Setes Japonesa

Tradução: Batata Yacon

Revisão: Delongas


Volume 7

Capítulo 10: Primeiro Trabalho em Beim


O vilarejo em que gastamos cinco dias no Portador para chegar, era um cercado por madeira e pedra.

Ele tinha florestas e montanhas em volta, e isso provavelmente era a fonte das toras. O vilarejo cujas defesas eram construídas de seu terreno parecia de certo modo mais robusto do que os que eu conhecia normalmente.

Desmontando do Portador, fui até o portão com os formulários necessários em mãos.

Aquele de vigia, um jovem do vilarejo, estava armado com um arco em suas costas.

Após confirmar que fomos despachados pela Guilda dos Aventureiros, ele imediatamente nos deixou passar, com o Portador e todo o resto.

Clara olhou em volta, um pouco surpresa.

— O vigia é uma coisa, mas só em ver quanto esforço eles colocaram nas defesas... me faz questionar se realmente somos necessários aqui.

Era uma impressão franca, mas concordo.

A pessoa que veio nos receber se apresentou como o chefe.

Seu corpo era largo, e seu estômago se ressaltava um pouco, mas o músculos em seus braços eram destacáveis. Nos olhando, ele fez uma expressão de dúvida, antes de abrir um sorriso.

— Bem-vindos. Obrigado por virem até aqui no interior. Agora, que tal entregar os documentos da guilda?

Entreguei um envelope, e ele os olhou, assentindo algumas vezes.

Como aquele que pessoalmente fizera o pedido, ele nos olhou e coçou sua cabeça de modo constrangido.

— Um grupo inexperiente, não é? Mas vocês têm umas ferramentas que nunca vi na vida. É isso que se tem hoje em dia? E por que vocês têm uma criada?

— Empregada.

— Eh?

— Empregada.

— C-certo.

Após passar a vista no Portador, ele virou seus olhos ao uniforme da Mônica.

Ele recuou um pouco diante da insistência da Mônica de não ser, de fato, uma criada. Talvez a desconsiderando como uma garota com um parafuso solto aqui ou ali, ele imediatamente mudou de ritmo, e se virou para mim — o líder do grupo.

— Duvido que vocês possam relaxar no meio de lugar nenhum. Não temos uma pousada, mas há um edifício que vocês podem usar para se abrigar. Está cuidada, aposto que será uma estada relativamente relaxada.

Seguindo a deixa do homem, movi o Portador enquanto caminhávamos pelo vilarejo.

Só pelo que se era possível ver, havia até aldeões com armas em mãos.

Notando minha expressão o chefe deu um sorriso amargo.

— Pode ser desagradável, mas peço que tenha paciência. São só alguns pirralhos carregando armas para bancar os fortes. E não podem deixar de ficar em alerta quando aventureiros vêm.

Enquanto olhava para suas costas, eu...

— Chefe, você também era uma aventureiro?

Você consegue dizer? Nesse caso fico grato à guilda por mandar alguém competente.

Caminhando com um sorriso, ele passava a impressão de um veterano com um impressionante histórico.

(Se são só Lobos cinzentos, então esse cara não conseguiria lidar sozinho?)

Se eu me concentrar só um pouco em meus arredores, consigo descobrir ex-aventureiros espalhados por todo o lugar.

Eles estão desconfiados de nós, e entre eles há até alguns emanando hostilidade para o nosso lado.

Da Joia, o Terceiro soltou sua voz:

『Há todo tipo de aventureiros por aí. Digo, há alguns que começam a fazer bagunça se a recompensa for insuficiente, e até uns tolos que tentam ameaçar seus solicitantes. Muitos não diferem em grande parte de bandidos comuns, então é por isso que eles estão tão desconfiados.』

O Sétimo, que odiava aventureiros, concordou:

『Nunca se pode confiar em aventureiros. Mas não sei ao certo o que pensar daqueles emanando hostilidade contra o Lyle. Se ele tivesse vontade, pode muito bem varrer o vilarejo do mapa.』

Eu podia entender o porquê de eles estarem tão desconfiados. Provavelmente estavam ansiosos por não saberem que tipo de aventureiros nós acabaríamos sendo.

