Volume 3
Capítulo 163: Bombas Nucleares
Vendo o silêncio de Toni, Roman sorriu levemente e se levantou da cadeira. Dando a volta em Toni, Roman começou a falar lentamente:
“Um mês atrás, um chip codificado foi entregue ao meu subordinado, para então ser entregue a mim…”
“Esse chip contém informações muito importantes, mas por algum motivo, foi interceptado no caminho, e o meu subordinado está nesse momento internado em estado grave…”
“Como um dos meus antigos subordinados, você sabe mais ou menos o que está nesse chip, certo, Toni?”
Toni permaneceu calado, ele se recusava a sequer olhar para Roman, já que ele fechou os olhos, demonstrando sua clara vontade de não falar nada.
“Um mês Toni! Eu te cacei por um mês, e durante esse tempo inteiro, você disse que não estava com o chip, mas você sabe, certo? Eu tenho uma vasta rede de informações, e uma enorme equipe de investigação.”
“Embora seja um espião extremamente habilidoso, algumas provas foram pegas pelos olhos dos investigadores…”
“Isso significa que…”
De frente para Toni, ele aproximou seu rosto e falou lentamente:
“Não era uma ação pré-planejada. Você foi pego de surpresa, já que não sabia sobre o chip previamente, e quando descobriu, em um improviso, o roubou de mim e fugiu.”
“Muitas provas, a sua fuga, mas você continua dizendo que não está com você? Sem falar que você pediu apoio a outra pessoas durante esse mês… Me diz, Toni, por que você pegou esse chip? Você é um agente duplo de quem?”
Nesse momento, um homem entrou com uma maleta na mão na delegacia e se aproximou de Roman. Agachando no chão, ele abriu a maleta e tirou um pequeno aparelho que parecia um bastão.
Vendo esse bastão, o rosto de Toni se contraiu ligeiramente, mas rapidamente se recompôs. Foi uma ação pequena, ninguém perceberia normalmente, mas Roman viu perfeitamente. Sorrindo sadicamente, Roman falou lentamente:
“Eu vi isso aí…”
Pegando o aparelho da mão do homem, Roman apertou um botão na base do aparelho e começou a passar em volta do corpo de Toni.
Depois de alguns momentos, o aparelho passou perto do braço direito enfaixado de Toni, e apitou.
Ouvindo o apito, Roman sorriu estranhamente e falou:
“Encontrei.”
Dois homens então se aproximaram e seguraram o corpo de Toni. Outro homem veio e segurou o braço direito em uma posição estendida.
Se aproximando do braço direito de Toni, Roman rasgou a gaze em volta, e colocando dois dedos dentro do machucado, começou a revirar a carne, fazendo com que o machucado, que já tinha parado de sangrar, começasse a sangrar novamente.
Em todo o processo, Toni rangeu os dentes com força, fazendo sua boca sangrar, mas não soltou nem um pio.
Alguns momentos depois, Roman tirou uma pequena pecinha de dentro cheia de sangue. Assim que viu a peça, Roman a olhou cuidadosamente, antes de assentir lentamente com um sorriso alegre.
Alguns homens então se aproximaram e cuidaram do ferimento de Toni, fazendo o sangramento parar.
Roman pegou um pano entregue por um subordinado, e cuidadosamente limpou a peça, para revelar por baixo uma espécie de chip bem pequeno, do tamanho de um chip de celular.
Depois de limpar o chip completamente, Roman sorriu levemente e se virou para Toni:
“Agora que recuperei o chip, só falta você me dizer quem você chamou pedindo ajuda.”
Toni não parecia perturbado, já que sorria estranhamente:
“Se permanecer aqui, saberá quem é.”
Ouvindo isso, Roman assentiu lentamente, e ao ver o olhar estranho de Toni, ele perguntou com um sorriso igualmente estranho:
“Você não parece muito preocupado.”
