Volume 9
Capítulo 3: Negociante de Informações Rauno
— Então esse é o lugar?
A área para onde Miranda me trouxe não era próxima às ruas principais de Beim.
Ela parecia-se com um lugar que ficaria bastante ocupado no cair da noite, mas no meio do dia, havia poucas pessoas a se encontrar, e eu não conseguia sentir vigor nenhum do local.
Eu caminhava atrás da Miranda, e adentramos um edifício onde encontramos uma garotinha nos recebendo.
— Bem-vindos. Ah, Miranda-san. Sua irmã não está com você hoje?
Ela parecia ser uma criança adorável, mas emanava uma leve atmosfera madura e calma.
(Uma gnomo?)
Quando pensei isso, Miranda falou:
— Ele é meu amado. Estamos namorando com casamento como premissa.
Senti vontade de cuspir minha bebida, se estivesse tomando uma. A garota gnomo levou ambas as mãos ao rosto para esconder sua expressão.
Para evitar mal-entendidos, eu estava prestes a tentar explicar a situação...
— Então esse é o inimigo das mulheres de quem você falou tanto. Que surpresa, ele parece mais bondoso do que imaginei. Ah, o Rauno-san está na sala dos fundos de novo.
Miranda assentiu, e confirmou o que devia com a garota.
— Obrigada, Innis. Quanto isso vai me custar?
A gnomo chamada Innis a informou de sua taxa pelo pedido.
— Era só checagem de rumores. Certificar alguns fatos e farejar os boatos recentes... provavelmente vai ser por volta disso?
Quando ela escreveu um preço, ele me pareceu um pouco alto. Essa opinião foi compartilhada pelos ancestrais na Joia, e o Quarto...
『Tão hábeis quanto possam ser, se podem apenas realizar trabalhos desproporcionais à quantia paga, então não temos negócios aqui. E espera, está bastante claro que não há muitos empregados aqui.』
Os dois conhecidos como Rauno e Innis estavam por perto, mas não parecia que eles empregavam muita gente.
Mas a Miranda falou com satisfação:
— Muito bem. Entregarei para você na saída.
Nisso, Innis sorriu. Muito alegremente:
“Muito obrigada!” Com isso, finalmente seremos capazes de pagar o aluguel.
A segunda parte disso definitivamente não era algo que eu queria ouvir de um negócio, então não pude deixar de acabar duvidando dos negociantes de informações que Miranda havia reconhecido.
(Isso está realmente ok?)
Segui atrás dela, e me dirigi até uma sala mais ao fundo.
Dentro dela estava um homem sobre um sofá com um cobertor sobre si. Além do mais, ele fedia a álcool.
Havia birra e petiscos sobre sua mesa, e independentemente do quão alto o sol estivesse no céu, ele dormia profundamente. Me virei para olhar o rosto da Miranda.
— As habilidades dele são reais. Ele mantém os prazos, e tirando sua personalidade, não se pode encontrar ninguém melhor.
Ele respondeu à voz dela:
— Bem, desculpe por ter uma personalidade problemática. O que foi? Trazendo um cara junto dessa vez?
Levantando seu torso, o homem bocejando enquanto espreguiçava seus braços muito provavelmente era o Rauno. Quando o cumprimentei, ele violentamente limpou o topo da mesa de seu conteúdo, e nos disse para sentar.
A porta se abriu, Innis entrou, e apressadamente limpou a mesa antes de colocar algum chá sobre a mesma.
E nesse espaço de tempo, Rauno trouxe alguns documentos.
Miranda aceitou a pasta, mas a entregou para mim.
— Você não vai ler?
— Posso fazer isso depois que você houver examinado. Leia primeiro, Lyle.
Tendo isso dito a mim, abriu os papéis, enquanto o Rauno-san sonolentamente sentava-se em seu sofá, e olhava entre mim e a Miranda.
E...
— Então o cliente é o aventureiro dos rumores, não é?
Miranda cerrou seus olhos, dobrou suas pernas, e olhou para o Rauno-san.
— Descontente com algo?
— Não, nada a reclamar aqui. Eu valorizo clientes com a habilidade de pagar. Mas se possível, então ao invés da Innis, você pode simplesmente entregar o dinheiro da recompensa para mim.
Miranda inclinou sua cabeça com um sorriso.
— Que pena. Eu já falei para Innis que entregaria para ela.
— É mesmo?
