Volume 2

Capítulo 90: O Guerreiro Retorna

No coração de uma floresta pontilhada por altos pinheiros, o terreno se estendia em declive, coberto pela neve que caía incessantemente. Apesar do sol brilhante no céu, a temperatura permanecia vários graus abaixo de zero. 

Desbravando o caminho entre as árvores, dois homens se destacavam. A diferença de altura entre eles era notável: o mais alto parecia medir cerca de 2,10 metros. Além de sua imponente estatura, seu corpo robusto era evidente, com músculos volumosos que se delineavam mesmo por baixo da camisa de seda azul e da calça de lã marrom. 

Sobre seus ombros, uma grande capa vermelha com bordas brancas adicionava um ar de majestade. Seus cabelos longos castanhos eram adornados por uma coroa dourada simples. Os olhos escuros e gentis contrastavam com a barba espessa da mesma tonalidade dos cabelos.

— Anda logo, Harald! Mexa essas perninhas! Hahaha!

Ele bradou para o homem que vinha logo atrás, parecendo ter dificuldade em acompanhar os passos do líder. Talvez sua menor estatura fosse a razão, o que o fazia dar passadas menos largas. Apesar de ser mais baixo que o outro, com seus 1,98 metros ele ainda seria considerado alto em comparação com a maioria dos humanos.

— Minha majestade... — A voz de Harald soava fraca, quase sufocada, evidenciando a dificuldade em respirar. — Por favor, Aldebaram... diminua o ritmo…

— Está bem, está bem... Farei como a princesa deseja... — Aldebaram parou e recostou-se em uma árvore, cruzando os braços.

Harald suspirou aliviado e continuou a se aproximar do guerreiro. Sua capa azul, com bordas brancas, ondulava suavemente graças a brisa gelada que cortava a floresta gélida.

— Que frio... — Ele vestia uma camisa grossa de mangas longas branca e calças robustas, mas ainda assim trazia as mãos aos braços, tremendo de frio. — Qual é o segredo para suportá-lo, meu rei?

— Músculos! Sim! Grandes o suficiente para não deixar o frio me abalar!

"Por que eu esperava uma resposta diferente...?" Harald soltou os ombros desanimado e deu mais um suspiro. Chegando à árvore onde Aldebaram estava apoiado, e se juntou a ele.

— Seja como for, já é hora de voltarmos para o castelo.

— Mas já? — O guerreiro começou a abrir os dedos da mão, como se estivesse contando. — Faz apenas oito horas que estamos fora...

— Exatamente! Oito horas em que seu reino está sem a presença de seu rei! — Ele avançou até ficar diante de Aldebaram, mantendo uma postura altiva e cruzando os braços. — É hora de voltar!

— Nem sequer conseguimos caçar nada... é injusto voltarmos de mãos vazias... — Quase fazendo um beicinho, ele continuou, quase suplicante: — Apenas mais duas horinhas…

"Não vou cair nessa conversa novamente..." Virando o rosto, ainda de braços cruzados, ele deu a resposta sem pronunciar uma palavra. Não era a primeira vez que Aldebaram pedia mais "duas horinhas". Na verdade, a caçada deveria ter durado apenas três horas, mas, como sempre acontecia quando ele pedia mais tempo, estendeu-se por oito horas.

— Nem um segundo a mais. Você sabe que precisamos retornar rapidamente. Ou já se esqueceu da importante reunião com o rei Endrick, do reino de Felizia? — Ele virou o rosto na direção do guerreiro e notou seu olhar desviando da pergunta. — Ah, não... não me diga que esqueceu?!

— Não é bem esquecer... — Aldebaram começou a coçar os cabelos castanhos, visivelmente inquieto. — É só que... Tsc, essa coisa de rei... você sabe que nunca me dei bem com isso... agora vou me reunir com verdadeiros monarcas…

Conforme falava e chegava ao final, suas palavras se transformavam em murmúrios quase incompreensíveis. A verdade era que o guerreiro nunca se sentiu um verdadeiro rei; toda essa responsabilidade foi empurrada para ele por Alaric e Gideon. Não é que ele não gostasse; após quase cinco anos nessa função, até passou a apreciá-la. Contudo, persistiam vastas lacunas em seu entendimento e preparo para muitos aspectos da regência.

