Sword Art Online Progressive Japonesa

Tradução: slag

Revisão: Shisuii


Volume 3

BARCAROLLE OF FROTH - QUARTO ANDAR DE AINCRAD, DEZEMBRO DE 2022 (PARTE 1)


Este capítulo foi traduzido pela Mahou Scan. Entre no nosso Discord para apoiar nosso trabalho!


EU ENCAREI SILENCIOSAMENTE A PORTA DE PEDRA COM TONS AZUIS.

Era o ponto final da escada em espiral que conectava o quarto andar de Aincrad à cova do boss do terceiro andar. Através dessa porta estava o território do quarto andar. Como um dos pioneiros entre a população do jogo, ser o primeiro a se aventurar em novas terras inexploradas deveria ser uma das minhas maiores alegrias.

Mas, a apenas três passos do patamar final, eu parei. Depois de alguns segundos, minha companheira espadachim de cabelos castanhos se cansou de esperar no próximo degrau.

— Então, por quanto tempo você vai ficar aí parado? Já passou tempo suficiente examinando o relevo esculpido na porta. Ou você está com medo do quarto andar?

Antes que essa pergunta pudesse passar direto do meu ouvido direito para o esquerdo, meu cérebro a captou, e eu me virei para olhá-la.

— Mmmm. O que você quer dizer com, 'do quarto andar'?

A espadachim me olhou com metade irritação e metade malícia nos olhos.

— Você sabe como algumas pessoas são. Elas não querem um quarto no décimo terceiro andar do hotel ou no quarto andar porque está associado à morte. Você é um deles?

Finalmente entendi o que ela estava dizendo e rapidamente balancei a cabeça.

— N-Não é isso. Olha para esta roupa toda preta. Eu realmente usaria essa cor se acreditasse em presságios e coisas assim?

— Bem, por que você está parado aí, então?

— Uh, porque…

Sussurrei olhando novamente para a porta massiva.

A porta dupla de três metros de altura estava esculpida com relevos detalhados. Os designers eram diferentes para cada andar e geralmente faziam alguma referência ao tema ou história do andar para o qual levavam. Por exemplo, havia um relevo de cabeça de touro na porta antes do segundo andar, que era comumente conhecido como "Andar da Vaca". A porta para o "Andar da Floresta e dos Elfos" retratava dois cavaleiros duelando sob uma árvore enorme.

No centro da porta massiva diante de mim agora havia uma escultura de um viajante remando um pequeno barco que parecia uma gôndola.

— Tem algo nessa imagem? Você não viu isso no beta testa?

Ela perguntou, sua irritação subindo para 60 por cento agora. Lentamente balancei a cabeça.

— Não… não isso. Eu vi a porta, tudo bem… mas não esse relevo.

— Hã? O que você quer dizer?

— A imagem é diferente. No beta, era um viajante vagando por um cânion desértico. Mas nesse, ele está em um barco...

Ela inclinou a cabeça em confusão. Seus longos cabelos balançaram, espalhando luz pálida no corredor escuro da escadaria.

— Como era o quarto andar no beta?

— Uh… todo o andar era uma teia de cânions que eram arenosos no fundo, e você não tinha escolha a não ser viajar por esses cânions, só que a areia tornava muito difícil caminhar.

— Hmm… Parece apropriado para a imagem do homem no cânion desértico. Então, se a imagem foi alterada, então...

Ela continuou até o topo das escadas e colocou a mão no relevo da gôndola no centro da porta, depois empurrou.

Com um estrondo pesado, as duas metades da porta de pedra massiva começaram a se separar para os lados. Eu rapidamente subi as escadas para ficar ao lado da espadachim.

Enquanto as portas se abriam lentamente, uma luz brilhante da tarde inundou, me cegando com um branco puro. Eu estreitei os olhos para evitar o brilho, mas ouvi o som antes que minha visão retornasse. Soava como um rolar baixo e profundo e um salto agudo entrelaçados. 

Água

Quando meus olhos terminaram de se ajustar ao nível de luz, não encontrei os cânions secos que lembrava, mas um riacho feroz com correntezas.

Uma mão bateu em meu ombro.

— Bem, é isso aí.

A espadachim disse, parecendo orgulhosa por algum motivo.

1

1:32 PM NA QUARTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO DE 2022.

Após alguns minutos perdidos em discussão antes de passar pela porta, eu — Kirito, o espadachim de nível 16 — e minha parceira temporária, Asuna, a espadachim de nível 15, fomos os primeiros em todo o jogo a pisar no quarto andar do castelo flutuante Aincrad.

Se o quarto andar do jogo no beta teste tivesse um tema, seria "desfiladeiros desérticos". Como eu tinha explicado para Asuna, todo o mapa do andar era uma teia de aranha de desfiladeiros estreitos que eram impossíveis de escalar, o que significava que toda a viagem tinha que passar por esses desfiladeiros, que eram lentos e tediosos de atravessar, sem mencionar que era fácil se perder neles.

Mas o que eu vi não poderia ter sido mais diferente do que eu lembrava.

