Volume 8
Capítulo 759: Mulher Indefesa
Han Sen ficou surpreso ao ver a fênix de chamas negras cruzando o horizonte. Sua velocidade era incrível, desaparecendo de vista num piscar de olhos.
Uma onda de calor desceu do céu e quase fritou os pelos do corpo do Han Sen.
Por sorte, a fênix não parecia interessada neles. Simplesmente voou por conta própria e desapareceu. Ainda assim, parecia estar indo na mesma direção que Han Sen tinha escolhido para sua jornada.
— Por que não mudamos o rumo e escolhemos outra direção? Nada de bom pode acontecer num encontro próximo com uma criatura dessas... — sugeriu Zhou Yumei, preocupada.
Antes de avistarem a ave, ela já tinha notado que o Laranjinha estava inquieto.
Mas Han Sen negou com a cabeça. — Temos que seguir por aqui.
Se quisesse cruzar o Deserto Negro, teria que continuar na direção em que estava. E o pássaro parecido com uma fênix não parecia interessado neles de qualquer maneira. Provavelmente estava apenas passando.
Após mais dois dias de viagem, Han Sen nunca mais viu a ave, enquanto Zhou Yumei já tinha esquecido completamente do ocorrido. Quando escureceu, Han Sen montou uma barraca para descansar e seguir viagem no dia seguinte.
— Por que você sempre monta só uma barraca pra você? Onde espera que eu durma, hein? — Zhou Yumei arregalou os olhos escuros.
— Se não gosta da ideia de dormir ao ar livre, entre e durma comigo. — Han Sen já estava se enfiando na barraca enquanto falava.
— Você... que cavalheiro! — Zhou Yumei disse com sarcasmo. Ela espiou a escuridão do deserto ao redor e então entrou atrás de Han Sen.
Era uma barraca simples, e não era possível ficar de pé dentro dela. A Raposa Prateada e o Laranjinha já estavam lá dentro, bem acomodados. Deitada, Zhou Yumei podia sentir o calor do corpo do Han Sen.
— Estou avisando. Sem gracinhas! — Zhou Yumei falou que nem uma louca.
— Fica tranquila; eu não tive o carinho de uma mãe quando era criança... — Han Sen nem olhou para Zhou Yumei enquanto falava. Seus olhos estavam fixos em um livro que acabou de tirar da mochila.
— O que isso quer dizer? — Zhou Yumei congelou, sem entender o que Han Sen quis dizer com isso.
— Nada. Só estou elogiando o fato de você ser jovem e pequena — Han Sen disse casualmente.
— Você tem bom gosto, mas não importa o quanto eu seja bonita, você não pode... — Zhou Yumei ficou um pouco tímida e falou olhando para baixo.
Mas ela só disse metade da frase quando percebeu seus próprios seios, que pareciam dois morrinhos no peito. Seu rosto ficou completamente vermelho, e ela gritou: — Você que é pequeno!
Han Sen colocou o livro de lado e tirou a camisa. Isso assustou Zhou Yumei, que rapidamente recuou em pânico, cobrindo o corpo com os braços. — O que você quer fazer?!
Han Sen sorriu e deu tapinhas nos músculos do peito. — Talvez não sejam grandes, mas são maiores que os seus.
Zhou Yumei não resistiu e deu uma olhada. Ficou impressionada com o que viu: de fato eram largos e espessos. Não eram musculosos a ponto de assustar, mas tinham curvas bem definidas que os tornavam atraentes.
E Han Sen ainda exibia um abdômen definido como jade, com uma pele branca e lisa que deixava qualquer mulher louca. Vendo isso, Zhou Yumei quase babou. Mais ainda, teve vontade de tocar.
— Limpa a saliva e vai dormir. Não me atrapalha à noite! — Han Sen afastou a cabeça da Zhou Yumei, que estava se aproximando, e então se enfiou no saco de dormir.
Zhou Yumei queria retrucar, mas acabou olhando de novo para seu próprio peito modesto. Pensou no tórax grosso e largo de Han Sen, com músculos se entrelaçando em curvas perfeitas. Percebeu que já tinha perdido essa disputa antes mesmo de começar. Não tinha munição para contra-atacar nesse assunto.
Zhou Yumei ficou um pouco chateada com isso, então se enfiou no próprio saco de dormir. Começou a refletir sobre como a vida podia ser cruel. Mas então outra imagem surgiu na sua mente: a do tronco maravilhoso de Han Sen, as clavículas marcantes e os abdômen tentadores. Zhou Yumei engoliu em seco. Tentou afastar a imagem e semicerrou os olhos, mas a figura permanecia. Não conseguia se libertar do corpo incrível do Han Sen.
Virou-se para dar uma espiada nele. Seus olhos estavam fechados, aparentemente já dormindo. De lado, seu rosto não era lindíssimo, mas os traços eram marcantes e definidos. Isso o fazia parecer ameaçador e sombrio, mas a pele branca e lisa suavizava essa imagem. No geral, ele parecia um homem de verdade.
Zhou Yumei continuou pensando no corpo dele enquanto o observava. E então sua mente foi além. Lembrou-se de como ele era poderoso, de como desafiou o Espírito sem medo. Também lidou com a fada e o escorpião. Parecia que estava se apaixonando.
Mas então seu coração afundou com outra imagem que surgiu na sua mente: o anel no dedo dele. Suspirou e disse para si mesma: — Por que os bons já vêm comprometidos?
— O que você disse? — Han Sen franziu a testa e se virou para olhar para Zhou Yumei.
O rosto do Zhou Yumei ficou vermelho de novo. Estava tão empolgada que não percebeu que tinha falado em voz alta. Com o rosto em chamas, tentou se explicar: — N-n-nada...
Enquanto Zhou Yumei entrava em pânico, Han Sen se virou completamente. Agora seu rosto estava bem de frente para o dela. O calor do corpo de um homem se aproximava.
O coração do Zhou Yumei bateu como o galope de uma manada, enquanto pensava: “O que ele vai fazer? O que eu vou fazer? Ele é comprometido. Eu devia rejeitar, certo? Mas... não! Não posso ser assim. Não posso ser enganada pelo demônio da tentação. Tenho que me concentrar... Mas ele é tão bom. Se eu agarrar ele, talvez tenha uma chance de...”
Diversos pensamentos e ideias cruzaram sua mente. O corpo do Han Sen estava tão próximo. Então ele cobriu a boca dela com a mão e subiu por cima dela.
“Não tenho como competir. Como posso resistir a um homem desses? Sou só uma mulher fraca e indefesa. Não tenho como resistir à sua força”, Zhou Yumei encontrou uma desculpa, o que a deixou em paz. Vendo o corpo do Han Sen sobre ela, fechou os olhos e continuou pensando: “Não tem mais ninguém aqui. Por que ele tá tampando minha boca? Mesmo que eu gritasse, ninguém poderia me ajudar. Posso gemer de prazer, mas não tem por que gritar.”
O coração da Zhou Yumei ainda batia descontrolado. Mas depois de um tempo, suas expectativas não se concretizaram. Sentiu algo estranho. Então espiou, abrindo os olhos lentamente. Com uma mão ainda cobrindo sua boca, Han Sen tinha aberto o zíper da barraca e estava espiando lá fora.
O rosto da Zhou Yumei queimou, e seu pescoço esquentou. Queria cavar um buraco e se esconder.
Han Sen olhou para fora e notou uma auréola repousando sobre o Deserto Negro de longe. Havia muitos dentes-de-leão brilhantes, pintando as areias do deserto. Era um campo infinito deles, sem fim à vista. As cabeças dos dentes-de-leão dançavam com a brisa.
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