Volume 6
Capítulo 13: Dissolução
Quando acordei, a face de Mônica estava diante dos meus olhos.
— … Oy?
Não, ela estava perto demais.
— Para acordar um frango adormecido com o beijo de alguém tão adorável quanto eu é uma nece- ... oh, você realmente acordou... que pena.
Se distanciando, e deixando suas costas eretas, Mônica parecia deleitada.
Ela enfrentou a Celes um par de vezes, então assumo que a lealdade de autômatos deve ser alta.
(Mas mesmo que eu saiba disso, ainda não é algo para se ficar feliz.)
Levantei meu torso, e tentei mover meu corpo. Como os ancestrais me informaram, minha cura já estava quase completa.
Meus ferimentos tinham se fechado, mas ainda sentia alguma dor por todo o corpo.
Uma cicatriz havia ficado no meu braço esquerdo. Era de quando ela havia me pregado à parede, e ficou empurrando e puxando a lâmina.
Mas talvez seja melhor algo ter ficado.
(Com um lembrete desses para se ver todo dia, parece que serei capaz de viver sem esquecer quão grande é o perigo representado pela Celes.)
— Por enquanto, descansarei meu corpo um pouco mais. Essa é a Mansão Faunbeux, certo? Por que eles decidiram nos salvar?
Quando eu disse isso, Mônica me olhou em espanto?
— Como você foi capaz de determinar nossa localização? Quando você foi carregado aqui, eu tinha certeza que você não tinha qualquer consciência.
Sorri um pouco, saí da cama, e tentei mover meu corpo um pouco.
— Isso e aquilo. Isso e... ah, e Mônica.
— O que foi?
— Obrigado. Vou lhe oferecer minha gratidão por enquanto.
Quando eu a agradeci por me salvar, Mônica de repente começou a fazer um movimento de contorção, seu penteado ficando uma bagunça, enquanto ela se deleitava...
— Nussa! Então você finalmente começou a ficar dere! Demorou tempo demais, seu frango bastardo! Vamos dormir na mesma cama hoje. Se prepare.
(NT: Dere é o outro lado da moeda Tsun.)
— É, não, não vamos fazer isso. E você não dorme de pé?
Quando a recusei com um sorriso, ela se agachou ali mesmo e fingiu chorar.
— Mesmo eu estando preocupada com você, sabe. Você não mostrou quaisquer sinais de acordar, então gastei a maior parte do tempo em modo de espera, todavia.
— Então você estava dormindo!? Não, talvez isso tenha sido melhor.
Mônica tinha um fio que a conectava a mim, por onde ela recebia Mana.
Apesar de isso deixar a autômato até mesmo se reconstruir, também significava que minha Mana era constantemente drenada. Quando a recuperação do meu estado físico era de maior prioridade, ter a Mônica se movendo por aí apenas retardaria o processo.
— ... Onde estão Novem e as outras?
Mônica se levantou, e disse inexpressivamente:
— Alguns conflitos internos eclodiram. A megera está preparando o banho. Bem, com isso, há menos incômodos para ficar entre nós. Agora, Frangote! Receba meus cuidados com tudo que tem!
Me sentei na cama e me dirigi a ela:
— Antes disso, tenho um pedido.
— Que ganancioso de você. Diga tudo o que quiser. Eu realizarei perfeitamente. Fale!
Para a Mônica, que aguardava ordens, eu...
— Você pode reunir todos os membros do nosso grupo? Eu tenho algo importante para dizer.
E terminando com essas palavras, eu olhei para o teto.
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Todas se reuniram no meu quarto.
Como os chefes históricos haviam suspeitado, o objetivo do harém do qual a Novem falou fez a relação delas ficar delicada.
No espaço do quarto, todas ficavam a uma distância considerável da Novem.
(É de se esperar após receber o tratamento de peças em um jogo.)
Não é como se eu pretendesse castigar a Novem por fazer um harém para mim.
Digo, se for parar para pensar, tudo o que ela fez foi garantir que as pessoas se reunindo em volta de mim fossem imunes à influência da Celes.
Independentemente se fosse para lutar ou correr, Novem simplesmente havia determinado que tal traço era essencial.