Rauno-san fez uma cara um pouco desapontada enquanto eu examinava os papéis, e assentia.
(A informação é bastante precisa. Partes incertas estão agrupadas juntas separadamente.)
De dentro da Joia, o Quinto os olhava através de mim.
『Tanto Lorphys quanto Zayin são pequenos. Espera, eles não encolheram um pouco do tamanho que eram na minha época?』
O Sexto falou:
『Nessa escala, se forem mover dez mil tropas... deve ser desnecessariamente difícil. Alguma nova estratégia revolucionária surgiu enquanto eu estive fora?』
Eu olhava para os documentos, mas não parecia haver território o bastante para mobilizar tantas tropas assim para início de conversa. Uma guerra total... se coletassem tanta mão-de-obra quanto pudessem, então eu não diria ser impossível, mas uma coisa dessas certamente traria problemas internos.
(Zayin é maior que Lorphys, mas também não parecem ser da escala para moverem dezenas de milhares de soldados.)
E informações sobre outros países também havia sido escrita.
As nações em volta de Beim eram todas pequenas, pelo menos em comparação a Bahnseim. Esses pequenos países lutariam uns contra os outros em conflitos de pequena escala, e parece que essa disputa esteve ocorrendo por algumas centenas de anos.
Nisso, o Terceiro falou:
『... Ah~, então é isso. É porque eles têm Beim. A capital dos aventureiros; um lugar onde enormes volumes de mercenários existem em uma base regular. Se qualquer problema surgir, eles simplesmente reúnem tropas mercenárias e aventureiros de Beim.』
Ouvindo isso, o Sétimo:
『Há uma possibilidade da guilda estar movendo as coisas por trás das cortinas, e se dando muito bem. Parece ser uma área onde os países circundantes não assistiriam quietos se qualquer um dos outros começasse a ganhar terras em uma taxa rápida.』
Ele propôs que os países na área tinham tais circunstâncias decorrendo.
(Então a guerra vindoura também não é nada além de uma farsa?)
Quando olhei para os papéis com isso em mente, minha cabeça começou a doer.
O conteúdo cobrindo as páginas era pior do que eu havia antecipado.
Olhando para minha expressão, Rauno-san pareceu bastante entretido.
— O que foi, descobrir sobre a situação interna de Zayin te desapontou ou algo assim? Há muitas histórias assim circulando por este nosso mundo.
Movi meus olhos dos documentos para o homem.
— Se fosse só Zayin, então tudo bem Mas Lorphys é tão ruim quanto, o vizinho deles, 【Selva】, também é bastante suspeito. E então os lares das heroínas, os países de 【Galleria】 e 【Rusworth】... Cada um deles não é nada além de guerra, guerra, guerra.
Rauno-san riu.
— Para um ex-herdeiro de condes de um país tão grande quanto Bahnseim, isso não deve parecer nada além além de escaramuças triviais. Bem, eles têm circunstâncias que não se acha em uma superpotência. E esta é a capital dos mercadores e mercenários. O fato de haver tantos deles aqui que ganham tanto com guerras só serve para mostrar quantas guerras existem por aqui.
Pensando ter ouvido algo que não deveria, entreguei os documentos para Miranda. Ela confirmou o conteúdo, mas sua expressão não mudou.
Ela não parecia estar chocada por eles.
Mas dentro da Joia, os ancestrais estavam começando um alvoroço.
『Seriamente, que raios... isso é terrível demais.』
『Diferente de terrível, o que é que eles estão sequer fazendo?』
『Mesmo se obtiver um ou dois países desses aqui juntos, você não tem chance contra Bahnseim. Não estamos sequer lutando na escala certa.』
『Mesmo se você tentar levantar um, quantas tropas eles seriam capazes de empregar.... pôr as mãos em pessoal em outro lugar e suprimir as potências circundantes vai levar tempo demais.』
『Se for fazer isso, você terá que subjugar todos de uma vez, ou não vai rolar. Mas se mesmo isso não for o bastante... como pensei, teremos que fazer os países em volta de Bahnseim se moverem também.』
É verdade que Bahnseim era um país enorme, mas mesmo comparados ao território de Weihs, de onde eu vinha, os países aqui eram menores, e menos desenvolvidos.
Não fazendo nada além de guerrear, suas terras e população haviam estagnado.
E o Rauno-san, muito despreocupadamente, deixou claro que sabia das minhas circunstâncias.