É claro, esse tipo de coisa não é algo pelo qual eles tentariam arrumar briga.

E após um tempo, a casa usada como abrigo para viajantes, mercadores, aventureiros e et cetera, apareceu.

O chefe apontou o edifício que era bem vasto, em extensão, e tinha pelo menos três entradas.

— Usem aquela ali como quiser. Claro, se quebrar você vai ter problemas. E você, irmãozinho azulado aí, você virá comigo.

Ele provavelmente tinha explicações a dar sobre os Lobos cinzentos. Lancei um olhar às minhas companheiras, e elas assentiram, então acompanhei o chefe.

Na casa do chefe havia uma jovem e bela esposa, com uma diferença de dez a vinte anos do homem.

A larga casa tinha duas crianças, ambas se escondiam e me encaravam dos cantos do corredor.

A casa do chefe era de madeira firme, talvez houvesse sido feita bem recentemente, já que estava bem asseada.

A jovem e bela esposa trouxe chá, então bebemos enquanto discutíamos:

— A atmosfera está tensa, né? É a primeira vez que esteve em uma situação assim?

Eu havia aceitado um pedido pessoal para eliminar um Grifo antes. E naquele vilarejo eu lutei uma batalha defensiva, apesar de não ter sido posta nos registros.

— Não é minha primeira, mas isso não significa que estou acostumado.

Ele sorriu.

— Posso apostar. Seus olhos estavam vagando, então imaginei que fosse esse o caso. Bem, há riscos no nosso lado quando alguém pega o pedido, então faça o favor de aguentar.

Após eu assentir, o chefe entrou no assunto dos Lobos Cinzentos.

— Pois bem, sobre o pedido... uma alcateia de Lobos Cinzentos foi avistada na floresta próxima. Nós entramos naquela mata para caçar e lenhar, mas isso ficou difícil então quero que você lide com eles. Basicamente isso.

Após encarar o chefe por um tempo, olhei para as armas penduradas em sua parede.

Adequadamente à sua compleição, parece que ele era um guerreiro de vanguarda que usava um machado de batalha.

— Você acha estranho eu não sair pra matar eles?

— Eu acredito que tem que haver uma razão para isso.

— E certamente há. Mas é algo como um costume ou moda de tempos. E não tenho intenção nenhuma de mudar isso.

O ex-aventureiro, e atual chefe, deu um gole de seu chá, e começou a falar como se tivesse compreendido meu caráter:

— Vocês lutaram um pouco no caminho até aqui, não foi?

— É, sinto que foi um pouco demais, mas enfrentamos monstros umas vezes.

Ouvindo isso, pareceu alegre:

— É exatamente isso. Aventureiros caçam bastante em volta de Beim, mas nunca se aventuram tão longe até aqui. A razão de chamarmos aventureiros é pra fazer eles derrotarem os monstros no caminho. Do contrário, os comerciantes e viajantes que param por aqui teriam problemas.

Eu fiquei satisfeito com essa explicação. Realmente, só o chefe podia cuidar dos monstros em volta.

Mas os que habitavam a estrada até aqui seriam deixados sem controle. Nesse caso, qualquer um hesitaria em arrastar seus pés até esse vilarejo.

— Então seu objetivo em si é chamar os aventureiros?

— Isso mesmo. E para nós, mascates são importantes. Os aventureiros põe as mãos em algum dinheiro, e nós essencialmente pagamos por uma viagem mais segura para os comerciantes e viajantes. Se mantiver isso em mente, acho que você vai se beneficiar quando pegar pedidos.

Pelo visto havia benefício nisso.

O chefe ofereceu mais alguma informação:

— O bando tá numa floresta próxima, mas você precisa que eu te guie?

Os olhos que ele me lançou indicavam estar me testando. Eu sacudi minha cabeça.

Com as Skills do Quinto de do Sexto, localizar inimigos era algo simples.

— Entendo. Então partam quando estiverem prontos. E quando terminarem, é só me chamar. Vou ter que confirmar tudo, afinal.