O pavilhão no qual a escada desembocava estava no topo de uma colina íngreme. O terreno em si parecia o mesmo que antes, mas a terra pedregosa e marrom-avermelhada agora estava coberta por vegetação exuberante. Olhei em todas as direções ao redor do pavilhão sem paredes e vi apenas uma única árvore crescendo atrás de nós e nenhum mob ou NPC à vista.

A colina, com cerca de trinta metros de diâmetro, era cercada por penhascos que dominavam a área próxima, mas dois caminhos estreitos que seguiam para sudeste e sudoeste levavam a desfiladeiros separados. A água corria vigorosamente do desfiladeiro sudoeste e circulava ao redor da colina até sair pelo desfiladeiro sudeste. Em outras palavras, o que antes era uma simples colina agora era efetivamente uma ilha.

Já estávamos dolorosamente conscientes de que a versão oficial de Sword Art Online, que seu criador Akihiko Kayaba havia transformado em uma armadilha mortal e inescapável, era diferente do beta-teste de muitas maneiras. Mas nada havia mudado a aparência do terreno de forma tão dramática antes. Não era mais o andar dos desfiladeiros desérticos.

Na verdade, os desfiladeiros eram o único meio de sair dessa área durante o beta. Se agora estavam cheios de corredeiras de águas brancas, isso significava—

— Então, quanto tempo você vai ficar aí parado?

Asuna perguntou, cutucando-me com o cotovelo. Recuperei-me do efeito de atordoamento mental e me desculpei com minha parceira.

— Er… foi mal. Eu estava viajando.

— Eu não estava pedindo desculpas, mas há muitas pessoas esperando que a gente chegue à cidade principal e ative o teletransporte.

— Ah, certo. Bem... primeiro, devemos informar a Argo que derrotamos o boss.

«Nerius, The Evil Treant», o boss em forma de árvore do terceiro andar, tinha sido despachado sem uma única baixa apenas vinte minutos atrás, mas não havia como enviar uma mensagem instantânea de dentro de uma dungeon, então ninguém além dos membros do grupo de ataque sabia que o boss estava morto. Como fomos os primeiros a chegar ao próximo andar e sair da dungeon, precisávamos informar Argo, a Rata, a principal agente de informações do jogo, que o boss estava morto, para que o resto dos jogadores pudesse ser informado.

Levantei a mão para abrir minha janela do jogo, mas Asuna a segurou.

— Eu já a contatei enquanto você estava no mundo da lua.

— Ah, o-obrigado. Muito gentil da sua parte...

— Agora vamos para a cidade principal. Se há água nos desfiladeiros ou não, o caminho ainda é o mesmo de antes, certo?

— Hum, bem... acho que sim…

— Então, lidere o caminho!

Ela me deu um tapa nas costas, e eu não tive escolha a não ser seguir.

Saímos do pavilhão de pedra e descemos a face sul úmida e coberta de musgo da colina. Parei na beira da água e observei-a correr.

O riacho em si era muito claro, o que significava que eu podia ver até a areia branca no fundo do curso d'água, mas era bastante profundo. A olho nu, julguei que tinha pelo menos dois metros de profundidade, senão mais. Não havia como atravessarmos a pé.

Asuna parou ao meu lado e olhou para o rio também, então pareceu entender minha consternação finalmente.

— Espere... por que é tão profundo? Não podemos atravessar para o outro lado assim.

— Isso mesmo... Na verdade, não acho que haja outro lado.

— Hmmm. O que você quer dizer?

— Exatamente o que eu disse. No beta, esses desfiladeiros eram o único caminho para chegar às cidades e dungeons do andar. Aposto que agora são todos rios profundos — o andar inteiro.

A testa da espadachim franziu ainda mais.

— Significa... que não há caminho nenhum agora?

— Exato.

…....

Quando percebi esse fato no topo da colina, levei bons três minutos para pensar sobre o desafio à nossa frente, mas Asuna precisou de apenas cinco segundos para voltar a raciocinar. Ela olhou ao redor.

— Como é lá em cima desses penhascos?

Segui seu olhar para as paredes íngremes que cercavam a colina circular. A rocha brilhante e molhada subia verticalmente por pelo menos trinta metros, o topo do penhasco envolto em névoa branca.

— Não sei. Ninguém conseguiu escalá-lo no beta.

— Então é basicamente uma barreira designada pelo sistema?

— Não explicitamente, mas a rocha era muito frágil — todo mundo caía no meio do caminho, inclusive eu. E uma vez que você caía de uma altura acima da metade, praticamente todas as quedas eram fatais.

— Mmmm. Isso parece perigoso demais para testar, mesmo que a queda agora seja na água.

Asuna murmurou. Assenti em silêncio. Ninguém iria arriscar suas vidas para uma tentativa de erro e acerto ao escalar aqueles penhascos.

Em seguida, ela olhou novamente para a água.

— Então, acho que nossa única opção é nadar pelo rio.

