Torture Princess Japonesa

Tradução: MatheusPD

Revisão: MatheusPD


Volume 2

Capítulo 1: O Caos Começa

Toda a área era um massivo cemitério.

Numerosos túmulos rodeavam o cenário abandonado e esquecido pelos vivos. Eles serviram com simbolos da morte que descançava sob eles e estavam fixados ao longo da colina como uma trágica almofada de alfinetes.

Neste momento, duas figuras estavam sendo atacadas pelos ventos gélidos que reviravam a terra.

Uma delas era uma mulher de beleza sem igual, envolta em um vestido negro sedutor. Seus braços delicados e as laterais de seu corpo estavam expostas aos elementos. Seu busto era coberto apenas por cintos de couro, deixando muito de sua pele a mostra e realçando o contorno de seus seios. O técido negro preso a seus quadris se estendia para baixo, formando uma saia curta, com sua parte de dentro tendo uma camada de técido escarlate. Sua pernas elegantes, adornadas com um fino material, contrastavam ainda mais com o fundo vermelho. Estranhamente, sua aparência inspirava beleza invés de sensualidade.

Ela vestia seu vestido com a dignidade de uma rainha e seus olhos carmesins brilhavam como rubis enquanto ela sorria.

— Ora, ora, o que você pretende fazer comigo, meu querido Duque? Neste ritmo, eu vou te esmagar como uma minhoca, sendo que a morte deve fazer jus a sua hierarquia. Vamos, tente me entreter mais um pouco.

Sua risada foi cruel e arrogante, fazendo pouco caso de seu adversário.

Seu inimigo era um demônio, destorcido e horrendo. Demoniaco em todo o sentido da palavras. Ele era uma tumba feita de carne.

A tampa da tumba refletia um grotesco brilho, enquanto no interior se retorcia uma massa de vasos sanguineos e orgãos. Infindáveis braços humanos se extendiam pelas laterais, se entrelançando em um repulsibo par de asas.

Aquele demônio, o Duque, era o supervisor do gigantesco cemitério, assim como seu criador.

A muito tempo, um grande conflito entre homens-besta e humanos levou o povo da vila vizinha a proibir que alguém pisasse naquela terra. Foi isso que fez o Duque desenvolver interesse nela. Como resultado de usa-la para seus próprios propositos nefastos, o descontrolado resentimento dos mortos foi gravado nas profundesas da colina. Este lugar nunca mais poderia ser habitado por humanos novamente.

O Duque hávia enterrado várias pessoas vivas naquele lugar. Ele as sequestrou e soterrou com seu próprio corpo em forma de tumba, dando-lhes ar e um mínimo de nutrientes enquanto as digeria lentamente.

Ainda agarrados a vida enquanto seus corpos eram destruidos, as suas vítimas eventualmente se entregavam a loucura, com sua risada se misturando com seus gritos. Seus lamentos sacudiam a colina como uma tempestade de ráios, aterrorizando a todos que passavam. Nas últimas semanas, o Duque se absteve de seu trabalho medonho, sendo assim, as atualmente não hávia vozes.

O supervisor estava pensando se deveria ou não abandonar a colina e fugir. Ele ouviu dizer que a pessoa que subjulgou o Kaiser, o mais forte dos demônios, estava se aproximando dele, mas sua arrogância, frequentemente encontrada entre aqueles que superam a compreensão humana, o fez ignorar seu senço de perigo. Este foi um erro fatal.

Agora, já sobre ataque de uma pecadora inigualável, ele descobriu que estava diante da única pessoa no mundo com o poder de exterminar demônios.

A pecadora, a juiza, a mulher de preto, continuou com sua zombaria:

— Qual o problema Duque? Você sabe, ficar em silêncio não vai mudar nada. Implorar por sua vida irá se provar igualmente fútil e eu não te deixarei fugir. A hora de seu julgamente chegou. Aqui e agora, você vai encontrar um fim terrível nas mãos de uma companheira pecadora.

— Elisabeth... Elisabeth... Amaldiçoada seja, sua criança miserável!

— Você está ciente de sua posição, certo? A hora de sua morte depende de você. Olhe para mim e conheã a morte encarnada.

A mulher de nome Elisabeth sorriu com doçura. Naquele momento, o Duque soltou um grunhido, se lançando ao ar como um míssil. Seus braços de asas giraram em um movimento bizarro e ao mesmo tempo delicado, o elevando acima do chão.

Quando ele chegou ao ápice de seu voo, o Duque abriu a porte de sua cova. Estacas, as mesmas usadas para marcas túmulos, foram disparadas. Ao aterrizarem cavaram a terra, mandando pelos ares ossos e pedaços de túmulos. Com poucos movimentos, Elisabeth desviou das estacas, escapando ilesa.

Ela se moveu com os passos graciosos de uma dançarina, parecendo prever a trajetória de toda pedra e seixo. Seus cabelos negros flutuavam enquanto ela virava a cabeça. Uma estaca zumbiu ao passar por ela, sendo enterrada no chão logo atrás dela. Ao virar novamente seus rosto para o Duque, ela deu de ombros.

— ...É só isso?

— Elisabeth!!!

O Duque gritou com medo de seus poderes não serem suficientes e por toda humilhação a qual estava sendo submetido. Os braços que compunham suas asas tremeram de angústia. Eles se contrairam, se estenderam e partiram para cima de Elisabeth como uma serpente em carne viva de várias cabeças. Em suas palmas estavam numerosas bocas, todas lutando para consumi-la.

Elisabeth sorriu, então moveu sua mão pálida. Pétalas de flores carmesins e trevas se misturaram no ar. Ela confidentemente colocou sua mão no vortex, retirando uma espada longa com um lâmina com um brilho carmesin.

— Espada Executora de Frankenthal!

A voz de Elisabeth chegou até a espada, que brilhou ao ouvir seu nome.

— Você é livre para agir como quiser, mas reze para que Deus seja sua salvação. O início, o meio e o fim, tudo está na palma de sua mão.

Ela apontou a espada para o Duque. Em concordância com sua declaração, várias correntes surgiram do nada, se juntando em uma massa uniforme que lembrava a forma de uma grande cobra e atacando seu inimigo. Elas agarraram suas asas, como se o estivessem desafiando em uma batalha de força. Após um momento resistindo, as correntes as arrancaram.

Dedos, Carne e uma torrente de sangue choveu do céu.

O Duque gritou ao ter suas asas amputadas. Ao liberar uma  salva de estacas para se defender, ele frenéticamente tentou usar oque restou de suas asas para colocar distância entre ele e seu oponente, mas, como ela declarou, Elisabeth não tinha intenção de deixa-lo fugir.

Ela levantou sua lâmina carmesin incandecente, como se performace uma execução.

— Touro de Falaris!

Atendendo ao seu chamado, a terra tremeu violentamente. Uma tempestade de trevas e pétalas rodeou o topo da colina. Um colossal touro de bronze surgiu de dentro do vendaval, causando um tremor ao pousar.

Sua boca se abriu quando ficou de frente para o Duque. Como uma mosca sugada pela respiração de uma vaca, o Duque foi posto dentro. Ao mesmo tempo, flores carmesins choveram na colina, pondo fogo nos túmulos. O fogo brilhou intensamente quando os tumulos se aglomeraram ao redor do dorso dourado do touro, Como resultado o Duque começou a queimar.

Um grito de agonia, lembrando muito um mugifo de uma cava, saiu de dentro do touro incandescente. Os gritos, distorcidos por uma mecanismo especial dentro da cabeça do touro, pertenciam ao Duque. Eles continuaram por algum tempo, assim como os gritos de suas vítimas que uma vez sacudiram a colina.

Elisabeth sorriu ao ouvir o Duque implorando entre os gritos.

— AAAA! SOCORRO! POR FAVOR ME POUPE! ELISABETH!!! POR FAVOR APENAS ME MATE! EU NÃO QUERO MORRER ASSIM!

— ... Não seja ridículo, Duque. É assim que o torturados deve ter seu fim. Esses seus gritos são o adorno perfeito para a morte de um tirano, além do mais, porque se importar em implorar? Como se houvesse alguma chance deu dar a mínima importância. Quem você pensa exatamente que sou?

