Volume 1 – Arco 2
Capítulo 6: Serafins
Marcos
— Marcos, perdemos o contato com os astronautas em Serafim — disse o Tenente Rimuru da Aliança Planetária.
Fiquei perplexo ao ouvir a notícia do Tenente Rimuru. “Isso é impossível”, pensei comigo mesmo. Só seria possível perder o contato se o comunicador da nave tivesse sido quebrado ou se a própria nave tivesse sido destruída.
— Algo deve ter acontecido com eles naquele planeta. É estranho que tenhamos perdido o contato assim do nada. Eles avisaram da chegada e estava tudo correndo bem. A última mensagem que recebemos foi do astronauta David falando que eles iriam explorar uma floresta perto da nave — explicou Rimuru.
— Entendi. Vamos aguardar mais informações antes de tomarmos qualquer decisão. Não podemos agir precipitadamente e causar ainda mais problemas. Peça a última localização conhecida deles e vamos aguardar dois dias para ver se conseguimos estabelecer contato novamente. — respondi, tentando manter a calma e racionalidade diante da situação.
— Certo, vou providenciar isso e manter você informado. — disse Rimuru antes de desligar a chamada.
Sentei-me na cadeira, sentindo o peso da responsabilidade sobre meus ombros. Esperar seria difícil, mas era a única opção sensata no momento.
David
Ao me verem prontamente para lutar, os seres de pele branca também sacam suas armas, deixando claro que a batalha era iminente. Nesse momento, eu invoco uma magia de chamas negras na minha espada, fazendo-a brilhar com um fogo escuro e intenso.
— Esperem! — grito, olhando para eles com a minha espada ainda em posição de ataque. — Se vocês me entendem, não estamos aqui em busca de guerra. Só queremos explorar este planeta e aprender sobre sua cultura e história.
Os seres de pele branca param, surpresos com a minha declaração. Eles abaixam suas armas e começam a se aproximar, curiosos.
— Como podemos confiar em vocês? — pergunta um dos seres, com uma voz meiga.
Fico surpreso por eles falarem meu idioma e pergunto como eles conseguiram.
— Como vocês conseguem falar o meu idioma? — pergunto, abaixando a minha espada.
Os seres de pele branca trocam olhares e então um deles se adianta.
— Olhe para este dispositivo em forma de microfone no meu rosto — ele aponta para o dispositivo. — Este é um tradutor universal. Pode ser usado com todas as espécies racionais. Agora, podemos conversar sem barreiras linguísticas.
Olho para o dispositivo e me surpreendo com sua tecnologia. Agora, com a barreira da língua quebrada, posso finalmente começar a entender mais sobre esses seres misteriosos e sua cultura.
O ser de pele branca então pergunta se sou um humano, e eu respondo afirmativamente.
Ele parece surpreso, mas logo começa a falar sobre como sua espécie já visitou a Terra há cerca de 5 mil anos terrestres atrás. Eles estiveram na região denominada Mesopotâmia e ensinaram a escrita para os humanos daquele lugar.
Nesse momento, tive a certeza de que eram eles, os falsos deuses.
Após ter a certeza de que esses seres eram os falsos deuses mencionados em antigas lendas, eu decido perguntar seus nomes.
— Qual é o nome de vocês? — pergunto com uma expressão séria.
Os seres de pele branca trocam olhares antes de responder.
— Somos conhecidos como os Anunnaki. — responde um deles.
Os seres de pele branca então começam a se apresentar, revelando seus nomes individuais. O primeiro a falar é Kai, que se identifica como o prefeito da cidade próxima. Em seguida, são apresentados Edur, Tivor e Elana.
— Sou Kai, prefeito desta cidade próxima. — diz o primeiro ser, com uma voz grave e autoritária. — Estes são Edur, Tivor e Elana.
Cada um deles acena para mim, e eu aceno de volta. Agora, tenho nomes para associar a essas figuras misteriosas, o que me ajuda a começar a entender um pouco mais sobre eles.
— Estamos felizes por ver que a humanidade finalmente conseguiu chegar a outro mundo — diz Kai, com uma expressão feliz. — Finalmente, ambos os mundos poderão estabelecer uma aliança duradoura.
No entanto, Kai nota algo estranho e aponta para a minha espada ainda em chamas negras.
— Mas me diga, como você deixou sua espada com fogo? — pergunta ele, com uma expressão de curiosidade.
Respondo a Kai explicando que isso é magia e foi descoberta no meu mundo há cerca de mil anos. Explico que a magia é um poder inconsciente em nós, mas que para ser realizada, é necessário um processo mental de acreditar. Além de pronunciar as palavras certas, eu preciso ter 100% de certeza de que vai funcionar para que esse poder seja manifestado, usando o cérebro como catalisador.
Os seres de pele branca parecem surpresos com a explicação e comentam que eles não possuem tal habilidade em seu mundo. Eles usam apenas a ciência para enfrentar o seu dia a dia. Mas, graças a isso, eles se tornaram uma civilização do tipo 2, que controla toda a energia da sua estrela. Eles explicam que a energia é a base de tudo em seu mundo, e que sua tecnologia é fruto do domínio da energia estelar.
Agradeço por sua explicação e, nesse momento, convido-os para irem até nossa base. Explico que meus amigos podem entrar em desespero se não souberem o que está acontecendo e que seria melhor termos essa conversa em um lugar mais apropriado. Os seres parecem concordar e seguimos em direção à base.
Quando chegamos à base, meus amigos ficam surpresos com a presença dos seres de pele branca. Depois de alguns minutos de apresentações e explicação da situação, todos se acertam e começamos a conversar sobre a possibilidade de estabelecer uma aliança entre nossos mundos.
Os seres de pele branca parecem interessados em aprender mais sobre os humanos e nossa cultura, enquanto nós ficamos fascinados com a tecnologia avançada que eles possuem.
Kai, sentado em uma mesa, explica que a espécie deles busca a paz com todas as espécies racionais do universo, mas que, para formar uma aliança, a outra espécie deve ser capaz de viajar pelo espaço. Agora, com a humanidade capaz de fazer isso, eles veem a possibilidade de uma aliança duradoura e benéfica para ambos os mundos. Discutimos possibilidades de troca de conhecimentos e cooperação mútua em diferentes áreas, como ciência, tecnologia e cultura.
Depois de cerca de uma hora de conversa, a noite começa a cair e Kai convida nossos astronautas até a cidade Flyirir. Ele explica que Flyirir é uma cidade pacífica, que valoriza a ciência e a tecnologia, mas também a cultura e a arte.
Empolgados com a oportunidade de conhecer uma nova cultura e tecnologia, aceitamos o convite e partimos em direção a Flyirir com nossos novos amigos. A viagem até a cidade é emocionante, com paisagens exóticas em todos os lugares.
Depois de mais algumas horas de viagem, chegamos à entrada da cidade, que brilha como ouro. Grandes prédios se erguem em todas as direções, e a cidade parece viva com a agitação das pessoas que caminham pelas ruas.
Kai nos conduz pelas ruas da cidade, nos mostrando as maravilhas que ela tem a oferecer. As pessoas parecem amigáveis e curiosas, e muitos param para nos cumprimentar e fazer perguntas sobre a Terra e a humanidade.