Toni realmente parecia extremamente despreocupado, como se um fardo tivesse sido tirado das suas costas, enquanto falava:
“Até agora, eu estava me sentindo desesperado porque pensei que fosse morrer… E bem, pela situação atual, de fato eu vou morrer. Mas ao aceitar a minha morte, comecei a não sentir nenhuma preocupação, então é por isso que estou sorrindo.”
Assentindo lentamente com a cabeça, Roman se sentou na cadeira e, ao ver aquele sorriso despreocupado no rosto de Toni, ele falou:
“Não parece ser só a aceitação da sua morte.”
Toni então riu em voz alta enquanto falava:
“Percebeu? Até agora, o que estava em jogo era a minha vida. Sobre esse chip aí… Já fiz uma cópia e mandei as coordenadas para as pessoas que pedi socorro. Nesse momento, eles já devem ter pegado o chip.”
Ouvindo isso, Roman ficou um pouco surpreso, mas logo falou:
“Esse chip é especial, não tem como fazer uma cópia dele.”
Toni sorriu, sem responder. Vendo isso, as sobrancelhas de Roman levantaram um pouco, e ele então olhou para o homem de antes que trouxe o aparelho.
Vendo isso, o homem então abriu um compartimento da sua maleta, e tirou um pequeno notebook estranho de dentro.
Pegando o notebook estranho da mão do homem, Roman o abriu e dentro revelou uma tela estranha mostrando inúmeros números, alguns botões, um leitor de digital e um pequeno buraquinho retangular.
Colocando o dedão no leitor digital, Roman apertou dois dos cinco botões que havia, e então colocou cuidadosamente o chip no buraquinho retangular.
Assim que foi colocado um pouco, o chip de repente foi puxado para dentro.
No momento seguinte, a tela do pequeno computador começou a mostrar muito números, e parou alguns segundos depois.
Roman então apertou um botão e o chip reapareceu. Fechando o computador, ele olhou sarcasticamente para Toni:
“Não tem nada de errado com o chip. Ele é verdadeiro, e de acordo com a análise, não foi feita cópia.”
Vendo que Toni continuava despreocupado, Roman se levantou e continuou a falar lentamente:
“Esse chip é especial, não é possível fazer cópia dele. No mínimo, se fizerem cópia, o que necessitaria de alguém extremamente capaz, o chip original perderia o seu selo, e isso seria encontrado ao analisá-lo…”
“Eu acabei de analisá-lo, e o selo permanece intacto.”
Toni continuou com um sorriso despreocupado, e isso estava incomodando Roman um pouco. Depois de pensar por alguns momentos em silêncio, ele falou:
“Você sabe o que está naquele chip?”
Sorrindo levemente, Toni simplesmente falou:
“As senhas de acesso para as bombas nucleares da Alemanha.”
Ouvindo isso, os olhos de Roman piscaram rapidamente e seu rosto distorceu visivelmente enquanto pensava:
Ele sabe.
Roman então ficou em silêncio, pensando consigo mesmo:
Se ele sabe, isso significa que, ou a pessoa que o mandou roubar o chip já sabia, o que é praticamente impossível já que tudo sobre esse chip é extremamente secreto, ou o que ele falou é verdade, e alguém já fez uma cópia.
Vendo o sorriso despreocupado de Toni, Roman tinha quase certeza que ele de fato fez uma cópia. Afinal, nessa situação, não tem motivo para ele atuar dessa forma. Ele vai morrer, seu destino está gravado em pedra, o único motivo que ele teria para agir assim é por causa do socorro que ele pediu, mas com ele aqui, qualquer socorro é inútil.
Ao chegar até esse ponto do pensamento, Roman começou a ficar preocupado.
Depois de se remoer por um tempo, ele finalmente tomou uma decisão:
Vou torturá-lo primeiro e descobrir tudo que ele sabe.
Assim que Roman pegou todos os instrumentos e ia começar a torturar Toni, o ar dentro da delegacia começou a esfriar, e o corpo de todos os presentes, sem exceção, começou a tremer.
A barriga de todos esfriou, seus corpos começaram a tremer, e suor saia de todos os seus poros.
Era medo.
