Volume 1
Capítulo 46: Reencontros de irmãos
Alaric, Nadine e Fuxi deparavam-se com a vila Lycaion, diante deles. As casas permaneciam intocadas, enquanto tochas e as outras diversas formas de iluminação ainda ardiam. No entanto, um silêncio mórbido pairava, permeando todo o ambiente. Todo e qualquer vestígio de vida fora erradicado, deixando apenas os resquícios de que seres um dia habitaram aquele lugar. Nem corpos jaziam naquele solo; pois todos ainda estavam no campo sangrento que fora deixado para trás.
— Isso tá um tanto macabro... — disse Nadine, fitando a paisagem à sua frente, enquanto ainda usava Alaric como escudo, mantendo-se resguardada atrás dele, com os ombros encolhidos.
— Realmente... — concordou Alaric, sentindo um leve arrepio percorrer sua pele. No entanto, balançou a cabeça e focou o olhar à frente. — Vamos, a casa do líder está ali na frente.
Fuxi e Nadine assentiram, e junto a Alaric, começaram a avançar com cautela, atentos a possíveis lycaions remanescentes. Embora fosse quase impossível Vlad ter deixado alguém vivo. O arco da jovem havia desaparecido, após a batalha contra Vlad.
Eles seguiam em linha reta. Ladeando seus flancos direitos, casas perfeitamente ordenadas de madeira, e aos seus flancos esquerdos enormes fogueiras que iam até próximo a porta da casa do líder.
— Esse clã tinha um nome? — indagou Alaric, eles já haviam percorrido metade do caminho.
— Lycaions não costumam nomear clãs, nem a si mesmos — respondeu Fuxi, continuando a andar.
Não era costume da raça Lycaion se autodenominar, pois consideravam o nome fornecido por seu pai e criador Inari Okami, perfeito e sagrado, era quase como uma conexão direta com o deus. Contudo, o clã de Fuxi optou por seguir um caminho diferente, nomeando seus membros e o próprio clã.
— Que triste, os nomes normalmente representam a individualidade de um ser... — pontuou Nadine ao ouvir aquilo.
Os estalos das fogueiras queimando ao lado esquerdo eram incessantes, pareciam intermináveis, o fogo persistia. O solo de terra sob seus pés era macio. Contudo, o silêncio mórbido ainda reinava, ocasionalmente quebrado pelas vozes dos três jogando conversa fora, até chegarem à entrada da porta do Lycaion.
— Sem porta? — questionou a jovem, ao observar a entrada desprotegida.
— Ah, claro. Lobos têm mãos agora? — caçoou o jovem, com uma sobrancelha levantada.
— Bem, garoto, podemos não ter características humanas, mas ainda assim conseguimos abrir maçanetas… sabe.
— Vai, idiota, hahaha! Tomou! — Nadine começou a gargalhar da puxada de orelha que Alaric recebeu do lobo.
— Tsc, vocês dois... — Virando-se e dando as costas para os dois, começou a adentrar a residência, ignorando a zombaria. Quem adorava tirar sarro dos outros acabou sendo o alvo.
Alaric tomou a dianteira, deixando os dois um pouco para trás; Nadine logo começou a segui-lo.
— Mandou bem, Fuxi — falou, limpando as lágrimas dos olhos.
— Mas eu nem fiz nada… — Por outro lado, Fuxi não estava entendendo nada; a intenção dele nunca foi puxar a orelha de Alaric. Contudo, agora era tarde para tentar esclarecer. Então, ignorando isso, seguiu logo atrás.
A residência, embora espaçosa, limitava-se a um único cômodo, pouco iluminado e com algumas prateleiras. Ao avançar, Alaric percebeu uma estante à frente com livros e decidiu investigar, na esperança de encontrar algo interessante.
— Encontrou algo? — Nadine, observando o jovem avançar com certa ânsia, estranhou e decidiu perguntar.
— Não sei, tenho que chegar mais perto para saber — respondeu Alaric.
A cada passo, o assoalho de madeira retrucava com um rangido, como se fosse ceder a qualquer segundo. Alguns passos adiante, e o jovem já estava próximo à estante.
