Tokyo Ravens Japonesa

Tradução: Nie

Revisão: Math


Volume 1

Capítulo 4.2: Progênie dos Tsuchimikado

PARTE 2

Harutora correu na reta estrada, á noite.

A forte chuva não parou, e trovões começavam a estrondar, e relâmpagos cortavam a noite.

Sem se importar com o tempo horrível, Harutora tinha corrido sozinho da área de construção que havia se transformado em um campo de batalha mágica.

Ele correu para perseguir Suzuka.

Ao mesmo tempo, ele corria para parar Suzuka.

Sua mente estava em branco e ele não podia pensar em nada, só correndo para frente. Sua respiração era irregular, e seu coração parecia que estava rasgado, uma dor intensa arruinava todo seu corpo.

Ele havia entorpecido a dor com um talismã de cura para o tratamento de feridas e fadiga, e cada vez que ele falhava, ele mudava para um talismã novo, mas nunca parava sua corrida.

Estava escuro ao redor, as luzes da rua de ambos os lados brilhavam fracamente. Ele quase não podia ver a estrada sob seus pés nesta chuva torrencial. A estrada estendia-se na escuridão, e ele só podia ver vagamente a parte à sua frente. Ele tinha esquecido há muito tempo quanto tempo já havia passado, e ele não sabia o quão longe tinha corrido, e tudo que ouvia ela os estrondosos trovões e o som de seus suspiros ofegantes. Ele constantemente corria, corria pela chuva, que atravessava a noite, passando por relâmpagos, movendo-se para frente em uma estrada desconhecida.

Ele não parou de correr.

Sua mão agarrou o talismã que Hokuto deixara cair após desaparecer.

Ele fez um esforço para não pensar em Hokuto, e talvez isso poderia ser a razão de continuar correndo, para manter sua mente longe dela, para fazer esses pensamentos irem embora.

Seus pensamentos, inadvertidamente, desapareceram junto com a sua respiração caótica, mas quando ele tropeçou, caindo na estrada, suas memórias retornaram, uma por uma, como gêiseres, tornando-o incapaz de deixar de recordar os velhos tempos.

A aparência de Hokuto nunca tinha mudado desde a primeira vez que se encontraram. Seu corpo era magro, mas tinha um corpo e braços incrivelmente fortes, em contrapartida. Ela era rápida com os pés, e ela podia até vencer Touji em uma corrida. Ela não gostava de falar de si mesma ~ Nunca tinha ouvido falar de sua família ou amigos.

Só então, quando ela tinha sido ferida, mas não vazara uma única gota de sangue, ela tinha bloqueado a perna de aço da aranha e ao mesmo tempo lançado uma magia. Ela havia desaparecido como fumaça quando estava deitada nos braços de Harutora, deixando para trás suas palavras para que Harutora fugisse. Ela não tinha se tornado um cadáver, mas um talismã Shikigami.

E pensar que poderia acontecer tal coisa.

...Droga.

Harutora estava fora de si, gritando “Sua idiota” com seu coração.

...Por que ela era um Shikigami?

O pensamento “Aquela era uma Hokuto falsa, e a verdadeira está em outro lugar” surgiu mais de uma vez, mas ele não podia se enganar assim. “Eu menti para você... me desculpe por sempre ter enganado você.” Hokuto tinha dito.

Será que tudo tinha sido falso? Sua existência havia sido falsa, e suas memórias também eram falsas?

Toda vez que ele estava com ela, cada palavra que dissera, tudo tinha sido uma mentira ~ Será que ele havia mentido?

Se eu tenho mentido para...

Se a existência de Hokuto tinha sido uma mentira desde o começo, se ela nunca existiu...

Talvez ela não esteja morta?

“...Harutora, eu te amo.”

Um raio brilhou, e um trovão rugiu.