Interpretando o calmo e imparcial carrasco, Elisabeth rejeitou seu pedido sem um mínimo de hesitação. Enquanto ela esperava sua gordura derreter e sua carne queimar, com seus ossos brilhando como joias por causa do calor, ela fez sua introdução.

— Eu sou a Princesa da Tortura, Elisabeth Le Fanu. Eu sou a loba orgulhosa e a porca imunda.

Talvez o restante de sua sanidade queimou nas chamas, pois, já perto de seu fim, sua agônia deu lugar a alegria. A risada do Duque, além de alta, foi amplificada por causa do Touro de Falaris até finalmente cessar.

Elisabeth estalou seus dedos, fazendo o fogo se apagar. O Touro se transformou em pétalas carmesins e desapareceu. Saindo do lugar onde estava, havia uma massa de penas pretas, provas da morte do demônio.

As penas pegaram fogo, então foram reduzidas a nada. Elisabeth fechou seus olhos, se virou para o céu, como se refletisse sobre a morte do Duque e suas vítimas e continuou falando.

— Agora é hora de comemorar.

— Sim, senhorita. Estava lhe aguardando.

— Esperem um pouco. Comemorar em uma hora dessas?

A declaração de Elisabeth instigou duas respostas: Uma feliz e outra confusa.

Derrepente, uma empregada de cabelos prateados carregando uma cesta apareceu do começa da colina. Ela vestia um chapéu adorável de empregada, segurando a saia de seu longo vestido clássico enquanto corria. Atrás dela estava um jovem com um olhar sinistro.

O homem magro, Kaito Sena, vestia um uniforme de mordomo muito humilde, embora seu titulo desse a entender o oposto. Seu cabelo marror desbotado combinava com seus olhos. Seu semblante parecia abatido  ao se aproximar de Elisabeth, ainda que ela estivesse falando para se apressar.

Ele era uma mero humano, um que já hávia morrido, mesmo assim resolveu oferecer seus serviços a Princessa da Tortura, Elisabeth Le Fanu.

Hávia uma profunda razão do porque ele servia a ela.

Tudo começou em outro mundo. No mundo onde ele foi assassinado.

 

— // — // — 

 

Apôs uma vida de abusos nas mãos de seu pai, Kaito Sena teve seu fim, com apenas 17 anos e 3 messes.

Suas morte foi tão sem sentido quanto a de uma minhoca. Uma morte triste, nojenta, cruel e grotesca.

Kaito teve sua alma invocada para outro mundo, recebendo uma segunda chance. De fato, ele não tinha vontade de ser trazido a vida. Logo que foi reincarnado, ele foi forçado a servir a um mestre tirano.

Este mestre era a pessoa que hávia invocado ele: A Princesa da Tortura, Elisabeth Le Fanu.

Ela era uma loba orgulhosa e uma porca imunda, uma pecadora ordenada pela Igreja a matar os quatorze  demônios que assolam  mundo e seus cotratantes. Quando sua tarefa chegar ao fim, ela própria será executada.

Depois de ser ressucitado contra sua vontade e experenciado diversos eventos, Kaito fez sua escolha de continuar servindo a ela.

Por toda a vida sangrenta de Elisabeth Le Fanu, ela irá ser acompanhada por um único servo tolo. Ele escolheu seguir este caminho até o final.

Hoje a caçada de Elisabeth procedeu normalmente...

— Que gostoso!

Dando grandes mordidas em seu sanduiche e enchendo as bochechas, Elisabeth gritou como uma criança.

A comida favorita de Elisabeth era entrânhas, por isso os ingredientes do sanduiche seguiam a mesma tendência.

Elisabeth estava radiante, com sua expressão desprovida de toda a maldade e ráiva de alguns minutos atrás.

A empregada de cabelos prateados a seu lado segurava uma garrafa de vinho branco e vestia uma sorriso elegante.

— Como você é a mestra do mestre Kaito, Senhorita Elisabeth, eu me sinto honrada por minha culinária ser de seu gosto.

— De fato, Hina, você está sem dúvidas no topo das artes culinárias! Kaito pode ser incapaz de cozinhar, já que ele foi acometido por sua inutilidade, mas ativar você pode ser a única coisa pelo qual posso elogia-lo!

— Ei, eu sinto que também tenho uma parcela do trabalho. Quero dizer, eu tenho feito de tudo um pouco.

— Ah, deve ser sua imaginação!

— Minha imaginação? Será?

Com uma expressão de "tanto faz", Kaito deu uma mordida em seu sanduiche.

Devido a sua criação difícil, ele nunca teve o privilégio de escolher oque e quando comer. Desde de que não estivesse sujo de detergente ou drogado, conseguia comer qualquer coisa, mas mesmo que não se importasse com o que comia, achava a comida de Hina bastante saborosa. Quando terminou de comer, a serviçal o observou pelo canto de seus olhos verde-esmeralda  brilhosos.

— Como estava, mestre Kaito? estava satisfatório?

— Sim, estava muito bom, como sempre, Hina. Você ser capaz de lidar com a cozinha  é de muita ajuda para mim.

— Oh, mestre Kaito! Poder ficar a seu lado e cozinhar para você todos os dias... Que coincidência, mas estas são as coisas que mais me trazem felicidade! Eu considero elas as minhas maiores vitórias!

— Que animação é essa entre vocês?

— Infelizmente, como não consigo falar com ela, não da pra fazer muita coisa.

Enquando Kaito estava falando com Elisabeth, ele levou sua mão sobre a cabeça de Hina, com ela risonha dizendo "Mestre Kaito, Mestre Kaito!", sorrindo em deleite. Ela já estava começando a parecer uma cadela sendo acariciada pelo dono.

Hina era uma autômata que Kaito hávia ativado. Quando ela foi ligada pela primeira vez, Kaito selecionou sua relação como sendo "amantes" e, como resultado, uma paixão calorosa surgiu de dentro dela. De acordo com Hina, seu amor era genuino, vindo de dentro de sua alma e superando a programação preestabelecida nela, com seu amor nunca de abalando.

Enquanto ela ria e se esfregava em Kaito, Elisabeth setou-se ao lado deles, acenando com a cabeça enquanto segurava sua taça de vinho em uma das mãos, comendo uma sanduiche atrás do outro.

— Ahh, outro demônio exterminado e um ótimo lanche depois disso! Ah, que belo! E para acompanhar um fresco vinho branco!

— Eu fiz questão de preparar o vinho com espiritos de gelo hoje, senhorita!

— Fez muito bem. Isto está ótimo.

"Se não fosse pelo fato de estarmos em um cemitério e do Duque a pouco ter queimado aqui" —  Pensou Kaito.

De todos os lugares que eles poderiam escolher para um picnic, os 3 escolheram comer no topo da colina onde o Touro de Falaris a pouco esteve.

Verdade, eles estavam sentados em uma toalha que Hina hávia trazido, mas ainda sim não mudava o fato de ainda ser o mesmo lugar onde o Duque e suas vítimas morreram, entretanto, Elisabeth simplesmente debochou da expressão abatidade de Kaito.

— O que há com você? Esta terra pode ser amaldiçoada, mas os moradores menos superticiosos da cidade vinham para cá relexar com frequência... Claro que acabaram sendo as primeiras vítimas do Duque... Mas isso não muda nada. Não há como desconsiderar a bela vista daqui nem o vento agradável, mas quando deixarmos este lugar, ele será selado. A verdade é que ele acumulou muito resentimento, embora seja uma pena.

— É... Você não está errada...

— Lágrimas não importam mais. Considere isso um uma espécie de funeral. Agora beba pelos mortos, Kaito.

— Se você diz, chefe. Eu acho que está certa. Se lamentar não vai adiantar anda agora.

— Nós temos sobremesa também! Todo o tipo de frutas! Se me der licença, lady Elisabeth.

Hina pegou uma pequena cesta e retirou a tampa. Os olhos de Elisabeth brilharam com o a seleção. Hina oberservava Elisabeth como se fosse sua irmã. Vendo seu  apego íntimo, Kaito soltou o breve suspiro, então olhou para o céu azul-pálido. Por mais distorcidas que fossem as circunstâncias, no momento, estava tudo em paz. Tudo estava indo bem. O dia a dia que ele tanto queria estava assegurado e era precisamente por isso que um sentimento de ansiedade roia lhe roia o peito.

