Volume 2
Prefácio
EU DESCI DO BONDE E ESTREITEI OS OLHOS, COM A MINHA REVISTA DA SEIBUNKAN nas mãos. O sol de final de agosto castigava. Ele ainda tinha força para brilhar.
O peso do livro em minhas mãos e a sensação fosca da capa contra meus dedos fizeram um sorriso surgir no meu rosto enquanto eu atravessava a rua. Como não sorrir? Eu esperei o que pareceu uma eternidade, e agora, finalmente, ele estava aqui. O lançamento mais recente de Me chame de chato, pise na merda — um romance de ação ambientado em uma realidade distópica onde o tamanho do busto determina o status social de uma pessoa. O volume anterior havia terminado com um gancho para o próximo, revelando que a melhor amiga e confidente do protagonista, Kirari, não apenas cresceu para um tamanho C, mas agora era a inimiga.
Era pouco antes do meio-dia, e Nukumizu Kazuhiko, da turma 1-C da Escola Tsuwabuki, membro do clube de literatura — ou seja, eu — estava muito empolgado para passar mais um chato dia de férias de verão no abençoado ar-condicionado.
Despedindo-me das cigarras barulhentas atrás de mim, passei pela porta da frente.
— Bem-vindo de volta, meu querido Irmão!
Minha irmã mais nova, Kaju, correu até mim com seu macacão de jeans e uma fita fofa saindo de seu cabelo longo e preto. Fofa era uma boa palavra para descrevê-la. Exceto pela mania que ela tinha de se concentrar demais em cada coisinha que eu fazia, o que definitivamente não era fofo.
— Onde está o fogo? — perguntei.
— Oh, é pior que fogo! — Kaju estendeu um calendário (que eu só podia supor que ela tinha tirado da parede), pulando de um lado para o outro como se não conseguisse se controlar.
— Inflamável, sim, mas nada preocupante.
— Não seja assim! — ela fez beicinho. — Precisamos decidir uma data para a entrevista, tipo, agora! Na verdade, gostei de como isso soa. Agora é o momento perfeito!
Eu sabia muito bem do que ela estava falando.
— Tenho uma ideia melhor — falei. — Primeiro, respire. Segundo, se acalme. Use suas palavras.
— Você está certíssimo, querido irmão mais velho! Então, eu estava lá, preparando o almoço, quando bateram na porta — ah, e estamos comendo o curry de ontem, só para registrar.
Passos de bebê, pensei. Em algum momento, conseguiríamos extrair uma frase completa dela.
— Curry sempre fica melhor no segundo dia, com certeza — acenei com a cabeça. — Então temos visita?
— Sim! Isso! Meu Deus, e eu nem estou apresentável! Preciso que você faça companhia enquanto eu me troco!
— Como é?
— Sala de estar! — Kaju exclamou antes de correr escada acima.
Quem estaria vindo? A Realeza?
Me abaixei para arrumar meus sapatos na porta, e foi quando percebi. Outro par que eu não reconhecia. Claramente feminino. Grande demais para a Kaju e muito na moda para nossa mãe.
Olhei para o corredor.
— Não...
Com passos firmes, segui em frente.
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