Super Gene Chinesa

Volume 8

Capítulo 760: A Criatura que Possui a Luz Sagrada

Um solitário dente-de-leão luminoso passou pela tenda, levado pela brisa suave. Han Sen inicialmente pensou que fosse algum tipo especial de criatura que se aproximava e, embora não fosse, ainda assim observou com certa preocupação.

Foi uma surpresa descobrir que aquele conjunto de luzes era apenas um aglomerado de flores, e o fenômeno era bastante curioso, porque não tinha nenhuma flor ao redor quando montou a tenda nessa noite.

Agora dentes-de-leão tinham brotado por todo o Deserto Negro que era visível. Eram incontáveis, e suas luzes encantadoras se espalhavam em todas as direções como uma galáxia de estrelas.

Quando o vento soprava, a galáxia se movia. Era uma visão belíssima.

Zhou Yumei se aproximou de Han Sen depois de conseguir recuperar a compostura. Ao espiar o que chamava a atenção dele, seus olhos se arregalaram como as próprias estrelas. Foi sorte Han Sen ter colocado a mão na boca dela; caso contrário, ela teria gritado em deslumbramento diante de tanta beleza.

Muitas das flores flutuavam e deslizavam ao redor da barraca. De longe, essa barraca pequena devia parecer um castelo brilhante.

Mas as plantas não eram agressivas, e nenhum mal foi causado à tenda.

Zhou Yumei tentou puxar a mão do Han Sen para longe da boca dela, mas ele manteve o aperto firme. Quando ela estava prestes a perder a paciência, ouviu um som de longe.

Era como o som do passo pesado de um animal. Entre cada passo, havia um momento de silêncio, e o ritmo se mantinha lento. Mas, pouco a pouco, o som parecia se tornar mais alto; e a fonte, mais próxima.

Han Sen olhou para longe e viu uma criatura vindo na sua direção sob o céu noturno. Brilhava como um farol de luz sagrada. Caminhava entre os dentes-de-leão que flutuavam e brotavam do chão, como um navio glorioso cruzando uma rede de estrelas, navegando por uma galáxia.

Zhou Yumei também conseguiu ver a criatura luminosa. Para sua surpresa, era um rinoceronte branco. Seu corpo tinha o formato de uma colina pequena, e o chão do deserto tremia a cada passo que dava. Os dentes-de-leão brilhantes que seriam pisoteados saltavam para o ar, como se estivessem indicando o caminho.

O rinoceronte se aproximava, e isso aterrorizou Zhou Yumei. Tudo o que ela queria era se levantar e fugir. Por mais bonito que fosse, o rinoceronte era uma besta colossal. Sua presença imponente e pesada era intimidante e tirava o fôlego.

A mão do Han Sen ainda tapava sua boca para que ela não fizesse barulho, mas agora ele usava a outra mão para acalmá-la. Seus olhos continuavam focados na observação profunda do rinoceronte brilhante.

Não demorou muito para que o rinoceronte estivesse bem diante da barraca. Suas pernas grossas se ergueram como grandes pilares. Toda a barraca agora estava sob a sombra da besta, e Zhou Yumei sabia disso. Seus olhos ficaram arregalados de medo, e seu corpo tremeu de medo.

Se uma das patas pisasse na barraca, seriam esmagados como geleia.

A Raposa Prateada e o Laranjinha estavam encolhidos juntos em um canto da barraca, silenciosos como ratos. Eles também ficaram aterrorizados com a aproximação do rinoceronte branco.

Boom!

Uma pata desceu como um pistão sobre a areia, bem atrás da barraca do Han Sen, evitando-os por pouco. Os dentes-de-leão luminosos continuaram espiralando enquanto o acampamento vibrava com a força.

Boom! Boom!

O rinoceronte não diminuiu a velocidade e continuou na direção em que ia. Os quatro pilares cruzaram sobre a barraca, passando a poucos centímetros das cordas de sustentação. As crateras deixadas pelos pés da criatura agora adornavam o solo ao redor do acampamento. O coração da Zhou Yumei quase saltou pela boca.

Felizmente, o rinoceronte branco não deu atenção à presença da barraca e seguiu adiante. Junto com os magníficos dentes-de-leão brilhantes, sumiu lentamente da vista atrás deles.

