Volume 11
Capítulo 5: Pessoal da Guilda
Tendo dado uma passada na Casa Trēs, eu tomava chá no quarto da Vera.
A mansão era extravagante, e mesmo com a alta densidade populacional de Beim, eles tinham um vasto quintal em seu entorno. Além do mais, não era em um lugar ruim como a mansão que eu havia comprado.
Em tal local, com todas as condições reunidas, uma mansão que parecia um exagero fora construída.
E se fosse para perguntar o que eu estava fazendo no quarto da Vera...
— Os itens nesta lista? Vejamos. Provavelmente conseguiremos obtê-los por conta própria, mas são ferramentas especializadas, então pode ser melhor comprá-las todas juntas em outra companhia. Porque se for comprar tudo isso de uma vez, geralmente dão um desconto. Eu vou preparar uma carta de introdução, então compre os itens com o Professor Damien.
A nota que Damien havia rabiscado foi reescrita em favor de legibilidade, e eu a entreguei para a Vera.
— Então comprar tudo de uma vez é mais benéfico?
— Com a Companhia Comercial Trēs, não lidamos com tais ferramentas especializadas. Podemos ter uma ou outra em estoque, mas ao invés de comprar uma por uma, é em seu favor comprar todas de uma vez. Você pode ir lá na próxima vez que quiser comprar algo também. Uma loja que vende esse tipo de coisa seria...
De acordo com minha consulta com a Vera, se eu quisesse comprar os instrumentos requisitados pelo Damien, precisaria ir lá.
— Eu me rendo. Você memorizou tudo isso?
Como ela parecia ter memorizado todos os mercadores e lojas em Beim, falei isso, e ela riu.
— É claro que não. Não existem muitos especialistas nesse tipo de maquinário ou equipamentos. Não é como se eu conhecesse cada porta.
Ela explicou, enquanto começava a escrever uma carta de recomendação. O nome da Casa Trēs era bastante efetivo em Beim.
Ouvi a voz do Quarto de dentro da Joia:
『Lyle, faça ela te apresentar a uma variedade de artesãos. Como alguns que lidem com metais raros.』
Os golens que Damien estava produzindo... batizadas de 【Valquírias】 pelo próprio, tinham metais raros incorporados em sua armação esquelética, pelo que parecia.
Mas para o processamento, e seleção adequada do metal, precisaríamos do poder de um artesão especializado. Então precisaríamos de uma introdução a tal artesão também.
— Enquanto estamos nisso, você conhece algum bom artesão para processar metais raros? Mais que isso, você sabe de alguém que possa trabalhar com os materiais do Sertri? De acordo com o Damien, eles são consideravelmente incríveis.
Quando ele viu os materiais de Sertri, Damien disse que eles continham alguns metais superiores. Mas nós não possuíamos as ferramentas para processá-los, nem os conhecidos que pudessem.
Vera sentou-se no sofá, e tocou seu queixo com a mão, abaixando seus olhos um pouco.
— Eles são principalmente metais raros desconhecidos, e materiais nunca vistos antes, não é? Tenho certeza que há muitos artesãos em Beim que podem trabalhar com eles, mas antes disso... precisa um artesão experiente que não conheça o impossível. Se pergunta se conheço um, então conheço, mas ele é bastante teimoso. Talvez você consiga negociar com metais que ele nunca conseguiria pôr as mãos normalmente?
Eu pensava o mesmo. Coletar os metais raros levaria tempo. Isso também custaria dinheiro, então queria usar tanto quanto possível dos materiais restantes do Sertri.
— Eu tinha isso em mente. Mas parece que o Damien estava mais fixado nesses materiais do que eu havia antecipado. Dizendo que seriam colocados em bom uso em sua própria pesquisa.
Talvez a Vera achasse isso engraçado, já que riu:
— Pesquisadores e artesãos não têm jeito. Eles deveriam aprender a comprometer. Entendido. Vou oferecer uma palavra. Mas mesmo que consiga encontrá-lo comigo, ele é um artesão que às vezes recusa até mesmo os pedidos do meu pai.
— Ele é tão incrível assim?
O fato de haver um artesão que recusasse os pedidos do chefe Casa Trēs me deixou surpreso.
Mas ouvir a história me convenceu:
— Ele é um anão. Eles vivem bastante, e parece que ele tem sido nosso artesão por um longo tempo. Até na época do meu avô, não éramos capazes de nos opor muito a ele. As partes importantes do Vera Trēs foram feitos por esse anão.