Terminando de confirmar tudo, me levantei, e lembrei de algo:

— Parando para pensar...

— O quê?

— Sobre a verdadeira razão de você não sair pra fazer isso sozinho. Não tem pelo menos mais uma?

Fazendo uma expressão cansada, ele...

— Só tenta dizer praqueles aldeões que eu posso lidar com isso sozinho. Aqueles caras são sovinas demais, e vão me empurrar pra fazer isso no momento que escutarem isso. Digo, mesmo eles sendo gente simples, têm suas forças e espertezas. Mas dá pra achar idiotas em todo lugar. Nós não estamos tão apertados com dinheiro pra ter que mandar um corpo aposentado e enfraquecido no meio do perigo.

Senti que esses eram seus verdadeiros pensamentos, então assenti com um sorriso.

Uma jovem esposa, e duas crianças. Era uma felicidade cara demais para arriscar perder sem necessidade nenhuma.

Com seu corpo aposentado, a chance de uma e um milhão de perder sua vida existia. Um erro irreversível.

O Terceiro soltou sua voz de dentro da Joia:

『Bem, mesmo se ele explicasse suas razões para o vilarejo todo, ainda teria gente que não entenderia. E posso apostar que eles têm problemas com o chefe que é um ex-aventureiro vindo de alguma outra terra.』

Ouvindo sua voz, fiz outra pergunta ao chefe:

— Outra coisa.

— Você precisa de mais algo?

— Por que você está servindo de chefe aqui?

Diante da minha questão, o homem soltou um suspiro:

— Não é como se eu também quisesse fazer isso, mas por essas partes, ter uma conexão com a guilda é algo conveniente. Como ter familiaridade com nobres e Senhores em outras terras, talvez? Esse tipo de coisa. O fato da guilda aceitar pedidos como esses também é por minhas conexões. Se as coisas forem mal, alguns outros vilarejos são recusados com a razão de “aventureiro nenhum jamais aceitaria esse pedido”.

A guilda deve ficar bem desesperada com a alocação de trabalhos do próprio lado. Mas aventureiros também têm suas circunstâncias. E então, há também as circunstâncias do cliente.

— E veja, há a questão da força e tudo mais, mas em Beim, são aqueles que entendem como se aventurar funciona que são confiáveis. Eu tava bem relutante, mas quando o chefe anterior saiu, ele empurrou o posto pra mim.

O Quarto falou:

『Foi por entender as circunstâncias por detrás que empurrou o trabalho para esse homem. Duvido que qualquer aventureiro aposentado tentando pegar leve alguma vez vá querer a posição.』

O Quinto:

『Mas por outro lado, não teriam muita ganância para com o cargo, então apenas fariam o trabalho com intervenção mínima. Ele pode parecer viver de modo minimalista, mas no final das contas, os aldeões aqui têm dinheiro o bastante para pelo menos se armarem.』

Então é simplesmente como as coisas funcionam em Beim.

Em outros lugares, as pessoas brigariam pela posição de chefe por interesses próprios. Mas aqui, parece que os impostos eram bem baixos, e os aldeões viviam e prosperavam sozinhos.

O Terceiro falou:

『Somando-se a isso, essa pessoa muito provavelmente é o seu examinador. É certo que ele vai relatar todos os detalhes. Digo, ele até disse que tem conexões com a guilda. Ele tem mais coisas nas mãos do que pensei.』

Seu tom era relaxado como sempre, mas parecia uma pouco feliz por ter sido capaz de ver através disso.

Enquanto retornava da casa do chefe até o alojamento, descobri os aldeões em volta se escondendo.

(O quê? Por que logo lá...?)

De um certo lugar, eles pareciam estar me observando.

Mas era estranho não importando como se visse.

Fui até o lugar de onde eu estava sendo observado, as costas do imóvel.

O alojamento havia sido equipado com banhos, e esses não eram isolados do ar exterior.

Obtendo mais informações sobre os aldeões com as Skills, descobri que todos eles eram homens.

