Volume 13
Capítulo 4: Aventureiro Sem Charme
Alguns dias após receber a informação do Rauno-san.
Tanya-san visitou a mansão. Eu iria entretê-la, mas como havia apenas os autômatos de Damien na mansão, acabei fazendo a Nº 2 preparar um pouco de chá.
Talvez ela não tivesse interesse nenhum nos meus gostos pessoais, já que pegou um chá diferente ao da Mônica. Provavelmente era a preferência do Damien.
Tanya-san sentou-se no sofá em postura adequada. Ela não havia tocado no chá. Seu tom era ainda mais indiferente que o normal.
Usei uma Skill. A Busca... do Sexto... mostrava a reação de Tanya-san como amarela ou vermelha.
Talvez ela estivesse hesitante. Nesse caso, significava que ela não sabia os detalhes. Tanya-san era alguém da Guilda. Como esperado, ela deveria priorizá-la.
— Lyle-kun, um pedido urgente surgiu. Talvez você tenha ouvido os rumores...
— Sobre Cartaffs?
— ... Se já está ciente, isso agiliza as coisas. É sobre Cartaffs; recentemente, tem havido movimentações turbulentas. Um pedido referente ao país chegou até Beim, e determinamos ser um pedido requerendo ampla urgência. Então a Guilda decidiu fazer esse pedido a você. Como recompensa pelo sucesso, prometemos cinquenta mil em moedas de ouro. O conteúdo do pedido é o resgate da rainha capturada.
Como adiantamento, várias moedas de ouro foram preparadas.
Eles nunca pretendiam pagar a taxa de conclusão, então queriam apresentar um pedido com condições consideravelmente favoráveis.
De dentro da Joia, o Quinto soltou sua voz:
『Então alguns milhares de ouros não causam qualquer dano neles? Muito bom, Guilda dos Aventureiros. Não é uma quantia ruim para cobrir as preparações.』
Olhei para o documento.
— Essa quantia preparatória é bem extravagante. Mas nosso grupo só têm mulheres, como tenho certeza que está ciente. Isso está completamente fora de questão, não é?
Os relatos pareciam dizer que a Skill do Larc era poderosa contra o sexo oposto. E parece que era um plano para me separar das minhas companheiras.
O Sétimo passou os olhos.
『Desde que separassem vocês, eles pensaram que daria tudo certo. Mas dessa vez, a Guilda deve estar usando seus trunfos... se os subestimar, será perigoso.』
Para com as opiniões do Sétimo, o Terceiro soltou uma risada.
『E não é por isso que está tudo bem? Larc, não é? Criancinha bastante lamentável. Duvido que esteja ciente de como está sendo usado por nós e pela Guilda, afinal. Oh, é mesmo Lyle... de acordo com o planejado.』
Tanya-san também havia considerado as razões que eu poderia apresentar para recusar.
— Foi determinado que o sucesso é mais provável com você trabalhando sozinho. E também, ter apenas mulheres é uma mentira, não é? Maksim, Damien... os dois também estão registrados como aventureiros.
Então eles planejavam nos esmagar completamente? Até o nome do Maksim estava aparecendo. Olhei para os documentos de novo.
— ... Eu também tenho um pedido de subjugação de Labirinto. Isso pode vir depois que eu completar?
De uma maneira perturbada, Tanya-san falou:
— É algo urgente, então se possível, em breve. E também, caso se prove impossível, a Guilda despachará reforços.
Ouvindo isso, sorri. Era um caso que eu havia considerado. E os aventureiros despachados provavelmente estariam no clima para nos atacar.
— Isso ajudaria bastante. Que tal reforços para mim?
— Infelizmente, isso... entretanto, Beim já enviou aventureiros para aquele lado dos mares. Poderemos arranjar para que cooperem com você.
Ouvindo isso, inclinei minha cabeça.
— É mesmo? Que estranho. Todos os grupos famosos deveriam estar fora em outros pedidos. Foi uma despacho de outro lugar senão a Filial Leste?
Além da Filial Leste que era do tipo de despacho, os únicos outros aventureiros a irem para tão longe de Beim eram os mercenários do sul. Como sempre, a expressão de Tanya-san parecia a mesma preparada de sempre.
— Isso simplesmente é o quanto estamos apressados. Enviaremos mais reforços ao Labirinto.
Assenti, e me movi para assinar os papéis, mas de repente parei minha mão.
— Ah, é mesmo. Há algumas tarefas mistas que preciso realizar também, então posso deixá-las com um conhecido da Filial Leste? ... Gostaria de realizar um pedido a eles.