"É mesmo. As coisas estão indo bem demais."

Vlad Le Fanu foi o contratante do Kaiser, o maior do quartorze demônios.

Após Elisabeth o ter derrotado, seu arqui-inimigo, sua caçada procedeu sem problemas.

A alguns dias ela hávia derrotado o Governador-mor, um inimigo ainda mais fraco que o Duque. Quando a batalha começou houve alguma resistência, mas depois tudo tendeu para um único lado.

Neste mundo os quatorze demônios eram: O Cavaleiro, O Governador, O Governador-mor, O conde, O Alto Conde, O Duque, O Ark Duque, O Marquês, O Supremo Marquês, O Monarca, O Príncipe, O vice-Rei, O Rei e o Kaiser. Eles vieram a terra para formar contratos com os humanos. Depois de se fundirem com seus contratantes, seus corpos ficavam distorcidos em formas grotescas, mas em troca recebiam um imenso poder.

Demônios retiravam suas forças das lamentações das criaturas de Deus, em particular do sofrimento humano. Isso levou aos demônios e seus lacaios a atacar pessoas por todo o continente.

Quanto maior sua hierarquia, mais forte era o demônio. O mais posto mais baixo de todos, o Cavaleiro, podia atacar qualquer exército, menos os paladinos especialmente equipados da Igreja. O posto mais alto, o Kaiser, era invencível para a humindade.

Exceto uma mulher, uma a qual acumulou a dor de todo o seu Feudo para ganhor poderes capazes de superar todos os demônios: Elisabeth Le Fanu, a Princesa da Tortura.

A alguns dias, ela derrotou o Kaiser, um oponente com quem dia uma profunda relação.

Tendo derrotado o mais forte adversário, era bastante provável que nenhum dos outros representasse um desafio para Elisabeth, mas isso era problemático para Kaito.

Depois de subjulgar todos os quatorze demônios, Elisabeth será executada por assassinar seus súditos e outros incontáveis inocentes. De certo modo, todo passo que ela dava para completar sua tarefa era, também, um passo para a forca. Seu servo, Kaito, provavelmente seria julgado e condenado a seguir o mesmo caminho.

Ele já tinha levado isso em conto quando escolheu continuar servindo ela, entretanto não queria que esse dia chegasse rápido. Ele se pronunciou preocupado, com sua voz ecoando com o peso de seu desconforto.

— Elisabeth.

— O que foi, Kaito? Esta romã é minha, você sabe. Hum? Essa cara que está fazendo... Que rapaz teimoso você é. Tudo bem, eu te deixo dar uma mordida. Só tome cuidado. Se você pensar em dar uma mordida grande demais, não vai escapar com um mero açoite. Eu não vou ter outra escolha se não invocar um gato de nove caudas e...

— Não é isso que eu quero. Confie em mim, é toda sua. Você derrotou o Kaiser, certo?

— É verdade... hahaha, que sujeito fraco Vlad se tornou.

— Não ria desse jeito. É assustador. De todo modo você derrotou ele, aquele que devia ser mais ou menos o mais forte... Isso significa que o resto não será páreo pra você? Nesse ritmo, sua caça aos demônios estará acabada bem...

— Tolo. Essa linha de raciocíno é irresponsável.

Elisabeth mordeu sua tora, depois de uma uma resposta afiáda como uma lâmina.

Sua expressão despreocupada de alguns minutos atrás hávia sumido, substituida por uma séria lembrando um guerreiro veterano. Kaito se assustou.

Ela lambeu seus lábios carmesins, dando por fim instantâneamente a outrora calma atmosfera do lugar.

— Vlad foi acorrentando pela Igreja e ainda por cima, ele não hávia se fundido com o Kaiser. Você deve se lembrar que tanto eu quanto Hina não fomos capazes de derrota-lo sozinhas. Nós só alcançamos a vitória quando eu fui invocada no local onde Vlad estava e o ataquei diretamente. Se ele e o Kaiser tivesse se tornado um, não teriamos chance de supera-lo.

— É sério?

— Vlad mais ou menos pereceu por causa de seu senso estético. No fim das contas, ele era o tipo de homem que preferia morrer do que abandonar seu orgulho... Mas enquanto o Kaiser desapareceu por peder seu catalisador, Vlad, não podemos esperar circunstâncias favoráveis dos outros. Mesmo que eu duvide que outros demônios possam estar a par com o Kaiser... Infelizmente não tenho nehuma informação do Rei.

— Do Rei?

— O segudo na hierarquia, logo atrás do Kaiser. Seu contratante confiava em Vlad e ninguém mais. Atuando como a filha de Vlad, eu pude participar de vários encontros entre os demônios, mas nunca o encontrei uma vez se quer... Quanto mais eu penso sobre isso, mais questões levanto. Está é uma situação que eu gostaria de me livrar logo.

Elisabeth resmungou para ela mesma e deu mais uma mordida na torta. Geleia de franboeza escorreu por ela, pintando seus lábios de vermelho. Ela lambeu rápidamente seus dedos, presa em pensamentos, então se virou para Kaito.

— Você não vai comer isso?

— Uh? Ah, não, pode pegar.

— Hum. Não importa a batalha, informação é essencial... Esta casca é excelente... É sempre bom pesquisar de antemão... A doçura e a acidez é prefeita... Se nós tivessemos só mais um pouco de informação... É estranho como o creme derrete na boca... Pensando bem, seria prudente fazer uma pesquisa pra ter certeza.

— Eu... Acho que sua crítica culinária e o seu raciocínio estão misturados.

— Está decidido. Vamos partir assim que eu terminar de comer.

Pondo um pedaço de doce com cobertura de fios de ovos em sua boca, Elisabeth tomou sua decisão. Hina, recém tendo terminado de laver os copos, olhou interrogativa para ela.

— Quando você diz partir, onde exatamente vamos ir?

— Deveria ser óbvio. O Rei tinha apenas um conhecido: Vlad. Então nós vamos para o seu castelo. Conhecendo a personalidade dele, provávelmente ele encheu o castelo com coisas de seu tesouro, para torna-lo mais aconchegante depois que conseguisse escapar da Igreja e retornar para lá.

Kaito pensou sobre os acontecimentos de alguns messes atrás.

Ainda no castelo de Vlad, nas profundezas da cidade natal de Elisabeth, os dois lutaram com unhas de dentes contra ele. Mesmo agora, com a luta tendo acabado, o castelo e os arredores da cidade fantasma, continuam firmementes trancados.

Elisabeth pegou a última torta enquanto continuava.

— Talvez ainda exista alguma informação importante por lá.

Sua afirmação foi pontuada com uma mordida na torta.

— // — // — 

De certo modo, o palpite de Elisabeth estava correto, mas também estava completamente errado.

— Eu te amaldiçou, Vlad, vá pro inferno!

— Nossa... Bem que suspeitei que isso ia acontecer.

Era verdade que Vlad trouxe várias coisas consigo para o castelo, entretanto, elas eram predominantemente decorações para o quarto de infância de Elisabeth, itens de cozinha, untensílios e coisas do tipo. Ainda hávia bugigangas mágicas e ferramentas para criação de autômatos, mas nada que mencionasse qualauer conexão com os outros demônios.

Enquanto Elisabeth remexia a escrivanhia no quarto de Vlad, Kaito olhou dentro de um porta jóias.

Enquanto ele observava o contéudo luxuoso, pensou consigo com um pouco de desânimo.

"Ele não parecia ser do tipo que investia muito em seus camaradas."

Atrás de Kaito, já pensando em dar por encerrado, Elisabeth pegau um tomo, semelhante a um livro de receitas e o jogou no chão.

— Aquele desgraçado! Fazendo pouco caso de mim até depois do seu final amargo, não é! Ele disgraça o título de comandate dos demônios ao trazer somente itens para satisfazer sua própria luxúria!

— Pelo visto foi isso mesmo que ele fez, não é?

— Eu sabia que a Igreja hávia pego todos os autômatos, mas os outros itens mágico também foram seladas de uma maneira que só eles sabem podem usa-los!

— Calma, talvez vladtenham sido cuidadosos em não deixar nada relacionado aos demônios.

