Volume 9
Capítulo 12: Brigada de Cavaleiros Sagrados
No saguão de entrada usado para a assembleia inaugural, mais de cem aventureiros haviam se reunido.
Eles conversavam entre si, enquanto aguardavam em nervosismo.
Eu estava afastado das mesas, observando-os da parede. Dessa vez, eu não era um participante, mas o anfitrião.
Mônica estava ocupada movendo-se por aí, e colocou as virgens do templo em roupas de empregada para fazê-las ajudar.
Quando ela veio para perto de mim, a Mônica...
— Como pensei, talvez mantê-las nos robes do templo tivesse sido melhor? Eu tinha certeza que pareceria fora de lugar, mas ao fazer isso, eu matei os traços de personalidade delas.
— Do que é que você está falando? Mais importante, você acha que temos comida e bebida o bastante?
Quando questionei isso, ela assentiu:
— Não tivemos descuidos. Mas há um pequeno problema.
— Sim, eu entendo esse. Nós seremos capazes de aguentar até o final da batalha, certo?
— Sim.
Eu entendia o problema que carregávamos. Após a Mônica ter checado comigo, ela voltou ao trabalho.
Eu olhava para o saguão. Creit-san estava lá, e ele estava trajando roupas visivelmente animadas.
(Eu não estou o enganando, mas estou certamente usando ele. Não é uma sensação boa.)
Aventureiros sonhadores.
Ao invés de usar como meio de ficarem ricos rápido, aqueles que desejavam escapar desse estilo de vida.
Isso, aqueles que eu reuni eram aqueles visando serviço governamental. Eu fiz o Creit-san reunir aqueles visando títulos de nobreza também.
(Farinha do mesmo saco anda junta, entendo.)
Entre eles havia aventureiros previamente de casas nobres. Assim como a Aria vinha de uma Casa militar de Viscondes, havia um número de aventureiros com heranças similares.
A fim de reclamar sua antiga glória, eles haviam se resolvido a saltar a bordo desta missão atual.
De dentro da Joia, veio a voz levemente incomodada do Quinto.
『Não importa o período de tempo, você acha gente que não consegue calcular perdas e ganhos. Bem, o fato de eles pelo menos estarem resolvidos é decente.』
O Sexto também:
『Exatamente. Mas eles serão confiáveis por enquanto. E pensando no futuro, a Donzela Sagrada precisará daqueles que se moverão como seus braços e pernas.』
Eu virei meus olhos para as escadas.
(Está na hora.)
Com alguma bebida em seus corpos, e algum tempo para aliviar a tensão, nós havíamos preparado o palco para os outros fazerem sua aparição.
As virgens consagradas... não em roupas de empregada, mas em trajes que a Mônica havia costurado, haviam surgido, e conversa irrompeu entre as pessoas no salão.
E quando os VIPs apareceram, tudo entrou em silêncio.
(De fato, ela definitivamente é uma Donzela Sagrada desde que mantenha sua boca calada.)
Em um vestido branco que parecia aderido à sua pele, a Aura-san descia. Atrás dela, seguiam a antiga Donzela Sagrada de Zayin, Thelma-san, e o ex-Sumo Sacerdote Gastone-san.
Quando lancei um olhar para Eva, ela assentiu.
A Eva tinha uma Skill própria. Não era muito útil em batalha, e a própria não parecia gostar dela.
Seu nome era 【Voz】 ... ela amplificava o som de sua voz, e permitia que um enorme número de pessoas a ouvisse.
E a peça chave atual era seu estágio 【Música de Fundo】. Mesmo sem instrumentos, ela podia realizar performances com sua Skill.
Música majestosa começou a correr pelo saguão da assembleia. Eva não mostrou qualquer sinal de ter feito algo, e eu não podia deixar de me perguntar de onde exatamente a música estava vindo.
(É raro haver uma Skill odiada por seu portador. Não, ela se manifestou precisamente por ela não desejar? Há um bocado de mistérios com Skills.)
