Volume 7
Capítulo 12: Feras Selvagens
Dentro da Joia.
Enquanto olhava em volta, eu simultaneamente usava Skills para processar vários pedaços de informações.
O ponto azul cintilante, apesar de haver apenas um, continuava mudando aparecendo em lugares diferentes sem aviso.
Apesar de se parecer assim, isso era só porque eu não conseguia perceber...
O cenário era o de um céu azul, e uma estrada reta que prosseguia sem fim.
“Ali!”
Fagulhas voaram enquanto eu balançava o sabre.
Mas no instante seguinte, uma onda de dor passou pela minha esquerda da minha barriga.
Duas adagas.
Era o mesmo estilo que o da Miranda, mas quem realmente se especializava nele era o Chefe de Quarta Geração, 【Max Walt】.
Sua Skill, 【Velocidade】, era uma que elevava velocidade de movimento.
Era a que havia se manifestado quando o Terceiro estava à beira da morte, enquanto o Quarto corria para o lado de seu pai.
O que emergiu como seu segundo estágio foi 【Cima&Baixo】. Enquanto elevava sua própria velocidade, permitia que também se reduzisse a do inimigo.
E...
— 【Super Velocidade】 é simplesmente injusta!
Eu estava balançando minha lâmina como doido, mas apenas fagulhas voavam, e eu senti impactos algumas vezes.
A única vez que captei um vislumbre do próprio foi quando senti sua localização com Skills, e me virei sabendo onde ele estaria.
E ocasionalmente, pensei ter visto dois ou três dele.
O sabre foi aparado, e voou da minha mão direita para o ar. Imediatamente depois, senti uma imensa dor no meu peito, mandando-me voando de costas em uma árvore próxima.
Vendo sua posição, assumi que ele havia dado um golpe de corpo enquanto perfurava a adaga em meu peito.
『De onde eu vim, injusto é elogio. E ter um inimigo que diz isso é simplesmente prazeroso demais para eu me segurar.』
Enquanto ria, ele puxou outra adaga.
Uma enorme quantidade de sangue jorrou do meu peito, e quando virei meus olhos para a Quarta Geração ao longe, vi o exato momento que meu sabre se empalou no chão.
Vendo minha arma desaparecer, descobri que meu corpo dolorido havia retornado ao normal. O sangue que jorrou também havia desaparecido, e esfregando meu suor, me levantei.
Me apoiei contra uma árvore e o observei manusear a adaga em sua mão habilidosamente em sua mão direita.
— Então a da esquerda é defesa, e a da direita para cortar. Havia alguma coisa te impedindo de usar uma arma maior?
O Quarto, que usava um estilo de ataque especializado em velocidade, pensou um pouco antes de sacudir sua cabeça.
『Qualquer peso a mais, e eu não seria capaz de manusear livremente. Ao mesmo tempo, a velocidade elevada já aumenta bastante a força dos meus golpes. Eu testei outras coisas, mas adagas duplas foi o mais conveniente. Você pode mirar nas brechas em armaduras e tudo mais.』
Após embainhar suas lâminas, o Quarto instantaneamente levantou seu indicador para corrigir a posição de seus óculos.
Eles refletiam a luz enquanto eu respirava profundamente.
— Indo tão rápido assim, você consegue aguentar?
『É bem difícil. Eu mal sou capaz de conseguir com o “Ao Máximo” do Primeiro. E o “Todos” do Segundo me deixa sentir e fazer a mira nos inimigos. Aí você coloca a “Mente” do Terceiro para despistar os inimigos no caminho e é uma morte fácil.』
Pelo visto o estágio final da Skill do Quarto usava as do Primeiro e Segundo como premissa.
E o Quarto olhou para o meu rosto honestamente.