— Ha! Como se ele fosse um homem capaz de ter tanta consideração. Não tenho duvida de que ele ignorou tudo aquila que não fosse do seu int...!

Enquanto dava sua explicação, Elisabeth puxou com força uma das gavetas das escrivanhia. Quando o fez, um tecido negros saiu de dentro dela, se enrolando envolta de sua cabeça.

— Mas... Oque é isso!? AH!

Elisabeth escorregou em um caroço preto, mas tendo em vista  o quão enérgicamente ela estava rolando no chão, não parecia estar correndo perigo. Hina abandonou sua investigação debaixo da cama para ajudar Elisabeth a desenrolar.

— Você está bem, senhorita Elisabeth? Hum... Não. Não parace que está. Eu vou puxar, por favor seja paciente.

— Ah!... Hina... Calma que isso machuca! Vai com calma!

— Não se empolguem vocês duas.

Depois de sua fala despreocupada, Kaito retornou para sua tarefa. Ele deixou uma peça de xadrez dourada de lado e devolveu um broche de asas de abelha para  o lugar.

"Todas estas coisas devem custar uma fortuna, mas eu acho que são só para status... o que é isso?"

A mão de Kaito parou em suas busca, enquanto ele se endagava. Entre as jóias estavam uma caixa preta ornamentada. Por alguma razão, aquilo lhe chamou sua atenção. Quando a abriu, descobriu que o interior aveludado estava vazio.

"... foi só minha imaginação?"

Ele começou a fechar a tampa. Quando estava prestes a faze-lo, letras azuis apareceram no ar.

Para o meu querido sucessor.

"... O que?"

Ele estava certo de que a caixa estava vazia, mas agora estava abrigando uma pedra transparente de algum material desconhecido. Luzes opalescentes estavam espalhadas por sua superfície com um botão de rosa azul selando ela. Penas negras cairam como nevem ao redor de pétalas . Era como um globo de neve mágico.

"... O que é isso...?"

Kaito se lembrou quando viu Vlad usando magia. Em contraste com a de Elisabeth, a magia de Vlad empregava rosas azuis, além do mais, penas negras eram um simbolo dos demônios.

Kaito extendeu sua mão e agarrou a pedra com ansiêdade. Um calor familiar correu por ela.

Ele franziu as sombrancelhas. O calor era parecido com o de uma pequna chama, ainda sim parecia vivo, assim como uma alma se contorcendo sem um golem.

— Elisab...

Quando estava prestes a chamar por ela, Kaito fechou sua boca. Depois de hesitar por alguns momentos, ele enrolou a pedra em um lenço e a colocou em seu bolso, então como se nada tivesse acontecido, deu de costas.

— Está tudo bem, lady Elisabeth. Só falta mais um pouco.

— Não, não, espere. Se você puxar mais um pouco, vai arrancar minha cabeça junto. Por favor Hina, pelo amor de...

Uma tragédia se aproximava, mas Kaito conseguiu correr para impedi-la.

Ele pôs sua mão no ombro de Hina para faze-la recuar e chamou pelo amontoado se contorcendo.

— Ei, Elisabeth, você ainda está viva ai?

— O que pensa que está fazendo? Se apresse e me salve, Kaito! Só mais um pouco e eu vou morrer!"

— Tem certeza? Se bem que é melhor não duvidar.

Kaito cuidadosamente desenrolou os pedaços de tecido presos nos braceletes dos braços de Elisabeth. Hina limpou a garganta se desculpando, então puxou mais uma vez com força.

— Como eu me sai desta vez, Senhorita Elisabeth?

— Bom... Bom trabalho, Hina! Agora, com essa abertura...

Elisabeth conseguiu com êxito desenrolar o tecido e andou pelo chão engatinhando.

— Vlaaaad! Aquele dispositivo infernal foi uma ferramente feita para treinar animais não para usar como bem entender! Aquele homem maldito. Ele provavalemente pensou que eu abriria aquela gaveta sem permissão e preparou esta armadilha só para me provocar... já chega disso, estamos indo! Não há nada de util aqui!

Depois de chegar no seu limite, Elisabeth se levantou e partiu, mas quando chegou na saida, ela derrepente parou e olhou para a parede a sua esquerda.

— Esperem. Agora que pensei, talvez aja alguma coisa aqui que possamos usar.

Derrepente ela pegou uma espada decorativa da parede. Sua lâmina era fina como uma agulha e era adornado com um rubi que formava uma espiral ao redor dela. Quem sabe qual foi seu criador.

Não parecia ser feita propriamente para combate. Enquanto Kaito chegou a esta conclusão, Elisabeth sacudiu a espada e sussurou:

— La (Queime)

Com um barulho que lembrava água evaporando, os rubis se transformaram em chamas. Elas cintilavam e transmitiam calor, como se alguém tivesse dado vida a elas.

Elisabeth chacoalhou a espada em chamas e ofereceu para Kaito.

Quando ele cuidadosamente a aceitou, as chamas imediatamente congelaram e voltaram a serem rubis.

— Nossa, oque foi isso...? Parece legal. Como funciona?

Enquanto Kaito a tocava, Elisabeth ficou mortalmente séria.

— Kaito, você tem algum desejo de aprender mágia?

— Mágia? Do que está falando? Vamos, eu não posso usar mágia.

— Deixe de lado suas dúvidas. Como minha marionete, meu sangue rico em mana correu por suas véias. Vlad não tinha pedido para se tornar o sucessor dele?

Ficando sem palavras por um momento, Kaito logo acenou para Elisabeth. Ela extendeu seu braço pálido e tocou em seu peito, apontando acima de seu coração com sua unha negra.

— Para um louco, Vlad era bastante racional. Seus pensamentos podiam ser distorcidos, mas seu julgamento era sensato. No momento que ele lhe conheceu, sem sombra de dúvidas se deu conta do quão alta era sua afinidade por energia demôniaca era... Mesmo que eu não tenha intenção de lhe dar carne de demônio, ainda há algum merito em ensinar-lhe os fundamentos da magia. Não que você consiga livremente usar o mana de meu sangue, mas deve ser capaz de performar algumas magias negras rudimentares.

Elisabeth balançou sua cabeça de cima a baixo. Kaito pôs a mão em seu coração.

Era verdade que o sangue de Elisabeth corria por seu corpo. Tirando o fato de poder ou não usar a energia mágica que possuia, a quantidade que detinha era muito maior que uma pessoa normal.

— Mesmo com Hina a seu lado, você próprio segue fraco como sempre. Agora, me dêe seu braço."

— Meu braço? Ok.

— Isso vai doer.

Com um breve aviso, ela correu seu dedo por ele. Pétalas carmesins se juntaram  e perfuraram a mão de Kaito.

Ao mesmo tempo, uma silueta surgiu atrás de Elisabeth, como um relâmpago. Ela calmamente levantou as mãos.

— Se acalme, Hina. Dor é um ingrediente necessário para magia negra. Vou ter que pedir que deixe passar desta vez.

— ... No futuro, eu gostaria que você pedisse sua permissão primeiro. Eu tenho uma profunda afeição por você, Lady Elisabeth, mas se você machucar meu amado, eu vou mata-la sem hesitar. Queira se lembrar disso.

Murmurando baixinho, Hina retirou a faca que hávia pressionado por reflexo contra o pescoço de Elisabeth.

Elisabeth deu de ombros, tomou a espada de Kaito e novamente lhe ofereceu.

— Agora, a primeira lição. Pegue isto com sua mão ferida e use o sangue como um catalisador para ativar a magia dentro da espada. É a mesma tecnuca de quando você circula o mana pelo circulo de teletransporte gravado em seu peito.

— Certo, eu vou tentar.

Kaito obedientemente segurou o cabo da espada. Seus ornamentos fizeram sua ferida doer, mas depois de anos de tortura e abuso já conseguia suporta-la, este nivel de dor já estava abaixo de seu limiar.

— A mesma tecnica de quando eu circulei mana pelo circulo de teletransporte? Será que eu preciso usar mais sangue ou o que?

Ele apertou o cabo com ainda mais força, intensionalmente aumentando seu sangramento. Gotas de sangue escorreram de sua mão.