Havia uma razão da Eva não fazer uso de sua Skill. Ela a odiava.
Ela queria que sua voz alcançasse os outros sozinha. Ela não queria depender de uma Skill.
Música era feita de instrumentos, e tocá-los junto diante de uma multidão era todo o ponto. Então sua Skill não era nada além de um aborrecimento.
Ou assim ela disse.
Dessa vez, nós não tínhamos a folga de contratar uma orquestra, então deixei com ela.
A atmosfera e som, assim como a aparência da verdadeira Donzela Sagrada... não, da antiga candidata a Donzela Sagrada colocou o salão em silêncio e expectativa.
Aura-san parou a meio caminho escada abaixo, e olhou para o saguão antes de falar:
— Agradeço a todos por se reunirem. Eu, Aura, sou grata por estar em vossa presença neste dia.
Desmotivada, e violenta... pela minha imagem dela, o atual porte da garota era diferente demais, eu sentia que iria começar a rir.
Eu me contive e escutei, mas o conteúdo era, para simplificar... avancemos para derrotar os Cavaleiros Divinos de Zayin juntos até ficarem roxos. Porque se vocês tiverem sucesso, vocês receberão escritórios governamentais, e eu os receberei como Cavaleiros.
Foi assim que prosseguiu.
Certo, essa era a isca para a reunião atual. Nós não podíamos pagar uma recompensa. Mas não é preciso dizer que precisaríamos preparar os suprimentos alimentares do nosso lado.
E a Aura-san lançou um olhar na minha direção.
— A fim de retomar Zayin, aqui, uma nova brigada de Cavaleiros será formada. Sua liderança será deixada para aquele que salvou minha vida, Lyle-dono.
Eu dei um passo adiante, e os olhos dos aventureiros reunidos se reuniram sobre mim.
— Será apenas temporário, mas tomarei graciosamente a posição de comandante.
E a Aura-san...
— Eu gostaria de deixar o papel de vice comandante para o Creit Benini-dono.
Creit-san estava tão comovido, que começou a chorar.
— ... S-sim.
A voz que ele usou para responder tremia um pouco.
Após abrir seus braços, Aura-san cruzou suas mãos sobre seu peito pequeno, e fez uma pose de oração.
— Aqui, uma brigada de Cavaleiros... uma 【Brigada de Cavaleiros Sagrados】 foi formada. Ó bravos, que possam partir em marcha com a proteção da Deusa.
Para se opor a brigada de Cavaleiros Divinos, nós havíamos formado a brigada de Cavaleiros Sagrados. Por falar nisso, o nome foi inventado na hora.
Eles não eram diferentes.
(Bem, mesmo que que não seja fácil de se pronunciar, é aquilo... a brigada de Cavaleiros da Donzela Sagrada, ou como devo dizer... isso não soa como algo que aquele país teria. É um nome temporário, e qualquer um pode vir e mudar depois.)
Era um pensamentos simples, mas talvez funcionaria bem? E deste modo, a brigada de Cavaleiros da Donzela Sagrada foi denominada Brigada dos Cavaleiros Sagrados.
O salão se aqueceu de novo, e tenho a sensação de que eu era o único ponderando tanto sobre o nome. Agora para realizar o próximo movimento...
(Eu terei que me encontrar com o grupo do Albano-san amanhã.)
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No dia seguinte, eu trouxe a Miranda, e encontrei o Albano-san em um bar.
Era uma loja cuja única entrada era um beco, e não o melhor lugar para se estar. Mas a qualidade dos pratos era alta, e o gosto era delicioso.
Tomando um gole de birra, Albano-san olhava para nós:
— Auxiliar o lado de Zayin? Não quero. Eu só cavalgo com cavalos vencedores.
Quando ele disse isso muito ousadamente, eu ofereci um sorriso amargo, e assenti.