Eu não pude concordar imediatamente. Olhei para o equipamento dela: capa com capuz vermelho escuro sobre uma placa peitoral e saia de couro.

— Hum... você já nadou aqui no SAO, Asuna?

…….

Ela cobriu o corpo com o braço esquerdo por algum motivo estranho e balançou a cabeça. 

— N-Não.

— Entendi. Então, deixe-me explicar que a maneira como você usa o corpo para nadar no SAO é completamente diferente da vida real. É preciso muita prática para nadar corretamente, e mesmo a prática não evita o perigo de se afogar.

— O que acontece... se você se afogar?

Ela perguntou, com o rosto tenso. Minha resposta foi simples.

— Quando seu corpo está submerso na água acima da cabeça, seu HP começa a diminuir. Então, se você não emergir da superfície da água, você morre.

Mesmo depois disso, Asuna fez nada mais do que morder o lábio. Ela olhou para a água azul novamente e convocou sua coragem.

— De quanta prática estamos falando?

— Bem... depende da pessoa, mas levei mais de uma hora. E isso foi em águas rasas, com apenas um metro de profundidade. É muito perigoso praticar em um rio profundo e correndo como este.

— Entendo... Nesse caso, devemos voltar a um andar anterior e encontrar um lugar seguro para praticar, suponho.

Ela murmurou, olhando para baixo. Eu ainda estava procurando a resposta certa quando ela assentiu e continuou.

— Vamos fazer o seguinte, então. Você nada daqui até a cidade principal. Eu desço as escadas de volta ao terceiro andar. Lembro-me de um lago perfeito no lado norte do andar que posso usar para praticar. Quando eu estiver pronta, uso o portão de teletransporte para o quarto andar. Isso significa que o grupo se separa por um tempo.

Ela falou, mais rápido do que seu ritmo usual, e levantou a mão para a tela do menu.

Desta vez, foi minha vez de segurar o braço dela.

…...

Os olhos cor de avelã dela olharam diretamente para mim. O reflexo da luz na superfície do rio dançava contra suas pupilas, escondendo a emoção dentro delas.

Mesmo um completo idiota como eu, quando se tratava de comunicação pessoal, podia ver que Asuna recusaria uma oferta de voltar juntos e ajudá-la a praticar. A orgulhosa espadachim se recusaria a aceitar a ideia de que o portão de teletransporte fosse aberto tardiamente por causa dela. Provavelmente seria inútil apontar que se não o fizéssemos, Lind ou Kibaou ativariam o teletransporte ou que ele ligaria automaticamente duas horas após a derrota do chefe do terceiro andar.

Em vez disso, finalmente coloquei em palavras a sensação de estranheza com a qual eu vinha lutando desde que vi a mudança dramática do quarto andar.

— Hum... acho que não gosto disso.

— Hmmm. Do que exatamente?

Ela perguntou calmamente. Olhei para o rio fluindo.

— Como eu disse antes, nadar no SAO é bastante perigoso. E agora que morrer é permanente, é insano imaginar que eles simplesmente nos jogariam em um mapa que exige que você nade para avançar. Devemos ter perdido algo. Talvez não haja outro caminho, mas algum tipo de garantia, um método alternativo em algum lugar nesta ilha...

No final, eu estava mais falando comigo mesmo do que qualquer coisa. Olhei para a ilha atrás de nós. A colina circular, com pouco mais de trinta metros de diâmetro, não tinha outros mobs ou NPCs. Os únicos objetos de interesse eram o pavilhão que abrigava a escada e a árvore decídua no extremo norte além dela...

— Hmm?

Meus olhos voltaram cerca de dois metros na direção anterior. Estreitei os olhos e olhei fixamente para o ponto que chamou minha atenção.

— O que foi?

Asuna perguntou, parecendo curiosa. Dei um passo colina acima, depois outro, ainda segurando a mão dela. Assim que tive certeza do que vi, saí correndo a toda velocidade.

— Whobful!

Eu a arrastei colina acima, enquanto ela balbuciava algo que provavelmente era "Cuidado!" Contornei o pavilhão e parei na raiz da grande árvore, olhando para os galhos lá em cima.

— Está vendo aquilo?

Soltei sua mão para apontar para cima. Ela demorou a ajeitar a saia antes de atender meu pedido, e sua expressão carrancuda ficou cerca de 20% mais alegre.

— Ah, está dando frutos. E parecem tão fofos!

Como ela notou, no topo da árvore de folhas largas pendiam vários pequenos frutos de cores variadas. O mais surpreendente de tudo era o formato deles, que era circular com um buraco no meio — essencialmente, donuts. Mesmo no beta testa, eu nunca tinha visto um fruto com esse formato.

Mas o sorriso tímido nos lábios de Asuna desapareceu tão rapidamente quanto se formou.

— Parecem gostosos... mas não é hora de aproveitar um lanche. O grupo do Lind logo terminará de dividir os itens. Se precisarmos praticar natação para chegar à cidade principal, deveríamos avisá-los antes que subam até aqui...

— Vamos tentar derrubar alguns frutos primeiro.

