Volume Único
Capítulo 11: Um aperitivo de um futuro distante II
Aki e Mie não conseguiam acreditar no que estavam vendo. Com um gesto de mão, todos os tijolos voaram para longe, mas não caíram. Sem explicação lógica, eles pararam no ar.
— O senhor é um mago? — perguntou Aki, maravilhado.
— Gosto de pensar em mim mesmo como um cientista ou inventor, mas o que faço é realmente mais próximo da magia…
— Vamos lá? — disse o homem para os dois, que permaneciam em estado de choque.
— Sim! — exclamou Aki, que se apressou para ver o que tinha além da parede. — Hã? Para onde a gente vai?
Além da parede, Aki se deparou com um enorme abismo que parecia não ter um fundo.
— Você sabe levitar também? — perguntou Aki.
— Só nos melhores dias.
O mago deu duas palmadas altas, fazendo com que vários pares de tochas fossem acesas de forma consecutiva, indo para baixo, como se fosse colocada para iluminar uma escada invisível.
— Como isso funciona? — perguntou Mie.
— As tochas acendem com base no som.
— Mas, como vamos descer? — perguntou Aki.
— Um, dois… — E ele fez um movimento como se estivesse levantando algo.
Os dois olharam para o mago, confusos.
— Ué… Nada aconteceu?
Ao dizer isso, um ruído começou a aumentar gradualmente, então o chão começou a tremer, poucos segundos depois, grandes pilares surgiram do abismo, cada um se encaixando perfeitamente para formar uma longa escada.
— Pronto. — E o mago começou a descer as escadas, seguido por Aki e depois Mie.
Conforme desciam a escada, mais perguntas foram feitas.
— Você usa telepatia? — perguntou Mie.
— Na verdade, se fala telecinesia, mas não, não tenho esse poder, apenas fiz um pequeno truque para impressionar vocês.
— Que truque? — perguntou Aki.
— Se eu contar não tem graça.
— Ah… Como descobriu que a gente estava aqui? — perguntou Aki.
— Tenho um sistema de segurança bem forte, mais especificamente, também pelo som.
— Você não está bravo? Por termos invadido seu esconderijo e ter que responder a todas essas perguntas? — perguntou Mie.
— Hm… As perguntas de crianças não me incomodam como as de alguns adultos. Não se preocupe em perguntar o que quiser, ser curioso é bom.
— Como conseguiu seus poderes? Posso fazer isso também? — perguntou Aki.
— Talvez, com muita sorte, esforço e pesquisa.
Após responder a essa pergunta, as escadas acabaram, o mago parou em frente a uma porta, e disse.
— Chegamos. — Ao dizer isso, o chão voltou a tremer e as escadas caíram de volta para o abismo.
— Qual o truque dessa vez? — perguntou Mie.
— Nenhum.
Deu o primeiro passo, revelando um interior decepcionante para os dois invasores. Não havia nada que parecesse mágico, pelo contrário, tudo era simples e o escritório era pequeno, com uma cadeira e uma mesa com alguns objetos estranhos sobre ela. Havia uma porta que levava ao banheiro e três estantes, uma à direita, cheia de livros, outra à esquerda, também cheia de livros e uma à frente da porta, um pouco mais interessante.
— O que tem naquela estante? — perguntou Mie, apontando para frente.
— Algumas coisas que coletei pelo mundo, uma pedra vulcânica, uma fruta estranha, um pelo de lobisomem, e algumas tranqueiras.
— Um pelo do q-
— O que é essa caixa? — disse Aki, interrompendo Mie.
— É uma…Mostrar será mais divertido.
Ao abrir a caixa, uma música tranquila começou a tocar.
— Uau! como isso funciona? — perguntou Mie.
— Trouxe da Suíça recentemente e digamos que a música está armazenada num cilindro e, quando gira, passa para um instrumento bem pequeno. Caso esse protótipo dê certo, no futuro, você poderá encontrar isso em qualquer relógio.
— Posso segurar também? — perguntou Aki.
— Claro, é só girar essa manivela.
Aki segurou com cuidado a caixa, e ao girar a manivela ficou maravilhado com o som delicado que ela produziu.
— O que é essa tal de Suíça é? Um país magico?
— Não, é um país assim como esse, mas que fica bem longe.
— Um dia vou para lá também!
— Eu particularmente recomendo você ir a Inglaterra, é mais interessante por lá.
— Mais divertido ainda?
— Sim.
Aki relutante, devolveu a caixa, mas o mago sorriu e disse.
— Pode ficar.
— Não é justo, eu também quero um desses! — resmungou Mie.
— Hm… Não sobrou nada seguro dali… Você gosta de livros?
— Depende qual...
Então, o mago levantou-se e, com alguns gestos, a sala começou a tremer. Seus movimentos assemelhavam-se ao de um maestro, guiando orgulhosamente sua orquestra.
Logo, uma sinfonia começou a tocar e as duas estantes que ficavam à direita e à esquerda começaram a se mover com uma velocidade incrível, revelando que as duas possuíam, na verdade, muito mais livros. Então, o mago assoviou e as prateleiras pararam, revelando um espaço muito maior do que havia anteriormente, apenas alguns metros menos que uma biblioteca comum.
— Sabia que essa sala também tinha um segredo! — disse Mie.
— Pode pegar qualquer livro das duas prateleiras.
Mie ficou pensativa por alguns instantes, mas logo começou a vasculhar os livros.
— São livros fictícios? — perguntou Mie.
— Por que acha isso?
— Só tem monstros e coisas estranhas.
— Se você acha isso, então é.
Mie tentou entender o que essa frase queria dizer, mas desistiu e voltou a vasculhar os livros.
— Quero… Esse.
— Um livro sobre vampiros? Tudo bem. — Então o mago sorriu e disse. — Agora que descobriram o tesouro, adeus, espero que nos reencontremos.
— O quê?
Então o mago os levou para a escada. Lá, um dos pilares subiu de repente, jogando-os de volta para a parte rasa do lago.
— Ah, ali estão eles. — Apontou Nailah.
Mie, por vezes, voltou ao lago, mas não encontrou mais a entrada secreta.