— Isso mesmo. Mas não é como se balançar uma arma seja tudo que faz uma, não?
Em nossa volta, pessoas brutas tomavam birra, e faziam farra.
Rameiras chamavam os clientes no bar, mas elas não se aproximavam de nós, já que a Miranda estava na mesa.
Albano-san olhava para nós com seu copo ainda pressionado contra seu rosto.
Miranda estendeu uma mão na direção de sua comida.
— O que nós queremos deixar para você é espalhar rumores em Zayin. Que a antiga candidata a Donzela Sagrada se ergueu, e que ela declarará guerra a Zayin.
Albano-san pensou a respeito. Ao invés de hesitar, parecia como se ele não estivesse entendendo.
— ... Eu sei que vocês estão realizando alguns movimentos chamativos. Usando a cabeça dura do Creit, e espalhando rumores por conta própria?
Eu assenti:
— É para vencer. Não temos intenção nenhuma de perder. É claro, eu não tenho uma preferência por perder batalhas.
É uma tradição de família. Nós não lutaremos batalhas perdidas. Apenas o Terceiro havia jogado sua vida fora para comprar tempo, mas isso foi porque fora necessário.
Não foi por sua própria perda, ele perdeu sua vida para uma vitória maior.
Albano-san riu:
— Boa! Eu gosto de caras como você. Mas o que você fará espalhando rumores? Se isso for tudo, eu vou admitir que não há deméritos para nós, todavia.
Ele pareceu pensar que podia ser uma armadilha.
— Sim, espalhar rumores é tudo que precisamos. Depois disso eles vão se embelezar por conta própria. E há uma porção de rumores que eu gostaria que você vazasse. Por favor os espalhe em ordem. Ah, eu oferecei os fundos para vocês comerem e beberem enquanto estiverem em Zayin. Quando terminar de espalhá-los, você precisa apenas retornar.
Nem eu nem a Miranda esperávamos que ele realizasse o trabalho propriamente. Mas ao invés de fazer ele realizá-lo, nós queríamos que o fato de que fizemos o pedido a ele se mantivesse.
Quando estávamos realizando tantas ações chamativas, acreditávamos que havia aqueles nos observando.
— ... Hmm, bem, se isso é tudo, então por que não? Mas tenho um pedido próprio.
— O que poderia ser?
Quando falei isso, Albano-san fez uma expressão séria.
— Me deixe por dentro deste assunto.
Miranda ficou um pouco alerta enquanto descruzava suas pernas sob a mesa para que pudesse se mover a qualquer momento.
E sorrindo, ela...
— O que você está dizendo com isso? Você quer participar? Eu não consigo ver você trabalhando junto com o Creit-san, sabe?
Albano-san colocou suas mãos no descanso de sua cadeira, e virou seu corpo diagonalmente para nós.
— O que foi, eu não me importo com aquela brigada de Cavaleiros. Eu só quero sair dessa minha vida miserável. Não, façamos nós. Nós somos um amontoado inútil de lixos. Mas olha aqui... nós não precisamos estar no topo, mas temos nossos desejos por uma vida respeitável. Quando essa chance está rolando na nossa frente, agarrá-la não é a coisa humana a se fazer?
Eu soltei um suspiro.
— Então o que exatamente você quer?
— Eu aceitarei o pedido. Enquanto isso, que tal me dizer o que vocês estarão fazendo lá?
O Terceiro soltou sua voz de dentro da Joia.
『Bem, só estamos fazendo isso para mostrar aos nossos inimigos que estamos agindo. Eu não acho que haverá um problema se ele trair, mas...』
Eu olhei para as respostas na Skill Busca. Albano-san estava emanando um sinal azul. E também havia um grupo em vermelho no bar.
Quando lancei um olhar cauteloso na direção deles, Miranda viu, e também notou.