Eu disse, levantando as mãos para agarrar um galho com cerca de meio metro de circunferência. Baixei a cintura e tensionei as pernas, usando toda a minha força para tentar sacudir o galho. A árvore não se mexeu um centímetro, e, claro, nenhum fruto caiu.

A casca da árvore era lisa e brilhante, e sem a habilidade de «Acrobatics», não havia como eu escalá-la. Pensei em jogar uma pedra, mas sem a habilidade de «Blade Throwing», eu não conseguiria acertar.

— Argh, se eu tivesse mais três... não, cinco slots de habilidades!

Era um desejo que todo jogador de SAO sentia. Bati no galho com o punho fechado em frustração. De alguma forma, a técnica básica de artes marciais «Senda» foi ativada, e meu punho brilhou em vermelho ao atingir o galho. A onda de choque resultante fez a enorme árvore tremer.

— Mmm. Ah.

Asuna grunhiu e dois dos frutos em forma de donut caíram silenciosamente. Eu peguei um em cada mão e sorri confiante, tentando esconder o fato de que foi apenas uma coincidência de sorte.

Ela suspirou exasperada e deu de ombros.

— Tá, tudo bem, deu certo, mas e se você tivesse quebrado a árvore ao meio? Ainda somos tecnicamente parte do time dos Elfos Negros, então temos que respeitar a natureza.

— Claro. Desculpa...

Pensei na cavaleira elfo negra «Kizmel», que estava em algum lugar neste andar. Será que ela estava presa como nós agora que os desfiladeiros eram rios? Ou estaria usando sua magia élfica para caminhar na superfície da água?

Asuna ficou quieta por um tempo, assim como eu, pensando em «Kizmel», mas se recuperou mais rápido.

— Então, qual é o plano com os frutos em forma de donut? Se formos comer, prefiro o amarelo.

Um dos frutos em minhas mãos era de um azul cobalto brilhante, enquanto o outro era de um amarelo-limão pálido.

O azul não despertava minha fome nem um pouco, mas felizmente, comê-los não era o plano.

— Não acho que esses frutos foram feitos para parecer donuts.

— Mmm. E o que eles deveriam parecer então?

Em vez de responder, levei o fruto azul à boca. Asuna fez uma cara de "Eu sabia que você ia comer", mas lancei-lhe um olhar de advertência e coloquei o caule do fruto, uma pequena protuberância de pouco mais de um centímetro, na boca.

Inspirei profundamente pelo nariz e soprei com toda a força no caule do fruto. Houve uma resistência inicial, mas então, como se uma válvula tivesse sido aberta, o ar inundou o fruto.

Puf! O fruto azul instantaneamente se expandiu para um tamanho muito maior. O fruto que antes tinha cerca de sete centímetros de diâmetro agora media quase um metro. Não era mais um donut.

— V-Você quer dizer... isso é uma... boia?

Asuna se maravilhou. Eu sorri e entreguei o fruto amarelo a ela. 

— Tenta, Asuna.

— Hum... tá bom.

Respondeu ela, colocando o caule nos lábios franzidos. Ela inspirou profundamente e fechou os olhos para soprar.

Houve outro estouro agudo, e uma boia apareceu. Sua surpresa com a leveza da boia fez com que ela a jogasse para cima, batendo-a no ar como uma bola de vôlei antes de segurá-la firme com as duas mãos.

— Meu Deus... não sei o que está acontecendo aqui.

Ela suspirou.

— Você não sabe mesmo.

Respondi por instinto antes que pudesse me conter. Um olhar gelado perfurou o espaço entre minhas sobrancelhas.

— Você foi quem disse que eles não eram donuts. — Ela retrucou. — Se quiser ficar por aí contando piadas, sinta-se à vontade para fazer um stand-up na praça do portão de teletransporte.

— Espera... você quer dizer que vai ser minha parceira de comédia?

— Claro que não!! Por que não faz dupla com Kibaou?!

…....

Por um instante, imaginei-me no palco com Kibaou, que me interrompia com um feroz "O que você quer dizer?!" Rapidamente sacudi a cabeça para limpar o pensamento.

— Hum... não, obrigado.

Abri o menu para verificar a hora. Quinze minutos já haviam passado desde que chegamos ao quarto andar, trinta e cinco desde que o boss foi morto.

Após produzir um pergaminho de papel em branco, comecei a escrever uma mensagem rápida. Nela, mencionei usar uma habilidade de impacto para derrubar os frutos e a maneira de inflá-los. Um toque rápido no pergaminho fez com que ele se enrolasse automaticamente, e o coloquei no chão ao lado do pavilhão.

Deixado no chão assim, sua durabilidade eventualmente diminuiria e causaria o desaparecimento do item, mas duraria pelo menos até Lind e Kibaou subirem as escadas.

— Bem, agora que temos nossas boias, isso muda nosso plano de ação, não é?

Comentei. Asuna olhou duvidosamente para a enorme boia em suas mãos. 

— Hmmm. Você quer dizer que mesmo um iniciante pode nadar com uma dessas?

