Setes Japonesa

Tradução: Batata Yacon

Revisão: Delongas


Volume 16

Capítulo 17: Primeiro Esforço Conjunto


— O flanco direito do centro irá recuar. Acredito que seja melhor você se retirar da esquerda também.

Ouvindo a voz da Mônica, assisti nossos aliados desesperadamente resistindo na frente. O centro sob o general Blois estava sólido. Mas as alas esquerda e direita do exército principal estavam desmoronando.

Além dos duros ataques da Casa Walt, eles tinham mostrado sua tenacidade enquanto uma batalha simples continuava. Eu havia posicionado os flancos esquerdo e direito mais para trás, continuando a guerra com o centro em destaque, e já estávamos entrando no décimo dia.

Era algo bem raro em uma batalha em campo aberto, mas de certo modo, a situação era como se estivéssemos em um cerco. Nós apenas podíamos perdurar.

— Envie um mensageiro. Faça-nos recuar, e envie os feridos para a retaguarda.

As unidades e soldados chamados de volta para a retaguarda seriam reorganizados. Mesmo se continuássemos enviando reforços, tínhamos mais feridos que forças capacitadas retornando.

Mônica se virou para mim e falou:

— ... Frangote, recomendo retirada. Acredito que mais que isso seja impossível.

Cerrei meu punho.

... Base da Casa Walt.

Próximo às barracas, Maizel assistia o campo de batalha. Era como se a guerra estivesse se virando bastante em seu favor.

Mesmo se reforços continuassem vindo das linhas traseiras inimigas, eles estavam enviando ainda mais inimigos para trás, então era apenas questão de tempo até ficarem sem forças.

Ainda assim, Maizel parecia insatisfeito de certo modo.

— Que estranho. Não consigo sentir o mesmo nível de resistência que no primeiro dia.

Quando se sentou em uma cadeira e murmurou, Beil — que também servia o papel de seu ajudante — opinou.

— Não é por termos dado um corte profundo no espírito de luta deles no segundo dia? E a Casa Forxuz está lutando entre si no flanco direito. É uma interação chamativa com muitos tendo que recuar. Eles também recuaram seu flanco esquerdo, fazendo o centro se projetar.

Maizel assentiu.

— De certo modo, eles têm uma fortaleza. Para manter isso, eles estão tendo dificuldade em mudar a formação. Então perderam controle de seu movimento. Eu sei disso, mas ainda tem alguma coisa me prendendo.

Um exército que se movia precisamente às ordens de Maizel, mudando a formação para se adequar à situação enquanto lutavam. Os mais fortes de Bahnseim não eram só enfeite; o exército se movia como se fosse um único organismo.

Por causa disso, todos podiam ver que a vitória estava se aproximando. E apesar de todos poderem ver, Maizel sentia que algo estava errado. Se Jared da Casa Forxuz estivesse ali, talvez fosse capaz de oferecer conselhos, mas presentemente, estava lutando com sua própria filha no flanco direito, incapaz de deixar o campo de batalha.

Beil sentiu suas insatisfações.

— Apesar de ser verdade que nossas forças destacadas foram esmagadas pelo inimigo, olhando o todo, é apenas um pequeno problema. Se continuarmos forçando o inimigo, eles terão de deixar as terras que construíram para si. Se isso terminar em uma batalha de perseguição, vitória será uma questão simples, não?

Maizel levou uma mão ao queixo enquanto assentia.

(Isso mesmo. É assim que deve ser. Mas depois de decifrar nossas jogadas tão completamente no primeiro dia e lidar conosco, o modo como estão batalhando... é realmente difícil fazer os soldados lutarem de acordo com suas ordens, mas se esse fosse o caso, eles deveriam ter desmoronado mais cedo.)

Com a sensação de que isso era mais como atacar um forte inimigo do que uma simples batalha, Maizel recordou o rosto de seu pai.

(... Parando para pensar, quando se trata de derrubar castelos e fortalezas, não havia ninguém melhor que o meu velho.)

Por que, a esse ponto... ele relembrou seu pai? Maizel sentiu-se um pouquinho curioso...

Noite.

Vendo meu exército começar sua retirada, levantei os olhos ao céu noturno.

Eva se aproximou de mim.

— Desculpe interromper enquanto está ocupado apreciando as estrelas, mas tenho coisas a reportar. Não sei se eram uma força de incursão ou de reconhecimento, mas rechaçamos alguma coisa.