Ele pensou de volta na sensação que ele sentiu quando suas feridas estavam tão cheias de mana que queimavam e, felizmente, suas experiências de vida deram-lhe uma talento especial em não conseguir esquecer nenhuma informação que fosse acompanhada de dor. Usando o sangue de Elisabeth como seu mediador, ele imaginou a sensação de queimação e suspirou:

— La (Queime).

Imediatamente, os rubis se transformaram em chamas cintilantes.

— Eu sabia que conseguiria, Mestre Kaito!

— Ora ora, um belo show para uma primeira vez! Você é rápido em assimilar!

As duas parabenizaram ele. Enquanto ele reagia aos elogios, sua atenção se voltou para a pedra em seu bolso. No momento que descobriu como ativar itens mágicos, ela pulsou, como se o estivesse chamando.

"Se eu estiver certo, eu tenho uma boa ideia do que é isso"

— Bem, mesmo para sua primeira lição, este é apenas o começo do começo. Daqui para frente o inferno lhe espera. Não há motivo para perder tempo. Quando você tiver surrupiado qualquer coisa que pareça util da qui, nós vamos retornar para o castelo e começar seu treinamente especial!

— Por um lado eu estou loco para aprender como lutar contra os demônios, mas pelo outro eu ficaria grato de pegasse leve comigo.

— Oh, isso seria impensável!

— Quando diz 'impensável'...

Depois de curar a mão de Kaito, Elisabeth caminhou formosamente pelo corredor, com Hina e Kaito seguindo logo atrás dela.

Os três passaram em outras salas, coletaram várias ferramentas e armas, então partiram de volta para o castelo.

Eles passaram pela cidade cheia de ossos humanos até chegarem onde o circulo de teletransporte estava estabelecido. Elisabeth estalou seus saltos sobre a rua de pedra, fazendo o circulo mágico brilhar mais uma vez. Pétalas de flores vermelhas pairaram pelo ar e formaram um muro que circulava os três. As pe´talas derreteram juntas enquanto giravam, transformando-se em sangue.

Quando a cortina cilíndrica de desfez, todos eles háviam desaparecido da cidade.

Ele chegaram ao porão do castelo de Elisabeth, onde o circulo de teletransporte estava desenhado, em segurança.

Depois de percorrer os corredores mofados, contendo ecôs que lembravam sussuros, todos subiram pelas até as dependências do castelo.

— Deviamos dar uma pausa para o chá? Eu acho que ainda há algumas rotas que eu me impedi de pegar.

Enquanto falava, Elisabeth abriu as portas da sala de jantar.

O candelabro estava ringindo alto.

Uma correntes estavam enrolada a sua volta, com um indivíduo familiar penduro pelo pescoço.

— // — // — 

A figura negra balançava de um lado para outro, fazendo o candelabro ringir.

A pessoa quase parecia um enfeite adicionado a ambiente. A corrente reluzia envolta de seus braços prateados e se prendia profundamente em seu pescoço.

Os ossos háviam se torcido em um ângulo estranho. Não existia nenhuma possibilidade dela estar viva.

Quando Kaito e Elisabeth viram aquela visão trágica, ambos gritaram.

— Açougueiro!

O assassinado era o Açougueiro, um homem-besta mercante que vinha ao castelo de Elisabeth para vender carne. Seu corpo estava vestido com o manto negro esfarrapado que usava regularmente.

Eles não podiam ver seu rosto pois estava sempre coberto por um capuz, mas mesmo sem enxergar sua expressão, era evidente que sua morte foi cruel, pela maneira com que seu pescoço foi torcido.

Levando sua mão a boca, Hina murmurou em choque.

— ... Senhor Açougueiro? Como isso aconteceu?

— Eu não tenho idéia... Nossa, quem será que fez isso?

A tensão fez com que ficassem capisbaixos. O corpo do Açougueiro começou a se mexer lentamente. Ele então falou com uma voz energética, como se estivesse respondendo as duvidas que a situação levantou.

— Meus amigos, temos um inimigo! Um inimigo veio até aqui!

— O corpo falou!

— Isso é impossível!

— Seu espirito não desencarnou!

— Nenhum de vocês parece particularmente feliz pelo fato deu ainda estar vivo. Oh, eu me sinto tão valorizado.

O Açougueiro, ainda acorrentado, se mexia de um lado a outro enfurecido. O magnífio candelabro ringiu terrívelmente enquanto ele balançava os braços escamosos saidos da parte de baixo de seu manto.

— ... Um braço? espere, quer dizer que a corrente está prendendo sua cola e não seu pescoço?

— Precisamente! Mesmo de ponta-cabeça, eu ainda estou vivo! Bem quando o inimigo estava me prendendo, eu inverti meu corpo por dentro do manto! Então eles sairam sem se dar conta que tinha me prendido pela cola! Droga, isso poderia ter acabado muito mal para mim.

— Espere, isso não parece plausível. Isso parece mágica ou algo do tipo.

— Se eu quero ser chamado de Açougueiro, então eu tenho que fazer jus a meu nome.

— Cara, isso não faz nenhum sentido.

Os dois trocaram risos, felizes por ele ter sobrevivido.

Dai Elisabeth coçou sua cabeça em dúvida.

— Me diga uma coisa, Açougueiro. Você falou em um inimigo. Quem foi que lhe enforcou dentro do meu próprio castelo?

— Ah, de fato, Madame Elisabeth, um inimigo está nos atacando! Mesmo sendo o Açougueiro, eu devo confessar que eu não dou muita importância para lutas contra demônios. De todo modo isso não prende nenhum pouco de meu interesse, entretanto...

— Com esta atitude, devo lhe assegurar que a morte vai bater sua porta bem em breve.

— ... Entretanto se eu encontrar com um a história muda de figura! Um demônio veio para este castelo! Ele emitiu uma aura malevolente ainda por cima! Ele disse que pretendia me enforcar para anunciar sua chegada e dai esperar sua volta em outro cômodo... Ei! Esperem! Me desçam da qui antes de irem!

Enquanto o Açougueiro gritava atrás deles, Elisabeth e os outros voltaram para o corredor. Ela andava a pasos largos.

Kaito a chamou.

— Você tem idéia de qual demônio é?

— Ha! Invadir o castelo da Princesa da Tortura é um ato  audaz e tolo. De todos os lugares que alguém assim poderia escolher... Pensando deste modo, ele tem muita cobiça e é bastante imprudente.

Tendo feito sua declaração, Elisabeth caminhou pelo caminho iluminado pelos vitrais das janelas.

Depois de caminhar pela escadaria que levava a sala do trono, ela escancarou as portas duplas da entrada.

Uma corrente de vento veio a seu encontro. A sala do trono estava adornado com tapaçarias rústicas e com um trono extravagante, dando-lhe um ar digno, porém, desde que uma das criaturas do Cavaleiro atacou, hávia um imenso buraco na parede.

Por pura teimosia ou preguiça, Elisabeth nunca o concertou.

hávia alguém sentado no trono, com a luz pálida do céu azul saindo da abertura servindo como um pano de fundo.

A pessoa era uma o belo jovem com as bochechas rosadas e um cabelo loiro na altura do pescoço. Suas pernas, esbeltas e afêminadas, se extendiam por suas calças curtas, balançando de um lado para outro enquanto ele brincava com um pedaço de fruta que estava na mesa ao lado.

— E bem no meio... o que?

Ele cortou a romã ao meio e sua boca estava aberta para come-la, até seu olhos âmbares enxergarem Elisabeth.

Sem nenhuma hesitação, ela chamou.

— Pêndulo!

Pétalas carmesins e trevas se uniram no meio do teto. Uma enorme lâmina, presa por uma corrente, desceu dele, fazendo um so alto quando congelou no ar. Ela então mergulhou em grande arco, com a lâmina brilhosa rápidamente acelerando antres de se chocar com o trono o deixando em pedaço. Quando a poeira baixou, o corpo do garoto não estava em nenhum lugar entre os escombros.

Sem ser visto, ele de algum modo consegui correr para a parede. O pêndulo corrigio sua trajetória, se projentando na nova direção do alvo, mas antes de pudesse corta-lo, mais uma vez ele desapareceu.

Elisabeth e seus servos derrepente se encontraram frete a frente com seu adversário.

Kaito engoliu seco, mas Elisabeth parecia ter antecipado seus movimentos.