— Vou testar primeiro, claro, mas tenho certeza de que estaremos bem. Contanto que sua cabeça não fique submersa, você não perderá HP enquanto nada. Chegaremos à cidade principal atravessando o desfiladeiro ao sul e depois indo para o leste. A única coisa é...

— Mmmm. O quê?

— Provavelmente deveríamos remover nosso equipamento pesado, só por precaução.

— Quão pesado estamos falando?

Olhei-a de cima a baixo várias vezes, fazendo alguns cálculos rápidos de peso antes de responder.

— Vamos ver… Você provavelmente deveria tirar a capa com capuz. A espada e a couraça também, obviamente, e as botas e luvas. Provavelmente o colete também... E essa saia de couro é bem mais pesada do que parece. Quanto à túnica, bem...

— Hmmm… Se eu tirar tudo isso, não vou estar usando equipamento nenhum!

Asuna jogou a boia direto na minha cara. Ela quicou para cima com um alegre "poing" e caiu bem ao redor do meu pescoço.

— Suponho que você vai seguir seu próprio conselho e tirar a coisa preta, a outra coisa preta e a coisa preta além dessa!

— Hum... Só estou pensando no que será mais seguro para você nadar...

Na verdade, roupas de couro e tecido eram tão ruins quanto as de metal — absorviam água e aumentavam o peso. Mesmo com nossa arma secreta de boia, era arriscado não conseguir se mover adequadamente em uma emergência. Uma piscina ou lago era uma coisa, mas em um rio caudaloso, poderíamos facilmente perder nosso ponto de desembarque e ser arrastados correnteza abaixo.

Se essa preocupação sincera minha foi compreendida por ela ou não, a raiva de Asuna esfriou, e ela estendeu a mão direita. Eu joguei a boia amarela de volta, de forma que o buraco pousasse na mão estendida dela, girando a boia no braço.

— Tudo bem… Precisamos ficar leves. Entendi. Então… está bom só com a túnica?

— Hã? Ah, sim, acho que vai funcionar.

Eu concordei. Ela me lançou um último olhar fulminante.

— Então, vamos logo.

Asuna desceu a colina pisando forte. Eu a segui apressado, e em poucos minutos estávamos de volta à margem do rio ao sul.

Asuna parou e olhou uma última vez para o pavilhão no topo da colina — provavelmente para verificar se ninguém estava aparecendo — e então abriu sua janela. Ela trabalhou rapidamente, virando-se de costas para que eu não visse. Primeiro o florete desapareceu, depois a capa, a armadura e o colete.

Quando a saia de couro sumiu no inventário, só restava a túnica branca. Ela pendia baixa na frente e atrás, escondendo a roupa de baixo, mas algo naquele visual parecia apenas aumentar seu encanto destrutivo...

Perdido em pensamentos, percebi que Asuna estava prestes a se virar, então rapidamente girei noventa graus e apertei o botão REMOVER EQUIPAMENTO duas vezes. Todo o meu equipamento, incluindo a espada, foi para o armazenamento, deixando-me apenas com uma cueca boxer.

Eu estava envergonhado de estar com uma roupa tão reveladora na frente de uma garota muito bonita da minha idade, mas as boxers vermelho-escuras quase pareciam um par de shorts de natação. Eu me convenci de que qualquer constrangimento era coisa da minha cabeça e que nem era meu corpo de verdade.

Enquanto eu fechava a janela, ouvi um som misterioso de "pflrt". Virando a cabeça com cuidado sobre o ombro, vi Asuna com a mão sobre a boca, os olhos voltados para cima e vagando. Parecia um gesto muito estranho.

— Pff…peh-heh…kaha-ha-ha-ha-ha-ha-ha-ha!!

A fria, cínica e misteriosa esgrimista explodiu em risadas incontroláveis. Eu automaticamente cobri minha cueca com a boia.

— V-Você não precisa rir tanto! Além disso, você já disse que esperava que eu tirasse tudo.

Argumentei, magoado. Asuna se dobrou, segurando os lados do corpo.

— Ah-ha-ha-ha… Sério, isso não é justo, ha-ha-ha-ha!

— N-Não é justo? Olha… Sei que a cor é chamativa, mas...

— N-Não, não estou falando da cor… pff-hff-hff… Você realmente não sabe do que estou falando? Você deveria dar uma olhada no seu traseiro!

— O-O quê…?

Eu me virei apressadamente para verificar a parte de trás das boxers, mas mesmo com a flexibilidade máxima do avatar, não consegui ver meu próprio traseiro. Tendo uma ideia repentina, corri até a margem da água e coloquei meu traseiro sobre ela, esperando ver o reflexo entre minhas pernas.

— O-O que—?!

Eu gritei.

A parte de trás das cuecas vermelhas tinha um grande e chamativo símbolo de touro dourado.

Fiquei paralisado de choque, ainda naquela pose embaraçosa, enquanto Asuna finalmente conseguia controlar a crise de riso — reduzindo-a a um simples riso.

