Setes Japonesa

Tradução: Batata Yacon

Revisão: Delongas


Volume 16

Capítulo 8: Imprudente


Labirinto subterrâneo de Beim.

Tendo avançado ao seu vigésimo nível, passávamos nossos dias batalhando contra monstros enquanto protegíamos a rota de suprimentos com a superfície.

Usando uma vasta sala como nossa base principal, esperávamos os mensageiros virem das unidades em volta, dando ordens.

General Blois sentava-se enquanto soltava um suspiro.

— Em um ambiente com inimigos vindo de todas as direções, é um enorme trabalho manter um grupo coeso. E as unidades se aventurando à superfície também tinham problemas. Coletando materiais de monstros e Pedras Mágicas, levando tudo até a superfície apenas para voltar com a reposição dos suprimentos. Então todos os aventureiros estavam fazendo coisas assim?

Nossa larga escala era a razão para isso, e geralmente um único grupo seria capaz de preencher todos os papéis. Era realmente um incômodo, mas não o tipo de incômodo que o general Blois estava pensando.

— Nossa escala é simplesmente grande demais, e normalmente, um grupo menor seria capaz de cuidar de tudo. Bem, realmente do grupo, todavia.

Blois olhou em volta.

— Eu também estou começando a perder minha noção de tempo. E ao mesmo tempo, estamos deixando os feridos e aqueles afligidos com o Pós-Crescimento descansarem em uma sala diferente... realmente duro. Então é assim que aventureiros lutam, não é de se espantar. Eles basicamente são especialistas em lutar eficientemente em espaços pequenos. Se soubéssemos, teríamos tido mais cautela.

Se fizessem isso, teríamos tido problemas, mas é verdade que o campo de batalha em que eles lutavam era diferente demais dos soldados. Um mensageiro correu até o acampamento.

— Mensagem! A segunda companhia encontrou o chefe do piso! A passagem tem a forma de...

General Blois e eu conferimos a nota que o mensageiro havia trazido. Quando a entregamos para a Unidade Valquíria Dois, ela a copiou no mapa.

Olhei para o mapa.

— Com isso, nosso mapa do vigésimo andar está praticamente completo.

Tocando uma mão no queixo, general Blois olhou para o mapa.

— ... Mas mesmo se o completarmos, as passagens mudam em intervalos fixos. Dê algum tempo, e esse mapa se tornará inútil. Parece um enorme desperdício.

Fui até a Unidade Um.

— Estou indo. Tenho certeza que serão capazes de derrotá-lo se o cercarem, mas isso seria forçá-los demais. Faça-os descansar um pouco antes de partirmos para o vigésimo primeiro andar.

Eu estava basicamente só matando os chefes para eles, mas ao contrário dos aventureiros, os Cavaleiros e soldados geralmente não consideravam isso como roubo. Ainda mais, eles sentiam que reduzia sua carga de trabalho?

Pegando minha Katana na mão esquerda, a Unidade Um em armadura azul deixou suas marias-chiquinhas douradas balançarem levemente enquanto assentia. Sua aparência era similar a de Mônica, uma enorme diferença sendo o tamanho de seus peitos... ou melhor sua falta.

O Professor Damien dizia que era maravilhoso.

— Irei acompanhá-lo.

O general Blois se levantou de seu assento.

— Quando possível, eu preferiria que nosso líder levasse alguns guardas.

Prendi os encaixes de metal na minha cintura para colocar a bainha na minha cintura.

— Não precisa. E no caso deste andar, eu sou capaz de lidar sozinho.

Aqueles em volta olharam de modo cansado para mim, mas eu já havia derrotado chefes de andares, então ninguém falou nada a respeito.

General Blois sentou-se, escondendo seu rosto com uma mão.

— Bem, tenho certeza que pode. Mas temos que manter as coisas, e parece que está dizendo que não somos confiáveis.

Pensei um pouco, mas por enquanto, seria melhor sem ninguém em minha volta.

— ... Farei isso começando com o próximo. Vamos indo.

Levando a Unidade Um comigo para fora da Joia, toquei na Joia. O Terceiro olhou para os Cavaleiros e soldados em volta.