(Acho que vou tentar me encontrar com ele. Se não der certo, seguirei em frente.)
E enquanto continuava a conversar com a Vera assim, uma batida soou através do quarto. A pessoa que entrou foi a irmã mais nova da Vera, Gina.
Com cabelos ruivos, ela, diferente da vera, possuía abundância... no peito.
— Vera, tem uma coisa que eu gostaria de... oh, nossa.
— O quê?
Enquanto Vera tomava um descontente gole de chá, Gina-san olhava para mim com uma expressão um pouco perturbada.
— N-na verdade... é sobre o Roland.
Se me lembro corretamente, esse é o nome do primeiro amor da Vera. E atualmente, ele era o namorado da irmã mais nova, pelo que parecia.
O Sétimo soltou uma voz duvidosa de dentro da Joia:
『O que poderia ser? Sabe... quando você sabe disso e daquilo, te faz querer dizer à garota para escolher melhor as pessoas com quem consultar seus problemas.』
Milleia-san soava radiante:
『Usando esses tipos de táticas... esses assuntos lamacentos realmente são interessantes. Mesmo na Casa Walt, houve uma época onde uma irmã mais velha e uma mais nova minha estavam competindo por um único homem, sabia? No final, aquela que conseguiu o cara foi uma irmã mais nova completamente irrelevante à disputa, todavia.』
O Quinto soou surpreso:
『... Nunca ouvi de nada assim. Uma coisa dessas aconteceu?』
Vera suspirou, se levantou, e se desculpou comigo.
— Desculpe. Parece que isso é tudo por hoje.
Eu também me levantei.
— Não, fico feliz por termos conseguido conversar tanto assim. Eu realmente me desculpo por ter sido quase tudo meus próprios assuntos.
— Sem problemas. E aceite o presente depois. Eu já falei para eles entregarem para você.
Na verdade, havia sido quase tudo sobre mim. Uma conversa divertida com a Vera só levou uns dez minutos das duas horas.
O Quarto, em relação a isso:
『Você era tão terrível antes que até isso é uma melhora.』
Milleia-san, ouvindo isso:
『Então você era ainda pior antes. Eu gostaria de ter visto isso.』
(... Para onde é que foi a irmã mais nova boazinha de quem o Sexto sempre falava? Aquilo definitivamente foi uma mentira.)
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... Quando o Lyle deixou a mansão, Vera foi ao quarto da Gina.
Ela se sentou no sofá, as duas se defrontando.
Uma forte luz vertia no quarto, mas todo lugar onde ela não atingia estava bastante escuro.
Vera abaixou sua voz um pouco.
— Você não tem que ficar tão em guarda conosco. O Lyle não tem intenção nenhuma de tomar a Casa Trēs.
Nenhuma intenção de tomar. Mas o Lyle havia lhe dito pessoalmente. Que pelo bem do futuro, ele estava pensando em colocar algumas regulamentações sobre Beim.
(Se outra pessoa dissesse isso, eu me perguntaria do que raios eles estavam falando. Esse tipo de coisa.)
Ouvindo isso, Gina contraiu-se em resposta, e após um tempo, abriu sua boca:
— Hm, tenho certeza que entende isso, mas um aventureiro suceder a Casa Trēs é meio... mesmo se você não tiver tais intenções...
Ouvindo a parte da Gina, Vera inferiu a ideia geral só com isso.
(Vendo que não vou me casar com um pretendente escolhido pelo pai, ela veio para garantir sua posição na casa. Ela também está bastante alerta ao Lyle.)
Ela sabia que Gina estava se movendo para tomar o Roland oficialmente como noivo.
E na realidade, Vera sempre havia sabido que Gina era do tipo que realizava esses tipos de ações calculadas. E a Gina sabia muito bem que a própria Vera estava apaixonada pelo Roland.
Ela sabia, e foi por isso que ela se moveu primeiro para começar a sair com ele.
— O Pai não pretende me deixar suceder também. E realmente não importa quem. Além do mais, ainda não tive cabeça para colocar as mãos no dinheiro da Casa Trēs. Aquilo foi tudo meu próprio dinheiro.
Gina parecia estar preocupada que a Vera houvesse ficado tão fixada com o Lyle, e gastasse os recursos da Casa.
— Mas você normalmente iria tão longe?