『... Lyle, se você se tornar capaz de usar minha Skill, talvez você seja capaz de me superar. Não, você não tem outra escolha além de me superar.』
Ele recordou a vez em que enfrentei a Celes em Centralle, e explicou:
『Mesmo se fosse eu lutando, provavelmente não conseguiria vencer contra aquela garota... contra a Celes. Ela não estava nem um pouco séria, e ainda assim, aquela velocidade, e aquele poder. Se realmente há apenas um na Joia dela, então a Skill que ela tem deve ser considerável. Mas minha Skill só é possível com o uso simultâneo de outras. Você entende o que estou querendo dizer?』
Apenas por capacidades de Skills, eu não podia vencer.
E a identidade da Skill que a Celes portava ainda havia de ser discernida por qualquer um dos chefes, incluindo eu.
— Ela definitivamente é muito mais forte que eu, é tudo o que entendo.
『Isso só serve para mostrar que em seu atual estado, você não consegue derrotar o lado “não sério” dela. Eu não tenho a menor ideia de como a face séria dela se parece, mas não consigo imaginar sendo mais fraca do que a que você já encontrou.』
No momento que decidi lutar contra ela, já havia desistido de vencer individualmente.
A razão pela qual estamos atualmente elevando nossas habilidades é para criar uma situação onde seria possível enfrentá-la.
Seria um feito hercúleo preparar um exército de dezenas de milhares, mas o problema maior seria dar o golpe final nela.
Com sua habilidade de cativar pessoas, tenho certeza que ela poderia escapar não importando quão grande fosse o exército que a cercasse. Talvez se pudéssemos derrotá-la em habilidade...
『Não fique tão assustado. Nós daremos conselhos para preparar o palco, e eu farei meu melhor para te elevar alto o bastante. É só que não vai fazer sentido nenhum se você morrer. Por favor não esqueça disso.』
Quando assenti, os arredores desvaneceram em cinza, e começaram a definhar.
Minha consciência gradualmente retornou à realidade, e quando abri meus olhos, estava em um edifício no vilarejo. O sol estava começando a se mostrar, e a paisagem estava começando a clarear visivelmente.
Em volta, os aldeões já haviam começado a se mover, e eu podia ouvir vozes ao longe. O latido de cachorros, e o som da vida.
Toquei meu peito, mas não estava nenhum pouco ferido.
Mas meu corpo estava bastante coberto em suor, então peguei uma toalha, e deixei o imóvel.
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Me estiquei, lavei meu rosto e enxaguei minha boca antes de confirmar que o chefe estava a caminho daqui.
Ao longo do caminho que levava até aqui, o chefe fazia uma face mal-humorada tão cedo pela manhã.
— Me desculpo por ontem. Confirmei noite passada que alguns dos pirralhos do vilarejo tentaram fuçar nos seus pertences.
A razão de tudo isso era os garotos que tentaram roubar quando a Shannon e Mônica não estavam olhando.
Tendo escutado a história da Shannon, imediatamente fui até a casa do chefe para reportar.
Dizendo para ele investigar, ontem eu havia dado uma lista com as características dos garotos.
(Ele realmente age rápido.)
— É porque os segundos e terceiros filhos não vão suceder suas casas. Parece que eles pensaram em fugir e se tornarem aventureiros.
Ouvindo isso, o Terceiro soltou sua voz de dentro da Joia.
『Foi bom ter terminado como uma tentativa. Nenhum dos lados precisa ficar agitado demais. Mas é o mesmo, não importa a época em que se veja.』
Decidi não enfiar minha boca nisso desde que nada disso continuasse.
— Então eles estavam tentando pôr as mãos em alguns equipamentos? Bem, nós não perdemos realmente nada, então não há realmente nenhum problema. A torre de vigia já foi queimada de qualquer jeito.
Quando reportei a torre para espiar, o chefe fez uma expressão enervada:
— É um salva-vidas vocês serem tão legais. Aqueles aldeões não entendem realmente o que eles teriam em troca se fizessem isso com um bando mal-humorado. Hah, eu quero largar logo esse trabalho.
Eu dei um sorriso amargo:
— Por que você não recusou se tornar um chefe?
Com mal-humor, ele...