『Bem, certamente não é nada divertido. Mas você deveria manter seus trunfos escondidos até o final. Ainda não sabe quem em sua volta é aliado e inimigo, afinal.』

O Sétimo tinha uma opinião similar.

『Há algumas pessoas cujas línguas são suscetíveis a deslizes. Para o atual Lyle, a classe do monstro deste andar sequer será um teste de poder.』

Eu desejava esconder o escopo do meu poder o melhor que pudesse por enquanto. Por causa do meu pai que bloqueava minhas habilidades também. Pensando no que estava por vir, isso dependia de esconder minhas mãos.

Enquanto caminhava junto com a Unidade Um, tomei a rota mais curta até a sala onde o chefe aguardava.

... Conde Raebel Bagdia.

Ele havia se aproximado de todas as mulheres que tinham anunciado seu noivado com Lyle dentro do castelo de Rhuvenns, ou aquelas com relações similares.

Mesmo se as mulheres fora fossem impossíveis, ele foi facilmente capaz de se encontrar com Shannon e Lianne que trabalhavam no castelo.

E quanto a Mônica que trabalhava como empregada, se vasculhasse os corredores um pouco, se poderia encontrá-la imediatamente.

Lianne raramente se aventurava fora de seu próprio escritório. Shannon tinha sido colocada para trabalhar em volta do castelo, e era relativamente fácil de se descobrir onde ela estava.

Baldoir estava cauteloso com Raebel que se aproximava do grupo das mulheres. Tendo encontrado Raebel ainda falando com outros Cavaleiros no corredor, Baldoir se aproximou.

— Conde! Qual o significado disso? Em uma hora tão agitada, você está assombrando todas as mulheres do castelo ao invés de participar do treinamento... por que não tenta evitar ações que possam fazer alguns questionarem sua lealdade?

Do ponto de vista de Baldoir, antes de um líder, Lyle era seu Senhor, e um sucessor de confiança. No presente momento, com a vontade de sua Casa, ele venerava o garoto como seu Senhor. Era desagradável ter Raebel rondando as mulheres enquanto Lyle estava fora.

Nisso, com dois Cavaleiros juntos, Raebel encolheu de ombros.

— Baldoir-dono, que surpresa encontrá-lo aqui. É isso o que pensa de mim. Isso me entristece. Apesar de tudo, eu sou um cavaleiro de Bahnseim. Além do mais, de uma Casa de Condes, seguidores diretos da linhagem real. É impensável minha lealdade ser questionada. E sua alegação não implica também que não confia nas prometidas de nosso líder.

Baldoir pôde sentir um “você é apenas um vassalo da Casa Walt”, implícito na parte sobre ser um seguidor direto.

— Mas não deveríamos nos abster de condutas suspeitas? E que razão tem para não participar do treinamento?

A razão da fragilidade desse grupo sincrético se destacar era simplesmente por ter uma escala grande demais.

Agora que Lyle e Blois estavam ausentes do Castelo Rhuvenns, estavam começando a relaxar. Desde o começo, Blois era um general de Bahnseim com seus subordinados em ordem, e Lyle havia enfiado dolorosamente nas cabeças de Bahnseim o quão detestável ele era no campo de batalha.

Os dois tinham conquistas, então os soldados absorvidos não tinham escolha senão ficarem quietos. Mas com Baldoir, os outros soldados relaxariam.

Ao invés de ser por falta de méritos, ele ficava oculto atrás da sombra de Lyle e outros, então seus méritos realmente não se destacavam. Ao mesmo tempo, sua posição era a de um vassalo da Casa Walt, então os nobres em volta o viam como alguém inferior.

Um dos Cavaleiros acompanhantes de Raebel estalou sua língua.

— Tsc, com essa atitude quando você é só um vassalo da Casa Walt.

Quando ele disse isso, uma atmosfera perigosa começou a surgir no local. Baldoir tinha seu orgulho.

— ... E vocês são apenas restos de um exército caído, é o que gostaria de falar. Com essa atitude, quando só puderam continuar vivos por causa da compaixão do Lyle-sama.

