Volume 1 – Arco 1
Capítulo 1: Sangue Azul
Há 8 anos atrás, no ano de 354 AG, Louis um pequeno garoto, de olhos amarelos e cabelos espetados, possuía 11 anos. Seus pais eram Mark, comandante do exército local do reino, e Lisa, uma habilidosa ferreira.
Louis acordou em uma manhã, com o sol brilhando no céu. Empolgado, ele abriu as janelas de seu quarto e gritou: — DIA DE VÔLEI!! — Em seguida, correu para a porta do quarto e saiu.
Ao fim do corredor, estava seu pai, Mark, um homem de 182 de altura, cabelos pretos e olhos azuis, consertando uma madeira quebrada na porta. Louis correu em sua direção e, num pulo, agarrou Mark, derrubando-o.
— Que animação é essa, garoto? — falou Mark em tom leve
— Pai… Você esqueceu!?
Mark começou a assobiar, colocando a mão na cabeça, pensando no que diabos ele poderia ter esquecido.
— Pai…
— O que está acontecendo por aqui? — perguntou Lisa, se aproximando com seus grandes olhos amarelos.
Louis soltou o pai e correu para abraçar a mãe.
— Mamãe, o papai esqueceu do torneio! Mas agora ele vai me levar, não é, pai?
Mark, ainda meio sem jeito, respondeu: — Sim. Eu prometi ao nosso filho que o levaria ao torneio. Só preciso terminar esse conserto e estaremos prontos para ir.
Lisa acariciou o rosto de Louis.
— Tenha paciência, meu amor. Seu pai sempre cumpriu suas promessas. Tenho certeza de que vocês terão um ótimo dia.
Ele desvencilhou-se de sua mãe e correu de volta para o quarto com um largo sorriso. Abriu a porta de seu guarda-roupa, colocou sua roupa e aguardou ansiosamente pelo momento.
Alguns minutos seguintes, seu pai abriu a porta e disse: — Ei, meu garoto, estou pronto. Podemos ir. — Deu um sorriso.
Sem se conter, Louis correu e segurou a mão de seu pai, sentindo seu coração borbulhando dentro dele. Mark riu.
— Parece que alguém está realmente ansioso pelo torneio, hein?
Mark e Louis saíram de casa e foram em direção à praça principal. Enquanto caminhavam pelas ruas do reino, Louis não conseguia deixar de escapar leves sorrisos.
Capital Krista
À medida que se aproximavam da praça, barracas coloridas, bandeiras e pessoas animadas preenchiam sua volta. O som de risadas e conversas juntava-se à agitação.
Chegando à praça, Louis soltou a mão de seu pai e correu em direção a uma das barracas, onde estava ocorrendo um jogo de pesca. Entusiasmado, ele logo gritou para seu pai se podiam jogar uma partida, Mark acenou com a cabeça e pagou o homem da barraca.
Ele se juntou às demais crianças em volta de uma pequena piscina cheia de brinquedos para serem pegos com uma vara. Uma das crianças o empurrou para o lado sem querer, e por um segundo ele desviou a atenção e olhou para uma extensa rua escura; no fim dela, havia uma pessoa de olhos vermelhos o encarando.
Imediatamente ele correu para seu pai, que naquele momento estava distraído, ele puxou sua blusa e gritou: — PAI!! — Mark virou rapidamente e pegou seu filho.
— O que aconteceu, filho!?
— Ali, olha — Ele apontou com o dedo.
Mark olhou atentamente na mesma rua e não viu ninguém lá, ele retornou os olhos a seu filho e fez carinho em seu cabelo, o tranquilizando — Não há nada lá, meu pequeno.
— Não, pai! Eu tenho certeza de que tinha alguém me olhando.
— Fique calmo, não tem nada ali e mesmo se tivesse, eu te protegeria — deu um abraço forte em Louis — Não precisa se preocupar, vamos lá.
Os dois foram em direção ao ginásio principal, onde ocorreria o jogo. Agora tinham que aguardar pacientemente em uma enorme fila para poderem entrar.
Depois de 27 minutos, chegou a vez dos dois se apresentarem aos guardas.
— Comandante!? — disse o guarda espantado.
— Hoje apenas Mark, soldado. — Entregou os documentos com um sorriso no rosto.
O soldado nervoso mal conseguia conferir os documentos e os devolveu — Pod — Engasgou — Desculpe, podem passar.
Já na entrada, uma grande arquibancada se erguia, cercando-os, os olhos de Louis brilhavam intensamente e logo ele se soltou de seu pai. Ele correu em direção ao vestiário, enquanto Mark se dirigia à arquibancada.
Louis chegou animadamente no vestiário e cumprimentou todos ali e rapidamente correu para ver seu amigo que estava colocando seu calçado na ponta da sala.
— Tá pronto, fracote? — falou Igor, um garoto moreno de olhos pretos e cabelo raspado.
— Haha, eu treinei bastante, esse jogo vai ser fácil.
