Volume 1

Capítulo 21: Deus VS Demônio

O Domínio Inerte, Solactes Apolun, desencadeou uma explosão de energia ao redor de Apolo, criando uma barreira defensiva contra o ataque do demônio branco. Blanc foi repelido para longe, enquanto Apolo permanecia no epicentro, ileso.

— Você subestima meu poder, Blanc. — Apolo olhou fixamente para o demônio, sua aura agora mais intensa.

Blanc, ainda atordoado pelo contra-ataque, esboçou um sorriso desafiador.

— Interessante, Apolo. Parece que esta batalha está ficando mais interessante do que eu pensava.

O domínio inerte de Fuxi acabara de ser sobreposto, e o domínio majestoso de Apolo erguia-se.

A grandiosidade do domínio do deus solar era revelada em um vasto espaço, onde imponentes pilastras brancas formavam um semicírculo majestoso. Essas colunas esculpidas narravam a rica história dos deuses gregos em detalhes artísticos. No coração desse semicírculo, um mini-sol irradiava sua luz divina.

Conduzindo à área elevada onde encontrava-se as pilastras e o mini sol, uma monumental escadaria se desdobrava ao centro do semicírculo. Abaixo das escadarias, o espaço se estende até o infinito, assemelhando-se ao vazio cósmico.

— Tinha até me esquecido do seu domínio inerte, Apolinho — comentou, ao topo da escada observando Apolo. — Lindo, lindo, lindo.

Entre o mini-sol e Blanc, encontrava-se Apolo portando um magnífico sorriso confiante.

— Pensei que quem apanhava — começou, e piscou o olho direito. — Não se esquecia.

As palavras provocantes de Apolo incomodaram mais que suas flechas. Blanc perdeu aquele sorriso sarcástico irritante e vestiu uma expressão apática.

— Apolinho, você conseguiu me irritar — afirmou, fazendo um gesto de pinça com os dedos. — Só um pouquinho.

Logo ao terminar a fala, avançou, as garras devastadoras iam em direção ao deus arrogante. À medida que aproximava-se sentia a temperatura aumentar.

— Você conhece bem meu domínio, Blanc — Com a mão aberta à frente do corpo, proclamou: — Que a temperatura aumente!

O mini-sol ao centro começou a rotacionar, a cada volta completa a temperatura parecia aumentar. A testa de Blanc ainda na direção de Apolo começou a apresentar os primeiros respingos de suor.

— Eu vim do inferno, deusinho — disse, revestindo seu corpo com uma camada de mana branca. — Eu aguento o fraco calor solar.

Hahahah!

Apolo gargalhou alto, logo a gargalhada deu lugar a um sorriso confiante e prepotente. 

— Você é um demônio, então não espero que saiba — Ironizou, e fechou sua mão antes aberta a frente do corpo — A temperatura do sol, supera e muito a infernal.

Blanc ignorou a informação, não fazia sentido. Afinal, o fogo infernal era capaz de incinerar a terra, se fosse liberado em toda sua intensidade.

Mas logo dentro da camada do demônio, seu suor começou a evaporar. A aquela expressão irônica, começou a tomar a forma preocupada.

“Como!?” Não fazia sentido na mente demôniaca.

Hahaha! — Não se aguentava, gargalhou tanto que colocou a mão na barriga. Afinal, quem é o demônio aqui!? — Irá carbonizar antes de me alcançar, criatura vil.

O demônio preocupado parou de avançar bruscamente e jogou as mãos violentamente no chão. Ao virar o rosto antes abaixado para Apolo, o deus pode observar um sorriso ousado na face já  esfumaçada de Blanc.

— Apolinho… — Tatuagens apareceram em todo seu corpo, símbolo e mais símbolos demoníacos. — Eu vou te alcançar de qualquer maneira…

Os símbolos começaram a movimentar-se em seu corpo, indo em direção aos braços e seguindo até as palmas de suas mãos, impregnando o chão puro do domínio de Apolo.

Logo os símbolos brilharam intensamente, um brilho Branco. Nem mesmo Apolo, que sempre observou o sol de perto, aguentou olhar diretamente. Ao perderem a intensidade deram lugar a siluetas, siluetas demoníacas. 

— O que pensa estar fazendo, Blanc!? — Sua expressão denunciava sua enorme surpresa. 