A atmosfera apenas piorou, e o primeiro a levar sua mão à espada foi o Cavaleiro seguidor de Raebel.

Mas então, Mônica apareceu.

— Baldoir-sama, Lianne-sama está lhe chamando. Por favor, venha ao escritório logo.

Na frente de outras pessoas, Mônica também se referia a Lianne com “-sama”. Com sua aparição, os quatro soltaram seus cabos.

Raebel falou para Baldoir.

— Não podemos derramar sangue diante de uma dama.

Sua atitude era como se Baldoir fosse aquele que estivesse tentando atacá-los, mas Baldoir sabia que estava em desvantagem com três contra um. Ele pensou:

(O sangue me subiu um pouco à cabeça. Preciso manter uma mente calma.)

Enquanto ele se arrependia dos dias agitados e provocações terem desgastado sua compostura, Mônica assistia as costas dos três em partida. Baldoir olhou para ela.

— Minhas desculpas. Irei até a Lianne-sama im...

Mas a Mônica falou:

— Não, foi uma mentira, então não se importe. Embora eu tenha sido informada para fazer isso. Não importa se deixar aqueles homens agirem livremente.

Baldoir fez uma expressão séria em resposta às palavras dela.

— Isso causará um desleixo na disciplina. Na realidade, a conduta deles não pode ser ignorada, e se as coisas continuarem assim, quando o Lyle-sama retornar...

Mônica virou seu rosto para Baldoir, inexpressiva enquanto falava:

— Não há problema nenhum. Tudo será resolvido quando o maldito frangote retornar. Não haverá nenhum problema desde que realize seus deveres normais, Baldoir-dono. E não faça nada imprudente demais. Se alguma coisa acontecer, o frangote ficará triste.

Baldoir pôde apenas observar a Mônica enquanto ela ia embora caminhando...

— Não haverá problema se deixarmos eles agirem livremente... não poderia ser...

Uma ampla sala.

Maior que qualquer das passagens pela qual tivéssemos caminhado, com um alto teto. As pedras se embutiam em suas paredes, teto e chão cintilando, mas eram insuficientes, então a Unidade Valquíria Um tinha que segurar uma lanterna.

Eu segurava minha Katana em minha mão direita contra o chefe dessa enorme sala... o Minotauro, enquanto investia.

Além de seu corpo com cerca de o dobro do tamanho daquele de um humano, ele tinha pés ágeis, e dava a impressão de uma sólida parede correndo.

— Esse daí teria nos causado algumas mortes. Mesmo se eu os enviasse contra ele, se não firmassem suas vanguardas, as perdas teriam sido algo terrível...!

Me alcançando, o Minotauro desceu sua enorme clava ao chão. Mesmo colidindo contra o chão, a clava não quebrava, e ao invés disso, o chão foi destruído.

Mas com algum tempo, esse chão se restauraria ao normal. Mesmo assim...

— Parece que não pode ser nada além de madeira. Isso é realmente uma maça?

Quando soltei minha questão, o Minotauro balançou sua cabeça de touro para o lado, abrindo sua enorme boca. Sua saliva era lançada enquanto seus olhos vermelhos pareciam estar brilhantes.

Havia um número de ferimentos pelo seu corpo. Ferimentos que eu havia causado.

De dentro da Joia, ouvi a voz do Terceiro.

『Que bom que é um durão. Serve de perfeito boneco de testes. Pois bem, Lyle.』

Ouvindo isso, me concentrei. Concentrando-me, ativei uma Skill.

— ... Dobra

Incapaz de evitar seu balanço horizontal da maça, usei a Skill do Sétimo para teletransportar-me e me posicionar atrás da fera. Vi fagulhas se espalharem enquanto a clava raspava o chão, mas desci minha lâmina mirando na cabeça do Minotauro.

— Ainda fraco demais.

Um ataque logo após o teletransporte. Parecia fácil, mas era ridiculamente difícil na prática. O Sétimo me ofereceu uns conselhos.

『Esse foi melhor que antes. Continue assim para pegar o jeito. Bem, provavelmente ainda será difícil de se usar consecutivamente.』

Era originalmente a Skill do Sétimo. Aos olhos de seu dono, era inevitável eu parecer fajuto. Pois se alguém senão seu dono original usasse uma Skill, o consumo de Mana e até o fardo de uso seria enormemente elevado.

