A mão estalou seus dedos.
Antes que se desse conta, Kaito esta sozinho no meio da escuridão. Diante dele estava a extravagante cadeira feita de ossos e pele.
Vlad sentou-se nela, gentilmente tocando nos encostos feitos de crânios como um Rei arrogante.
Sua capa nobre futuou enquanto sentava na cadeira. Quando as solas de seus sapatos estalaram no chão, ele falou em um tom familiar, porém digno.
— Dada a situação em quem está, devo continuar com meu sermão? Eu acredito já ter mencionado a você antes. Você pode usar sua própria dor para ativar o mana em seu corpo, mas este método lhe permite ganhar poderes de forma trágicamente limitada. Criar mana a partir da dor dos outros é muito mais eficiente. Para ser capaz disso, é necessário que consoma carne de um demônio... Ou invoque um você mesmo.
Vlad olhou para Kaito esperando por uma resposta, mas ele não a deu. Vlad deu de ombros e continuou andando.
— Ouvir isto derrepente sem dúvidas deixa uma impressão vaga, por isso, irei lhe permitir testa-lo antes, a final, eu sou como uma professor para você. Que tipo de professor não cuidade de seus pupilos?
Kaito ficou em silêncio.
— Eu e ele não temos mais uma relação um com o outro, entretanto, mesmo sem o contrato e com minha morte tendo resultado em sua volta para outra dimensão, nós ficamos bastante tempo unidos, por isso eu posso ao menos toca-lo. Os demônios festeha com a dor dos homens. Usando ele, até mesmo você pode reduzir a quantidade de dor necessária para criar mana. Isso seria bem interessante, de fato. Agora, vamos ao seu exame prático!
Vlad para seu passos e bateu palmas com vigor. Sem pensar por um único momento na possibilidade de Kaito recusar, Vlad virou-se para ele e fez um declaração teatral.
— Neste momento, você dará seu primeiro passo rumo a grandeza!
— Você realmente gosta do som da sua voz, não é?
Pela primeira vez desde que chegou as trevas, Kaito se pronunciou. Sua voz era baixa e rouca.
Enquanto olhava pra Vlad, seus olhos estavam cheios de animosidade. Vlad sorria e levantou o queixo, perguntando quão era a respota de Kaito.
É claro que o jovem mordomo já hávia feito sua escolha.
Ele deu um passo a frente, sentindo como se o garato ruivo que desejou sua felicidade o estivesse observando. O menino olhava para com olhos que questionavam a decisão de Kaito. Um olhar cheio de preocupação e receio.
Sim, Neue, eu sei. Isto é um erro.
— Se você tem algo que eu possa usar, então me dê. Eu preciso disso, pelo bem do meu fututo.
— Uma resposta esplêndida!
No momento seguinte, Vlad esticou seu braço e pôs sua mão dentro do abdômem de Kaito, dentro de sua alma.
Ele foi atingido por uma dor profunda, conforme as pétalas índigas e as trevas corriam entre seus orgãos.
Uma luz sinistra brilhou por trás de seus olhos e sua cavidade nasal foi preenchido por um cheiro animalesco. Um rugido chegou a seus ouvidos e sua perna foi posta contra uma pelagem luxuosa. Ele sentiu patas vibrando em todo seu corpo, fazendo parecer que a terra tremia e o ar vibrava.
Finalmente, ele sentiu uma respiração quente e úmida em seu rosto.
Isso está me cheirando?
O cão de primeira classe estava apreciando o ser diante dele para se certificar de ser uma pessoa e não comida, então
— Parabéns! Você passou no primeir teste.
Antes que se desse conta, Vlad hávia sumido das trevas. O rabo preto de um cachorro, desconexo de qualquer coisa, estava flutuando a frente de Kaito.
Confuso, ele levantou sua mão, então, usando a dor que sentiu, não somente a sua, mas a dos lacaios que hávia matado, Kaito pegou o rabo.