Albano-san falou:
— Você encontrará aventureiros aqui de um lado ou de outro. Aqueles caras estão do lado de Zayin. Eles podem ir vender informação sobre nós. Meu grupo vai cuidar desses tipos para vocês. Vocês não parecem ser muitos hábeis nessa área.
Nós não éramos os melhores nisso, eu admito.
— ... E que recompensa você quer?
— Dinheiro, status, fama... eu gostaria de dizer todos eles, mas vamos apenas dizer que quero algo considerável. Mesmo se não for uma posição governamental em Zayin, algo como uma medalha que outros reconhecerão. Ex-bandidos... desde que eu possa me livrar dessa etiqueta.
Com um rosto sincero, eu assenti.
E...
— Parando para pensar, Albano-san?
— O quê?
— A brigada de Cavaleiros de Zayin... você por acaso conhece a força de elite deles?
— Aqueles caras que fazem o trabalho sujo? É, eu conheço eles; o que é que tem? Do meu ponto de vista, só posso ter inveja. Eles fazem o trabalho sujo, e as pessoas chamam eles de malditas elites.
— Estaria interessado nessa força de elite?
Albano-san fez um rosto como se não pudesse compreender minhas palavras.
Miranda inferiu o que eu estava pensando. Ela colocou sua mão no queixo, olhou para o Albano-san, e assentiu algumas vezes.
— Bem, talvez seja perfeito. Água e óleo.
E falou isso.
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Eu passei meu tempo realizando tais preparações, e em duas semanas, a Alette-san veio para a mansão.
O que ela trouxe consigo foi uma carta.
Eu a aceitei na sala de estar, e olhei para seu rosto.
— Aguardo ansiosamente pelo nosso encontro com a Princesa da Coroa.
Quando falei isso com um sorriso, Alette-san fez uma expressão duvidosa.
— Você já investigou isso antes descaradamente... personalidadezinha muito boa essa que você tem aí, Lyle-kun.
— Eu aceito graciosamente suas palavras de elogio.
Ela provavelmente não queria que chegasse a isso. Mas com essas três cartas em minhas mãos quando o encontro foi proposto, eu pensei que certamente seria capaz de me encontrar com a princesa.
Mesmo eu não sendo de tão alta posição.
Alette-san olhava para o meu rosto.
— ... Apenas direi isso antes, mas se você não vier sob a guarda de Lorphys, não poderemos apoiar sua causa. Mesmo se pudermos cooperar.
Fundos, bens, mão de obra... Eu sabia que Lorphys não tinha folga para enviar tais coisas livremente.
Era por isso que eu não dependia deles.
— Eu não me importo. Tudo o que desejo é que as coisas possam ir bem para nós dois. Eu acho que vocês também lucrarão com isso.
Nisso, a Alette-san se dirigiu a mim.
— Isso... Eu não estou certa, mas acho que você deveria entregar isso para a antiga candidata a Donzela Sagrada, Aura-dono. Parece ter havido um movimento.
Vendo ela murmurar isso em irritação, eu assenti:
— Certo, aquele Príncipe noivo resolveu visitar por um tempo, não foi? Coisa bastante problemática quando tem uma guerra se aproximando.
Apesar de ela deixar claro que compartilhava minha opinião, Alette-san não disse nada do tipo.
— Eu não acho que os resultados terminarão do jeito que você acredita que terminarão, Lyle-kun.
Eu sorri, e ouvi uma voz da Joia.
Era a voz do Sétimo.
『Resultados? Isso é algo que você precisa tomar por conta própria. E nossas preparações já estão o estágio seguinte. Não há mais como parar.』
O Quarto também:
『Se pararmos aqui, será um golpe enorme... hah.』
Eu ignorei sua depressão, e falei para a Alette-san.
— Nós tentaremos fazer algo a respeito disso.
— É mesmo? Mesmo assim, aquela sua empregada não está aqui hoje, entendo.
Quando a vi olhar em volta da sala, eu sorri, e assenti.