Ela já consumia uma quantidade enorme de Mana, e trazia consigo um fardo pesado. Originalmente era a Skill exclusiva de uma única pessoa. Seria estranho se não houvesse algum problema com outra pessoa a utilizando à força.

Eu fui capaz de cortar alguns centímetros da nuca do Minotauro até suas costas, traçando uma linha levemente diagonal de um metro de extensão, mas meu inimigo não mostrava sinal algum de queda.

Soltando um rugido, ele girou, balançando as costas de sua mão esquerda contra mim.

Eu aparei o golpe cuidadosamente no ar, usando a força de meu oponente para me distanciar bastante.

A Unidade Um havia circulado para chegar antes no lugar onde eu aterrissaria. Ela abriu os acessórios em forma de asa em suas costas, e provavelmente me protegeria se eu tivesse ficado imobilizado.

Eu, para ela:

A número três não parece certa nas minhas mãos. Eu já testei a número quatro, então me dê a número cinco.

— Entendido.

Abrindo um pouco mais seu acessório, havia um número de Katanas guardadas lá. Entre as espadas amontoadas, ela pegou a número cinco e me entregou.

Entreguei aquela em minha mão, e instantaneamente comecei a me mover, atraindo a atenção do Minotauro, e recomeçando nosso jogo de pique.

O Terceiro se focou um pouco na minha Katana.

『Você preparou algumas sutilmente diferentes, mas no final das contas vai ser a número cinco? Só de ver daqui, parece que seus ataques são os mais agudos.』

Entre as que eu havia usado, é verdade que a cinco parecia boa. Eu tinha tentado testar as outras, mas não havia dúvida que a cinco era a melhor. A sensação quando eu a segurava, e a sensação quando eu cortava... tudo me vinha agradavelmente.

— Quando eu voltar, terei outra forjada com a número cinco como base. Mas antes disso...

Me virando ao Minotauro que me perseguia, esperei que atacasse... e usei a Skill Dobra para me mover instantaneamente.

Como eu estava repetindo a mesma coisa várias vezes, o monstro estava aprendendo, e imediatamente balançou sua clava para trás.

Porém...

— Lamento informar, mas já peguei o jeito do truque.

A maça se aproximando passou apenas por espaço vazio. Tendo me movido a um ponto levemente mais alto, caí enquanto usava a espada para traçar uma linha pelo Minotauro com seus olhos arregalados...

Sua cabeça rodopiou pelo ar.

Aterrissando, quando tentei devolver a Katana para sua bainha...

— Ah, é a bainha errada.

Ela não coube. Chamei a Unidade Um, e deixei a Katana com ela. Com sangue escorrendo de seu pescoço, o corpo do Minotauro tombou para trás, enquanto as escadas para o andar seguinte se manifestavam em um caminho antes bloqueado.

A Unidade Um recebeu a espada de mim, cuidadosamente esfregando o sangue de sua lâmina, antes de retorná-la à sua bainha correta.

— Esplêndido trabalho, mestre.

Olhei para o rosto dela:

— Me chamando de “mestre” com o mesmo rosto que a Mônica... é meio estranho.

O mesmo rosto que a Mônica. Mas como ela ainda não era capaz de usar expressões, sempre parecia indiferente. Porém, uma Mônica que não me chamava de frangote... é, alguma coisa estava errada.

Nisso, a Unidade Um falou.

— Seria problemático se me colocasse no mesmo nível que aquele pedaço de sucata. Se odeia aquele ferro-velho, pode me manter ao seu lado, sabe.

Apesar de não conseguir mostrar expressão, ela ainda era uma autômato. Do mesmo tipo que a Mônica. Tenho certeza que estando quebrados ou não, autômatos teriam esse tipo de personalidade.

— Mas o que os antigos que fizeram vocês todas estavam pensando quando te deram essa personalidade...

Os mistérios dos antigos apenas se aprofundavam. Bem, não que isso fosse relevante para mim, do presente.


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