Ali, encontrou alguns livros, muitos pareciam ser apenas histórias ou fábulas infantis. "O grande líder gostava de histórinhas para crianças?" pensou Alaric.
Enquanto Alaric examinava os livros, Nadine explorava a casa, mexendo em tudo que podia. Encontrou algumas armadilhas desativadas e algumas carcaças, provavelmente de alguma caçada.
— Eca... — As carcaças, no entanto, começavam a exalar um odor desagradável. — Encontrou algo, Fuxi?
Fuxi fazia um passeio pelo local, mesmo sendo apenas um cômodo, era enorme, com algumas pilastras para sustentar o teto. Ao caminhar, notou uma marca no chão e decidiu investigar.
— Acho que encontrei algo — respondeu à pergunta de Nadine, que começou a se aproximar curiosa.
— Sério? O que? — A jovem, ainda cautelosa, chegou perto de uma pilastra, notando uma marca estranha. — Hmmmm... Isso...
No entanto, não soube identificar o que poderia ser e decidiu ignorar, continuando em direção ao lobo. Ao se aproximar, notou o estranho símbolo desenhado no chão. Ela então dobrou as costas, apoiando as mãos nos joelhos e cerrou os olhos, tentando entender o que poderia ser aquilo.
— Hmmmm... Parece ter sido feito por garras — Os símbolos eram feitos de ranhuras fundas, indicando que foram feitos por garras enormes, não por giz, lápis ou qualquer coisa que pudesse marcar o chão.
— Está correta, provavelmente foi feito pelo líder Lycaion. — Ele forçou o olhar na marca, tentando decifrar seu significado, e uma hipótese surgiu em sua cabeça. — Talvez seja um símbolo de invocação.
— Invocação!? Isso é perigoso! — Nadine gritou, virando um olhar desesperado para Alaric, já pensando em fugir.
— Calma, parece que já foi utilizado — tentando acalmá-la, Fuxi decidiu explicar como funcionava uma invocação por símbolo.
De maneira simplificada, uma invocação por símbolo ocorria quando um símbolo específico era desenhado no chão; cada demônio, cada ser que podia ser invocado, tinha um símbolo particular. Ao realizar a invocação, você deveria oferecer algo ao ser para que ele aceitasse cumprir suas ordens ou simplesmente ajudar.
No entanto, a barreira impedia a passagem de seres de níveis divinos. Assim, apenas demônios mais fracos que deuses poderiam ser invocados do inferno. Mas a invocação pelo símbolo só podia acontecer uma vez, depois disso a marca perderia o seu poder e a conexão com o inferno ou outro local. No fim, as invocações de demônios tornaram-se cada vez mais difíceis de realizar, mesmo com o uso de símbolos e outros métodos. Além disso, igrejas e templos têm se dedicado, há décadas ou até séculos, a eliminar qualquer memória ou conhecimento sobre esses métodos de invocação. Mesmo Fuxi, na ocasião em que tentou invocar um demônio para testar suas teses em Alaric, fez uma verdadeira aposta, sem garantir que o demônio seria efetivamente convocado. Ele usou um símbolo que seu clã guardava em segredo há séculos, desde antes da criação das barreiras. Ou seja, além de uma aposta, empregou algo que seu clã preservava há muito tempo.
— E como o seu clã teve acesso ao círculo de invocação? — perguntou Nadine, curiosa.
— Os antigos diziam que um homem de cabelos esverdeados entregou-nos, disseminou conhecimento de como utilizá-lo. Até os atuais dias, não sabemos... Eu não sei, quem é esse ser ou por que nos deu tal conhecimento e... outras coisas... Alguns antigos diziam que era um deus.
— Acredito que a ideia de que seja um deus faça mais sentido, considerando o poder desse conhecimento — concluiu Nadine, refletindo sobre o assunto.
— Muitos compartilhavam dessa opinião. Mas essa teoria de que foi um deus surgiu séculos depois, então a certeza virou uma incógnita.
Nadine tocou o queixo, ainda um tanto perplexa. Seu semblante estava marcado por uma intensa ponderação, e havia muitas questões que não se encaixavam.