— Aqueles metidos da equipe “Marls” tiveram muito preparo, eles são todos riquinhos. Não vai ser tão fácil.
— Vai dar tudo certo. — Tocou na mão de Igor. — Vamos lá, já vai iniciar.
Dos dois vestiários saíram as respectivas equipes. Do lado esquerdo estava a equipe Marls, seu capitão era Shinso, que por sua vez era o mais velho ali, tendo 13 anos. Do lado direito estava a equipe “Sol”, liderada por Igor, que possuía 12 anos.
Ambas as equipes com 6 jogadores cada se dividiram em lados opostos da quadra. O juiz, um homem de meia-idade com um apito na mão, ficou no centro da quadra, pronto para iniciar o jogo.
Os jogadores da equipe “Sol”, incluindo Louis e Igor, olharam para seus oponentes. Shinso deu uma olhada desdenhosa na direção de Louis e sua equipe. O juiz assoprou o apito e lançou a bola no ar. Os jogadores de ambas as equipes saltaram, tentando ser os primeiros a atingir a bola. Shinso foi o primeiro a alcançá-la, fazendo-a quicar no chão do lado da equipe “Sol”, sem chances de contra-ataque.
Louis e Igor se mantiveram trabalhando bem juntos, formando uma defesa sólida. No entanto, a equipe “Marls” também conseguiu boas defesas e surpreendeu no ataque. O jogo se manteve, com ambas as equipes trocando a liderança. Shinso, em alta velocidade, conseguiu surpreender todos os demais e com um grande tapa ele conseguiu marcar mais um ponto, levando o jogo a 10 a 5.
Conforme o jogo se aproximava do final, a equipe “Sol” estava atrás no placar. Louis e seus companheiros de equipe lutaram para recuperar o atraso, mas os “Marls” continuaram a marcar pontos sem muitas dificuldades.
No último ponto do jogo, Shinso realizou um saque perfeito, e a bola bateu no chão do lado da equipe “Sol”. Imediatamente todos da equipe Marls saíram correndo e se abraçaram, dando gritos de vitória.
A grande multidão em volta aplaudiu o primeiro jogo do dia, e o juiz responsável anunciou o time vencedor do jogo. Ele deu a ordem para que ambos os capitães se cumprimentassem, Shinso olhou de cima a baixo, Igor e se aproximou de seu ouvido dizendo: — Quem sabe na próxima vocês façam algo que preste. — Ele se afastou soltando a mão de Igor e rindo.
Louis se aproximou colocando a mão no ombro de seu amigo. — Essa não foi a nossa última chance, vamos ter outra oportunidade. Agora, vamos. — Com os braços envoltos nos ombros um do outro, eles saíram com um sorriso no rosto e foram em direção ao vestiário.
Já na entrada, eles escutaram seus colegas murmurando sobre a participação dos dois no jogo. Igor saiu na frente e entrou os encarando; logo um deles, Marco, disse: — Não deveríamos ter colocado aquele seu amigo no jogo. — falou, se levantando.
— E por quê não? Ele conseguiu manter sua posição bem.
— Perdemos por 25 a 19; ele não conseguiu defender muito bem afinal… Na verdade, nós quatro achamos que ele deveria sair do time. — Igor se aproximou, puxando Marco pela camisa.
— Quem você acha que é? Se você o tirar eu saio junto!.
— Ótimo, então saiam os dois ruins do time, e assim podemos buscar pessoas melhores. — Igor acertou um soco na cara dele, e assim começou uma pequena briga no vestiário.
Louis, que estava escutando tudo, entrou rapidamente e separou os dois. Ele olhou fixamente para Marco. — Você está tão incomodado assim, por que não sai você? — Marco irritado empurrou Louis, que acabou caindo em um pequeno ferro que tinha na entrada da porta.
Ele se levantou trêmulo e com um corte profundo nas mãos. Todos, inclusive seu amigo Igor, se afastaram. Quando Louis olhou para sua mão, ele deu um passo para trás; o sangue que estava saindo não era vermelho, mas sim azul, sem entender e pedindo para que seus colegas o ajudassem, seu sangue começou a escorrer lentamente.
Segundos depois aquele líquido começou a criar forma, uma exata bolinha, que mais se assemelhava a usada no ping pong.
Todos os seus colegas, inclusive seu amigo, continuaram imóveis observando a situação.
— Louis… Por Favor pode se afastar? — Igor falava com a voz falha
Louis com a bolinha em mãos, desviou por um segundo sua atenção com as palavras de Igor que ecoaram em sua mente, o restante do sangue se condensou ainda mais, e assustado ele a Impulsionou sem querer a metros à sua frente.
A bolinha girou até o pé de Marco, quando enfim o tocou, ela brilhou intensamente criando uma pequena rachadura em sua forma,meio segundo depois, uma explosão se espalhou de forma avassaladora por todo vestuário lançando destroços por toda a arena, a arquibancada superior, onde havia diversas pessoas, caiu fazendo um segundo estrondo, restando apenas o silêncio.
NOTA DO AUTOR
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