Se der Ruim, Viro Ferreiro Japonesa

Tradução: Rudeus Greyrat

Revisão: Fefe e Ma-chan


Volume 1

Capítulo 11

O lugar onde Iris e eu estávamos de pé agora era a entrada principal da academia, no lado sul.

Mostrei minha identificação como estudante e fui então permitido a entrar. Olhando os arredores novamente, percebi como esse lugar é imenso.

Um lago gigante, uma fonte, jardins floridos e tal, continuavam desde a entrada até o prédio principal da academia.

— O dormitório dos primeiranistas pode ser encontrado indo para o portão oeste.

Recebemos a explicação introdutória no portão e a nossa bagagem foi apanhada.

A partir de agora, estaríamos nos movendo a pé pela academia. Para o oeste, ou seja, seguindo a esquerda depois da construção principal. Mas este lugar era tão grande.

Enquanto observava a construção de antes, senti como se já estivesse caminhando por 10 minutos.

Após chegar, notei que o dormitório também era absurdamente largo. Apenas, quantos estudantes eles esperavam acomodar no local?

Nos aproximamos da administração do dormitório.

— Por acaso vocês estão se instalando no dormitório agora?

— Sim.

— O dormitório masculino fica na construção à frente, enquanto o feminino fica logo atrás dele. À esquerda é o salão de refeições. Os quartos pertencem aos primeiros que ocuparem. Vocês são os primeiros alunos a chegarem, então peguem o quarto que quiserem.

— Kururi-san, eu irei pegar um quarto no segundo andar. Te vejo depois. — Iris logo fez sua escolha e foi levando sua bagagem.

— Até mais. —

Acho que também vou escolher um quarto no segundo andar.

— De qualquer modo, os quartos do primeiro andar são impopulares, por essa razão, eles possuem mais espaço que aqueles dos demais andares.

— Se esse é o caso, então vou pegar um no primeiro andar.

— Entendido. Neste caso, vou lhe entregar a chave 1-1.

— Muito obrigado.

Também fui carregando minha bagagem.

Fazer uma mudança é realmente cansativo. Acho que vou apenas desempacotar as coisas, então não irei me desgastar tanto quanto puder.

Havia quatro salas separadas. A primeiro era o quarto, a outra a sala de estar, uma outra que eu poderia usar para construir uma forja e por último um armazém.

Eu arquitetei um plano e imediatamente o pus em prática.

Tenho a impressão de que este quarto é um exagero, mas provavelmente ouviriam reclamações se fosse muito pequeno também. Posso acabar nem precisando das 4 salas.

As coisas prosseguiram em um bom passo, então terminei quase tudo por volta do meio-dia. O que mais impressionou nisso tudo foi que eles prepararam um conjunto completo de mobília e ainda tinha esse enorme espaço no armazém.

Ao chegar em um determinado ponto, fiz meu caminho até o salão de refeições próximo ao dormitório. Parecia que Iris não tinha chegado ainda.

As refeições estavam organizadas como em um buffet.

Normalmente, você acabaria pegando muito, então tive o cuidado de tomar uma pequena porção. Talvez devido à fadiga, acabei satisfeito com apenas isso.

Retornei ao meu quarto e comecei a construção da minha ferraria. Como eu trouxe os materiais na carruagem, tudo que precisei foi terminar de montá-la. Tudo ficou pronto ao anoitecer.

Durante o jantar, comecei a ver outros estudantes. No entanto, como não tinha conversado com ninguém, estava comendo sozinho. Depois da refeição, fui para a área subterrânea com o banho público.

— Como esperado, será bem cansativo até me acostumar com esse lugar.

Saí do banho um pouco pensativo e então fui dormir.

 

◇◇◇

 

Após acordar, decidi dar um passeio pelos arredores da escola antes de fazer minha corrida matinal.

Tudo por aqui é grande. A construção da escola, aquele jardim botânico misterioso, o dormitório dos segundanistas e terceiranistas, tudo é gigantesco.