— De onde você conseguiu essa cueca? Não me lembro de ter visto um par com um padrão tão legal nas lojas de NPC. Ou foi um design personalizado seu?

— Hmmm. Eu não a comprei nem a desenhei. — Murmurei, recuperando minha compostura após o terrível choque. — Foi o bônus de Last Hit do chefe do segundo andar... Na verdade, do sub-chefe, «Baran the General Taurus». Eu só assumi que era um design simples. Nunca me ocorreu que pudesse haver um desenho na parte de trás...

— Então, se foi um bônus, isso significa que tem algum efeito especial?

— Sim. Dá um bom aumento de força e um pouco de resistência a debuffs como doenças e maldições...

— Ahhh. Sabe, é terrivelmente chato que você ganhe todos os bônus de Last Hit, mas fico feliz por não ter acabado com essa cueca. Não quero ter que escolher entre usar uma boxer masculina estúpida com estampa de vaca pelos bônus ou não.

— Você nunca sabe — se tivesse caído para você, poderia ter sido uma roupa de baixo feminina adequada. Ainda com o desenho de vaca, aposto.

Como inevitavelmente comecei a imaginar a esgrimista usando calcinha de vaca, ela se preparou para me arremessar a boia novamente.

Sacudi a cabeça e funguei, e ela parou no meio do arremesso.

Suspirei para limpar minha mente dessas bobagens e me ajoelhei para colocar a mão no rio. A água estava extremamente fria, mas eu só tinha que aguentar.

Asuna testou a água por conta própria e murmurou.

— Você não disse que alguns andares de Aincrad estão sincronizados com a estação real lá fora?

— Foi o que disseram em uma revista. Mas esse artigo obviamente foi antes de nos prenderem aqui, então não tenho ideia do que está acontecendo com Aincrad agora...

— Bem, pelo menos, este andar não parece estar preso no meio do inverno. Eu estava achando chato que não houvesse um clima mais sazonal aqui, mas agora estou feliz por isso. Então, vamos?

Asuna colocou a boia amarelo-limão, e eu coloquei a azul-cobalto sobre minha cabeça. Com ela firmemente no lugar com as duas mãos, eu disse.

— Aguente um momento enquanto eu testo.

Coloquei minha perna direita na água. Depois de me certificar de que a correnteza na margem não era muito forte, deixei meu corpo afundar.

Como suspeitei, o fruto inflado era bastante flutuante e facilmente mantinha meu corpo na superfície da água. Não precisava de muita pressão das minhas pernas para manter minha posição na correnteza.

— Acho que vai dar certo.

Eu disse, olhando para cima e chamando-a. Asuna assentiu nervosa e entrou na água com muito cuidado. Assim que o fez, a túnica de tecido ficou um pouco transparente e eu rapidamente desviei o olhar, mas Asuna não pareceu notar. Quando seu peso foi sustentado pela boia, ela até sorriu.

— Uau, isso me traz de volta!

— S-Seria mais agradável nadar na praia.

—Quem sabe, talvez haja um oceano aqui. Se houver, farei um maiô de verdade.

— É verdade, você ainda está trabalhando na sua habilidade de «Sewing». Vai fazer um para mim sem o design de touro? Tipo... assim que chegarmos à cidade?

Acrescentei, percebendo que poderíamos ser forçados a usar esse método de viagem com boia por um tempo.

Ela sorriu de forma diabólica.

— Claro. Vou até te dar a opção entre designs de urso, gato e sapo.

— Mmmm. Vou... pensar nisso. Pronta para ir?

— Sim.

Nós dois nos viramos para seguir a correnteza.

A área circular cercada por penhascos tinha duas saídas. Uma delas era a fonte do fluxo poderoso de água, então nosso destino inevitável era sair pela outra extremidade. Comecei a bater as pernas, mantendo um firme controle na boia secreta.

Depois de cerca de três metros, Asuna chamou por trás.

— Hum... algo está estranho.

— A pressão e a textura da água são diferentes, não são? Por isso, você precisa praticar antes de nadar sem um dispositivo de flutuação. Ainda assim, parece que fizeram muitas melhorias desde o beta.

— Entendo... Isso realmente exige prática, posso perceber...

— Uma hora de natação, e você se acostuma. Aqui está a saída-- a correnteza ficará muito mais forte aqui, então tome cuidado para não se afastar demais.

Mal terminei de falar, senti Asuna enfiar a mão entre meu torso e a boia.

— Isso deve me manter segura.

Virei-me e perguntei.

— Devo fazer o mesmo?

A esgrimista pensou por dois segundos e fez uma cara que dizia que era uma circunstância especial.

— Então vamos lá...

Enfiei minha mão esquerda na boia de Asuna e puxei-a para perto. A menos que algo realmente drástico acontecesse, não nos separaríamos assim.

Entramos no desfiladeiro de três metros de largura, firmemente conectados. As curvas impossibilitavam ver o que estava à frente, mas eu sabia pela experiência do beta que logo entraríamos em um desfiladeiro maior, um dos caminhos principais do andar.