Elas me olhavam enquanto eu sentava na cama.
Aria me olhava como se quisesse dizer algo.
Miranda permanecia desconfiada da Novem.
Shannon avaliava seus arredores nervosamente.
O campo de visão da Clara também dançava pelo quarto.
Mônica estava de pé ao meu lado.
E Novem...
— Lyle-sama, sobre o que você gostaria de falar?
Me levantei e observei as faces de minhas companheiras.
— ... Eu decidi dissolver o grupo. Então eu gostaria que decidíssemos se vamos dissolver agora ou em Beim. Talvez possamos realizar a viagem e procurar por outros grupos para fazer parte enquanto trabalhamos com os membros atuais um pouco mais.
Novem escutou minha decisão, e assentiu silenciosamente.
Ela...
— Eu lhe acompanharei até o fim.
Sorrindo, eu...
— É mesmo? Mas eu gostaria que você fizesse sua escolha após eu contar a história toda.
Aria me respondeu, e gritou:
— Não dê prosseguimento às conversas por conta própria! E espera, o que exatamente você está tentando fazer? Dissolvendo o grupo e tudo mais.
Miranda era da mesma opinião, pelo que parece.
— Tenho certeza que alguém disse que iria garantir que eu não me arrependeria de nada, não é? Isso é um claro abandono de responsabilidade aí.
Eu dei um sorriso amargo.
— Isso mesmo. Eu disse que não deixaria você se arrepender. Mas se continuarmos como estamos, você vai apenas se arrepender mais. Eu finalmente defini um objetivo próprio. É grande demais para mim, e para ser completamente honesto, ainda tenho que decidir como exatamente devo prosseguir para realizá-lo. Mas levar todas vocês comigo será apenas seguir por uma rua de arrependimentos. É claro, estou ciente que não é algo que posso fazer sozinho, e não tenho tais intenções. Depois disso, irei reformar o grupo, com o expresso propósito de trabalhar rumo a esse objetivo.
Eu decidi lutar.
Mas nesse caso, não posso mais caminhar junto a meus companheiros sem a mesma resolução.
O que eu decidi foi o desmantelamento e reagrupamento de um grupo.
— Isso é apenas egoísmo...
Enquanto Shannon me olhava com olhos de condenação, eu sorri e me desculpei:
— Isso mesmo. É egoísmo. Não importa quão longe eu vá, ainda serei egoísta. E o objetivo de que falei é o de derrotar a Celes.
Diante de minha declaração, Clara corrigiu o posicionamento de seus óculos, enquanto falava:
— Isso implica assassinato?
— Eu considerei, mas há mais problemas que méritos com esse método. Então quando eu chegar em Beim, reformarei o grupo e começarei a acumular poder. Você quer voltar para Arumsaas, Clara? O que quer que tenhamos ganho como grupo será igualmente distribuído, então se você tiver quaisquer desejos, pode ser possível realizá-los.
Acredito que ela disse que queria gerenciar uma livraria no futuro.
Monetariamente, tenho certeza que temos o bastante pra começar uma pequena loja.
Aria comentou sobre minha decisão.
— Lutar contra a Celes? Você é um idiota? Você bateu de cara no muro quanto a isso não faz muito tempo! Desafiar aquela lá é... você não deveria estar pensando em fugir para algum lugar e viver uma vida quieta?
E isso soa bastante atraente.
Ganhar dinheiro como aventureiros, e eventualmente usar os conselhos dos ancestrais para continuar o legado da Casa Walt de reivindicar terras. Eu considerei esse caminho.
Tenho certeza de que isso também seria bom.
Tenho certeza de que se tivesse escolhido isso, os ancestrais teriam me suportado com seu máximo. Mas eu já fiz minha escolha.
— Eu não posso deixá-la livre. É por isso que escolhi me opor a ela. Sinto muito, mas esse é o fim do grupo. Não se preocupe muito com isso. Irei me preparar por um período considerável, e se formos todo o caminho até Beim, tenho certeza que estaremos em grande demanda. Isso é simplesmente o quão competentes os membros deste grupo são.
Miranda me informou como uma representante do resto.