Ele pôde ouvir uma risada humana.
Seus olhos se abriram.
— // — // —
Kaito voltou a sí, encima do farol onde estava antes.
O mar carmesim ainda estava diante dele. Não hávia quase nenhuma mudança, dando a entender que muito pouco tempo tinha se passado. Elisabeth e Hina, com seus rostos sombrios, ainda estavam tendo sua discussão.
— Então, e a senhorita usar os animais e a catapulta?
— Seria difícil, mas parece a melhor opção... Falhar não é uma delas, mas não podemos fazer muito mais.
Kaito olhou para Elisabeth. A força de seu corpo estava definitivamente enfraquecida, mas ainda sim ela tinha uma espinhosa e obscura beleza, como de uma rosa.
Quando olho de perto, eu consigo ver que ela tem mana o suficiente para estar em um nível completamente diferente do meu... Está é a Princesa da Tortura. Agora, quanto a mim...
Kaito olhou para sua mão. Ele ainda conseguia sentir claramente a sensação envolvente do rabo do cachorro negro nela. Outra coisa que soltou a seus olhos foram os pelos negros misturados com sangue sainda do sua ferida.
... Pelo visto realmente era real.
Kaito discretamente se aproximou de Elisabeth e tocou as costas do grande corvo em seu braço. Ele passou sua mão ao longo de suas penas, como se o acariciasse. Seu sangue saltou em suas penas e os pelos de cachorro se seguraram em suas asas.
Derrepente, o pássaro começou a se contorcer. Uma violenta energia mágica correu para dentro dele, fazendo-o se transformar.
— Ah? ... Oque?!
Elisabeth olhou rápidamente para ele. Quando viu a mutação do corvo, ela olhou com espanto, como se tivesse sido socada no estômago. Depois de olhar interrogativamente para Kaito, seus olhos gradualmente se encheram de decepção e fúria.
— Kaito, seu desgraçado...!
O braço de Elisabeth correu como uma flecha e agarrou Kaito pela gola.
A transformação do corvo continuou. Por um instante, o fogo do inferno queimou em seus olhos negros. Sua pequena e magra face burbulhou, se contorceu terrívelmente e o se transfomou no rosto de um cachorro.
O corvo estava perto de se tornar um gargola, com a cabeça e o torso de uma besta e as asas de um pássaro. A transformação, entretetando, permeceu neste estado. No final, o corvo ficou várias vezes maior que o original, com enormes asas, garras cruéis e bico afiádo.
Era uma criatura sem igual, uma a qual remetia a realeza dos corvos.
O corvo bateu suas asas com vigor. Elisabeth, por outro lado, estava tremendo de raiva. Ela levantou seus braços e os pés de Kaito ficaram isados no ar.
— O que você fez?! Que poder é este?! Como você conseguiu?!
— Elisabeth... Mais importante que isso... Você pode fazer mais três desses pássaros? Com meu poder eu posso fortalece-los e então...
— Seu tolo! Tem coisas que você não deve se envolver. Quem podia imaginar que você era tão idiota?!
— Eu não... Consegui nada... Ainda... Isso era pra ser... um teste...
— Isso é ridículo... Vlad deveria estar morto! Então, porque?
— Elisa... beth... Agora nós deveriamos focar nos corvos ou nós dois vamos estar em apuros.
Kaito falou despreocupadamente. Enquanto parecia calmo, e de certo modo insano, Elisabeth cerrou seus dentes e rudemente o soltou.
Tossindo, Kaito deu um pequeno aceno.
"Faz sentido... Eu esperava que ela ficasse brava."
Tudo, incluindo a reação de Elisabeth, estava dentro de suas expectativas. Ele não tinha razão para ter medo. Sentido outro olhar repousar sobre ele, Kaito se virou. Por alguma razão, Hina parecia estar a beira das lágrimas. Incerto de como responde-la, ele escolheu o silêncio.