Ouvindo isso, Tanya-san pensou um pouco, mas eventualmente assentiu com um sorriso.
— Vá em frente. Porém, enviar para alguém entre os mais capacitados irá nos causar problemas. E duvido que aceitem se propuser a eles um pedido para tarefas mistas.
Assinei o papel.
— Oh, está tudo bem. Eu tenho um palpite sobre quem provavelmente aceitará.
Abaixei os olhos, enquanto pensava:
(Tanya-san, você está sendo mole. Você pensou que não importaria se descartasse um aventureiro que aceitaria pequenos bicos?)
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Após a Tanya-san sair, chamei o Damien e Maksim-san — que estavam na mansão — ao cômodo, para discutir.
Era referente ao pedido de Cartaffs. E também informei a eles do quão horrível era a situação presente.
Damien retirou seus óculos, e esfregou as lentes.
— Hmmm~, e então? Você tem alguma coisa em mente, não tem, Lyle?
Maksim parecia nervoso. O oposto de Damien.
— Isso não é bom. Não ser capaz de receber suporte financeiro de Beim, não importa como se veja, afetará nossos objetivos daqui para frente.
Parece que ele pensava que eu iria continuar recebendo suporte de Beim... da Casa Trēs. E era com esse plano que a Adele-san estava se movendo.
Ofereci minhas desculpas.
— É, eu provavelmente deveria me desculpar antecipadamente. Teremos que abandonar este lugar também. Provavelmente, ou melhor, no futuro próximo, a Casa Trēs irá realizar algumas ações, e começaremos a construir uma fundação no ponto onde estamos avançando com a Subjugação do Labirinto, então farei daquele ponto nossa próxima base de operações.
Damien soava relutante.
— Eh~ Eu tinha me apegado ao laboratório subterrâneo daqui.
— Vou construir um edifício do seu gosto lá. E espera, acredito que haverá alguns movimentos grandes.
Abri minha mente para os dois sobre o plano.
Do antecipado ataque dos aventureiros em Cartaffs, e sobre como, através da salvação da Rainha, venderíamos um favor, e faríamos eles pressionarem Bahnseim do norte para nós.
Tendo ouvido isso, Maksim:
— ... Se tudo for bem, é realmente um bom negócio. Mas existe um alto risco. E quando estaremos expondo a senhorita a tamanho perigo, eu não poderei sequer estar ao lado dela.
Como imaginei, ele não queria ser retirado do lado da Adele-san. Para Damien, parecia estar incomodado.
— Três autômatos. É verdade que posso preparar golens, mas quanto isso vale em termos de potencial de guerra? Podemos vencer? Aventureiros que poliram suas habilidades no Labirinto, sendo direto, eles são monstros.
Para Damien e Maksim-san, eu mostrei confiança enquanto declarava:
— Nós venceremos. Se perdermos aqui, então de qualquer jeito não venceremos contra o monstro que a Celes é. E também. Há movimentos em Beim para expulsar a Casa Trēs. Então quero migrá-los diretamente para as terras que estamos desenvolvendo. Damien, consegue persuadir o velho Letarta?
Damien colocou seus óculos, recebeu um copo da empregada autômato Nº 1, e bebeu um pouco de chá.
— Acho que é possível. Bem ou mal, ele é um artesão. Desde que tenha um lugar para ficar e trabalho para fazer, então é possível, não? Parece que ele não odeia a barulheira de Beim, mas ele veio do campo, e diz que sente falta. E também, ele estava gostando de modificar as Valquírias, e parecia que não queria abandonar o trabalho.
Então podíamos levar o velho Letarta conosco. Nesse caso, talvez eu pudesse chamar os artesãos e mercadores ligados a ele, e oferecê-los um convite ao sul.
Milleia-san falou alegremente.
『Lyle, façamos a Eva-chan espalhar alguns rumores. De que as terras ao sul são abençoadas ou alguma coisa assim!』
Essa daí realmente estava se divertindo.
Nisso, o Damien olhou para mim:
— ... Você irá receber os mercadores que perderam seu valor aqui? Se fosse você, Lyle, então se tudo fosse bem, tenho certeza que seria capaz de chutar para fora os mercadores sobrando em Beim.
Eu sacudi minha cabeça.
— Lamento, mas mesmo nesta situação, ainda tenho um forte senso de dever. E eles me salvaram, então não irei traí-los.
Nisso, Maksim-san me dirigiu olhos de dúvida.