— Por favor, nos dê algum tempo para pensar. E atualmente, não podemos sequer sair de Centralle.
Eu assenti:
— Sim, tenho certeza que você precisa de tempo. E você, Novem?
A expressão de Novem dava a impressão de não estar esperando essa questão de mim. Um pouco feliz, ainda assim descontente ao mesmo tempo.
Uma expressão complicada.
— Eu lhe acompanharei até o fim.
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Tendo despertado, me sentei em frente a Lianne.
Descansando em um sofá, e tomando chá.
— Ofereço minha gratidão por nos salvar. Mas perdoe minha grosseria, posso perguntar seus motivos? Não consigo pensar que haja um único mérito em tal ato.
Com seus cabelos longos e rosas amarrados atrás de sua cabeça, Lianne ofereceu um fino sorriso.
Ela parecia um pouco cansada, e seu rosto tinha mais sombras que o normal.
— Também não acho que haja méritos. Foi só aquela coisa chamada intuição. Tanto em me encontrar e em salvá-lo.
Enquanto tomava um gole de chá, me perguntei se essa pessoa tinha o mesmo tipo de instintos selvagens que o Primeiro tinha.
— Você acredita que tais instintos existam?
— Sim, acredito. Digo, fui salvo um número de vezes por algo assim.
Com um simples “entendo”, ela retornou ao seu chá.
Ela deve estar pensando que passei por problemas algumas vezes como aventureiro. Ela não está errada com essa suposição, e corrigir apenas deixaria as coisas mais complicadas.
(Sobre as vontades do Primeiro e Segundo terem estado na Joia e daí por diante... Nada bom. Simplesmente desperdiçaria tempo para convencê-la.)
Ela parecia muito mais ocupada que eu, de qualquer jeito.
Junto às preparações para desocupar a mansão, ela parecia estar sondando a respeito de alguns dos assuntos internos mais profundos de Bahnseim.
Foi durante esse ato que ela acabou descobrindo nosso grupo.
— Amanhã haverá um anúncio oficial na praça de Centralle. Celes será oficialmente prometida à sua Alteza Real, e se tornará a verdadeira futura rainha tanto em nome quanto em realidade.
Eu já sabia, então não estava surpreso.
— Iria acontecer cedo ou tarde, apesar de eu pensar ser um pouco cedo demais para o anúncio.
— Eles não podiam esperar pelo que escutei. Veja, a Celes é bastante charmosa, então o Príncipe herdeiro e os outros estão trabalhando rápido para garantir que nenhum inseto estranho se arraste para a luz mirando nela.
Vendo ela dar risinhos para si mesma, me perguntei o que exatamente estava passando através da mente de Lianne ao ver seu ex-noivo em um estado desses...
Apesar de certamente estar sorrindo, duvido que ela ache tudo isso muito interessante por dentro.
— Ela só está agindo por capricho. Apesar de eu ter a sensação de que ela predaria calmamente qualquer homem que atraísse sua atenção.
Liane concordava:
— Posso apostar. Mesmo assim, o príncipe... Rufus será eventualmente apenas jogado de lado, assim acredito. No pior dos casos, se uma criança que ninguém sabe quem é o pai nascer, ela ainda sentaria no trono do mesmo jeito.
Isso é simplesmente o quão distorcido tudo isso era.
Desde que a Celes pôs os pés na cidade, tudo começou rapidamente a espiralar rumo a loucura. Pensando nisso como o poder de um monstro me fez estremecer.
— Então de acordo com a intuição da princesa, como você acha que será de Bahnseim? Você acha que vai durar?
Diante da minha pergunta, ela olhou diretamente através de mim:
— ... Isso não depende de você? Estou surpresa que você saiu vivo depois de ficar na frente dela. É uma sorte enorme você ter escapado com ferimentos daquele nível. Entenda, eu pensei em você como a chave. É apenas por minha sede de vingança, mas eu queria que fosse você aquele a trazer ruína a esse país... Digo, uma marcha da morte entre duas pessoas carregando o mesmo sangue em suas veias soa interessante, não é?
Uma voz veio da Joia.
Era a do Quinto.
『Não importa a época, mulheres certamente são fortes.』
Era uma resposta ao porquê de ela ter me salvado muito mais satisfatória que pura e simples vontade.