Olhando de volta para Elisabeth, ela estava criando corvos um atrás do outro. Kaito insistia que iria confessar tudo para ela, enquanto tocava as costas dos corvos como em um batismo.
Eventualmente, quatro corvos transformados estavam completos.
— Funeral Celeste.
Ao Elisabeth recitar estas palavras, os quatro corvos voaram em formação circular. Eles batiam suas asas mais forte que qualquer outro corvo seria capaz de fazer, cruzando o oceano e chegando perto da água-viva.
Todos pousaram sobre a pele translúcida, cravando suas garras nela para se segurar. Dai cada um voou em uma direção cardinal.
A pele da água viva foi rasgada, Com água do mar e fluidos corporais sendo expelidos.
A água-viva berrava e se revirava em agônia. Ela foi perdendo mais e mais água do mar e fluido, até se partir em 4 pedaços, lembrando as pétalas de uma flor.
Grandes pedaços de carne em decomposição foram expelidos e flutuavam na água. Ao mesmo tempo a água acumulada se chocou contra o farol.
— Segurem-se!
A onda lançanda pela água-viva era mais alta que o fatol. Se fossem pessoas normais, eles não teriam aguentado e simplesmente seriam levados.
Todos se seguraram na estátua da santa e usaram seu mana para se firmarem. Incontáveis corpos foram levados pela água sangrando ao redor deles.
Se for só isso, vamos conseguir escapar com apenas alguns prédios mais perto da costa destruidos!
Enquanto tentava desesperadamente segurar sua respiração, Kaito se sentiu mais aliviado ao pensar isso.
Então um peixe olhou para eles.
Após ver mais de perto, embora de fato fosse um peixe, hávia algo diferente. Ele estava nadando facilmente contra a correnteza e olhava para Kaito e os outros com uma face com características masculinas. De fato, faces estavam brotando por todo seu grande corpo.
Não possuia sinal se vida algum em seus olhos mortos. Ele abriu lentamente seus carnudos e destestáveis lábios, então disparou um coração através dela.
Uma certa memória cruzou a mente de Kaito.
Um homem nú estava dentro da flor do Alto Conde. Ele encondeu seus corpo verdadeiro dentro das pétalas. O Ark Duque também foi aberto, mas não existia corpo nenhum em seu interior.
Se o Rei tivesse forçado o Ark Duque a mudar de forma e ordenasse a cuspir seu coração...
E se o show do Alto Conde e o Ark Duque foi uma armadilha...
— Elisabeth!
O coração se rompeu. Centenas de braços passaram pelas ondas, cortando a água.
Um braço carmesim se enrolou em Elisabeth. Todo seu poder foi drenado de seu corpo. Kaito rápidamente segurou ela pelas costas, antes que fosse tragada pela onda, mas sua própria mão estava escorregando da estátua da santa.
— Mestre Kaito!
Com formidáveis reflexos e força, Hina o segurou pelo colarinho com uma das mãos.
Não tardou e a torrente de água passou. O lugar estava cheio de água carmsin e pilhas de peixes mortos. Kaito sacudiu o corpo adormecio de Elisabeth que estava caido no chão. Hina, uma vez usado os seus sistemas de drenagem, se ajoelhou ao lado deles.
— Elisabeth! Vamos. Sai dessa!
— Senhorita Elisabeth, por favor. Senhorita Elisabeth!
Não houve resposta. Ela lutou tão heroicamente, ainda sim não respondeu a seus chamados.
O corpo da água-viva, se entortou, mas segui de pé. Logo em seguida se transformou e penas negras. Enquanto se transformava, ele caiu, fazendo uma onde e flutuando pelo mar carmesim. Chamas indígas queimavam no topo das ondas.
O julgamento do Alto Conde e do Ark Duque foi concluido, mas o resultado da batalha não foi a favor deles.
— // — // —
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