Olhei para Miranda, mas ela sacudiu sua cabeça.
(Então ele já me investigou.)
“O aventureiro dos rumores”. Foi disso que ele me chamou. Eu deveria considerar isso como o nível de informação que já estava sendo circulada.
O Sétimo falou:
『A personalidade dele é um problema, mas sua habilidade não é ruim. Não há perda nenhuma em ter conexões.』
Ponderei um pouco.
— ... Posso te fazer investigar Zayin e Lorphys um pouco mais?
Rauno-san fez uma expressão séria.
— O que você deseja saber? Mais que isso daí, e eu terei que pegar uma carona pra lá e investigar pessoalmente. A taxa será bem alta.
Miranda ainda estava ao meu lado, mas não deu sua opinião no assunto. Ela provavelmente estava deixando esse caso em sua totalidade para mim.
(Mas esse é o quão habilidoso esse homem é como um negociante de informações, é isso? Não só coleta, parece que ele tinha competência o bastante para se infiltrar.)
— Você irá lá pessoalmente?
Quando apresentei a questão, ele deu de ombros, e falou em um tom brincalhão:
— Não há ninguém além da Innis e de mim aqui. Me dê o tempo e dinheiro, e serei capaz de investigar um bocado.
As vozes de dentro da Joia me disseram as informações que queriam.
Levei eles em consideração quando falei:
— Então o objetivo de Zayin, suas rações e a escala de suas tropas. Eu gostaria de confirmar os aventureiros e mercenários se juntando ao lado deles também. O mesmo vale para Lorphys. E pode dar uma olhada nos países em volta também?
Rauno-san abriu sua boca, e após um período de silêncio, sacudiu sua cabeça.
— Oy, será que você está planejando se juntar à guerra pessoalmente? Não estou dizendo que você não pode, mas vou cobrar uma pequena fortuna. Mesmo se você se juntar a um lado como um mercenário, a taxa aqui será muito maior que a sua recompensa.
A qualidade da informação, e a quantidade... esse é o tanto de valor que isso tinha.
— Você consegue?
Rauno-san coçou sua testa.
— O período de tempo?
— Planejamos realizar pedidos para a guilda por um tempo. Deixaremos algumas pessoas na cidade, mas você pode preparar tudo isso dentro de um mês?
Ao ouvir sobre o prazo de um mês, ele fez uma expressão duvidosa. Eu sabia que era fisicamente impossível, mas queria ver o quanto ele seria capaz de reunir dentro desse período de tempo.
De dentro da Joia, ouvi a voz do Sexto.
『Lyle, tenho certeza que você já entende isso, mas... não confie nesse homem. Não se esqueça que você pode obter informação dos outros negociantes de informação também.』
Eu apertei a Joia, e o Rauno-san abriu sua boca:
— Eu posso conseguir as rações e assuntos internos. Mas os mercenários e aventureiros alistados mudam em um piscar de olhos. Mesmo se examinar isso, no ponto que eu te contar, já terá aumentado ou diminuído. Também vou dizer que os países em volta será algo impossível.
Eu assenti, e confirmei a taxa.
Listando os custos de transporte, alojamento no destino e comida como gastos necessários, Rauno-san começou a calcular.
O Quarto falou:
『Yeah~ isso é um pouco caro. Ele parece habilidoso, mas não posso dizer realmente quão habilidoso.』
Assenti, e oficialmente expedi o pedido a ele. Paguei o sinal, e preenchi a papelada. E após eu e Miranda pagarmos a taxa do pedido anterior para a Innis, deixamos o edifício.
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Dentro da Joia.
Chamado pelo Sexto, eu recebi um machado de batalha... uma alabarda para segurar.
– Hm, minha especialidade são sabres...?
Quando falei isso com um rosto perturbado, o Sexto suspirou.
『Você é um idiota? Planeja continuar usando um sabre em um campo de batalha? Não, se for você, então talvez seja capaz de conseguir... mas você precisará de uma arma feita para um papel ativo em guerras.』
Feita para um papel ativo em guerras. Significando que eu terei que lutar de um modo memorável enquanto no campo de batalha.
Cercado por inimigos em armaduras completamente blindadas, tenho certeza que haverá alguns casos onde não poderei utilizar meus sabres produzidos em massa.
– Então e quanto a Espada Gigante do Primeiro, ou o Arco do Segundo?
“Nada mal”, foi o que o Sexto falou, enquanto empurrava o machado de batalha para mim.