— Ainda assim, é bastante estranho. Por que um deus entregaria algo assim? A capacidade de contatar seus maiores inimigos, especialmente sabendo que, algum tempo depois, não poderiam mais interferir no mundo...
Fuxi ouviu a divagação e soltou um suspiro, como se também fosse algo que o perturbasse.
— Tenho as mesmas dúvidas que você. Tudo que envolve meu... clã... É demasiado peculiar. — Mencionar o clã, depois de tudo o que passou, era doloroso. — E como você ou eu, muitos no clã também se indagaram sobre este assunto e chegaram à conclusão de que era uma forma de semear o caos, de alguma maneira e para algum propósito maior. Em outras palavras, era um deus da mentira ou apenas do caos, de alguma forma, buscando brincar com os mortais.
Por esse motivo, o símbolo nunca foi utilizado. No fim, Fuxi o empregou como uma maneira de liberar o clã desse fardo, mesmo que o clã já não existisse mais. No entanto, ele achava estranho como o caos parecia sempre flertar com ele e seus semelhantes.
Alaric só captou metade do que foi dito, pois sua atenção se fixou nos livros, especialmente em "História do Mundo", "Guerras Celestiais" e no peculiar "Equitiliun". Pegou este último, intrigado com o nome.
— Que nome estranho... espera, por que... — Tentou abrir o livro, mas parecia selado de alguma forma. — Ah, droga!
Frustrado, atirou o livro no chão, mas ao cair, ele pingou de maneira peculiar e se abriu no ar, revelando uma página específica: "A Morte do Escolhido".
“Aquele que carrega a alcunha 'Escolhido' morrerá de forma cruel, e cuja sorte está selada, não há nada que qualquer mortal possa fazer para mudar seu destino. Isso se cumprirá porque o ser em quem mais confiava o traiu, mesmo que sem a intenção, conduzindo-o a um destino trágico. Pois, uma vez, um coração repleto de bondade e boas intenções se corromperá, preenchendo-se com ódio e desejo de vingança, como chamas devoradoras. Essas chamas serão ainda mais alimentadas por aquele que caminha ao seu lado. O jovem de nome..."
— O quê!? O escolhido... Gideon! — Alaric mal podia acreditar no que lia. Correu até Fuxi para mostrar.
— Seu irmão... — começou Nadine, lendo. — Precisamos agir rápido!
— Não, mais não é ime... — Fuxi pensou melhor, e decidiu não terminava a frase, mudando a postura—Não há escolha... Temos que ir de alguma maneira ao seu encontro, mas como?
— Maldição! — Alaric socou a parede, acidentalmente tocando o símbolo.
O símbolo brilhou intensamente, fazendo-os levitar.
— O que está acontecendo!? — A jovem estava apavorada e confusa.
— Não sei! Mas-
O símbolo na verdade era de um portal, não de invocação de demônios, agora porque estava lá... No fim, todos desapareceram, o Equitiliun sumiu, e o local finalmente mergulhou no silêncio eterno.
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O clima estava frio, não apenas pela localização ao norte, mas também pela presença de algum poder congelante. As folhas dos pinheiros estavam congeladas, o solo endurecido, e uma estranha nevasca pairava sobre todos ali, criando uma atmosfera gélida e opressiva que afetava todos a volta.
Os guerreiros de valhalla estavam tombados ao solo, sem vida. Seus corpos começaram a desaparecer. Astrid havia conseguido os derrotar, pelo menos.
— Você lutou bem, dragonoide — disse Mani, aproximando-se do corpo imóvel de Astrid, que jazia próxima a Gideon.
— Astrid! — Gideon, também incapaz de se mover, sentia seu corpo exaurido, ferido e derrotado. Mesmo com a enorme vontade de proteger a garota, seu corpo não permitia. — Droga!
Mani caminhava a passos leves e lentos, e esses passos reverberavam no silêncio congelante daquela noite. Observava a paisagem como se fosse um deleite para seus olhos. Suas roupas, agora todas brancas e congeladas, refletiam o resultado da batalha. As espadas em suas mãos viraram praticamente pedras frias, e algumas marcas de golpes adornavam seu corpo. A batalha com Astrid, mesmo sendo rápida, deixou essas marcas profundas.