— Surpreso? — Levantou-se devagar — Apenas uma barreira para o calor.

Apolo não entendeu o significado disso, barreira? Como? Mas logo entendeu todo o significado por trás.

— Meu filhos, minha linhagem! — enunciou, abrindo os braços.

Os demônios começaram a abrir um enorme sorriso, afinal, seu criador os havia chamado, obviamente sentiu o enorme poder deles e os escolheu. Logo, junto a seus enormes sorrisos, vieram brados e mais brados de guerra.

— Morram por mim. — Seco e ríspido, sem mais nem menos, os demônios não entenderam de início.

Contudo, Blanc, demonstrou na prática o significado. Seus braços abertos voaram na direção dos rostos de dois deles. Seus corpos começaram a contorcer e, os gritos antes de guerra, transformaram-se, dando lugar ao estridentes berros agônicos. 

Suas pernas começaram a entrar para dentro dos próprios corpos, os braços retraíram-se, no final os troncos encolheram, entrando em seus crânios. Ao final, Blanc, transformou os crânio em pó e esse pó o encobriu criando uma esfera à volta de si. Fez o mesmo com os outros dez demônios, foi tão rápido que ninguém teve qualquer tempo de reação. Precisamente quinze segundos.

Horrorizado com a visão deturpada a sua frente, Apolo apresentava uma expressão enojada, não só pela visão horrível, mas também pelas ações de Blanc. Afinal, quem trataria seus subordinados que dariam a vida por ti, assim? Contudo, o deus compreendeu, era um demônio afinal. 

— Não pense que isso te salvará de queimar — afirmou em tom baixo, mas sério. Ver Blanc tratando seus subordinados assim o irritou profundamente. — Criatura vil.

Oh… certeza? — Agora com seu corpo envolto na esfera de cinzas, voltou a avançar em direção a Apolo. — Veremos, deusinho.

Apolo observando o avanço, voltou a aumentar o calor. Contudo, não parecia mais fazer efeito em Blanc, apesar de Apolo não ter a certeza, pois não o enxergava dentro da esfera.

Enquanto isso dentro da esfera, o demônio branco transbordava seu sorriso maligno, o suor antes em seu corpo desapareceu. Realmente aparentava ter funcionado.

— Não vencerá o sol, demônio. — Colocando novamente a mão à frente do corpo, a fechou violentamente. — Que o sol emita todo seu resplendor!

O mini-sol antes rotacionando lentamente, começou a aumentar sua velocidade e, a temperatura aumentava junto. Logo, o domínio parecia estar localizado realmente na proximidade do imponente sol.

Haha! Apenas deixar mais quentinho, não vai adiantar de nada hahaha!

Apolo tirou a expressão séria e enojada de seu rosto e, colocou um semblante tranquilo, porém, confiante. Virou o corpo lateralmente para o mini-sol e apontou o braço em sua direção.

— Irradiação UV. — Aparentemente nada mudou.

Haha! O que foi, Apolinho? — Aquele sorriso, aquela expressão… Blanc, achava que nada poderia o atingir, mas… — O que!? 

Um pingo de suor surgiu em sua testa, ou seja, sua proteção já de nada adiantava totalmente. Pois, algo estava passando pela enorme quantidade de cinzas demoníacas. 

— Sabia que a radiação UV, pode atravessar quase qualquer material? — Deu uma piscada provocante. — O que fará, demônio?

— Que seja. — Mesmo estando sendo pressionado, Blanc não demonstrava nenhuma hesitação, avançando impeidosamente. — No final, seu sangue estará em minha garras… 

Sua esfera também estava sendo castigada externamente, com as cinzas entrando em um estado de incineração, desintegrando aos poucos. Por dentro, a radiação UV castigava seu corpo, esquentando o interior.

Sangue já podia ser visto em suas narinas. As temperaturas extremas, aumentavam drasticamente a pressão de seu sangue, causando esse efeito.

Além de poder invadir a esfera, a radiação UV causava efeitos colaterais como a catarata e, graças a isso, sua visão começou a escurecer.

“Apolo, seu desgraçado” Apesar de toda estar contra a parede, o sorriso sarcástico irradiava em seu rosto. 

Apolo já podia ver o rosto de Blanc, graças a desintegração da esfera. 