— Minha terra natal fica bem longe, e eu não tinha muita cabeça de voltar. Mal tendo me assentado aqui, você acha que eu podia recusar? Tão familiar quanto eu fosse com o interior, tive minha porção de problemas. Lidando com pessoas, ou como devo dizer, os costumes são todos um saco em sua maioria. Tive tudo isso empurrado para cima de mim como o novato daqui por alguns anos, e finalmente fui aceito, mais ou menos. Se você planeja passar uma vida quieta no interior quando se aposentar, então recomendo guardar mais dinheiro do que eu guardei, e arrumar uma casa em alguma cidade grande em algum lugar.
O Terceiro expressou seu acordo.
『É realmente difícil ser aceito pelos aldeões. Assim como aceitar imigrantes é uma provação própria.』
... Não que isso seja relevante para mim a esse ponto.
— Se eu tiver sucesso, é o que farei. Bem, tenho certeza que será uma provação maior viver tanto assim.
— Nisso você tá certo! Mas você provavelmente está indo para algum lugar bom. De acordo com meu instinto, digo.
E após dizer a ele o estado dos Lobos Cinzentos, e da floresta, partimos.
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Entramos na floresta com números menores que antes.
Além da Shannon e Mônica, a Novem e Clara também descansariam dessa vez.
Com a Eva na dianteira, eu, Aria e Miranda corríamos pela floresta.
Nosso objetivo era maximizar a velocidade de movimento, e abater os pequenos grupos espalhados.
Indo na frente, a Eva...
— Tenha cuidado com as raízes.
Ela se movia na frente, e se houvesse alguma coisa digna de nota, ela diria.
Tentando imitar seus movimentos, com a fadiga de ontem ainda se mantendo, nós três estávamos assolados com movimentos entorpecidos.
A Aria até...
— Estou ficando com dores musculares em lugares estranhos.
Ela reclamava enquanto pegava uma adaga para cortar as vinhas e grama no caminho.
Miranda olhava em volta.
— Trate todas essas coisas como armadilhas. Raízes de árvores e poços de lama... talvez isso houvesse sido selecionado como um teste por ser um pedido tão problemático.
Caminhando na frente, Eva levantou uma mão para nós, pegou uma flecha de sua aljava, e preparou seu arco.
Abaixamos nossas posturas, e pegamos nossas armas de preferência. Um som farfalhante era audível.
O som de respiração, e o cheiro de uma besta.
Eu podia dizer que era um Lobo Cinzento, mas era diferente para Aria e Miranda.
— Alguma coisa vindo?
Aria olhou seus arredores.
— Eu quero eliminar todos os Lobos Cinzentos de uma vez, e voltar rápido. Eu não gosto de lutar em matas.
Ela estava olhando na direção do inimigo, com adagas em ambas as mãos.
E um rosnado baixo começou a vir aos meus ouvidos.
(Então eles também nos descobriram.)
Não tendo a forma de um lobo à toa, eram abençoados com um aguçado olfato.
Da Joia, o Quinto:
『Quem teria pensado que isso seria tão doloroso.』
Provavelmente devido à sua forma canina, ele achava difícil assistir a cena sempre que derrotávamos um. Enquanto o censurava um pouco mentalmente, olhei para o Lobo Cinzento que havia saltado dos arbustos.
O primeiro a saltar foi perfurado pela flecha da Eva, e caiu onde estava.
O segundo saltou na Aria, que demorou para reagir, então eu fui na frente dela, levantei meu sabre diagonalmente para cortá-lo, usando o movimento avante para balançá-lo para baixo e matar aquele tentando morder minhas pernas.
Miranda jogou sua adaga, trazendo um rápido fim para outro deles. Com sua lança curta em mãos, Aria avançou e usou sua Skill para empalar os Lobos Cinzentos saltando dos arbustos, um atrás do outro.
E desse modo, a alcateia de sete monstros foi prontamente lidada.
— Então, são de vinte a trinta só em volta da entrada. Podem haver mais, mais adiante.
Eu deixei a Aria de vigia, limpei o sangue da minha lâmina, e a embainhei. Miranda e Eva foram coletar os materiais e pedras mágicas, então ajudei na vigia.
Olhando em volta...
(Ela ainda está observando.)