Algo assim devia criar um monte de estresse mental. Mas, quem sabe, as pessoas que viviam em cidades poderiam pensar de forma diferente.

Depois do café, pensei em ír encontrar a Iris, mas imaginei que um cara entrando no quarto de uma garota poderia ser má ideia.

Acho que vou consertar sua espada primeiro.

Já que era um produto defeituoso, seria mais fácil fazer um novo. Se apenas deixasse com a mesma aparência, achei que não haveria problema.

Agora que decidi, era hora de preparar as ferramentas e aquecer o metal.

*knock knock*

Essa foi a primeira vez que alguém bateu na porta. O som foi um pouco alto para ser uma batida leve. Parei meu trabalho e fui verificar meu visitante.

É um gigante…

Um homem com tamanha altura que sua face estava sendo bloqueada pelo batente superior, estava bem ali.

— Sou o vizinho do quarto ao lado.

Não pude ver seu rosto, mas sua voz era baixa e grave. Ele não devia ter a mesma idade que eu, definitivamente não.

— Eu sou um primeiranista do quarto 1-1, Kururi Helan. Você também é um estudante?

— Sim. Vaine Lotte, 1-2. Filho do Capitão dos Cavaleiros do Reino. — Dessa vez sua voz soou muito baixa e difícil de entender.

No entanto, com um corpo tão grande e esse sentimento opressor, a impressão que tive era como se estivesse sendo, de alguma forma, ameaçado.

— Ah, sou do território Helan. Prazer em conhecê-lo.

— O mesmo aqui. Ouvi falar das fontes termais em Helan. Algum dia eu…

Huh? O que ele disse no fim?! Em comparação com seu corpo, sua voz é tão baixa! Assim não dá para conversar! — Nós estaremos frequentando a mesma academia a partir de agora, então vamos nos dar bem, Vaine-san.

— …

— …

Não houve resposta. Se fôssemos comparar uma conversa com um jogo, seria a vez dele agora. E ainda não consegui ver o seu rosto; não havia nada mais assustador do que isso.

— S-se não há mais nada a discutir, vamos deixar assim por hoje. Nós iremos nos encontrar na escola outro dia.

— Sim.

O homem deu um passo para trás, colocou sua mão na porta e a fechou com violência.

— Me desculpe, sou um pouco tímido — Ele disse do outro lado da porta.

— Tudo bem, não se preocupe — respondi.

Sim, parecia que as pessoas poderiam se tornar amigas se conversassem através de uma porta.

Bem, acho que voltarei ao trabalho. Posso ter sido interrompido, mas vamos lá, concentre-se, concentre-se!

*knock knock*

— Desculpe-me, voltei.

Um gigante apareceu…

— O-oi, o que houve?

— Eu fiquei tão envolvido em nossa conversa que acabei esquecendo de entregar isso.

Havia algo empacotado em sua mão. De qualquer forma, era ao menos possível ficar envolvido com aquela conversa?

— Minha mãe me fez carregar isso. Ela disse que se eu entregasse a alguém, essa pessoa ficaria realmente feliz.

Um presente? Do Reino dos Gigantes? — Obrigado. Gostaria de retornar o favor, mas a única coisa que posso te dar agora… Apenas essa adaga. Pode ser?

— Irei ficar com isso.

Passei a adaga para o Vaine-san e recebi seu presente. A força com a qual ele bateu a porta foi incrível como sempre.

— Me desculpe por isso!

— Sem problema. — Bem, vamos voltar ao trabalho.

*knock knock*

De novo!?

E, dessa, vez ele usou tanta força, que comecei a imaginar se a porta não estava quebrando.

— Qual seria o problema? — Dei o meu melhor para perguntar de forma a não transparecer minha irritação.

— Desde que eu era pequeno, tenho treinado apenas meus músculos e polido minha técnica com espada. Aprendi também outras coisas com meu pai e ele me disse para adquirir mais conhecimento, então vim para a academia. No entanto, depois de vir até aqui, não sei mais o que deveria fazer.