Atrás de Mani, mais afastados, Erne e Dorni observavam em silêncio todo o desenrolar da cena. Um pouco afastado de Gideon, o corpo de Aldebaram ainda estava desabado ao solo, e o jovem não sabia se ele estava vivo ou morto.
— Aldebaram! — Nenhuma resposta. — Astrid! — Sem respostas, mas o corpo da garota mexeu-se levemente.
— Desista, humano, acabou para vocês. — Mani saltou, mirando no maior perigo que era Astrid. — Matarei ela primeiro.
Seu corpo alcançou os céus, e de maneira serena, iniciou a queda. O vento cortava por seu rosto enquanto sua aproximação mortal se desenrolava. O fim da jovem Astrid estava próximo.
— Por favor! Não!! — Gideon tentava o máximo que podia, mas seu corpo não respondia. Ele estava prestes a testemunhar a possível morte da garota que talvez amasse.
— Adeus... Gideon... — Astrid, com o mínimo de consciência restante, pronunciou essas últimas palavras.
A deusa aproximou-se do corpo da jovem, e sua espada iniciou a jornada rumo ao destino trágico. Quando estava prestes a atingir o corpo da garota, uma luz poderosa rompeu a escuridão da noite, os ventos mudaram, tornaram-se furiosos.
Astrid ergueu minimamente a cabeça, enquanto Gideon observava perplexo. Aldebaram, antes inerte, começava a mostrar sinais de vida. A luz começou a enfraquecer, revelando um símbolo no chão. O brilho ficou fraco até cessar por completo, e assim três figuras emergiram.
— Saio por alguns dias, e você já está apanhando, Gideon?
O jovem Gideon mal podia acreditar no que seus olhos captavam; era uma miragem? Um delírio? Não, aquele em quem ele mais confiava, aquele que lhe fez a promessa e a cumpriu, era ele...
— Alaric! — Um sorriso há muito extinto começou a reaparecer em seu rosto, enquanto seus olhos marejavam. — Eu... Eu...
— Fique tranquilo... — Alaric começou a invocar suas espadas de luz, três ao total. Seu olhar fixou-se de maneira brusca na deusa. — Eu vou cuidar do resto. Nadine, ajude-os a se levantarem. Fuxi, defenda-os com sua vida.
Como um rei emitindo ordens, Alaric assumiu toda a responsabilidade, distribuindo tarefas que Fuxi e Nadine não ousaram questionar, apenas seguiram.
— Venha, eu te ajudo. — Nadine estendeu a mão para Gideon, que agarrou e se levantou.
— Quem é você? — Gideon, agora de pé com a ajuda, não reconhecia a garota.
— Acho que amiga daquele idiota. — Ela olhou para Alaric, que ainda estava vidrado em sua algoz.
Entretanto, ele virou o rosto de lado, ostentando um sorriso encantador e ao mesmo tempo sarcástico.
— Amiga? Subordinada.
— Idiota! Não sou sua subordinada!
Gideon aproximou-se de Astrid, ajudando-a a levantar e passando o braço dela por seu pescoço. Ele observava Nadine e Alaric "discutirem", meio perdido, sem entender a relação daqueles dois.
— Entendo... — Ele tentava ligar alguns pontos, mas não conseguia tirar conclusões. Contudo, sua atenção retornou ao que importava: Mani. — Alaric, cuidado! Ela é uma...
— Deusa reencarnada. — Alaric tornou seu olhar confiante, como se dissesse um "Já sabia" para Gideon. — Era isso que iria falar?
— Como?
— Como sei? Simples, aquela aura densa. — Seu olhar de Gideon navegou até Aldebaram. — E, para ter derrotado aquele guerreiro idiota…
A simples presença de Mani revelava muito sobre quem ela era, uma aura carregada de presença divina. Junto a toda a situação do local, destroços do que um dia foi uma cabana, áreas inteiras desmatadas, o solo rachado em tantas partes. Inúmeros cadáveres mutilados. Alaric, mesmo sem ver, já compreendia que ali aconteceu uma batalha intensa.