— Deixe-me ver se entendi... Você me retirou das minhas responsabilidades administrativas no castelo, sob pretexto de uma caçada, e me fez caminhar por oito horas seguidas… — As veias na testa de Harald começaram a pulsar em raiva. — Apenas para, no final das contas, escapar da reunião!? Estou correto nessa conclusão!? Meu rei...

— Calma lá... não é como se eu fosse fugir como um covarde da reunião... — Com um sorriso sem graça, coçando a nuca, continuou em uma tentativa de descontração: — Só quis espairecer um pouco as ideias em uma bela e longa caçada... Maasss vamos lá, foi divertido, não foi?

"Como você chegou ao poder?" perguntou mentalmente, incapaz de vocalizar. Harald já ocupava o cargo de conselheiro pessoal e administrador do reino há dois anos, por recomendação de seu pai. Durante todo esse tempo, nunca compreendeu completamente os motivos que levaram Aldebaram a se tornar rei... e a ser amado por todos.

No fim, esperava que o tempo respondesse essa indagação, por enquanto. Ele simplesmente respirou fundo, tentando relaxar e dissipar a raiva. Funcionou, pois lentamente suas veias começaram a desinchar, e a voz tornou-se calma.

— Meu rei... Eu sei que está nervoso, às vezes as coisas parecem atingir outros níveis, mas como rei, você deve seguir em frente, superando todas as adversidades possíveis.

No final das contas, entendendo ou não, concordando ou não com a atual posição daquele guerreiro com músculos no lugar do cérebro, Harald ainda era um dos conselheiros e precisava cumprir sua função com perfeição, tanto para permitir que Aldebaram desempenhasse sua própria função como monarca de forma sublime, quanto para orgulhar seu pai, também conselheiro do guerreiro.

— Obrigado, Harald... — Ele tocou o ombro do rapaz, exibindo um belo sorriso gentil nos lábios. — Não sei o que seria de mim sem você... Você até me lembra...

Ainda mantendo o contato com o ombro de Harald observou as feições do rapaz com um olhar melancólico. Os tons azuis dos olhos do rapaz evocavam lembranças de alguém querido, deixando o guerreiro mergulhado em nostalgia e saudade. Desarmado pela onda de emoções, permitiu que uma única lágrima escapasse de seus olhos.

— Majestade! O que aconteceu? Sente alguma coisa? — Harald começou a examinar o guerreiro atentamente, procurando por qualquer sinal de dor ou ferimento. — Está machucado?

— Hahaha! Deixe disso! Estou firme e forte…— disse, enxugando a lágrima de seu rosto. — Foi só um pequeno cisco… nada demais…

Ainda ao lado do guerreiro, pouco inclinado, observou-o confuso, e voltou-se para frente dele, ainda suspeitando sobre o tal "cisco". Não era a primeira vez que Aldebaram ficava estranho ao observá-lo. Assim, colocou as mãos na cintura e olhou ao redor.

— Enfim, não adianta continuar aqui se os animais não apareceram hoje. Vamos voltar, não há sentido em vagar sem rumo...

— Ahhh, você venceu, está bem? Vamos embora... — Harald quase deu um pulinho de alegria diante da vitória, mas ao ver Aldebaram franzir o cenho, o entusiasmo se desvaneceu. — O que é aquilo?

Harald arqueou uma sobrancelha, perplexo com as palavras do guerreiro, mas então seguiu seu olhar fixo na direção das árvores. Entre os troncos, algo jazia imóvel no chão; pela distância, era impossível discernir com perfeição.

— Um corpo? — murmurou.

Aldebaram não respondeu; em vez disso, o conselheiro sentiu uma leve brisa passar rapidamente ao lado e pôde ver o rei avançando até o suposto corpo sem hesitar.