Mas o que é isso, é como se esta criatura fosse uma besta entristecida. — Por hora, por que você não entra?

— Posso mesmo?

— Claro.

Depois que ele atravessou a porta, finalmente fui capaz de ver o seu rosto. Ao invés de uma besta, tinha uma face agradável.

Como esperado de alguém da Capital Real, eu suponho. Suas roupas são muito boas. Olhos e nariz distintos, dando um ar refrescante a ele. Seu cabelo é curto e levemente encaracolado, fazendo-o parecer mais elegante. Ele possuí físico alto e uma boa aparência. Acredito que seria bem popular entre certos grupos de garotas. Mas por que será que o convidei a entrar?

Após meros cinco minutos, fui atingido por um poderoso ataque de arrependimento.

Enquanto estava tudo bem em deixá-lo entrar, ele não falou nada depois disso.

Não falou sobre si, e nem me perguntou nada.

Este era o pior padrão possível quando se tenta conhecer alguém. Embora eu tenha achado isso, também não fazia a menor ideia de como quebrar o gelo.

Como imaginei, essa pessoa é uma besta demoníaca usando uma máscara de pele. — Sente-se onde quiser. Estou no meio de forjar uma espada, mas se precisar de qualquer coisa é só pedir. —Desde que não tenho nada para falar, vamos começar o trabalho de forja.

Ele poderia me chamar a qualquer hora. No entanto, não o fez. Além disso, Vaine-san estava sentado diretamente atrás de mim por alguma razão.

Normalmente, nesse caso, você sentaria em algum lugar fácil de se conversar, não é? Por que ele sentaria logo atrás de mim?

Era incompreensível.

Em combate, entrar no ponto cego seria a decisão correta, mas para comunicação, essa era a pior decisão!!!

O que diabos seu pai te ensinou!?

Tive a impressão de que esta era a primeira vez que suei tanto para fazer uma espada.

— Por que você está fazendo uma espada?

VIVA! ELE FALOU!!! Mas, porque perguntou isso?

Uma voz a qual ia contra as minhas ações veio diretamente por trás. O que era isso? Algum tipo de teste?

Se eu der a resposta errada, ele vai me matar? Serei morto pelo filho do Capitão da Guarda e jogado fora como um pedaço de lixo? — Hmm, tudo bem se você ficar ao meu lado para nós conversamos? Assim será mais fácil para ambos.

— Ah! Me desculpe. Não sou bom com esse tipo de coisa. Se eu fizer qualquer coisa rude, por favor, sempre me avise.

— Entendi. — Hã? Ele é um gigante gentil?

— Estou consertando a espada de um conhecido, sabe. Pensei em fazê-la melhor do que era antes.

— É assim então? Pelo visto, Kururi-san é uma boa pessoa.

— Não precisa usar honoríficos, nós somos colegas.

— Bem, então, irei lhe chamar de Kururi.

— Então vou lhe chamar de Vaine.

— Sim, eu não me importo.

— …

— …

— Algum passatempo?

— Nenhum em particular.

— …

— …

— Comida favorita?

— Nunca julguei se gostava de algo ou não.

— …

— …

Por favor, vá embora!!!

Eu notei que ele era uma boa pessoa, mas essa conversa apenas não continuava! Para conquistá-lo seria necessário um bom tempo. Seria impossível em um ou dois dias!

Terminei de fazer a espada, então nós conversamos um pouco, mas ele ainda não se foi. Esta pessoa provavelmente não iria sair enquanto eu não mandasse. Mesmo assim, não poderia apenas expulsá-lo.

— Estou com fome.

É ISSO!!! — Então, vamos comer? Iremos ao salão de jantar e terminamos por hoje.

— Como quiser. Está bem se eu vier amanhã também?

— … Mas é claro! — Quando será que conseguirei colocar um pouco de senso comum nessa besta?


Se gostou deste capítulo, CLIQUE AQUI, solucione o Captcha e aguarde por 5 segundos, assim estará apoiando o tradutor e a equipe de revisores!

 



Comentários