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... Uma fortaleza nos arredores de Zayin.
Ela uma vez fora posta em uso, mas agora os Cavaleiros despachados para ela tinham pouco a fazer. Seus soldados foram apenas contratados dos vilarejos em volta.
Ela fora construída para marcar a fronteira com Lorphys, mas essa linha fora empurrada para trás, e a fortaleza perdeu seu papel.
Mesmo assim, ela tinha cerca de cinquenta pessoas estacionadas, e era mantida apenas para manter. A razão de sua extensão ser desproporcional às poucas pessoas reunidas era devido à sua falta de valor estratégico.
O soldado de serviço suspirou acima da parede da fortaleza. Um soldado do mesmo vilarejo caminhou até lá.
— O que foi? Estava apostando até tarde da noite ou algo assim?
O homem bocejante falou com desdém:
— O que mais há para se fazer? Mesmo que nos deem dinheiro, não tem lugar nenhum para usar nessa merda de forte. Os Cavaleiros não têm motivação nenhuma. Mesmo se treinarmos, não há significado nenhum nisso. O forte deveria simplesmente ser demolido de uma vez.
Era inevitável o jovem soldado dizer uma coisa dessas.
No inútil 【Forte Noinyl】, os Cavaleiros rebaixados não pareciam se importar, e o lugar fedia a álcool da manhã ao entardecer.
A moral dos soldados subordinados estava infinitamente baixa.
— Hah, mesmo havendo uma guerra com Lorphys... realmente é pacífico aqui.
Olhando ao longe, o soldado murmurou.
— Huh? Aquilo é um cavalo no céu... oy! Aquilo não é um qilin!?
— Tá de sacanagem comigo!? Onde!? ... Está realmente voando. Sem asas.
Os soldados estavam excitados por uma visão tão rara. E o mesmo valia para os outros posicionados no forte. Sem nenhuma história para contar, a fortaleza entediante logo foi elevado pelo avistamento do qilin.
Não levou muito tempo para todos os Cavaleiros de ressaca tropeçarem para fora, e verem o qilin abrangendo o céu.
— Qilin deveriam trazer boa sorte, não é? Então algo bom vai acontecer conosco também...
Mas uma única pessoa elevou sua voz.
— A-ataque inimigo! É um ataque inimigo!!
O sino imediatamente soou, e os Cavaleiros e soldados sabiam o que isso significava, mas ninguém tomou armas enquanto olhavam para fora das muralhas da fortaleza com surpresa.
Do lado de fora, estava o que parecia uma enorme caixa feita de metal com um cilindro afixado em seu lado. Mesmo sem um cavalo, estava se movendo constantemente.
— O-o que infernos é aquilo!? Por que vocês deixaram chegar tão perto!?
O Cavaleiro de ressaca abriu seus olhos, e agarrou a lapela do soldado. Mas o próprio Cavaleiro estava de calções e uma camisa... ele não tinha uma arma em mãos.
— O-o qilin pegou minha atenção.
Nisso, um dos soldados berrou.
— Oy, olha!
— Isso não pode ser...
Acima da caixa metálica estava uma garota em trajes brancos. Um pedaço de pano deixava seu rosto invisível. Mas seus cabelos castanhos ondulados eram claros o bastante.
— A Donzela Sagrada?
Os soldados da fortaleza nunca haviam visto a verdadeira Donzela Sagrada antes. Eles apenas haviam visto a prévia Donzela Sagrada, Thelma, um punhado de vezes.
Os Cavaleiros determinaram que isso estava errado. Seus trajes eram diferentes, mas ela tinha um certo ar sobre si.
Nesse caso... ele relembrou um rumor.
Um único Cavaleiro falou:
— ... Então é a Aura-sama!
Tendo escapado de Zayin, ela entrou em ação em Beim, e estava reunindo soldados, ou assim seguiam os rumores. Mas os Cavaleiros não haviam antecipado que ela viria para regiões tão remotas.