Quando o rinoceronte branco desapareceu de vista, a presença dos dentes-de-leão luminosos também se apagou. Pararam de brilhar e se dissolveram no deserto como neve derretendo. Nenhum vestígio foi deixado para trás.

Se não fossem pelas pegadas do rinoceronte, qualquer um pensaria que tudo aquilo não passava de um sonho.

Zhou Yumei, que esteve tremendo durante toda a provação, finalmente relaxou. Bateu no próprio peito, tentando se livrar das visões assustadoras de ser esmagada pela pata enorme do rinoceronte. Por sorte, nada daquilo tinha se concretizado.

— Vai dormir assim mesmo? — Han Sen sorriu para Zhou Yumei.

Zhou Yumei só então percebeu que esteve apoiada no Han Sen o tempo todo. Ficou furiosa e envergonhada com a fala, então o empurrou. Cerrando os dentes, sussurrou: — Quando eu fico quieta, você fica todo pegajoso. Tá só querendo se aproveitar de mim!

Han Sen sorriu, mas não respondeu. Voltou para seu saco de dormir, imerso em pensamentos sobre o que acabou de acontecer com o rinoceronte branco.

Durante o dia, tinham encontrado a fênix de chamas negras, e agora testemunharam a existência de um rinoceronte branco que brilhava com uma luz sagrada. Ambas as criaturas estavam se movendo na direção que Han Sen tinha escolhido. Ele se perguntou se algo os aguardava naquele destino.

Num lugar como o Deserto Negro, Han Sen não queria se meter em nenhum tipo de problema. Com monstros tão temíveis por perto, embora estivesse confiante nas suas habilidades de escapar, não podia se dar ao luxo de perder seus estoques de comida e água. Se isso acontecesse, poderiam muito bem morrer perdidos em meio às dunas.

Mas, se mudassem de direção agora, Han Sen também não tinha certeza se conseguiriam sair do Deserto Negro por outro caminho. Além disso, não os levaria ao destino final, o que o deixava relutante.

Han Sen refletiu sobre esse dilema por um momento, mas decidiu continuar seguindo na direção atual. Não sabia se poderia sair do Deserto Negro caso mudasse de rota agora. Além disso, acreditava que encontrar aquelas duas criaturas não era exatamente incomum, dado o caráter volátil do lugar. Se houvesse algum significado por trás daquilo, pelo menos teria a oportunidade de descobrir o motivo.

No dia seguinte, Han Sen continuou no mesmo rumo montado sobre seu Rosnador Dourado. Pelo caminho, conseguiu seguir as pegadas deixadas pelo rinoceronte. Parecia estar seguindo em linha reta, sem desviar nem um pouco.

Contudo, os dentes-de-leão luminosos desapareceram. Era como se nunca tivessem existido.

Caminharam por meio dia, mas o calor era atroz. Zhou Yumei bebeu um pouco de água enquanto montava no Laranjinha. Logo, disse: — Está tão quente! Seria ótimo se chovesse...

Pouco depois que ela disse isso, o céu escureceu. Nuvens terríveis se formaram logo acima, cobrindo o sol.

Tschá tschá!

As nuvens cheias derramaram gotas furiosas, encharcando Zhou Yumei completamente. Ela rapidamente invocou uma armadura para se proteger da chuva, mas as nuvens se dispersaram assim que fez isso. O céu se abriu e o clima voltou ao calor escaldante de antes.

— Meus desejos têm vida curta. — Zhou Yumei não sabia bem como reagir ao que acabou de acontecer.

O rosto do Han Sen, por outro lado, estava sério. Quando as nuvens de chuva passaram, ele sentiu a presença de uma força vital extremamente poderosa. Não teve chance de ver o que era, mas sabia que não era algo natural.

Contudo, o que mais preocupava Han Sen era o fato de que aquelas nuvens tinham se formado e seguido na mesma direção em que ele e Zhou Yumei estavam indo.

— O que está acontecendo neste lugar? — Han Sen semicerrou os olhos, tentando discernir algo no horizonte. Mas não havia nada. Por enquanto, apenas as areias negras do deserto e o céu azul continuavam guiando sua jornada.

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