À medida que ganhávamos velocidade, apareceu uma superfície muito mais ampla à frente. Era um grande rio fluindo de oeste para leste. Os penhascos íngremes dos lados eram os mesmos, mas havia uma sensação de liberdade quando a extensão da água aumentava para mais de nove metros. A velocidade do fluxo não era tão rápida quanto eu temia, também.

Uma vez que estávamos no centro do rio, paramos de bater as pernas e deixamos a água nos empurrar.

— Hmmm. A paisagem é exatamente como era no beta. Eu até me lembro daquela rocha ali.

Murmurei para mim mesmo. Asuna olhou ao redor. Com cada movimento dela, eu sentia uma sensação agradável na minha mão esquerda, mas a muralha de ferro que era meu autocontrole bloqueou esses pensamentos.

— Hmm... Por que será que os velhos desfiladeiros empoeirados agora estão cheios de água?

— Bem, se eu tivesse que adivinhar sobre coisas que não tenho como saber, talvez o processo de simulação de água deles não estivesse muito bom durante o beta. Se conseguiram melhorá-lo nos três meses depois disso, podem ter decidido mudar para esses rios, eu acho...

— Isso faz sentido, mas é uma resposta chata.

— D-Desculpe.

Asuna deu de ombros, vestida com o tecido branco da túnica. O jeito como sua pele era visível através do material molhado também não estava no beta. Esperava que aquilo não fosse um toque pessoal de Akihiko Kayaba, o louco diretor do SAO que havia aprisionado todos nós dez mil jogadores em seu jogo mortal.

Ela olhou ao redor novamente e se perguntou.

— Se todos os desfiladeiros estão cheios de rios agora, não deveria haver outras coisas que mudaram além da paisagem?

— O que você quer dizer?

— Coisas como o que os NPCs das missões dizem ou os materiais que você pode coletar... ah, e os tipos de mobs que você enfrenta.

Ela parou de repente, em silêncio. Eu entendi o motivo. Se encontrássemos um mob agora, estávamos ambos sem qualquer tipo de equipamento de batalha. Rapidamente balancei a cabeça para tranquilizá-la.

— Não, estamos bem. No beta, quase não havia mobs ao longo da rota das escadas para a cidade principal do próximo andar...

— Sério?

— A-Além disso, a taxa de aparição de mobs nos trinta minutos após a derrota do boss é drasticamente reduzida...

— Drasticamente? — Ela repetiu, olhando cética. — Bem, certamente já se passaram pelo menos trinta minutos.

— Oh, b-bom ponto. Mas até agora não vimos nenhum peixe, muito menos mobs. Acho que isso pode significar que um grande devorou todos.

Acrescentei, tentando rir. De repente, ouvi um som irregular de "kerplunk". Asuna também ouviu, e nós nos viramos simultaneamente.

A cerca de dez metros atrás de nós, algo havia emergido da água.

Era uma nadadeira triangular, lisa e elegante. Havia pelo menos trinta centímetros dela saindo da superfície da água. O cursor de cor que apareceu era vermelho brilhante para indicar um inimigo, como se isso já não fosse óbvio. Ouvi uma trilha sonora antiga familiar começar a tocar ameaçadoramente na minha cabeça.

— Hum, sou só eu, ou aquilo é...?

Asuna murmurou. Não esperei pela resposta — virei meu corpo e usei minhas pernas para um chute em potência máxima.

— Vamos apressar,

Sugeri. Pela primeira vez, ela não discutiu. 

— Concordo.

—Na contagem de três… — Olhei rapidamente para trás para verificar se a nadadeira ameaçadora não estava se aproximando ainda, então respirei fundo. — Dois, três!

Com um rugido silencioso ecoando na minha cabeça, chutei meus pés com toda a força. Um enorme respingo irrompeu atrás de nós, e começamos a descer rapidamente, com a boia inclinada quase na vertical.

Se minha memória estivesse correta, o caminho lateral — ou melhor, afluente — que levava à cidade principal estava a uns noventa metros de distância. O desfiladeiro virava à direita, depois à esquerda, e vi uma abertura na face vertical do penhasco à direita, exatamente como eu esperava.

— Ali, Asuna!

— Entendi!

Dobrei a velocidade dos meus chutes para a arrancada final e olhei para trás novamente. Felizmente, a nadadeira aterrorizante não estava mais...

— Eeeeep!

Gritei. A nadadeira cinza que cortava a superfície da água estava a apenas alguns metros de distância. Se o corpo do nosso perseguidor subaquático fosse do tamanho da nadadeira, suas fileiras de dentes serrilhados poderiam estar pressionando minhas pernas agora mesmo.

Se ele pegasse meus dedos dos pés, eu teria que usar meu mod «Quick Change» para equipar minha espada e lutar na água. Enquanto isso, coloquei minhas pernas a todo vapor, até 120% da capacidade.

— E-Ei, o que está acontecendo atrás de nós?!

Asuna gaguejou, tão exausta que nem conseguiu se virar para olhar.

— N-Não pense nisso! Apenas nade o mais rápido que puder!