Expandindo o escopo das Skills, confirmei a presença de uma qilin piscando em vermelho, ocasionalmente mudando para azul ou amarelo.
Sentindo que eu a havia descoberto, ela escapou para os exatos limites da minha percepção enquanto nos observava... não, me observava.
E tendo terminado de coletar materiais, a Eva falou:
— Oh, não ponham uma mão nos próximos.
Enquanto ela dizia isso, o cheiro de uma besta entrou mais uma vez no meu nariz. Mas dessa vez, não era um monstro.
Lobos de verdade.
Alguns deles nos observavam de um arbusto, e fui capaz de confirmar a existência de uma fêmea com filhotes por perto.
Animais que podiam viver em florestas infestadas de monstros eram, muito francamente, um incômodo.
Eles eram fortes. Eram simplesmente fortes.
Não tendo vivido em terras perigosas à toa, diferente dos monstros que passavam a existir do nada, eles tinham força que foi criada do zero.
Eva pegou um pouco de carne de uma bolsa em sua cintura, e a jogou.
Um deles emergiu da folhagem, farejou a carne e a agarrou. Após olhar para os Lobos Cinzentos que havíamos abatido, retornou ao seu esconderijo.
Naquele espaço, os outros haviam se movido para locais mais fáceis de nos atacar, mas quando seu companheiro retornou em segurança, eles recuaram.
Aria respirou fundo, e esfregou seu suor.
— Eu não consigo diferenciá-los de jeito nenhum, sabia? E espera, se eles nos atacassem, estaria tudo bem lutar, não estaria?
Eva refutou.
— Apenas garanta que não chegue a isso. É por essas crianças existirem que os monstros não jorram das florestas. E ao contrário desses caras, eles são um problema de verdade.
Tendo retirado todos os materiais, Eva apontou para o pedaço sangrento de carne diante de si.
Miranda olhava em volta.
— Ouvi que você tinha trazido carne, mas foi para diferenciá-los, entendo. Eu honestamente pensei que você ia envenenar a carne.
... Que apropriado à Miranda? Talvez?
— Pare bem aí. É porque os humanos fazem coisas assim que os lobos são tão cautelosos. Bem, ele se certificou de farejar primeiro, então talvez esse tipo de coisa esteve acontecendo por aqui.
Aria inclinou sua cabeça.
— Que tipo de coisa?
Eva se levantou, e removeu suas luvas ensanguentadas.
— Armadilhas para remover, não os monstros, mas os lobos e ursos. Eles são bem espertos, e parece que estavam consideravelmente desconfiados de nós. Talvez aquele vilarejo seja a causa? Se houvesse mais deles, então nós não estaríamos encontrando quaisquer monstros por aqui.
Se não tivéssemos um elfo entre nós, duvido que eles sequer chegariam em qualquer lugar perto de nós.
A Miranda concordou:
— Ouvi que deixar armadilhas abandonadas foi banido, mas entendo... a floresta tem suas próprias situações.
Eva assentiu:
— Bem, não é como se eles nunca atacassem humanos. Quando chega a isso, esteja preparado para lutar contra um distinto veterano militar.
Mas a Aria...
— Eu gostaria de enfrentar um, pelo menos uma vez na vida.
.... disse algo assim.
(Ela está ficando um pouco assustadora.)
As feras eram uma coisa, mas minhas aliadas também eram assustadoras.
Me resolvi a nunca entrar em uma briga com lobos, ursos, ou membras do grupo, mas em primeiro lugar, eu não tinha uma única companheira comigo que eu pudesse fazer de inimiga com segurança.
Antes que eu notasse, estava em uma situação que acabaria perigosa não importando quem eu enfurecesse.
(Huh... espera, eu não tô meio que num aperto aqui...?)
Sacudi minha cabeça, joguei esses pensamentos de lado, peguei um cantil da bolsa pendurada na minha cintura, e tomei um gole d’água.
E...
— ...O que devemos fazer? Não posso simplesmente deixar que sejamos seguidos para sempre.
Olhando na direção que pensei que a qilin May estava se escondendo, limpei minha boca.