Quando lancei-lhes uma encarada, alguns trocaram olhares entre si da plataforma que propositalmente fizeram para se esconder.

E tendo sido descobertos por mim, fugiram freneticamente...

— Mas parece que a água já foi usada.

Nisso, a Aria me chamou, com uma toalha em volta de seu pescoço:

— Já terminou sua parte, pervertido?

A garota sorridente provavelmente fez a Clara preparar a água para ela. Ela havia limpado seu corpo e cabelo.

Tendo recém terminado de se lavar, ela acabaria pegando uma gripe então devia simplesmente entrar logo, foi o que pensei. Mas ser chamado de pervertido me irritou um pouco.

Ao tentar beijar a qilin, fui registrado na cabeça da Aria como um pervertido.

De dentro da Joia, o Quinto soltou uma exclamação anormalmente emocional:

『 ... Sério, por que isso é pervertido? Não posso aceitar.』

Ele estava nervoso por alguma coisa estranha.

(E você deveria olhar para coisas além de animais de vez em quando.)

Para com seu sorriso, retruquei com o meu próprio, e apontei para o local onde os aldeões haviam estado.

— O quê?

— Você ficou nua aqui, não ficou?

— E? Qual o problema? Não pude me lavar direito enquanto estávamos em movimento. Se possível eu gostaria até de tomar um banho completo.

— Você estava sendo espiada.

— … Eh?

Olhando para onde eu apontava, ela pareceu notar o que era visível da plataforma.

Com base no seu ângulo, havia definitivamente sido feita para a área de banho.

E se tivesse sido feita para ficar de olho em nós, então eu realmente não me importaria, mas essa daí era realmente um crime.

Pensei que ela ficaria envergonhada nessa parte, mas..

— E daí?

“…?”

Tenho muita certeza que fiz uma cara bem idiota.

O Sexto também soltou sua voz da Joia.

『... Não tem jeito. Essa garota não compreende.』

O Quarto também:

『Ela é uma aventureira afinal. Talvez ela simplesmente já esteja bem em ser vista nua a esse ponto. Em contraste, ela age estranhamente embaraçada na frente do lyle, mas... Lyle, vai logo ser esfaqueado num beco.』

O Terceiro:

『Como imaginado, o fim de um bastardo com um harém tem que ser assim.』

Diante dos meus olhos, Aria levou sua mão à boca, e sorriu.

— O quê foi? Ficou irritado porque eles puderam ver? Oh, é mesmo~ O Lyle nunca viu o corpo nu de uma mulher antes, afinal. É claro que ficaria com ciúme.

Eu queria provocá-la, mas acabei sendo provocado em troca.

Mas...

— Do que você está falando? Se lembra daquela vez no coche que você caiu no sono com suas roupas íntimas. Elas estavam saindo, e fui eu quem te cobriu, sabia?

O rosto da Aria de repente ficou vermelho, e ela jogou a toalha em suas mãos em mim.

— O que é que você estava olhando!?

A toalha encharcada estava bem pesada enquanto acertava o meu rosto, e ao mesmo tempo, doeu bastante.

Pegando-a, atirei a toalha de volta.

— Foi você que ficou mostrando! Estava ficando bem embaraçoso pra mim, então te cobri. Por que não agradece um pouco por essa consideração!?

— O que você quer dizer com embaraçoso!? Mesmo nesse estado, eu tenho um pouco de confiança no meu corpo!

Aria jogou a toalha de novo, então a peguei e devolvi.

— Como se eu me importasse!

Ela a pegou no ar, mas por ter agarrado a ponta, o corpo principal deu um som de estalo enquanto acertava sua face.

Quando eu apontei e sorri, ela me encarou para valer.

— ... Esquece! Esqueça minha forma nua!

— Você não acabou de falar “e daí?”, ou algo assim!? Não se preocupe, eu já mal consigo me lembrar!

— Seu pervertido!

— Se você não quer ser vista, então conserta essa sua atitude desleixada!

Após mais alguns passes de toalha, o Sétimo falou de dentro da Joia:

『... Vocês dois realmente se dão bem.』

Eu não podia realmente concordar com isso.


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