E ela certamente tinha um lado que se preocupava com sua irmã mais velha. Mas para Vera, isso era apenas um incômodo.
— ... Gina, eu não vou entrar no caminho de você e o Roland. Se você quiser suceder a Casa Trēs, então vá em frente e faça isso logo. Então, por favor, não entre no meu caminho e do Lyle. Eu não lhe causarei problema nenhum.
(Por enquanto.)
Ou assim ela pensou em seu coração...
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Deixando a mansão da Vera, mostrei meu rosto na Filial Leste pela primeira vez em um longo tempo.
Eu havia planejado ir até lá desde o começo, mas quando entrei, senti os olhares em volta. Eu havia sentido desde que retornei para Beim, mas como imaginado, eu me destacava.
As vozes baixas:
— Ei, é o Cavaleiro Sagrado.
— Huh? Não quer dizer o Cavaleiro Sagrado do Amor?
— É verdade aquilo, né? Não só a Donzela Sagrada, ele fez a Princesa se apaixonar também, ou alguma coisa assim...
Ouvindo as vozes dos aventureiros, senti algum ressentimento com o fato de que a maioria dos meus rumores estava ficando terríveis.
Nisso, vi um grupo familiar.
Era o grupo do Erhart.
O Terceiro na Joia estava um pouco surpreso:
『Oh, quase não reconheci ele ali.』
A surpresa do Terceiro não era equivocada. Afinal, apesar de sua camiseta não mostrar mudança nenhuma, seus outros equipamentos haviam se tornado completos.
Apesar de parecer que só um estava completamente equipado, seus outros companheiros estava vestindo equipamentos novos em folha de aventureiros novatos.
Ele estava na fila da Marianne-san, mantendo-se relativamente quieto. Erhart e outro estavam na fila, enquanto seus outros companheiros estavam aguardando em um canto do saguão.
Nisso, me notando, Erhart apontou com seu dedo:
— Ah, você é...!
Pensei que ele havia se tornado um pouco mais decente, mas parece que seu interior não havia mudado tanto assim. Enganado por sua aparência, eu tinha ficado sob a impressão de que ele havia amadurecido.
— Quanto tempo. Você está bem?
Quando lhe tratei com um sorriso, ele esbanjou vigor como sempre. Erhart me encarava, mas seu companheiro o agarrou pelo ombro, deixando que ele recuperasse sua compostura.
— Hah! Você ficou só um pouquinho famoso, mas nós iremos lhe alcançar em pouco tempo. Não, nós iremos lhe ultrapassar antes que perceba.
Ele estava agressivo, mas não parecia que tentaria partir para cima de mim ou nada do tipo.
(O que é isso? Mesmo essa mudança minúscula me fez sentir que ele cresceu. Talvez seja porque eu vi aquele aventureiro de Cartaffs, mas esse cara está começando a parecer decente.)
— Estou contando com isso.
Falei isso, enquanto começava a subir as escadas. Talvez a vez de Erhart na fila tivesse chegado, já que ele foi até a recepcionista Marianne-san de cabeça erguida, e começou uma conversa.
Vendo ele assim, ofereci um sorriso amargo, mas só um pouco...
(Huh? Por que a Marianne-san parece um pouco triste?)
... Acabei pensando isso.
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O Terceiro andar da Guilda.
Quando fui para checar individualmente com uma recepcionista sobre meus pedidos futuros, encontrei a Tanya-san na mesa.
Cabelos cortados em bob, de óculos e com ares de uma mulher capaz, ela conversava comigo, e me ajudava a pensar sobre meus objetivos futuros como um aventureiro.
Com a Filial Leste sendo uma Guilda de despache, muito tempo era necessário para cada pedido. Então se a pessoa quisesse ganhar dinheiro, seria bastante difícil.
Mas aventureiros reconhecidos por uma filial podiam, como neste caso, serem introduzidos a pedidos de alta dificuldade, e de renda favorável.
Tanya-san conferiu o pedido que eu havia escolhido.
— Muito bem, então você quer completar este aqui a seguir. Enquanto faz isso, posso pedir que cuide de um mais barato também? Há uma porção deles no caminho.
Dizendo que desejava que eu cuidasse de alguns trabalhos extras, ela me deixou revisar o conteúdo deles.
— Este aqui definitivamente não é no caminho, é? É um desvio. Bem, não que eu me importe. Quero participar na próxima Subjugação de Labirinto afinal.