— ... Essa é uma definição de “dever” diferente da que eu conheço.
— Que rude. Eu vou salvar os mercadores que me ajudaram do colapso de Beim. Isso é senso de dever o bastante, não é?
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Tendo visitado a Filial Leste, pessoalmente pedi pela sala da Marianne-san no terceiro andar.
Normalmente não haveria um problema com quem quer que a recepcionista fosse, mas só dessa vez, eu tinha a necessidade da Marianne-san.
A Guilda tinha uma quantidade considerável de funcionários, e eu precisava de alguém que não fosse abandonar seus conhecidos aventureiros.
Não, não diria que era essencial, porém mesmo assim, pedi por ela porque pretendia usá-la.
Quando me viu na sala de espera, Marianne-san sorriu, enquanto trazia alguns documentos. E inspecionava meu rosto.
— Que raro eu ser chamada assim. Sino que terei um mal-entendido, então se possível, poderia ouvir a razão...?
Enquanto fazia troças, seu rosto tornou-se sério ao olhar para a minha expressão.
— Não parece que é uma atmosfera para brincadeiras desta vez.
Dizendo isso, repousou os documentos na mesa, serviu-se uma bebida, e se sentou. Após levar a bebida à boca, fiz meu pedido.
— Foi decidido que irei para Cartaffs. Quanto ao barco, estarei usando um da Casa Trēs. Nesse meio tempo, contratei um grupo para realizar trabalhos avulsos.
A expressão de Marianne-san não mudou.
— É mesmo? Acredito que deva ser difícil, mas se for você, então definitivamente será capaz de completar o pedido...
Nisso, eu sorri. Fazendo um sorriso excepcionalmente esplêndido, comecei a me odiar. Essa era a única coisa em que estive realmente melhorando.
— Então gostaria de informação sobre os aventureiros que foram enviados para Cartaffs. Os dados detalhados salvaguardados pela Guilda... eles existem, não é?
Os olhos lânguidos de Marianne-san se cerraram, como se para me fitar.
— Vazamento de informação é estritamente proibido. Você espera que eu responda a isso?
— Mesmo minhas informações estando para todos os lados? Uma recepcionista do seu nível deve saber em que tipo de situação eu estou, não é mesmo? Parece que você também estava no treinamento de novatos, mas é relativamente bem informada sobre o funcionamento da Guilda.
Marianne-san se levantou de seu assento, e moveu-se para deixar a sala.
— ... Irei chamar outra recepcionista. E não há nada que tenho a lhe dizer.
Mantive meu sorriso, e informei a ela do grupo de aventureiros ao qual eu tinha feito o pedido:
— Desta vez, busquei ajuda do grupo do Erhart. Eles aceitaram de muito boa vontade. Era um grande pedido, afinal. Deixando isso de lado, Marianne-san, você se zangou pelo bem deles, não foi? Você causou um problema nas mesas não deixando eles aceitarem um pedido onde poderiam morrer... Eu gosto bastante desse tipo de pessoa.
Marianne-san se virou, e me fitou terrivelmente. E depois de um tempo, deixou sua cabeça cair, o que me deu respostas o bastante.
Ela certamente sabia. Sobre o meu estado, e sobre o que Beim iria fazer.
— Então você sabia de tudo. Ainda assim escolheu ir para Cartaffs; mas que confiança essa sua. Do meu ponto de vista, teria sido uma ajuda enorme se você desse meia-volta e fugisse.
Dei de ombros.
— Ainda há coisas importantes em Beim. Sendo para proteger isso, acredito que esse grau de comportamento seja permitido. Pois bem, não existe nenhum grande benefício para você nisso, mas não quer escutar o meu pedido?
Marianne-san retornou, sentou-se em sua cadeira, e virou seus olhos para mim. Não com sua atmosfera de sempre, ela emanava um tipo de ameaça.
Ela havia acumulado várias experiências de seu próprio modo, e isso tomou forma nesse tipo de atmosfera.
— ... Informação sobre aventureiros, não é? Como falou, é realmente um assunto com pouco mérito para mim. Se eu devesse dizer, são apenas deméritos. Mas irei preparar a informação dos aventureiros que foram para Cartaffs para você. As informações daqueles atacando suas companheiras restantes também. Em troca.
O que Marianne-san buscava em troca...
— Uma garantia para as vidas do grupo do Erhart-kun. Não, retorne-os para Beim ilesos. Quando entrar em Cartaffs, então todos com você deverão ser marcados como alvos. Eles não irão ignorá-los só porque estão lá para trabalhos avulsos.