Na verdade, era o mesmo para mim.
Mesmo se eu disfarçar, meu orgulho mesquinho estava atiçando um desejo de vingança. Eu queria derrotar a Celes, e triunfar sobre ela.
Essas emoções sombrias inclusas, formavam o meu eu atual.
— Então terei que tentar atender suas expectativas. Enfrentar Bahnseim será difícil para Faunbeux como país?
Lianne parou sua mão que segurava o chá, e me olhou com uma expressão séria.
— Não há um único país próximo que possa oferecer alguma resistência decente contra uma nação tão grande quanto Bahnseim. E mesmo se vencessem, nenhum país pequeno seria capaz de governar sua extensão. Algumas alianças e uniões precisarão ser feitas por uma chance de vitória, mas...
O Sétimo soltou sua voz de dentro da Joia:
『Para países roubando entre si tentarem se unir, é mais provável que uma guerra estoure entre eles antes de qualquer coisa. Tenho certeza que isso virará algo bem lamacento. E duvido que seja possível em primeiro lugar.』
Lianne expressou a razão que o Sétimo estava prestes a falar.
— Tentar explicar a ameaça representada pela Celes, de quem eles nunca ouviram falar antes, não gerará qualquer entendimento. Mostrá-la para eles provavelmente os colocará em sua jaula. É horrível.
No momento em que se entende completamente a ameaça, já é tarde demais.
— ... Princesa, o que você planeja fazer daqui em diante?
Para com minha questão, Lianne deixou um leve sorriso agraciar sua face.
— Uma princesa rejeitada por seu noivo não é causa para bons rumores. Mesmo se eu voltar, que tratamento exatamente me aguarda... é claro...
Confirmei a sensação que ela tinha usando uma Skill, e senti o cabo de minha xícara rachar.
Peguei o copo com minha mão esquerda, não deixando o conteúdo derramar.
— Oh, que lamentável.
Parece que Lianne tinha uma Skill própria.
Quando tentei considerar que tipo de Skill era, ela riu e...
— Minha Skill é 【Truque】. Só é boa para uma pequena travessura, mas isso é o bastante por enquanto. Eu apenas usarei isso para trazer azar para aqueles que me oferecerem uma recepção fria lá em casa.
Vendo-a rir para si mesma, deixei a xícara na mesa.
Seus olhos ainda haviam de mostrar derrota.
Eu realmente me pergunto o que essa garota planeja realizar.
— ... Eu planejo lutar contra Celes. Mas ainda não decidi os meios.
“Entendo”, foi o que ela murmurou enquanto terminava seu chá.
–
–
– ... Aria e Clara passaram pelo quarto da Miranda.
Apesar de terem seus próprios quartos emprestados, todo mundo com exceção do Lyle, Novem e Mônica havia se reunido aqui.
Miranda olhava para Aria, Shannon e Clara, e suspirou.
— Então você disse que quer discutir o futuro? Vocês todas não têm suas vontades próprias ou nada assim?
Aria reclamou:
— Mas dissolver depois de chegar tão longe não te irrita de jeito nenhum!? O plano prosseguiu rápido demais, e dissolver o grupo aqui após termos ido todo o caminho até Beim não é nada além de problema, não é!?
Miranda explicou:
— É por isso que o Lyle disse que realizaria operações por um tempo lá, não foi? Que tal usar isso para procurar pelo seu próximo grupo? Vocês devem achar um grupo bem rápido para o nível de habilidade que você e Clara possuem.
Na verdade, as habilidades individuais de todos eram bem altas.
Apesar do grupo do Lyle possuir coordenação imatura, isso era compensado com competência pessoal.
Mesmo se fossem transferidas para outros grupos, a necessidade de polir a coordenação permaneceria a mesma.
Clara perguntou à Miranda:
— Miranda-san, então você está se inclinando a dissolver em Beim?
Levando sua mão aos quadris, Miranda estufou seu peito e assentiu.
— Não me importo de qualquer jeito, sendo sincera. Digo, eu vou segui-lo de qualquer jeito.
Shannon ficou surpresa.