Quando ofereci um leve cinismo, Tanya-san me ofereceu um sorriso torto.
— É porque você é um aventureiro habilidoso, Lyle-kun. Nós te avisaremos apropriadamente quando a hora chegar. Parando para pensar, o grupo da Alette-san retornou, você já se encontrou com ela ainda? Da última vez que veio, ela disse que não deu sorte com a hora, e perdeu a chance de te encontrar.
Inclinei minha cabeça.
Alette Baillet... uma Cavaleira até mesmo dita como a próxima vice-capitã dos Cavaleiros de Lorphys. Com o território recém expandido de Lorphys, eu pensava que ela estaria vivendo sendo perseguida pelos demônios do trabalho.
Eu não podia ver o porquê de ela ter retornado para Beim.
— Quando seu próprio país está tão ocupado, fico surpreso que puderem despacharem-na de volta para Beim. Tenho a sensação que a situação financeira deles não está tão ruim assim, sabe.
— ... Não vou perguntar por que você sabe tanto da situação financeira de Lorphys. Mas ela provavelmente está aqui por você, Lyle-kun.
Eu não podia ver a razão para isso também. Eu abaixei os olhos um pouco em pensamento.
Nisso, o Sétimo falou:
『Eu não acho que eles estejam tentando nos fazer de inimigos, mas poderia ser cercamento? Se quisessem matar o Lyle aqui, isso se tornaria outra fagulha com Zayin. É difícil pensar que trabalhariam junto com Zayin para matar o Lyle.』
(NT: Cercamento, como no processo de converter propriedade pública em privada.)
O Quarto riu:
『As questões internas dos países deles estão passando diretamente por nós! Se eles viessem matá-lo, tenho certeza que poderíamos esmagá-los.』
(Que assustador. Mas eu realmente consigo pensar em alguns meios.)
Tendo trabalhado em Zayin, eu havia passado a entender algumas de suas fraquezas e de Lorphys. Como locais para atacar que causariam o maior dano possível.
(E as duas regiões têm apenas um sucessor atualmente. Zayin tem a Thelma-san, mas seria difícil ela realizar um retorno a esse ponto.)
Tanya-san coletou os documentos enquanto falava:
— Bem, não é como se ela estivesse de olho em você no sentido negativo, então se conseguir tempo, por que não tenta se encontrar com ela?
Assenti, e pensei sobre quando encontrá-la.
Foi nesse momento. Me lembrei repentinamente da expressão entristecida da Marianne-san.
— Isso é um assunto completamente diferente, mas você conhece a Marianne-san que está encarregada do grupo do Erhart? Alguma coisa aconteceu entre ela e Erhart? Ela parecia um pouco triste, ou melhor dizendo... me pergunto se aqueles caras fizeram alguma coisa.
Nisso, a Tanya-san pareceu um pouco surpresa. Mas alguma coisa lhe veio à mente imediatamente, enquanto me explicava.
O que falou provavelmente era apenas o que tinha permissão de dizer.
— Eles se tornaram chocantemente muito mais diligentes desde que começaram. Se tornaram capazes de ganhar constantemente altas avaliações nos bicos, afinal. Bem, estou te dizendo isso porque duvido que será um problema, mas está chegando a hora deles se graduarem está chegando.
— Graduação?
— Eles perderam a necessidade de ter uma recepcionista exclusiva. É claro, daqui em diante, haverá vezes em que ela terá que lidar com eles normalmente. Mesmo assim, ao ver um aventureiros amadurecer, até uma recepcionista tem seus próprios pensamentos. E a Marianne é alguém especialmente bondosa.
Graduação.
Completar pedidos, poupar dinheiro, e organizar seus equipamentos.
Jovens aventureiros que estivessem propriamente preparados, desde que não se forçassem, tinham uma alta chance de sobreviverem.
Além do mais, Erhart era um portador de Skill.
Eles ficariam muito bem com os monstros em volta de Beim.
— Não para soar rude, mas eu pensei que seria algo mais sombrio que isso.
Tanya-san ao ouvir isso, afiou seu olhar um pouco.
— ... Não vou negar o fato de haver recepcionistas assim, mas a Marianne não é uma delas.
Diante das palavras dela, eu me desculpei, e a Tanya-san também. E com todos os papéis em ordem, ela os colocou em um envelope, e entregou para mim.
No final.
— Bem, recepcionistas também têm muitos problemas.
Ela disse isso.