Eva era uma elfa, suas pernas eram muito mais fortes que as de um soldado comum. Além do mais, ela liderava os elfos negros, e aqueles elfos negros eram uma tribo que vivia na floresta. Além de serem fortes na penumbra da noite, eles se especializavam em trabalhos que requeriam agilidade nos pés.

— ... Desculpa. Joguei um trabalho tão entediante pra você.

— Está tudo bem. Estou cobrando pagamento. Para os elfos negros nos ajudando também, eles estão fazendo isso pelo próprio bem, ao invés de por você.

Eu dei uma leve risada.

— Bem, se não fosse assim, seria suspeito, pelo contrário. As florestas em volta de Beim Sul, correto? Da minha parte, se eles cuidarem direito, podem ficar. Mas eles não poderão se isolar.

Eva deu de ombros, me fitando profundamente.

— Nesta era, não podemos viver nos enfurnando. Beim Sul fica por perto, e eles precisarão interagir. Mas tem certeza? Pensando no melhor interesse de Beim Sul, seria melhor limpar aquelas florestas para dar acesso ao bebedouro e etc, pelo que a Adele disse.

De acordo com a Adele-san, se fôssemos dar uma floresta aos elfos, seria melhor achar outra. A razão, aparentemente, era que havia uma possibilidade deles virarem um obstáculo para o desenvolvimento de Beim Sul.

Do meu ponto de vista, desacelerar Beim Sul era uma necessidade.

— Está tudo bem. É um problema se for ver apenas do ponto de Beim, mas do ponto de vista de todo o continente, é uma necessidade. E eu sou um homem que honra minhas promessas.

Eva, ao ouvir minhas palavras:

— Mas você só faz promessas que pode honrar, não é? Bem, então que seja. Parece que o chefe estava preocupado com isso, então eu apenas tinha que perguntar.

Todos agiam em busca de benefício próprio. Não direi que isso é ruim. Mas quando se trata de usar pessoas, precisa-se saber o que a outra parte busca.

Se eu não almejasse a posição de imperador ou nada grandioso assim, certamente não teria que bater minha cabeça com essas coisas. Porém, não havia mais volta.

— ... Eva, você tem um momento?

— O que foi? Estou de folga, então vá em frente.

Me virei para ela, e falei.

— Eu quero falar um pouco sobre o Chefe de Sétima Geração... Brod Walt. Eu deveria te dar algumas informações para suas canções.

Quando falei isso com um sorriso, Eva riu um pouco. Ao invés de relutante, ela parecia interessada. Parece que a princípio ela pensou que eu ficaria apenas me gabando dos meus ancestrais, mas ela pareceu gostar bastante de ouvir as qualidades e defeitos dos meus ancestrais.

— Por que não? Irei completar para você um dia. Mas nesse caso, isso deixa... seu pai com quem estamos lutando, e a terceira pessoa, correto?

Eu assenti.

— É, isso mesmo. Irei lhe contar sobre o Terceiro na próxima vez.

... Por volta de quando o Lyle estava indo para o campo de batalha.

A cena projetada no quarto de memórias era a de Maizel e Claire segurando uma criança. Claire fazia uma expressão cansada, mas parecia alegre. Maizel tinha bolsas sobre os olhos.

『Você foi bem, Claire! É um menino!』

Maizel alegrou-se. E era o mesmo com Claire. Isso era o quanto significava dar à luz a um garoto.

『Sim! Desde que essa criança cresça bem... ah, realmente, muito obrigado por nascer, Lyle.』

Lyle... era uma cena de seu nascimento. Um idoso Brod e Zenoire estavam na cena, profundamente comovidos também.

『M-meu neto. Como é fofo... M-mas meu neto ainda é uma criança da Casa Walt! Precisamos criá-lo rigorosamente!

『... Querido, depois de comprar tantas coisas para a criança, você não tem poder de persuasão nenhum. O que foi, mesmo? Roupas e brinquedos o bastante para ele até os três anos? Essas coisas você deveria comprar depois de discutir com a família.』

『Zenoire, não fique tão zangada. Veja, foi só que por acaso quando eu estava passando por Centralle, por acaso eles estavam em promoção.』

『... Os mercadores ouviram que você ia ter um neto, e se certificaram de captar sua atenção! Você caiu nisso como um patinho.』

Enquanto Brod e Zenoire conversavam, talvez por Maizel não ter dormido nada até aquele ponto, Maizel caiu ali mesmo. Os servos na sala e Brod ficaram bastante agitados.

『Maizel! Fique firme!』

Quando Brod agarrou seus ombros e o sacudiu violentamente, Zenoire o acertou na nuca.