『A espada do Primeiro não é ruim, mas custa Mana demais. O Arco do Segundo... como devo dizer, aquele lá não vai ser realmente uma flor no campo de batalha.』
– Ah~, entendo o que você quer dizer.
Apesar de arcos e magias realizarem maravilhas no campo de batalha, naturalmente, meios de bloqueá-los estavam sempre preparados. E o que realmente se destacavam em seus esforços eram aqueles que levantavam suas armas e batalhavam frente a frente.
Seria mais memorável ver um homem derrubar cinco com uma espada ou lança do que vê-lo matar cinco com flechas.
『Não é ruim expandir suas opções. Você sabe como manusear, não é?』
– Eu aprendi o básico.
Dizendo isso, assumi uma postura. O Sexto observou minha postura, e levou sua mão ao queixo.
– Você está apresentável. Agora, comece me mostrando sua estocada.
Estoquei com a alabarda como dito, e dei prosseguimento com um corte na volta com a porção em forma de machado.
O Sexto olhava para os meus movimentos. E após eu ter mostrado todos, ele falou:
『Nada mal. Mas você não tem flexibilidade nenhuma. Isso foi bem ao pé da letra. Bem, acumule alguma experiências e certamente vai virar algo formidável.』
Ouvindo ele me dizer para acumular alguma experiência, fiz uma expressão de conflito.
– Você quer dizer que eu deveria começar a lutar diretamente com isso regularmente? Sem prática?
Segurando um sabre era uma coisa, mas eu não podia deixar de ficar ansioso com uma alabarda.
O Sexto riu:
– Que foi? Nervoso? Armas de haste não são nada ruins. Te dão um bom alcance. E uma alabarda pode estocar tão bem quanto pode cortar. Você pode até usá-la a cavalo.
Assumi uma postura, e ele também o fez.
Segurar a arma de haste dava uma sensação de inquietude que eu não sentia com meu sabre de sempre. O Sexto repetiu algumas estocadas, e movi a arma de lado a lado para apará-las. E no instante seguinte, a porção em machado se aproximava da minha barriga.
Uma passada horizontal.
Pulei para trás para obter alguma distância, e continuei em uma batalha defensiva.
『Qual o problema!? Tenta balançar com destreza como você faz com aquele seu sabre!』
– Mesmo que você diga isso, é repentino demais para...
O quarto de memórias do Sexto. A cena mostrada era o pátio da mansão. Pelo chute no chão dado pelo Sexto, terra foi jogada no meu rosto.
Minha visão foi tomada, então tentei me distanciar, só para parar ao sentir uma fonte atrás de mim com a 【Todos】 do Segundo.
Sem uma palavra, o Sexto desceu alabarda sobre meu rosto.
... Quando abri meus olhos, a porção de lança da alabarda estava bem na minha frente.
Ele sorriu:
『Você ainda tem um longo caminho a seguir, Lyle.』
Retirando usa arma, ele a carregou com uma mão só, e a pendurou sobre seus ombros. O homem parecia bastante alegre.
(Ele está se divertindo ensinando sua arma especializada? Parando para pensar, a arma do Sétimo era uma arma de fogo.)
Ele me encheu de buracos um par de vezes com uma arma que tinha um número extremamente pequeno de usuários, a arma de fogo.
(E espera, por que é que quando somos todos da mesma casa, todos os ancestrais têm armas diferentes? Como o fato de eu ser um usuário de sabre.)
Eu peguei o sabre pela influência do meu pai, mas do Primeiro até o Sétimo tiveram uma escolha livre de suas armas. Não havia qualquer semblante de um estilo de luta passado pelas eras.
A do Primeiro era uma espada gigante.
Do Segundo era um arco.
O Terceiro, muito simplesmente, uma espada normal.
O Quarto, adagas gêmeas.
O Quinto, uma lâmina cobra.
O Sexto uma alabarda.
E o Sétimo, uma arma de fogo.
A variedade estava por todos os lados.
『Esse é o fim?』
Com sua questão, levantei a alabarda.
– Ainda não. Pelo menos, vou acertar um golpe em você.
Quando falei isso com um sorriso, ele pareceu surpreso a princípio, mas logo soltou uma alta risada, e levantou sua alabarda.
『Bom espírito esse aí! Vou te enfrentar até ter desistido!』
E assim, estoquei a arma de haste na direção dele.