— Por que ela está em um lugar desolado...
Um soldado perguntou:
— O que devemos fazer!? Está tudo bem se dispararmos algumas flechas!?
Antes que quaisquer ordens pudessem ser dadas aos soldados, a caixa de ferro carregando a Donzela Sagrada havia chegado todo o caminho até o portão. E o largo cilindro se virou para o centro do portão.
— Quais são as suas intenções? Merda! Preparem suas armas! Essa é uma farsa! De jeito nenhum que ela iria...
Após o Cavaleiro ter dito isso, um violento som explosivo sacudiu o forte. Um número de soldados desabou onde estavam, e fumaça vinha da área em torno do portão.
O Cavaleiro imediatamente olhou na direção dele, para ver cerca de cem homens fluírem nas paredes da fortaleza. Com aqueles soldados completamente armados entrando, o Cavaleiro rapidamente relembrou que estava desarmado, e recuou mais para o fundo.
Nisso, com seus ombros, barriga, e coxas expostas, e com panos separados preguiçosamente cobrindo seus braços, peito e cintura, uma jovem garota desceu do céu.
— Q-quem é você!?
O Cavaleiro levou sua mão a cintura, mas havia deixado sua espada para trás. Para com a garota risonha, o Cavaleiro tomou uma lança de um Cavaleiro próximo, e lançou uma estocada.
Enquanto a garota esquivava disso, ela continuou com um chute giratório, e chutou o homem tirando-lhe do chão.
O Cavaleiro chutado rolou pelo chão, antes de colidir com a parede, e perder a consciência.
— F-forte.
Quando outro Cavaleiro disse isso, os intrusos correram pelos degraus, cercando aqueles sobre a parede.
Determinando que eles haviam perdido em números e equipamento, o Cavaleiro:
— ... Nos rendemos.
Ele se rendeu. Se realmente fosse uma força daquela chamando-se de Donzela Sagrada por direito, Aura, ele calculara que nada terrível aconteceria com eles.
A garota falou:
— Apressem-se e os amarrem. Aura-sama está vindo. E envie tropas para garantir os suprimentos comestíveis da área. Reúna soldados também. É nossa vitória se pudermos terminar de nos preparar antes de o inimigo vir.
Ouvindo isso, o Cavaleiro estava certo.
(Merda, para nós perdermos sem lutar...)
Então o Cavaleiro foi amarrado, mas notou que aquele o amarrando não era muito habilidoso. Seus homens foram aliviados de suas armas, os soldados estavam sendo amarrados um após o outro. Os Cavaleiros começaram a se mover. Enquanto ele estava sendo transportado escada abaixo, uma voz chamou ao soldado que o amarrara.
— Oy, ajuda aqui.
— Não, eu tenho que mover esse pro calabouço...
Para com o soldado inimigo, o Cavaleiro:
— Eu me rendi. Não fugirei. E você me amarrou, então não posso fugir para início de conversa.
Nisso, o soldado inimigo fingiu hesitar, antes de voltar para cima das escadas.
O Cavaleiro sorriu, enquanto descia ainda com suas amarras, e prosseguiu a desatar as cordas.
— Amadores. Parecia que ela havia arrumado alguns aventureiros, mas ela pôde apenas obter cem. Eles nem têm suprimentos o suficiente.
Ele se escondeu de modo a não ser encontrado, enquanto prosseguia através da fortaleza, indo para onde havia atado seu cavalo.
E após colocar a sela, ele o pôs para correr na direção dos restos destruídos do portão.
O inimigo exclamou algo na direção dele, mas o Cavaleiro ignorou.
(Se eu trouxer essa informação de volta comigo, serei salvo. Vamos dizer que confrontamos o inimigo, oferecemos uma boa briga, mas fomos invadidos. E que eu fiz meu melhor para transmitir a mensagem...)
Visando a capital de Zayin, galopava o Cavaleiro...