— Acabou, Blanc. — Fixou o olhar perfurante no demônio. — Morra de uma vez.

— Apolo… — Rebateu o olhar de Apolo, com um ainda mais perfurante. — Não.

De novo Blanc parou bruscamente, desfazendo a esfera de cinzas. O que ele está fazendo, quer se matar? Não era isso, o demônio começou a grudar as cinzas em sua pele vermelha. Logo todo seu corpo estava encoberto.

Assim formou-se camadas e mais camadas de cinzas diretamente em seu corpo, que já suportava temperaturas extremas, por ser um demônio.

Com a voracidade de um predador partiu para cima de Apolo, pronto para derrubar uma divindade que se achava melhor que ele.

— Venha! Blanc! — Materializou uma espada de luz em sua mão, e entrou em posição de combate.

— Aaaaaaaah! — Aos gritos saltou na direção de Apolo, suas garras prontas para rasgar sua pele divina.

O deus não entendeu a ação do grito, não fazia o tipo de Blanc, ignorando tal ato, preparou-se para amortecer o impacto.

Tiinn!

O som do choque entre espada de luz e garras, ecoou por todo universo do domínio Inerte, como uma sinfonia mortal que vagaria até o fim dos tempos.

Seus olhares cruzaram, a determinação para trazer o fim um do outro era estampando em cada canto de seus rosto, adornados por sorrisos felizes e confiantes.

Blanc posicionou suas duas mãos habilidosamente para o próximo movimento. Jogou a mão direita para trás e manteve a espada de Apolo pressionada em um duelo feroz com as garras da mão esquerda.

O deus observou impotente, consciente de que se as garras de Blanc fossem liberadas, o desfecho do embate estaria selado.

Blanc, com uma intensidade nunca antes vista, lançou a mão direita, portando as afiadas garras, em direção ao ombro divino de Apolo. A velocidade era tão extraordinária que as garras se tornaram apenas um borrão em movimento.

Nesse momento, a divindade mais uma vez demonstrou por que esse era seu domínio.

— Pilastra cinco! defesa perfeita! — Ao proferir essas palavras, a pilastra começou a brilhar intensamente, lançando um feixe em Apolo. 

Pliinn!

Foi o som ressoado ao imenso choque entre garras e barreira, para a surpresa imediata de Blanc, seu ataque havia parado na fina barreira dourada de Apolo.

Aff! Odeio essas pilastras. — Chutando o chão chateado, parou e apontou a garra para o deus. — Pode desativar, vai…

— É uma batalha, Blanc. — Girou a espada em sua mão e partiu para cima do demônio. — Pare de chorar.

— Chorar!? — partiu para cima de Apolo.

O deus empunhando a espada na mão esquerda realizou um corte horizontal. Blanc observou a luz se aproximando e inclinou seu corpo para trás, esquivando-se da lâmina que passou acima dele.

Em seguida, esticou a perna no chão e girou a cintura, executando uma rasteira em Apolo. O deus recebeu o golpe e começou a cair. Observando Apolo desabando, Blanc aproveitou a oportunidade e desferiu um golpe vertical, mirando seu estômago.

Ao perceber o perigo iminente, Apolo girou seu corpo no ar, esticando o braço. Dado que a espada possuía cortes dos dois lados, acertou as garras do demônio, quebrando uma delas e lançando-a para longe.

O choque fez Blanc desequilibrar a recuar. 

Passando a mão pela garra agora quebrada, disse:

— Faz tempo que nenhum ser consegue tal proeza…

Levantando-se após aplicar o golpe, respondeu:

— Não me orgulho… — Vestindo uma expressão de desafio, proclamou: — Venha demônio!

Os dois de novo partiram para cima um do outro. 

Apolo, em um salto impressionante, pairou sobre o demônio com sua espada apontada para baixo, pronto para desferir um golpe que cortaria Blanc ao meio. À medida que se aproximava, o demônio branco antecipou o ataque.

No momento em que a espada de Apolo mirava a cabeça demoníaca, Blanc habilmente usou suas garras como defesa. O impacto resultante ressoou intensamente, projetando Apolo para trás.

"Parece que a temperatura não o afeta mais." De fato, o corpo de Blanc deixou de reagir às altas temperaturas.

