Sakurai Brasileira

Autor(a): Pedro Suzuki


Volume Único

Capítulo 11: Um aperitivo de um futuro distante II

Aki e Mie não conseguiam acreditar no que estavam vendo. Com um gesto de mão, todos os tijolos voaram para longe, mas não caíram. Sem explicação lógica, eles pararam no ar. 

— O senhor é um mago? — perguntou Aki, maravilhado. 

— Gosto de pensar em mim mesmo como um cientista ou inventor, mas o que faço é realmente mais próximo da magia… 

— Vamos lá? — disse o homem para os dois, que permaneciam em estado de choque. 

— Sim! — exclamou Aki, que se apressou para ver o que tinha além da parede. — Hã? Para onde a gente vai? 

Além da parede, Aki se deparou com um enorme abismo que parecia não ter um fundo. 

— Você sabe levitar também? — perguntou Aki. 

— Só nos melhores dias. 

O mago deu duas palmadas altas, fazendo com que vários pares de tochas fossem acesas de forma consecutiva, indo para baixo, como se fosse colocada para iluminar uma escada invisível. 

— Como isso funciona? — perguntou Mie. 

— As tochas acendem com base no som. 

— Mas, como vamos descer? — perguntou Aki. 

— Um, dois… — E ele fez um movimento como se estivesse levantando algo. 

Os dois olharam para o mago, confusos. 

— Ué… Nada aconteceu? 

Ao dizer isso, um ruído começou a aumentar gradualmente, então o chão começou a tremer, poucos segundos depois, grandes pilares surgiram do abismo, cada um se encaixando perfeitamente para formar uma longa escada. 

— Pronto. — E o mago começou a descer as escadas, seguido por Aki e depois Mie. 

Conforme desciam a escada, mais perguntas foram feitas. 

— Você usa telepatia? — perguntou Mie. 

— Na verdade, se fala telecinesia, mas não, não tenho esse poder, apenas fiz um pequeno truque para impressionar vocês. 

— Que truque? — perguntou Aki. 

— Se eu contar não tem graça. 

— Ah… Como descobriu que a gente estava aqui? — perguntou Aki. 

— Tenho um sistema de segurança bem forte, mais especificamente, também pelo som. 

— Você não está bravo? Por termos invadido seu esconderijo e ter que responder a todas essas perguntas? — perguntou Mie. 

— Hm… As perguntas de crianças não me incomodam como as de alguns adultos. Não se preocupe em perguntar o que quiser, ser curioso é bom. 

— Como conseguiu seus poderes? Posso fazer isso também? — perguntou Aki. 

— Talvez, com muita sorte, esforço e pesquisa. 

Após responder a essa pergunta, as escadas acabaram, o mago parou em frente a uma porta, e disse. 

— Chegamos. — Ao dizer isso, o chão voltou a tremer e as escadas caíram de volta para o abismo. 

— Qual o truque dessa vez? — perguntou Mie. 

— Nenhum. 

Deu o primeiro passo, revelando um interior decepcionante para os dois invasores. Não havia nada que parecesse mágico, pelo contrário, tudo era simples e o escritório era pequeno, com uma cadeira e uma mesa com alguns objetos estranhos sobre ela. Havia uma porta que levava ao banheiro e três estantes, uma à direita, cheia de livros, outra à esquerda, também cheia de livros e uma à frente da porta, um pouco mais interessante. 

— O que tem naquela estante? — perguntou Mie, apontando para frente. 

— Algumas coisas que coletei pelo mundo, uma pedra vulcânica, uma fruta estranha, um pelo de lobisomem, e algumas tranqueiras. 

— Um pelo do q-  

— O que é essa caixa? — disse Aki, interrompendo Mie. 

— É uma…Mostrar será mais divertido. 

Ao abrir a caixa, uma música tranquila começou a tocar. 

Uau! como isso funciona? — perguntou Mie. 

— Trouxe da Suíça recentemente e digamos que a música está armazenada num cilindro e, quando gira, passa para um instrumento bem pequeno. Caso esse protótipo dê certo, no futuro, você poderá encontrar isso em qualquer relógio. 

— Posso segurar também? — perguntou Aki. 

— Claro, é só girar essa manivela. 

Aki segurou com cuidado a caixa, e ao girar a manivela ficou maravilhado com o som delicado que ela produziu. 

— O que é essa tal de Suíça é? Um país magico? 

— Não, é um país assim como esse, mas que fica bem longe. 

— Um dia vou para lá também! 

— Eu particularmente recomendo você ir a Inglaterra, é mais interessante por lá. 

— Mais divertido ainda? 

— Sim.  

Aki relutante, devolveu a caixa, mas o mago sorriu e disse. 

— Pode ficar. 

— Não é justo, eu também quero um desses! — resmungou Mie. 

— Hm… Não sobrou nada seguro dali… Você gosta de livros? 

— Depende qual... 

Então, o mago levantou-se e, com alguns gestos, a sala começou a tremer. Seus movimentos assemelhavam-se ao de um maestro, guiando orgulhosamente sua orquestra.  

Logo, uma sinfonia começou a tocar e as duas estantes que ficavam à direita e à esquerda começaram a se mover com uma velocidade incrível, revelando que as duas possuíam, na verdade, muito mais livros. Então, o mago assoviou e as prateleiras pararam, revelando um espaço muito maior do que havia anteriormente, apenas alguns metros menos que uma biblioteca comum. 

— Sabia que essa sala também tinha um segredo! — disse Mie. 

— Pode pegar qualquer livro das duas prateleiras. 

Mie ficou pensativa por alguns instantes, mas logo começou a vasculhar os livros. 

— São livros fictícios? — perguntou Mie. 

— Por que acha isso? 

— Só tem monstros e coisas estranhas. 

— Se você acha isso, então é. 

Mie tentou entender o que essa frase queria dizer, mas desistiu e voltou a vasculhar os livros. 

— Quero… Esse. 

— Um livro sobre vampiros? Tudo bem. — Então o mago sorriu e disse. — Agora que descobriram o tesouro, adeus, espero que nos reencontremos. 

— O quê? 

Então o mago os levou para a escada. Lá, um dos pilares subiu de repente, jogando-os de volta para a parte rasa do lago. 

— Ah, ali estão eles. — Apontou Nailah. 

Mie, por vezes, voltou ao lago, mas não encontrou mais a entrada secreta. 



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