『É você quem precisa se acalmar! O que está fazendo com o meu Maizel... carreguem-no para o seu quarto imediatamente.』

Claire se agitou com o bebê nas mãos, enquanto o garotinho que ela segurava forte apenas dava um pequeno bocejo.

Lyle olhava a cena, dando um sorriso um pouco triste.

— Pensando agora, é meio surpreendente. Ter havido uma época assim, sabe.

Nisso, o Sétimo estalou seus dedos. A seguir, o cenário em volta sumiu em cinza, e mudou para mostrar uma cena diferente.

Era a mansão da Casa Walt, com um pequeno Lyle correndo. Em volta dele havia alguns Cavaleiros chatos, e...

『Por favor, espere, jovem mestre!』

Enquanto Lyle corria a todo sorrisos, as empregadas e Cavaleiros perseguiam. Nisso, um Beil ainda jovem agarrou o garoto, e o segurou nos braços.

『Lyle, você não pode sair causando problema para todo mundo.』

『Baywoo!』

『Ahahaha, é Beil, Lyle-sama.』

Ele tinha ceceio. Mas considerando que era uma criança que sequer fizera dois anos, ser capaz de correr assim era algo incrível. O Sétimo ria enquanto falava com o Lyle:

『Na época, você amadureceu bem rápido. Você saía correndo todo animado, cheio de curiosidade, e corria em volta da mansão.』

Lyle, parecendo um pouco embaraçado, olhou a cena um pouco triste. As pessoas da mansão estavam todas lhe dirigindo sorrisos.

『... Quando eu estava vivo, você definitivamente era o nosso herdeiro. Todos estavam contando com isso. E você tinha o necessário para atender às expectativas.』

O Sétimo se virou para o Lyle.

『E agora, Lyle... indo ao assunto principal.』

Quando os dois se encararam, o tempo parou para as cenas em volta, enquanto se acinzentavam e se desmanchavam como pó...

... O dia seguinte.

— As forças inimigas abandonaram sua base, e começaram a fugir!

Pulando de pé com as palavras do mensageiro, Maizel imediatamente colocou seu equipamento enquanto dava ordens.

— Preparar para perseguir! Eu fui negligente. Nunca pensei que fugiriam à noite... mas desde que possamos pressioná-los até Rhuvenns, não é problema... não, espera!

Após seus homens o trajarem com sua armadura, um Maizel completamente preparado partiu para o exterior da barraca.

Seus subordinados apressadamente se reuniram em sua frente.

— Maizel-sama, o inimigo ainda há de fugir completamente.

Quando Beil se aproximou para reportar, Maizel exclamou:

— Prepare meu cavalo. Ponham todas as forças em perseguição.

— M-mas...! Maizel-sama, você não precisa perseguir pessoalmente.

Ele refutou as palavras de Beil.

— Viste o quão minucioso nosso inimigo pode ser. Quando retornarem ao seu território, podem fortalecer suas defesas. Não podemos segui-los para águas perigosas. Não acho que perderemos, mas isso aumentará nossas perdas. Iremos persegui-los parcialmente, e nos retirar depois disso.

Julgando que mais que isso seria perigoso, Maizel acreditava que Lyle favorecia formações inclinadas à defesa. Na verdade, ao enfrentá-lo, ele raramente assumira uma posição ofensiva. Nesse caso, talvez ele tenha preparações consideráveis prontas no território de Rhuvenns.

— Se ele ficar longe demais para minha Skill fazer efeito, nossa própria posição pode ficar em perigo. Não se esqueça que pelos relatórios o inimigo é especializado em Skills. Não se preocupe, apenas acertaremos eles levemente um pouco. Deixarei minha proteção com você.

— Sim senhor!

Sob as ordens de Maizel, o exército se moveu em perseguição. Maizel montou seu cavalo pronto, entrou no grupo avançado rumo à base inimiga, destruindo paliçadas pelo caminho. Sem oferecer qualquer resistência, aquelas muralhas defensivas feitas de tábuas foram queimadas.

E o Exército Walt começou sua perseguição. Penetrando a fortaleza, o que suas unidades encontraram foi uma unidade inimiga no meio de sua fuga.

Vendo uma porção de forças em fuga de longe, começaram a se mover naquela direção. Por sorte, não havia nenhuma estrada secundária ou atalhos, então os comandantes concluíram que não era uma isca, e continuaram avançando com o exército.

Maizel avançou cercado por guardas.

Mas.

— Isso é estranho.

Maizel murmurou enquanto olhava em volta. Esse caminho que se contraía gradualmente parecia algo preparado propositalmente. Além disso, ele mal podia sentir qualquer sensação mágica do inimigo em fuga.