— Certo!

Mantivemos firme o aperto um no tubo inflável do outro e remamos loucamente com as mãos livres. A entrada à frente estava ficando mais próxima, mas eu podia sentir a nadadeira atrás de nós se aproximando mais rápido.

— P-Prepare-se para uma curva acentuada à direita!

— Certo!

Mordi os dentes e me joguei para a direita. No momento em que minha velocidade diminuiu com a curva, senti algo tocando meu pé, mas nossa única escolha naquele ponto era correr para o objetivo. Coloquei toda a minha fé no efeito de aumento de força das minhas cuecas de touro enquanto me esticava para o afluente de cinco metros de largura.

O caminho lateral terminava em uma pequena faixa de areia a apenas vinte e cinco metros à frente. No beta, era outra colina, no topo da qual ficava o portão da cidade principal. Se conseguíssemos chegar a essa areia branca, ganharíamos este pequeno jogo de pega-pega.

— Raaaaah!!

Gritei com o sétimo grito mais feroz que fiz nos últimos mês e meio, correndo — ou melhor, nadando — pelos metros restantes. No instante em que meus dedos tocaram a areia do fundo do rio, me levantei rapidamente e comecei a correr, puxando Asuna pela mão. Mesmo quando o chão sob meus pés passou da borda úmida da água para a areia branca e seca, continuei indo por mais uma dúzia de passos antes de finalmente me virar para olhar.

A nadadeira dorsal que nos perseguia estava saltando alto acima da água. Nosso inimigo peixe achava que poderia nos atacar em um combate terrestre. Estava pronto para aceitar e quase apertar o ícone de atalho «QUICK CHANGE» no meu menu, quando—

— Hmmm. Hwuh?

Asuna murmurou bobamente enquanto pendia da boia que ainda segurava com a mão esquerda.

Não havia surpresa. Abaixo da esplêndida nadadeira de trinta centímetros estava uma criatura parecida com um girino, de olhos arregalados, com apenas alguns centímetros de largura e talvez quarenta e cinco centímetros de comprimento.

Ela pousou na areia molhada e se debatia. Aparentemente, sua nadadeira dorsal era tão grande e pesada que seus membros minúsculos não conseguiam se equilibrar corretamente.

Mas uma grande onda rolou e engoliu o girino, puxando-o de volta para a água. Logo, a nadadeira apareceu novamente no rio e deslizou de volta para a corrente principal.

— Hmmm. Que diabos foi isso….

Caí de joelhos na areia, com a decepção de tudo. O tubo inflável sob meu braço esquerdo se soltou e caiu, deixando Asuna cair de cara na areia. Ela eventualmente se levantou e sentou-se na areia, parecendo tão exausta que não estava mais com raiva de mim desta vez. A areia grudava em sua pele molhada, fios de cabelo colados na testa e bochechas, com a túnica encharcada grudando firmemente ao seu torso, completando a imagem perfeita de uma modelo em uma sessão de fotos à beira-mar. A única coisa fora de lugar era seu olhar vazio, que seguia a nadadeira triangular.

— Hmmm. Acabei de decidir. Da próxima vez que virmos esse mob, eu vou matá-lo, cozinhar e fazer você comer.

Ela disse, sua manifestação foi entregue em um tom monótono.

— Por que você não... come ele?

Perguntei.

— Parecia nojento.

…..

— Provavelmente venenoso também.

…..

Bem, enquanto você cozinhar, eu vou comer com prazer. Talvez tenha gosto de sopa de nadadeira de tubarão, pensei generosamente, levantando-me. 

Estendi a mão para Asuna.

— Vamos colocar nossos equipamentos de volta e ir para a cidade. Não acho que você vai pegar um resfriado sentada assim, mas isso não está fazendo bem para nós.

Observei. De repente, ela congelou, ainda segurando minha mão. Seu rosto, que estava apontado para o seu traje, ficou muito mais vermelho. Comecei a recuar, golpeado por uma premonição sinistra, semelhante à que tive ao ver aquela nadadeira dorsal pela primeira vez.

Mas sua mão direita atacou, rápida como um raio, e agarrou minha esquerda. Ela puxou até ficar de pé e, com aquela precisão cirúrgica familiar, apenas o suficiente para não causar danos, ela enfiou o joelho em meu estômago no estilo Muay Thai.

 

CONTINUA NA PARTE 2 DIA 02/08


NOTAS

O volume conta com 9 partes(capítulos), serão postados diariamente. Agradeço por ler.

Palavras do autor:

O subtítulo deste livro é "BARCAROLLE OF FROTH", que devo explicar, já que não apareceu no texto. Uma barcarola é um tipo de peça clássica que se traduz como "canção de barco". O motivo pelo qual coloquei isso no título é porque Kirito e Asuna andam de barco no quarto andar...

Notas/tradutor:

Froth é espuma. Então, séria como "Canção de Barco na Espuma"


Este capítulo foi traduzido pela Mahou Scan. Entre no nosso Discord para apoiar nosso trabalho!


 



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