Volume Único
Capítulo 25.5: Presente desagradável
— Ei — disse a criança, Hiroshi, acordando o general Koji. — Seus soldados estão tentando me atacar enquanto me perguntam um monte de coisas, o que eu faço?
— Hã? Ah, sim, eu esqueci de explicar para eles ontem. — O general lavou seu rosto, saiu da cabana e gritou. — A partir de hoje considerem ele como meu próprio filho!
“No fim fiz a escolha certa”, pensou.
— O que? Seu filho? Por quê? — perguntou Hiroshi.
— Se eu não falar isso eles vão ficar enchendo o saco, é mais fácil explicar assim. — Ele andou para sua mochila de pano, a abriu e tirou um mapa de lá. — Mas pensando bem, um garoto que pede tão desesperadamente para participar de uma guerra... Se performar tão bem quanto fala, posso te dar ao menos a garantia que não tenha que lutar para sobreviver. Pelo menos não tão novo... Ainda não é o ideal, mas é o máximo que posso fazer.
— O... O que é esse mapa? — perguntou Hiroshi, desviando do assunto.
— É o que eu vou usar para planejar nosso ataque de hoje.
— Hm... O que estão atacando?
— Não sabe nem disso e ainda quis se juntar?
Hiroshi ficou calado.
— Bom, estamos lidando com outro exército do Xogum... Vizinho, que causou alguns problemas para meu... chefe, fazendo algumas... Brincadeiras tolas. — O general tentava adaptar seu vocabulário de uma forma que a criança entendesse.
— São quantos?
— Não estamos tentando... Pegar a Terra ou... Matar o líder, é só uma disputa besta de poder então nenhum dos dois lados foi com o exército completo. Eu estou estimando que eles têm pouco menos que o nosso exército atual.
— Por volta de uns mil então... Pode apontar no mapa onde eles estão?
O general apontou para uma região montanhosa, cercada por uma floresta, ao lado de um rio.
— Tive uma ideia — disse Hiroshi.
— Diga.
— E se a gente for lá de noite e matar todo mundo?
— ...Vai lá fora pegar o café da manhã para você e para mim.
Dias depois, quando o general levou suas tropas para o início da batalha, ele encontrou com uma terrível cena. Antes mesmo de começar eles já haviam ganhado, mas nenhum soldado esboçou qualquer sinal de felicidade. Sobre uma pilha de corpos, dormia tranquilamente a criança que havia encontrado antes.
— Um m-monstro! Ele é um monstro disfarçado de humano! — A partir desse dia, os rumores sobre Hiroshi só passaram a crescer.
Como prometido, no fim, o comandante levou Hiroshi para sua própria casa e o cuidou como seu próprio filho.
— Quando é seu aniversário? — perguntou Koji.
— Amanhã — respondeu Hiroshi.
— Por que não avisou antes!?
— Porque você não perguntou.
— Droga... Eu não preparei nada.
— Não se preocupe com isso.
— Um churrasco! Se eu usar o favor que aquele cara está me devendo, eu posso conseguir um boi até amanhã. E de presente...
— Para que tudo isso?
— É o mínimo por todas as vitorias que me trouxe.
No dia seguinte, o grande churrasco tomou uma proporção maior que o esperado. Com várias pessoas desde familiares e amigos até subordinados e pessoas curiosas pelos rumores aconteceu, nesse dia Hiroshi ganhou vários presentes estranhos pelo pouco tempo para se preparar, mas apesar disso foi um dia alegre tanto para os convidados quanto para o aniversariante.
Ao menos até a meia noite.
— Me desculpe, cheguei tarde e terei que sair cedo. Aqui está meu presente, espero que compense.
Em uma grande caixa vermelha com um laço branco, Hiroshi recebeu a cabeça daquele que ordenou o massacre de sua vila.
— O motivo. Descobriu o motivo dele ter feito isso? — perguntou Hiroshi.
— Tenho algumas suspeitas, mas nada concreto. Ano que vem tentarei trazer algo sobre.
“Agora onde ponho isso?”, pensou Hiroshi, olhando para a caixa.
Mesmo assim, ele agradeceu e se despediu. Hiroshi permaneceu o resto da noite em claro, com a mente inquieta pelas possibilidades e por um problema que já havia esquecido.