— Irradiação Gama! — Blanc ao escutar recuou rapidamente e preparou-se.

O mini-sol, começou a mudar sua coloração de amarelo para um tom verde radioativo. 

— Sabia que a radiação gama. — Começou a olhar suas unhas. — Tem a capacidade de mutar o DNA?

O corpo de Apolo sofreu uma transformação notável, cedendo espaço para mais duas mãos, agora apresentando quatro braços imponentes.

Com a manifestação de quatro espadas de luz, Apolo avançou agressivamente em direção a Blanc. Este último, agora confrontado com quatro lâminas afiadas, prontas para enviá-lo de volta ao inferno, teve que se preparar para o embate. As quatro lâminas voaram em sua direção, mas com um movimento ágil, Blanc conseguiu rebatê-las e recuar.

Observando Apolo com atenção, Blanc tentava encontrar uma brecha, mas sem sucesso. Para criar essa oportunidade, começou a correr ao redor do deus. Apolo permaneceu imóvel, fitando o demônio. Em um movimento estratégico, Blanc saltou, suas garras avançando como se fosse um mergulho, mas acabaram encontrando as espadas da divindade, formando um confronto tenso entre as duas forças.

Parado no ar, frente a frente com Apolo, Blanc esboçou um sorriso vil. Usando as próprias espadas do deus, impulsionou-se para trás, caindo e voltando a correr rapidamente.

Apolo, em rápida reação, saltou em direção ao demônio, desferindo um golpe forte que não encontrou seu alvo, pois Blanc já havia se movido e continuava a correr. Apolo, frustrado, começou a saltar incessantemente, tentando atingir o demônio com golpes precisos, mas sem sucesso, pois Blanc era ágil e esquivo em sua movimentação veloz.

— Já chega! — Seu grito surpreendeu até Apolo, que parou. — Cansei! Domínio Inerte!

Essas palavras fizeram o coração divino gelar por poucos segundos.

— Inferno Branco! 

Vindo do fim do enorme vazio espacial do domínio de Apolo, um chão quadriculado preto e branco começou a materializar-se e paredes brancas o seguiam.

Uma disputa de domínios inertes iria começar. O mais forte venceria, como em um cabo de guerra.

Apolo soltou para próximo ao mini-sol, e se preparou para o pior. A disputa havia começado, à medida que o domínio de Blanc avançava, o de Apolo retomava. E assim foi por um bom tempo.

Afinal era o domínio de um deus e do primordial mais forte além de Noir. 

E para piorar a situação para a divindade, seu poder não estava em seu auge, até porque, esse corpo não era totalmente seu. Ou seja, não poderia manter o domínio na disputa ou utilizar todo o enorme arsenal que seu domínio dispõe. Usar apenas uma pilastra consumiu quase toda sua mana.

“Eu vou perder…” O desespero se estampou pela primeira vez no rosto do deus confiante.

Seu domínio começou a ser empurrado, os pés de Blanc já estavam sob o chão quadriculado. Seu olhar demonstrava a superioridade e seu sorriso o sarcasmo.

Era como se falasse sem dizer “Eu sou mais forte que você deusinho” 

Apolo abaixou a cabeça em lamento eterno. Até que algo impensável aconteceu.

— Cansei, Apolinho.

— O que!? — A perplexidade tomou Apolo, pois a vitória de Blanc parecia iminente. Seu domínio estava prestes a prevalecer sobre o do deus. Então, por que?

— Só cansei, tchau. — Blanc acenou, ostentando um sorriso... Inesperadamente fofo? — Vou voltar para o inferno. Trate de ficar mais forte, deusinho. Você percebeu, né? — Seu sorriso fofo rapidamente transformou-se em uma expressão mórbida e sem vida. — Eu poderia te matar, quando eu quisesse.

Apolo abaixou novamente a cabeça, e um semblante frustrado lhe tomou. Realmente, Blanc sempre pode vencer, só não fez por capricho.

Blanc desapareceu, não antes de pegar o demônio que Fuxi havia invocado e voltou para o inferno. 

Apolo perdeu, o deus foi derrotado pelo demônio. Perder não era causa da sua frustração e ódio, mas sim não poder defender a honra de sua irmã.

— Qualquer dia, Blanc, qualquer dia lhe matarei.

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Notas:

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