— Você é interessante, humano. — A deusa observava o jovem, que emitia uma aura diferente, quase divina, mesmo que bem fraca, junto a aquelas espadas de luz, que não lhe eram estranhas. — Mas pouco me importa, irá morrer como todos aqui.
Nadine observava Mani falar e notou aquela arrogância em suas palavras, uma arrogância cautelosa, como se estivesse estudando Alaric de maneira minuciosa.
— Caramba, achamos alguém mais arrogante que você, Alaric.
— Ora sua... — Alaric lançou suas espadas, que cortaram o ar em direção à divindade. — Eu não sou arrogante!
— É sim, Alaric, mas diria que é mais impulsivo. — Gideon concordou com a jovem, enquanto avançavam em direção a Aldebaram, que se levantava com a ajuda de Fuxi.
— Até seu irmão concorda comigo — disse Nadine, seguindo Gideon, ajudando a carregar Astrid, ainda meio dispersa.
Mani observava, ficando irritada. Como alguém poderia manter uma conversa descontraída enquanto a enfrentava? Um ultraje. As espadas se aproximaram dela. Com a lâmina em sua mão esquerda, rebateu a primeira. A segunda veio e ela a lançou para trás, cravando-a no solo. Por último, a terceira se aproximou, e Mani apenas virou-se de lado, deixando-a passar sem causar dano.
— Só isso que tem, humano? — Mani girou as espadas em suas mãos e avançou.
— Não, não, tenho muito mais. — As espadas no solo dissiparam-se e reapareceram ao redor dele novamente.
Erne, ainda ao solo e encostado em uma árvore, junto com Dorni ao seu lado, observava aquele embate que se tornava cada vez mais intenso. Apenas ao observar, podiam notar como aquele jovem parecia estar em um nível completamente diferente.
— Mestre, aquele... — Ele observava Alaric, agir como um ser de outro nível, sem se importar de estar enfrentando uma deusa. — Quem é aquele?
— Não sei... Mas aquele olhar.
Erne contemplava o olhar claro, quase cinza de Alaric. Parecia refletir a lua e, ao mesmo tempo, começava a brilhar como o sol. Além disso, a forma como ele fixava seu olhar confiante era algo que Erne só via em seres de grande magnitude que se tornavam monarcas poderosos.
— Dorni, esse local se tornará mortífero.
Dorni não compreendeu essas palavras, mas Erne melhor que ninguém, conhecia muito bem o campo de batalha, e sabia quando algo extraordinário estava próximo de acontecer. Alguns arrepios percorriam sua espinha, seu olhar ficava cada vez mais dilatado.
— Você é realmente interessante, mas morra logo. — Mani avançou rapidamente. Quando estava próxima, viu a primeira espada sair da volta do jovem e se dirigir em sua direção. Facilmente a rebateu, continuando sua trajetória.
— Tente me matar, porque há uma bela frase... Cão que ladra... — começou Alaric e piscou, sorrindo sarcasticamente. — Não morde...
Suas espadas saíram de sua volta, indo em direção à deusa, que começou a saltar, tentando escapar das estocadas.
— Essa piscada... — Ela sabia que conhecia aquele poder, aquela aura... aquela piscada... — Apolo! Seu deusinho desgraçado!
— Caramba, me reconheceu como? Pelos olhos... — Moveu seu dedo de forma leve; a espada cruzou o flanco da deusa, que tentou se esquivar rapidamente, mas não conseguiu escapar por inteira da lâmina, levando um corte. — Minha beleza? Sabia que era bonito, mas igual Apolo?
Mani recuou e sentiu a lateral de seu estômago arder. Ao passar a mão, percebeu o melado, e ao olhar, notou o vermelho do sangue. Isso a fez arregalar os olhos; pela primeira vez, Mani sangrou, ferida por um mortal.
— Seu... — Pela primeira vez, essa divindade sentiu a dor causada por uma arma de um mortal... e esse mortal era Alaric. — Você...
— O que foi? Machucou? — Ele fez beicinho e trouxe as espadas de volta para si. — Que peninha, mas sabe, irei te machucar bem mais.
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Notas:
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