— Eh!? Mas, a Celes-sama é...
Miranda berrou com a Shannon por continuar colocando “-sama” no nome maldito.
— Larga logo esse “-sama”! Aquela lá já é apenas uma inimiga. E você já adquiriu um ressentimento enorme com ela, então já é tarde demais para tentar comprar favores com honoríficos.
— Essa não era minha intenção... mas não tem como a gente conseguir vencer.
A garota pendurando sua cabeça, Shannon, era muito provavelmente a pessoa entre eles que havia confirmado o poder da Celes em sua totalidade.
Por seus olhos não funcionarem, sua Skill lhe outorgou olhos demoníacos.
E pelo poder deles, ela podia coletar mais informações que outros.
— Irei arrastar a Shannon junto, mas Aria, Clara, você duas têm que decidir sozinhas. O Lyle decidiu lutar com a Celes. Essa é a direção em que o grupo irá se mover. Vocês não vão poder reclamar de “Não era assim que as coisas deveriam ser” depois disso.
Miranda planejava seguir o Lyle. Mesmo se o grupo fosse dissolvido, ela só teria que fazer parte do mesmo quando fosse formado novamente.
Ela não gostava de ficar com a Novem, mas ainda assim, escolheu seguir junto.
Se Novem fosse se mover pelo bem do Lyle, e ela também, então... ela sabia que desde que ela ainda possuísse alguma utilidade, Novem não tentaria excluí-la.
Apesar de ver todas as ações dela como ominosas ou estranhas, ela podia entender que todas elas eram pelo bem do Lyle.
Aria fez uma face meio perplexa.
— V-você está bem com isso? Miranda, você acha que pode vencer contra aquela Celes?
— Um ataque frontal é impossível. Há uma diferença em habilidade... então nós nos prepararemos de modo que possamos ganhar. O Lyle também não é nenhum idiota. Ele falou que todos nós iríamos pular em um poço de chamas? Ele parece ter cabeça para fazer preparações.
Clara estava controlada como normal. É provável que ela já tenha alcançado sua decisão.
Miranda observou Aria tremer.
— Apenas se decida sozinha. Se você estiver almejando virar uma aventureira de primeira classe, então deve tomar responsabilidade por suas próprias ações. Isso é responsabilidade própria.
O grupo havia se reunido por várias razões.
Elas haviam se reunido, atraídas pela existência do Lyle, mas aquelas sem objetivos claros em mente — Aria e Shannon — não puderam deixar de vacilar.
Apesar de pensar que não se podia fazer nada, Miranda tentou direcionar Aria um pouco.
— Não é como se eu vá dizer para fugir se decidir se juntar a outro grupo. É completamente natural um grupo se quebrar se os objetivos diferirem.
Clara afirmou suas palavras:
— Mais que isso, antes vocês foram reunidas e usadas por alguém como a Novem-san, e jogadas em uma situação em que não poderiam escapar, é melhor confirmar seus próprios desejos e intenções. Os meios do Lyle-san são muito mais bondosos.
Com um entendimento maior do que significava ser um aventureiro que o resto, Clara falava e assentia para si mesma.
Aria…
— ... Mas dizer algo assim após todo esse tempo! Após simplesmente nos arrastar por aí como bem quisesse...!
O fato de que Aria gostava do Lyle era algo que Miranda entendia.
É por isso que ela falou:
— Certo. Então você vai embora, não vai, Aria? Não está tudo bem? Existem muito mais peixes no mar.
Aria estourou para fora do quarto.
Observando suas costas, Clara se dirigiu à Miranda.
— Isso não foi um pouco frio demais?
— E daí? Não tenho razão nenhuma para confortar uma rival no amor. Não quero maltratá-la por maldade, mas não vou zelar por ela além do escopo de um companheiro de grupo.
Esfregando seus cabelos verdes claros, Miranda falou para Clara:
— Se ela fizer algo comigo, eu revidarei. Se ela me salvar, pagarei o favor. Mas veja, se ela não seguir o grupo por vontade própria, então será apenas um incômodo para o atual Lyle. Você entende isso, certo?
Observando Clara assentir, Miranda virou seus olhos para a porta que Aria deixou aberta...