Assenti, e confirmei quanto tempo demoraria para obter as informações dela. Parece que ela conseguiria obtê-las relativamente rápido, e fiquei impressionado. As habilidades dela como recepcionista certamente eram altas.
E após definirmos os meios para receber a informação, perguntei a ela:
— Você realmente favorece o grupo do Erhart bastante. É amor, isso?
Nisso, Marianne-san deu uma risada, como se para zombar de mim. E olhou para mim tristemente.
— Você está meio certo. Mas àqueles garotos... talvez como adoráveis irmãozinhos. Ignorantes do mundo, mas sinceros e esforçados... assistir esses tipos de crianças é a maior alegria em ser uma recepcionista. Trabalhando duro para amadurecer, e alegremente relatando tudo para nós... Diferente de um certo garotinho sem charme que consegue fazer tudo desde o começo, eu gosto de oferecer suporte para esses tipos de crianças fofas.
Não era realmente um problema se a Marianne-san reportasse isso para a Guilda. A mansão já estava vazia, e as preparações estavam em curso.
Mas tendo ouvido isso, confirmei que diferente do grupo do Erhart, eu era definitivamente menos interessante para os recepcionistas.
— Pelo contrário, você vai me ajudar por uma coisa desse nível?
Marianne-san abaixou o olhar, e soltou sua voz, de pouco em pouco.
— ... Ele parece com o aventureiro que eu gostava. Quando eu ainda era uma novata, eu era relativamente popular, então fiquei metida. Então fiz um aventureiro que veio do campo se esforçar demais por mim.
Ouvindo isso, entendi o básico. E Marianne-san falou exatamente o que eu havia adivinhado.
— Por causa disso, ele morreu. Até mesmo deixando o que tinha para mim... ele realmente era um idiota. Depois disso, eu virei a recepcionista encarregada da mesa dos novatos. Mas acabou que eu realmente era melhor em treinar novos recrutas. Porque parecia algo que valia fazer.
Ouvi a história dela do começo ao fim, antes de me levantar.
— ... Eu definitivamente trarei o grupo do Erhart de volta para Beim. Eu juro.
Nisso, Marianne-san me encarou.
— Se não os trouxer, irei lhe amaldiçoar pelo resto da vida. Depois de ir tão longe por você, se sequer um deles estiver ferido... irei lhe ensinar exatamente o que significa fazer uma recepcionista da Guilda de inimiga.
A ameaça dela realmente me assustou, mas para não deixar esses pensamentos escaparem, eu ri. E após deixar a sala, agarrei o peito.
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... A Filial Leste
Na mesa do primeiro andar, Rühe aceitava alguns documentos de Erhart.
E Erhart falava para ela.
— Desculpa, é sobre o próximo pedido, mas terei que passar.
Ouvindo isso, Rühe achou anormal, enquanto confirmava com ele.
— O que houve? Você geralmente confirma seus próximos pedidos, e os planeja enquanto está aqui? A saúde de alguém piorou?
Erhart negou enquanto sacudia a cabeça. Ele havia se acalmado ainda mais como aventureiro, cumprindo pedidos, enquanto protegia os ensinamentos de Marianne.
— Irei ajudar em Cartaffs a pedido de um conhecido. Bem, serão apenas trabalhos mistos, mas o lucro é bom, e será um pedido de longo prazo, então outros pedidos não serão possíveis por um tempo.
Ouvindo isso, Rühe olhou para Erhart.
— Mesmo sendo de um conhecido, ser chamado pessoalmente é prova de credibilidade. Parece que vocês já são esplêndidos aventureiros... parabéns! Estarei esperando uma lembrancinha quando retornar. E amaria ouvir que tipos de aventuras teve.
Nisso, Erhart soltou um suspiro.
— Você era mais fofa quando ainda estava pedindo por doces. Se falar a mesma coisa para todo mundo, irá ter problemas no futuro. Bem, nós nos vemos mais ou menos com frequência, então pelo menos vou comprar uma lembrança para você.
Rühe desviou seus olhos um pouco, e falou em voz baixa.
— ... Eu não digo isso para todo mundo.
Erhart levantou-se de seu assento.
— O que foi isso?
— Não é nada. Estarei esperando algo bom, Erhart-san.
Vendo o sorriso de Rühe, Erhart deu um amargo. Talvez pensando que ainda estava sendo enganado pela Marianne, parecia que ele ainda tinha um trauma no que se tratava de recepcionistas mulheres...