“Ele não sabe que pode ser perigoso?” Não era como se ele não tivesse visto o guerreiro agir de forma impulsiva outras vezes. Assim, revirou os olhos e seguiu-o para garantir que houvesse pelo menos um mínimo de segurança.

Os dois avançaram pela neve fofa, afundando até a canela a cada passo. O dia estava estranhamente silencioso, desprovido dos habituais sons da natureza. Seus próprios passos ecoavam no vazio até que finalmente alcançaram o objeto misterioso.

— É um... — Harald arregalou os olhos, incrédulo com o que via. — Meu rei, não o toque!

— Não fale bobagens, Harald. — Aldebaram estava de joelhos, segurando nos braços o corpo de um homem, já sem vida.

— Você que pare de agir com imprudência, e se por acaso ele estiver com alguma doença transmissível? 

— A causa de sua morte tem outro nome... — A pele do cadáver exibia tons azulados, indicando sua natureza giganoide azul, enquanto seus membros estavam marcados por hematomas, feridas e cicatrizes. — Chamamos isso de abuso físico, ou simplesmente espancamento…

Harald observou o corpo do pobre giganoide com atenção, chegando à mesma conclusão que Aldebaram.

— Você acha que ele veio de Lidenfel? — questionou o conselheiro, apoiando as mãos nos joelhos. — Ou talvez de Windefel?

— Não há como saber... Mas Sian prometeu, em nome dos deuses, melhorar a situação dos giganoides de pele azul, em troca de devolvermos as terras de Windefel para ele... Será que...?

— Lembro-me muito bem de ter te aconselhado, assim como meu pai, a não agir com tanta inocência. Confiar apenas em palavras…

Como o antigo rei de Estudenfel, agora o reino de Aldebaram, havia conquistado Windefel, o reino nórdico logo abaixo, todas as terras passaram para o domínio do guerreiro quando ele ascendeu ao trono. Naturalmente, o antigo rei de Windefel, Sian, exigiu a devolução das terras. 

Aldebaram, no entanto, relutava em ceder, pois pretendia oferecer melhores condições de vida aos giganoides de pele azul que lá habitavam, frequentemente vítimas de preconceito. 

Após uma longa reunião, na qual Sian jurou, em nome dos deuses nórdicos, algo que nenhum giganoide de respeito quebraria, melhorar a situação dos de pele azul, uma decisão foi tomada.

Possivelmente pela inocência do guerreiro, que queria acreditar nas palavras daquele que conhecia bem. Ou talvez por nunca ter sido rei. No final das contas, ele acabou devolvendo as terras.

Refletindo sobre suas ações, pensando em um homem que não cumpriu suas promessas, Aldebaram começou a ranger os dentes, apertando o corpo morto com raiva.

— Como fui idiota! Merda!

Harald olhou para ele com pesar, piscando algumas vezes. Por um lado, estava entristecido por tudo o que aconteceu e pelo fato de o preconceito ainda prevalecer naqueles países. Mas, por outro lado, sentia uma certa satisfação, pois, seja bom ou ruim, isso serviu para ensinar uma lição ao jovem rei: nunca confiar apenas nas palavras, especialmente daqueles desprovidos de terras.

— Meu rei... Você sabe o que deve fazer para evitar que situações como essas ocorram novamente... 

Aproveitando o estado emocional do guerreiro, o conselheiro tentou usar a oportunidade para orientá-lo e levá-lo a agir conforme necessário. Aldebaram inclinou o rosto em sua direção, com uma expressão séria.

— A reunião... Se eu conseguir, poderemos acabar com o preconceito, não é? — A pergunta carregada de indignação, soava quase como um apelo de alguém que não suportava mais testemunhar a mesma situação dia após dia.

Harald baixou um pouco as pálpebras, sentindo o peso do tom da pergunta, antes de endireitar-se e contemplar o belo céu azul.