Ela lambeu os lábios e levantou novamente seu braço. Quando o fez, o rapaz foi posto de joelhos tão rápido que parecia que seus ossos háviam se quebrado. Ele não fez nenhum esforço para se defender. Já estava bem evidente que uma peça de técido estava em volta de seu pescoço.

Elisabeth levantou uma das sombrancelhas diante da ação inexperada de dele.

— O que está tramando, Governador?

— A quanto tempo, senhorita Elisabeth Le Fanu, a querida e mais que perfeita filha do senhor Vlad. Mesmo que eu não tenha pouca animosidade por você, como pode ver, eu não tenho interesse em lutar. Eu vim aqui hoje para lhe convidar para minha mansão, ó Princessa da Tortura."

— Como?

— Aqui está seu convite formal, com um presente para acompanha-lo. Por favor, Aceite.

O Governador pegou um envelope e uma caixa de presente atada com um laço que surgiram do nada, então os entregou a Elisabeth com as mãos trêmulas. Quando ela confirmou não haver nenhum tipo de armadilha mpagica, ele apertou os olhos e pegou dele.

O Governador derrepente corou, com seus movimentos dando a entender que estava sendo controlado por fios, como uma marionete.

Suas feições se contorceram de forma estranha, mas polida e ele se curvou como um palhaço.

— Por... Por favor, venha... Eu estou an... Ansiosamente esperando sua chegada.

Sem aviso, ele se inclinou para o lado. Seu sorriso era claramente artificial, com ele caindo no chão e sendo engolido logo em seguida.

Elisabeth estalou os dedos, retornando o pêndulo a sua forma de pétalas e cruzou seus braços.

— O governador é o mais fraco depois do Cavaleiro, mas há algo claramente estranho acontecendo com ele.

— Com toda certeza. Eu também achei isso, mas e essa caixa?

— Seu contéudo parece ser... alguma comida. Cuidado para não tocar neles.

Dentro da caixa estavam uma fileira de biscoitos coloridos. Eles estavam cobertos com geleia e pareciam bem saborosos, mas em conjunto com sua voz áspera, Elisabeth estalou seus dedos.

Os biscoitos pegaram fogo, sendo reduzidos a cinzas.

— Dentro todos os demônios, ele foi oque investiu mais esforços bajulando Vlad. Eu conheço sua habilidade. Seu poder é voltado para assassinatos. Seu talento transforma qualquer comida que ele toca em veneno ou narcóticos... Consequentemente, eu esperava que ele fosse se manter escôndido o mais longe de mim possível.

— Mas ele não acabou de vir até aqui no castelo nos convidar logo para a casa dele?

— Exatamente. Porque me convidar? E quando ele que ficou versado em utilizar circulos de teletransporte?

Seus olhar voltou-se para o convite. Runas Azul-esverdeadas ascenderam em sua superfície. Não hávia duvida de que eles poderiam ser usadas para conectar o círculo de teletransporte de Elisabeth diretamente a mansão do Governador.

Kaito seguiu o raciocínio de Elisabeth.

— Isso não faz sentido.

— De fato, não faz. De todo modo eu não pretendo cair em sua armadilha. Tem algo por trás disso, algo que vamos ter que descobrir logo. Isso não é nada além de minha intuição, em outras palavras, é simplesmente a sensação que tenho.

Kaito e Hina ambos assentiram. Eles precisavam descobri quem estava puxando as cordas do Governador. Embora todos estivessem de acordo, um sentimento ameaçador se espalhava pelo peito de Kaito.

"Não sei o porque, mas não estou gostando de como as coisas estão indo."

Ele estalou a língua irritado. Quando o fez, Hina levou sua mão a boca e suspirou.

— Se me permiti, antes de irmos, nós deveriamos soltar o Açougueiro.

Oops — foi oque Kaito e Elisabeth disseram em sincrônia.

Agora que ela hávia mencionado, os dois se deram conta que esqueceram completamente dele.

— // — // — 

Quando os três retornaram para a sala de jantar, encontraram o Açougueiro balançando para frente e para trás, como se estivesse andando de balanço.

Claramente desesperado, parecia que eles estava tentando derrubar o candelabro.

— Espere, Açougueiro. Não comece a quebrar o candelabro das outras pessoas.

— Vão se catar! Pra começo de conversa não foi desumano terem me abandonado aqui? Não foi injusto? Sem falar que me envolveram em uma luta que eu não tenho nada haver. Madame, eu devo protestar! Mesmo que eu deixe de existir os outros Açougueiros que virão atrás de mim...

— Minhas desculpas. Espere só um momento e eu irei liberta-lo. Hina.

— Sim, senhorita.

Hina, já tendo empunhado sua alabarda, saltou do chão, desferindo um golpe que quebrou as correntes.

Apôs pousar, ele rápidamente retraiu os braços e a cauda para dentro do manto, como uma tartáruga. Com destreza, ele se ajeitou dentro da própria roupa sem nunca mostrar seu rosto.

Ele se levantou, levantando os braços em celebração, então olhou interrogativamente para os outros três.

— Vocês parecem tensos... E a senhorita serviçal já está com sua arma em mãos... Os três irão para algum lugar perigoso?

— Sim, nós estamos indo para mansão do demônio que tentou enforca-lo.

— Minha nossa. Neste caso, Senhor servo estúpido, tenha cuidado.

A voz do Açougueiro estava dócil para além do comum. Kaito olhou para ele e silênciosamente pergunto qual era o problema.

Ele levou seu rosto para perto do de Kaito e sussurrou em um tom sério.

— Pode ser algo trivial, mas... O intruso tinha um cheiro peculiar nele. Um cheiro de  carne podre.

O Açougueiro falou o quão aquele odor dava a ele idéias desconfortáveis.

Kaito não podia fazer nada se não concordar.

— // — // — 

Quando Elisabeth colocou o convite no circulo de teletranspporte, ele se dissolveu em um redemoinho de sangue. As runas azuis se separaram, andando juntas com as linhas de sangue.

Elisabeth, Hina e Kaito pissaram sobre elas. Quando se arrumaram, o círculo se transformou em azul e começou a girar rápidamente. Pétalas de flores indigas os cercaram. Elas derreteram formando paredes cilíndricas e se transformaram em penas negras. As penas foram lançadas pelo ar e começaram a desaparecer.

— Escutem, abaixem sua guarda. Vamos estar em perigo constante no momento em que chegarmos.

— Entendido.

— Sim, senhorita.

A cortina negra sumiu, dando lugar a uma gargalhada alta.

Kaito e os outros se encontraram no centro do hall de entrada, não dando margem para dúvida de que era a mansão do Governador.

Um banquete estava espalhado diante deles.

— ... Mas o que?

O hall estava cheio até a borda de mesas redondas, cada uma transbordando de comida. Bustos antigos estavam sendo usados para segurar tortas, um porco assado estava sobre a mesa com uma maça na boca, rolhas de vinho saltavam como balas, com as pessoas tomando diretamente da garrafas e dos barris.

Uma linda senhora fazia sons vulgares enquanto ela usava salsichas para comer oque parecia ser um molho de tomate concentrado. Ao seu lado, um jovem, que parecia com um peão de uma fazenda, estava enchendo as bochecas com bolos escarlates. Muitos dos atendentes estavam vomitando por comer demais. O chão estava coberto por molho vermelho, comida semidigerida e vômito, com as pessoas estavam pisando nos dejetos até transforma-los em uma pasta pegajosa.

Aquela folia descarada era verdadeiramente caótica.

Cores vívidas se extendiam diantes dos três, com arômas nocivos invadindo suas narinas e a música animada retumbando em seus ouvidos. A prataria ressoava em companhia a tudo aquilo, como o som de um rebanho de porcos fusando por sobras.

— Que lugar é esse?

Olhando para o magnífico e horrendo banquete, Kaito deu um passo atrás. A o seu lado, Elisabeth silenciosamente observava os arredores. Hina ficou a frente de Kaito para defende-lo, murmurando algo baixinho.

— ... Lady Elisabeth, este cheiro...

— Estou bem ciente. Não há necessidade de falarmos em voz alta.

Derrepente, um gentil senhora e uma jovem garota carregando uma bandeja de prata emergiram do banquete. Suas bocas, pintadas de vermelho, se abriram em um sorriso amigável.