Virando-se para Beil, Maizel falou:

— Estamos voltando. Prosseguir é perigoso. E levantem um escudo mágico.

Foi no momento que Beil estava prestes a dar as ordens. Pólvora foi acendida, soltando um som bastante nostálgico. Aquele som que abalava o ar trouxe a memória de seu pai, Brod. Além do mais, a explosão tinha vindo de trás deles.

— O que aconteceu!?

Quando Maizel se virou, seus aliados pareciam não ser capazes de controlar seus cavalos, já que não estavam parando. Mas se não parassem e mudassem de direção, seriam derrotados. Finalmente se virando, duas unidades acampadas em áreas de leve elevação apareceram, descarregando suas armas de fogo contra eles.

— Armas de fogo!?

Quando Maizel berrou, Beil também gritou:

— Maizel-sama, tenha cuidado... eles trouxeram até canhões!

— E canhões? Por que somos incapazes de bloquear algo desse nível!?

Não havia ninguém capaz de responder à pergunta de Maizel.

... As unidades que se esconderam.

Essas unidades tinham sido posicionadas para pinçar o caminho que o inimigo trilharia. Eles tinham disparado suas armas de modo que suas linhas de tiro se cruzassem.

Para não acertar nenhum aliado, e para imobilizar seus inimigos. Apesar de haver um escudo mágico levantado, eles tinham adicionado os ataques dos canhões e armas de fogo melhoradas trazidas de Beim. E além do mais, com os puros números, era uma chuva de balas.

O inimigo gradualmente ficou menos capaz de se defender contra, e suas baixas lentamente cresciam.

Comandando uma das unidades, estava a alegremente casada, Alette.

Pegando emprestado algumas forças do Lyle, e recebendo instrução de seu marido, Baldoir, ela assumiu o comando de uma unidade de armas de fogo.

— Veem isso, soldados de Bahnseim!? Esse é o p... me... e do meu marido...! Nosso primeiro esforço conjunto!

O ajudante da unidade suspirou ao seu lado. Ele era um vassalo que Baldoir trouxera da Casa Randbergh, que havia esplendidamente se tornado um Cavaleiro nessa empreitada. A razão de tal homem estar ao lado de Alette, foi por ela ter se tornado a esposa de seu mestre.

— Madame, há muitos soldados nesta unidade vindos de Bahnseim, então, por favor, tenha cuidado com vossas palavras.

— M-Me desculpa! N-não foi essa minha intenção.

O ajudante sacudiu sua cabeça, antes de dirigir seus olhos para frente de novo.

— Conseguimos dividi-los bem. Os cavalos de sua cavalaria foram assustados, e não parece que escutarão. Estão seguindo em frente, incapazes de parar de repente.

Alette pigarreou propositalmente enquanto corrigia sua postura.

— Isso mesmo. Exatamente como planejado. O inimigo esteve negligenciando armas de fogo e canhões. Então usamos isso para pinçá-los...

— Errado. Se não as usarmos bem, não mostrarão qualquer efeito. Mesmo agora, não fomos capazes de derrotar tantos inimigos quanto o esperado.

Eles estavam de escudo mágico levantado, então não fomos capazes de danificar o inimigo tanto quanto o antecipado. Mas foi um enorme sucesso como um ataque surpresa. O caótico Exército Walt gradualmente começou a se recuperar, enquanto começavam a despachar soldados até as unidades de Alette e Baldoir.

— Estão vindo!

Quando Alette puxou sua espada, Elza, montada, inclinou seu cajado contra seu ombro enquanto falava.

— Vocês, continuem seus ataques. Nós não deixaremos o inimigo se aproximar.

Do outro lado, Gracia protegia Baldoir. E isso era o mais conveniente para o grupo do Lyle.

Enquanto as forças se dividiam e a cavalaria se destacava, a força principal liderada pelo Lyle tentaria atacar.

Elza falou:

— Nós continuaremos tentando dividir o inimigo. Desde que consigamos arrancar a cabeça do general, essa batalha será nossa vitória. E... Eu não deixarei eles entrarem no caminho do Lyle. Agora, comecemos.

Quando Elza virou seu cajado para os inimigos que se aproximavam, flechas de gelo começaram a se manifestar em volta dela. Seus números excediam várias centenas, e quando todas dispararam de uma vez só contra o inimigo que se aproximava, perfuraram o escudo mágico, e abateram inimigo após inimigo.

O contra-ataque do Lyle havia começado...


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