— Não posso fazer promessas vazias, minha majestade... — Aldebaram começou a abaixar a cabeça diante das palavras do conselheiro. No entanto, Harald voltou seu olhar para ele, um sorriso sutil brincando nos lábios. — Mas posso garantir que estaremos um passo mais perto desse objetivo.

— Obrigado, Harald... Realmente não sei o que seria de mim sem você, princesa hahaha! — Aldebaram sorriu, expressando gratidão, enquanto brincava com um toque de humor.

O rosto do rapaz corou instantaneamente, desviando o olhar para o lado e assobiando de forma nervosa para disfarçar a vergonha.

— B-bem, seja como for! Devemos voltar ao castelo para começarmos essa jornada! — Ele retomou a compostura, voltando o olhar para Aldebaram, que sorria radiante.

Harald estendeu a mão para ajudar o guerreiro a se levantar.

— Certo — Aldebaram aceitou a ajuda, agarrando a mão de Harald para se erguer, mantendo o corpo do falecido na outra mão. — Vamos levá-lo...

— Meu rei? Por que vamos fazer isso?

— Você é um conselheiro bastante lerdo, hahaha! — Aldebaram deu um tapa amigável nas costas de Harald, quase fazendo-o voar alguns metros. — Vamos enterrá-lo, é claro!

"É por isso que você é amado como rei..." No final das contas, Aldebaram poderia não ter todas as habilidades típicas de um rei, nem sempre se comportar de maneira convencional, rir sem motivo aparente a cada duas frases. No entanto, o que o fazia ser amado pelo povo era sua compaixão pelos menos favorecidos, pelos marginalizados pela sociedade.

— Se for assim, permita-me levá-lo — Harald estendeu os braços para receber o corpo. — Um rei não deve sair carregando corpos, ou se esforçando tanto.

— Primeiro; você vê meus braços? Eles são quase do tamanho da sua cabeça! Hahaha! Não é nenhum esforço para mim! — Aldebaram começou a andar, deixando Harald com uma expressão impagável. — Segundo; você é muito franguinho, não aguentaria carregar o corpo nem por vinte metros, hahaha! 

— Rei... — Mais uma vez, as veias na testa de Harald pareciam prontas para explodir.

 

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Já no castelo de Lidenfel, Aldebaram se encontrava nos aposentados reais. Ele já havia enterrado o corpo do pobre giganoide azul, como o homem era um desconhecido acabou sendo enterrado no cemitério público como indigente. Ainda assim, o guerreiro fez questão de fornecer todas os direitos de uma pessoa comum para ele. Com até uma pequena cerimônia de enterro. 

Querendo ou não, tal evento serviu para Aldebaram reforçar seus ideias e objetivos, entre eles acabar com o preconceito com os de pele azul. 

Aldebaram estava sentado à beira da cama, imerso em seus pensamentos. Até que ouviu o suave toque na porta, seguido por mais duas batidas.

— Entre, está aberto.

As portas se abriram, revelando uma figura já envelhecida. Seus olhos azuis, cansados pela vida vivida, observavam atentamente, enquanto sua cabeça exibia muitos fios de cabelo faltantes, vítimas do estresse causado pela gestão anterior. O rosto, marcado por linhas de expressão, ostentava apenas um humilde bigode já grisalho.

Com uma imponente altura de 2 metros, o corpo mantinha-se ereto e altivo, mesmo diante da velhice, sem curvar-se nem um pouco. Vestido inteiramente com trajes nobres azuis, sua presença emanava dignidade.

— Majestade... — Ele curvou-se em respeito. — Leif Njalsen, ao seu dispor...

A voz, marcada pelo sábio tom da idade avançada, permanecia firme e inabalável.

— Leif, o que faz um homem velho sair da cama geriátrica? — brincou Aldebaram, soltando uma risada baixa.

— Ora, vejo que o humor continua o mesmo, haha! — Leif endireitou-se e fechou as portas atrás de si. — Vim apenas para ver como o senhor está antes de se encontrar com o rei Endrick.