Um medo tão grande que incutia terror até na alma. Um medo tão grande que fazia com que todos os presentes se sentissem formigas diante de um gigante.
Depois de alguns segundos sob esse medo, todos, até mesmo Roman, se ajoelharam no chão, enquanto estremeciam de medo.
De repente, sons de passos lentos começaram a soar. A cada passo, o medo no coração de todos os presentes aumentava. A cada passo, cada pessoa presente estremecia cada vez mais, sentindo terror intenso.
Um passo, dois passos.
No silêncio da delegacia, tudo que se ouvia eram os passos, e para as pessoas tremendo ajoelhadas no chão, cada passo era como estar um passo mais perto da morte.
Eles sentiam como se a própria morte estivesse se aproximando passo a passo deles.
Depois de vários passos, de repente, no salão da delegacia, um garoto usando um casaco de couro entrou lentamente com um semblante indiferente, enquanto olhava para todas as pessoas ajoelhadas como se estivesse olhando para formigas.
Chegando até o lado de Toni, o garoto o olhou e falou em inglês:
“Está tremendo por quê? Eu não estou colocando minha pressão sobre você.”
Todos os presentes não ousavam sequer levantar as cabeças, a pessoa que estava melhor era Toni, mas até ele estava tremendo. Depois de tomar alguma coragem, ele sem querer respondeu em alemão:
“Eu não sei.”
Olhando calmamente para Toni, o menino então falou em alemão:
“Você não precisa me temer.”
Ouvindo isso, Toni olhou para o menino e se acalmou um pouco. Se posicionando na cadeira, ele perguntou:
“Quem é você?”
O menino olhou em volta um pouco, antes de falar:
“Vim a seu pedido.”
Ouvindo isso, os olhos de Toni brilharam enquanto falava:
“Você é da família Ye?”
O menino não respondeu, e começou a olhar em volta. Depois de um tempo, ele estendeu a mão e apontou para Roman.
Assim que Roman ouviu sobre a família Ye, seu coração começou a bater com força, então mesmo com medo, ele tentou olhar para o menino que entrou no salão, mas ao olhar, viu que o menino estava o olhando e de repente estendeu a mão.
Assim que a mão do menino foi estendida, Roman de repente começou a sentir dor no peito, como se houvesse algo o machucando por dentro.
A dor aumentava a cada momento, e de repente, a dor se tornou tão grande que ele gritou de dor, assustando todas as pessoas presentes ainda mais.
Botando uma mão no peito com força, Roman olhou para o menino e estendeu a outra mão enquanto falava:
“O-O que você está fazendo?”
Sua voz era rouca, parecia estar tendo dificuldades em falar.
Assim que terminou de falar, a dor se tornou ainda maior e ele começou a gritar ainda mais. Tudo que ele sentia era como se houvesse algo apertando um pouco o seu coração.
O aperto se tornou cada vez mais forte até chegar ao ponto que ele sentiu como se houvesse uma mão envolvendo o seu coração, o tocando bem de leve, e a dor só desse toque de leve era extrema demais.
A mão do rapaz que estava aberta e estendida lentamente começou a se apertar, como se ele estivesse segurando algo e quisesse apertar.
A mão se fechou lentamente, e quanto mais fechava, mais dor Roman sentia, e maior e mais barulhento eram os seus gritos.
Os gritos eram tão altos que todos os presentes que já estavam sentindo medo intenso, começaram a sentir ainda mais medo, e ao invés de ficarem ajoelhados, começaram a deitar no chão em posição fetal, enquanto suavam e tremiam descontroladamente.
O aperto da mão do menino se tornou cada vez maior, antes de, de repente, se apertar com força, como se estivesse formando um punho.
Quando isso aconteceu, Roman deu um ultimo grito antes de se estatelar no chão mole, sem se mexer nem um pouco.
Assistir a morte dolorosa de Roman deu calafrios em Toni, que começou a olhar o menino com um medo profundo.
O menino olhou para o cadáver de Roman no chão e falou lentamente:
“Odeio pessoas com a alma tão suja quanto a sua.”