Ele queria gritar o mais alto que podia, mas sem fôlego, como estava, ele não conseguia nem gritar as palavras de seu coração. Então, ele caminhou em frente, apenas correndo, correndo adiante ~ Correndo desesperadamente, pensando em correr até os confins da Terra.

Chuva. Noite. Relâmpagos. Trovões.

Sua visão ficou embaçada, sua consciência desapareceu, e ele não podia mais sentir o movimento de suas pernas, como se seu corpo há muito tivesse gasto sua energia e só continuava funcionando devido ao apoio de sua alma.

O apoio de sua alma...

Um relâmpago dividiu a atmosfera, seguido por um trovão, e o ar balançou intensamente.

Certo, onde a alma de Hokuto está? Ela também tinha uma alma, certo? Se ela tinha ~ Se o Shikigami também tem alma, ele queria vê-la novamente, mesmo que fosse uma farsa. Tudo ficará bem se eu a ver, eu quero perguntá-la claramente e compreender. Se sua alma estiver vagando por algum lugar agora~

Então...

Harutora parou.

Ele não sabia quanto tempo ele tinha corrido. Quando ele voltou a si, ele não via mais as luzes dos lados da estrada, já que apenas a chuva continuava caindo no mundo que parecia que as luzes tinham desaparecido.

No final da escuridão, pelo outro lado, havia um distorcido e fraco ponto de luz que brilhava fracamente.

Parecia uma alma. “...Hokuto?”

A voz rouca veio de sua boca. Mas não era uma alma.

Era a luz de uma lanterna. Harutora sabia que tinha chegado a seu destino.

Havia uma estrada secundária para frente, o que o levou até uma rampa suavemente inclinada que acessava o morro atrás dele. Havia degraus de pedra na direção oposta a encosta ao lado da estrada, e lá estava o telhado de um santuário de madeira de aparência antiga ao lado dos degraus de pedra, com uma lanterna pendurada no telhado, emitindo uma luz enevoada.

Um raio brilhou, iluminando a lanterna sob o telhado.

O brasão de pentagrama da família estava impresso na bandeira ~ Junto com a palavra “Tsuchimikado”.

Harutora levantou no meio da noite, recuperando o fôlego e olhando para a luz. Em seguida, ele se aproximou como se para afastar a escuridão.

Ele estava ao lado da lanterna, olhando para os degraus de pedra. Os passos precipitados deram a impressão de uma subida eterna na escuridão. Misturando-se as árvores escuras e densas de cada lado. Dois pontos de luz brilhavam como uma miragem no topo, a luz de lanternas.

Harutora subiu os degraus de pedra.

A força da chuva enfraquecera, o som das folhas das árvores tremendo cresciam cada vez mais ruidosas.

Ele deu um passo até as escadas de pedra, um após o outro, subindo passo a passo. Ele se aproximava mais do céu noturno a cada passo.

Ao redor, nuvens escuras e ofuscantes relâmpagos. Ele alcançou o topo da colina.

Havia uma porta exterior no final da escada de pedra, com lanternas similares em cada um dos lados.

Ele abriu a grande porta externa.

Do outro lado da porta estava a mansão da família principal da família Tsuchimikado, como se escondida da noite escura.

“...”

Ele não vinha aqui há um longo tempo. Não havia luz elétrica no interior, e não parecia que havia alguém em casa, mas havia uma presença viva, como se a própria mansão estivesse discretamente respirando.

Teria Natsume chegado em casa com segurança? Assim, uma ligeira ansiedade cresceu no coração de Harutora...

“...Feche a porta, estou no quarto Bellflower...”

Por um momento, ele pensou que tinha ouvido errado. Mas, ele não havia se enganado. Uma borboleta voou para o nariz de Harutora que olhava a mansão, e uma voz pura levou Harutora através desta atmosfera assustadora.

A borboleta era um Shikigami, e a voz de agora fora de Natsume.

Ela realmente tinha feito isso em casa.

Harutora segurava firmemente o talismã Shikigami em mãos, seguindo a borboleta dançante pela mansão.



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