A garota levantou a tampa da bandeja, revelando uma lebre assada decorada com ervas. As costas da  lebre estavam temperadas com tempero vermelho.

Os olhas da mulher idosa estavam sem foco, mas ela falou gentilmente enquanto juntava as mãos.

— Ora, ora, parece que recebemos mais três convidados. Bem vindos ao banquete de vossa excelência, o Governador. Desde que nós fomos convidados para cá tivemos experimentado incontáveis dias de festejo e um ótimo banquete, livres de todo o sofrimento do mundo. Vamos continuar com as festividades juntos. Venham... Comam tudo que tiverem vontade!

"Ela não parece um lacaio. Deve ser uma pessoa comum."

Todas as pessoas bebendo e festejando, incluindo os demi-humanos e os homens-besta, aparentemente vieram por convite do Governador. Ele tinha o poder de transformar comida em veneno e narcóticos, mas no momento, nenhum dos convidados parecia estar sofrente de nehuma fatalidade. Mesmo que a comida fosse viciante, não passava disso.

Enquanto Kaito ponderava como reagir àquela situação, seu pensamentos foram interrompidos.

— A Guilhotina, santa dos decapitados.

Elisabeth falou baixo. Trevas e pétalas carmesins se materializaram em resposta.

Uma figura branca saltou por trás deles e aterrizou a sua frente. A linda donzela levantou sua cabeça.

A boneca de ferra, a qual foi chamada de santa, lembrava muito a Dama de Ferro, embora passasse claramente uma impressão diferente.

A santa vestia um vestido branco liso e seus grosos e retos cabelos prateados estavam caidos sobre seus olhos, assim como as mulheres ficam quando rezam. Diferente da chamativa Dama de Ferro, A Guilhotina parecia combinar meticulosidade e a elegância de um freira.

Elisabeth estalou seus saltos. A santa cruzou seus braços pálidos em frente a seu peito e dai abriu novamente.

Com um som afiádo, um par de lâminas retângulares saiu de seus braços. Elas brandiram pelo hall, gentilmente acariciando os pescoços de todas as pessoas nele e as lançando contra as paredes.

Sangue jorrou por todo o lugar, conforme as cabeças iam caindo de seus pescoços.

Kaito estava pasmo.

Enquanto estava no meio daquele banho de sangue, não hávia sinais de mudança na expressão da santa. Ela cruzou seus braços e os abriu mais uma vez.

O som dos instrumentos que estavam sendo tocados foi interrompido pelas cabeças rolando. A cabeça da jovem garota estava deitada ao lado da lebre assada. A da Senhora que estava com ela ainda caia lentamente de seu pescoço até cair no chão.

Elisabeth se preparou mais uma vez para estalar seus saltos.

Já devolta a sí, Kaito apertou o ombro dela com força.

— Pare com isso, Elisabeth! Eles são apenas pessoas normais!

— Claro que são, mas oque acha que acontece quando são convidados para o banquete de um demônio?

— Oque quer dizer...?

— Olhe para oque estão comendo. Olhe de perto.

Incentivado pela observação de Elisabeth, o olhar de Kaito correu para as mesas redondas e então ele ficou sem palavras.

Mesmo estando debaixo da chuva asquerosa de sangue, os convidados do banquete ainda estavam se empanturrando. Um homem rochanchudo estava pondo bolos em sua boca. Ele os engoliu com prazer, mas logo em seguida apertou seu estômago com as mãos.

Seus olhos se arregalaram, com sangue e moco saindo de seus nariz, dai ele vomitou uma substância doentia.

Vômito vermelho jorrou em cima da comida.

Kaito finalmente entendeu a verdadeira identidade o molho vermelho.

— ... Aquilo são seus próprios orgãos dissolvidos.

Sem hesitação, Elisabeth falou sobre a conclusão que ele acabará de chegar.

Atormentados pela agônia, os convidados do banquete vomitavam seus próprios orgãos, que eram dissolvidos pelo poderoso veneno na comida, entretanto, incapazes de resistir a natureza aditiva da comida, eles continuavam a comer a comida junto de suas entranhas destruidas.

O banquete diante deles não passava de um inferno disfarçado de paraiso.

— É tarde demais para tratar qualquer um deles. O venêno é incurável. A morte é apenas uma misericórdia.

Elisabeth fez sua declaração e imediatamente estalou seus saltos.

A santa das decapitações obedeceu ao comando frio da Princesa da Tortura e balançou seus braços novamente.

As cabeças de todas os presentes voaram. O sangue que jorrou pintou o teto de um vermelho vívido.

Várias cabeças rolaram como frutas e seus corpos decapitados sucumbiram quase que imediatamente.

Por mais que Kaito quisesse desesperadamente pedir para Elisabeth para, ele se conteu, com Hina, em consideração com seus sentimentos, tocou gentilmente em seu braço.

Elisabeth fez a santa voltar a sua forma de pétalas e então caminhou entre os corpos.

— Pare de vadiar. Nós precisamos encontrar o Governador.

— Sim, eu sei. Nós temos que encontra-lo... Encontra-lo e depois mata-lo.

Sua voz estava rouca de fúria.

Kaito seguiu logo atrás de Elisabeth. O banquete, agora finalizado, já não tinha nenhuma importância.

Para matar o Governador, os três traçaram seu caminho para o interior da mansão.

— // — // — 

Não tardou para eles se darem conta que mesmo que o Governador tivesse uma hierarquia baixa entre os quatorze demônios, seus feitos não eram meno aterrorizantes.

O inferno que ele criou não terminava no hall de entrada, apenas continuava no inteior da mansão.

— Isso é insano. Eu não fazia idéia que seria assim tão ruim.

Depois de confirmar a situação que estavam, isso era tudo que Kaito podia dizer.

Na sala de jantar, pessoas cobertas pelas especiarias do Governador comiam umas as outras, todos a beira da morte. Na cozinha estava um homem aflingido por veneno morto depois de ter aberto seus estômago e arrancado as próprias tripas a procura de comida. Na masmorra, uma jovem mãe se suicidou logo após deixar uma carta detalhando como ela comeu seu próprio filho. Uma jovem estava caida sobre o sofá com seus orgãos dilacerados depois de comer doces com pregos. Por fim, a pscina do pátio estava cheia de corpos afogados em doce.

Ao subirem as escadas do segundo andar, Elisabeth respondeu:

— O Governador é considerado o mais fraco dos demônios, com seu poder de combate ainda menor que o do Cavaleiro. Ele desconta sua frustração nos humanos e fica planejando meios de causer-lhes dor para ficar mais forte... Ele é tem o perfil de uma criança que tenta ficar maior comendo."

— Isso é completamente insano.

— Do fundo de meu coração, eu concordo com o mestre Kaito.

Ouvindo as palavras de Hina, Kaito assentiu em silêncio.

Sua ráiva era tão insuportável que ele desenvolveu uma estranha calmaria, procurando pelo Governador em absoluto silêncio, mas enquanto cada canto revelava uma nova vítima, o responsável não estava em lugar algum.

Depois de ter ido entregar o convite de Princesa da Tortura, o Governador desapareceu.

"Onde deve estar ele...?"

Enquanto recontava em sua cabeça os acontecimentos no hall de entrada, Kaito torceu seu rosto.

Ele sentiu o cheiro de algo podre.

Os corredores, até então, estavam preenchidos com uma fragância de comida, em outras palavras, aquele fedor era suspeito. O resto das salas e corredores no segundo andar tinham cheiro de doces e um leve cheiro de carne para disfarçar o cheiro dos corpos, mas o odor que vinha da esquina do corredor se recusava ser discreto.

Kaito e os outros resolveram seguir o cheiro para descobrir da onde estava vindo.

Hávia uma única sala no segundo andar coberta pelo cheiro de carne putrefata.

Elisabeth disse que poderia ser uma dispensa de comida feita para pessoas com gosto repulsivos, entretanto a existência da sala puxou a atenção de Kaito. Sua mente enraivecida a selecionou livremente com base nas informações disponíveis e as palavras do Açougueiro surgiram de seus pensamentos.

"O intruso tinha um cheiro peculiar nele. Um cheiro de carne podre."

— ... Cheiro de carne podre.