— Bem! É claro! — Com um sorriso falsamente confiante, desviou o olhar por um momento. — Melhor do que poderia estar!

— Ao longo dos anos, adquiri certa habilidade para ler as pessoas quase que intuitivamente… — Leif suspirou e passou a mão pela testa, expressando preocupação. — Por favor, durante sua conversa com Endrick, tente ser mais discreto em relação às suas intenções e sentimentos…

O experiente conselheiro tinha vivenciado o suficiente para decifrar as pessoas como se fossem livros abertos, especialmente alguém como Aldebaram, que não conseguia esconder suas emoções e agia de forma bastante evidente. Tudo nele denotava espontaneidade.

— Ah, você, velho astuto! — Com os antebraços apoiados nas coxas e a cabeça baixa, continuou: — O que posso fazer? Nunca fui rei, nunca tive que lidar com reis além das batalhas... Não faço ideia de como me comportar... E se eu acabar dizendo algo idiota?

— Você está se preocupando demais antes da hora… — Leif retirou a mão da testa e fixou o olhar em Aldebaram. — Mas Harald já havia me alertado sobre isso... Por isso, estou aqui.

— E então? Tem algum conselho para compartilhar... Após tantos séculos de experiência, deve ter alguma sabedoria guardada, haha…

— Mesmo nervoso, não perde o humor mesmo, haha! — Ele acariciou o queixo com expressão pensativa. — Bem, o que posso dizer? Será que, se não for você, quem mais poderá representar a causa? Todos sabemos que você é o único verdadeiramente preocupado com os interesses dos giganoides azuis no norte. — Leif cruzou os braços nas costas. — Lidenfel e Windefel praticam abusos deliberados, Asdenfel está atolado em problemas financeiros demais para se preocupar com causas… E, Ciantefel, embora apoie a causa, não está disposto a arriscar a posição de reino mais respeitado do norte perante os países do centro de Mythárea, mesmo que seja contraditório.

— Agradeço pela lição de geografia e geopolítica, mas isso não foi exatamente motivador, ao menos para mim... 

Leif parou de acariciar o queixo e soltou um suspiro pesado. Então, dirigiu-se ao guerreiro sem pedir permissão e pousou uma das mãos em seu ombro.

— Meu rei, saiba que não estará sozinho ao conversar com Endrick. Representará não apenas a si mesmo, mas também milhares de giganoides que enfrentam o maldito preconceito dia após dia. — Ele abaixou os olhos com pesar, mas logo os ergueu com determinação. — Aqueles que não podem lutar estarão ao seu lado, invisíveis, porém poderosos, oferecendo o apoio e o encorajamento necessário. Quando sentir vontade de desistir, de fraquejar, lembre-se dos rostos daqueles que perderam a vida devido aos abusos e dos sorrisos radiantes daqueles que aguardam ansiosos pela libertação. Esta luta é por todos, e quando é por todos, não há espaço para recuar.

— É uma luta por todos... — Aldebaram, pela primeira vez desde o início da conversa, deixou transparecer um sorriso sincero e ergueu-se. — Obrigado, Leif... Você, velho astuto...

Ele caminhou em direção à mesa onde repousava a coroa, passando por Leif, que o observava atentamente. Pegou-a e a colocou sobre a própria cabeça.

— Rei... Se me permite a intromissão... Como está a jovem Astrid?

Aldebaram ouviu a pergunta e baixou o olhar por um instante, mas logo o ergueu novamente e dirigiu-se às portas.

— Ela continua naquele quarto, sai às vezes… mas é raro… — Ele abriu as portas dos aposentos reais e lançou um olhar por cima dos ombros. — Essa luta, essa batalha, é também por ela.

Leif sorriu e deixou o quarto, seguido logo em seguida por Aldebaram, que fechou as portas atrás de si. Uma nova batalha estava prestes a começar, uma batalha sem espadas, sem derramamento de sangue, mas repleta de palavras e convicções.



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