Repetindo essas palavras, Kaito começou a correr, sem nem mesmo parar para contar aos outros oque estava acontecendo. Ele deu a volta em uma das esquinas e andou uma secção do andar, na qual estava uma porta que não se conectava a nenhum outro corredor. Como uma fiél companheira, Hina seguiu atrás dele por precaução, mas não perguntou nada , uma vez que se deu conta de que ele podia ter percebido algo.

Quando abriu a porta, um cheiro pútrido correu pelo corredor.

— Meus deus, é essa sala!

Kaito ficou parado na entrada do luxuoso quarto.

Em seu centro, um gigantesco amontoado de carne estava em cima da cama com teto.

As cobertas estavam impregnadas com um tom vermelho-escuro e ficaram endurecidas por causa da gordura podre. Fora isso não hávia sinais de vida no cômodo. as janelas estavam fechadas, mas Kaito estava com os olhos semi-abertos por causa da terrível atmosfera daquele lugar e não as abriu.

Olhando de perto, ele pôde ver que o topo da massa de carme semiderretida se movia para cima e para baixo. O pedaço de carne estava respirando. Debaixo de sua superfície transparente, sangue coagulado podia ser visto sendo bombeado por suas veias.

Kaito deu um passo atrás horrorizado.

Aquele monte de carne... Estava vivo.

— Carne... Podre... Quer dizer que...

— Mestre Kaito, Oque deu em você? Que sala é essa?

— O que pensa que está fazendo? Esta sala não tem nada além de carne podre.

Elisabeth conseguiu alcançar eles. Em respota a sua pergunta, Kaito balançou a cabeça.

Apontando para a massa de carne horrenda, ele falou com um gemido baixo.

— ... Aquilo é o Governador.

— O que?

— Aquela pilha que carne podre... Aquilo é o Governador!

Elisabeth empurrou Kaito para o lado e seguiu em frente. Enquanto Hina fazia ele recuar ainda mais, Elisabeth espetou a massa de carne com seu dedo. Sua unha preta entrou fundo na carne.

O amontoado se mexeu um pouco, mas não ofereceu outras reações. Elisabeth retirou seu dedo.

Ao examinar o sangue negro que saia da ferida feita por seu dedo, Elisabeth falou com uma voz confusa.

— É verdade. Esta coisa certamente tem poderes demôniacos correndo em seu interior.

— Então é mesmo ele?

— De fato... Mas a pergunta que não quer calar é: Porque? Quando ele visitou o castelo agora pouco, parecia um jovem saudável, tendo uma forma humana que contratantes de demônios não costumam ter. Se bem que quando eles liberam seu poder revelam suas verdadeiras formas monstruosas.

— Então essa massa de carne é a forma demoníaca dele?

— Não e é precisamente por não ser que isso é tão estranho... Eu já vi a forma verdadeira do Governador antes, sendo ela um titã cinza. Ainda que seja horrenda, não é uma massa de carne... Será isso os restos do titã depois de sucumbir? Seu poder está ficando descontrolado... Talvez o resultado tenha sido sua incapacidade de manter seu ego? Oque diabos aconteceu aqui?

Elisabeth cruzou seus braço para pensar profundamente.

De repente, o monte se agitou.

Algo que estava preso a sua pele caiu do lugar que parecia ser seu pescoço. Mesmo que estivesse descolorido por causa do fluidos da putrefação, ainda era reconhecível como sendo o xale que cobria seu pescoço.

Debaixo da onde o tecido caiu, algo prateado brilhou.

Uma agulha decorativa modelada como um cérebro estava cravada fundo na garganta do governador.

— Essa agulha...

Elisabeth murmurou. A pilha de carne podre estava começando ruidosamente a se despedaçar.

O som que fazia era terrível e enquanto de despedaçava, a carne podre que agora era o Governador abriu seus olhos.

Ele olhou para Elisabeth com seus olhos parecendo de um peixe morto e então abriu sua gigantesca boca e soltou um monstruoso rugido. Quando o fez, o restante de seus dentes cairam.

Elisabeth estalou seus dedos. Estacas de ferro apareceram, partindo diretamente para a boca do Governador. Além delas, algo preto e vermelho escorreu de dentro da massa de carne.

Hina, não deixando sua guarda baixa momento algum, rápidamente brandiu a cabeça de machado no final de sua alabarda e falou.

— ... O que é isso?

 Era algo que ninguém esperava.

Aquilo era o coração do Governador.

As estacas de Elisabeth atravessaram o Governador, com suas pontas saindo em suas costas. Quando elas acertaram, Hina tentou cortar o coração em dois, mas ele se rompeu antes que ela pudesse.

A viscera preta e vermelha se desentegrou lamentavelmente.

O sangue que escorreu de dentro se transformou em um centana de braços. Eles desviaram de Hina e agarraram Elisabeth.

Os braços apertaram Elisabeth com afeição. O sangue venenoso descolorido se espalhou em sua pele. Runas, semelhantes as correntes da Igreja, foram gracados em sua pele.

Elisabeh caiu no chão. Hina a agarrou dos ombros.

— Lady Elisabeth! Aguente firme!

— Elisabeth!

Kaito correu para seu lado. Enquanto isso, o Governador, tendo perdido seu coração e tendo sido atravessado por estacas, chorava descontrolado enquanto dava seu último suspiro. A carne podre parou de se mover, se transformando em uma grande quantidade de penas negras.

— Ele vomitou seu próprio coração?

Perplexo com toda a situação, Kaito se ajoelhou ao lado de Elisabeth, com Hina segurando seu ombro com força. Elisabeth falou baixinho, com sua pele manchada tremendo como uma criança assustada.

— ... Ah... Isso... Isso... Não pode ser...

Então eles ouviram um som alto de correntes se espalhar.

— Sacrficio. Um feitiço que, em troca de um coração de demônio, pode parcialmente selar poderes demomíacos.

Kaito ficou rígido e seu virou para trás, mas antes mesmo dele confirmar quem estava lá, no fundo ele já sabia.

Algo terrível estava vindo.

Uma mulher com a majestosidade de uma rainha estava subindo as escadas.

Ela vestia um vestido de crinolina que fazia um uso luxuoso de tecido escarlate. A parte da frente de sua saia foi deixada intencionalmente curta, deixando o não refinado estilo de gaiola de seu interior visível. Dentro dela, suas sedutoras pernas incomumente pálidas estavam a mostra.

Um grande número de lacaios coloridos seguia atrás dela, com suas camisas de força cobrindo até mesmo seus rosto. Correntes se extendiam a partir de seus colares extremamente apertados, todos conectados as argolas que a mulher estava vestindo.

Com seus olhos escarlates e seu vestido, ela parecia uma chama cintilante quando riu.

— A mansão do Governador é medonha, não é? Não acham que é um fim irônico para aquela criança morrer como um pedaço de carne em seu próprio parque de diversões? Eu queria esmagar seu coração, por isso convidei todos vocês aqui. Vocês gostaram? Se sim, eu tenho certeza que ele estaria grato. Tolice é tolice precisamente porque inspira a risanda, não?

— Sua bruxa... Você usou o coração de um demônio, um de seus próprios companheiros?

Elisabeth ainda estavam em agônia, mas respondeu com um voz pingando ódio.

A mulher escarlate assentiu descaradamente e parecia orgulhosa ao invés de envergonhada.

— Precisamente, Elisabeth. Até agora eu estava respeitando a vida de meus comapnheiros por consideração a meu querido amigo Vlad, mas quando soube de sua morte, logo não precisei mais me conter. Através do consumo da vida de demônios mais fracos, eu consigo usa-los em ataques particularmente efetivos. Isso não é esplêndido?... Oh, quão rude de minha parte. Eu fiquei tão empolgada com a conversa que negligenciei minha apresentação. Minhas sinceras desculpas.

A linda mulher sorriu com toda a compostura e magnanimidade de uma rainha, dando em seguida uma profunda reverência.

— Eu sou o Rei, Fiore.

Com sua apresentação completa, ela levantou sua cabeça e sorriu. Kaito e Hina ficaram paralisados com suas maneiras elegantes e esmagadora presença, mesmo assim, eles tentaram proteger Elisabeth, até o Rei fazer sua declaração.

— A hora de brincar acabou, princezinha... Agora, o caos começa.

— // — // —

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