Ryota Brasileira

Autor(a): Jennifer Maurer


Volume 3 – Arco 3

Capítulo 1: Inesperado Reencontro

Haviam muitas coisas nas quais Ryota teria considerado encontrar naquele momento. A princípio, com o chamado repentino da duquesa para ir até seu escritório, ainda mais acompanhada de seu braço esquerdo, Kanami, acreditou que algo sério havia ocorrido. Talvez alguma novidade ou algo relacionado à Entidade Mania, ou até mesmo uma nova informação de Albert que tenha sido descoberta recentemente.

De todas aquelas possibilidades, ela jamais pensou que reencontraria Sasaki. Ainda mais em tão pouco tempo.

— Que isso, garota? Vai dizer que não sentiu saudades? — disse o homem de cabelos negros enrolados que caiam nos olhos de vez em quando. O sorriso grandioso e o tom bobo de sua voz não mudaram nem um pouco desde a última vez que se viram, há cerca de um mês e meio.

— Ah, não é isso. É só que… — Ryota fez uma careta, rindo. — É bom te ver de novo.

Eles trocaram sorrisos. Embora tivessem se conhecido em uma situação nada favorável, em meio a um completo caos — ao ponto de tanto Zero quanto um pedaço dela duvidarem da presença dele ali —, de alguma forma haviam criado um laço de amizade. Ou era o que Ryota queria acreditar, uma vez que Sasaki sempre se mostrava tão aberto e inclinado a demonstrar intimidade com pessoas completamente desconhecidas como se fosse um comportamento completamente natural.

Refletindo melhor sobre aquela época, lembrou-se vagamente de que Sasaki havia se perdido em Aurora ao pegar o trem errado. Com aquilo em mente, a garota inclinou a cabeça e cruzou os braços antes de perguntar:

— Mas o que você tá fazendo aqui? Pensei que tinha voltado pro Instituto, ou algo assim — ela abriu um sorriso sarcástico — Ou vai me dizer que se perdeu de novo?

Sasaki arqueou as sobrancelhas e então riu, assentindo com a cabeça:

— Hm, hm. Deve ser realmente estranho me ver tão de repente, não é? No entanto, como o grande responsável que sou, não poderia ignorar um convite para conhecer a grande e famosíssima cidade Puccón, não acha?

— Convite…? Então…

Como que percebendo a deixa para entrar na conversa, a duquesa apenas concordou com a cabeça quando os olhos azuis confusos da outra se voltaram dela para o homem, uma ou duas vezes.

— Vocês se conhecem?!

— Mais ou menos. O senhor Sasaki atua como intermediário comercial entre mim e a dona Sofia, em Urânia.

Fuyuki assim explicou dando alguns passos na direção deles, com Kanami mantendo os olhos fixos nos três. Sasaki, ouvindo aquilo, colocou as mãos no rosto e fez uma expressão boba.

— “Senhor Sasaki”? Do jeito que você falou agora, parece até que não temos um histórico de conversas super agradáveis e um relacionamento próximo…

— Embora ele seja um parasita loquaz com caráter duvidoso.

— Uh. Meu coração foi atingido cruelmente pelas frias palavras da Princesa. Tinha esquecido do quão severa você era.

Fuyuki, após disparar aquelas duras palavras, apenas balançou uma mecha de seus longos cabelos brancos para Sasaki, que se contorcia ao seu lado com a mão no coração. Pela forma que conversavam tão abertamente, mesmo que o curandeiro fosse exagerado com qualquer pessoa e situação, o tom de voz de Fuyuki denunciava que suas interações eram, grande parte das vezes, daquela forma. O que também insinuava certa familiaridade entre eles. A duquesa afiou os olhos para o homem, aproximando-se de Ryota.

— Sou apenas precavida, senhor.

— Por favor, não me chame assim. Parece que sou velho.

— E você não é? — Ryota inclinou a cabeça, nitidamente em dúvida.

Sasaki fez uma expressão amarga, quase chocada, para as palavras dela. Um beicinho se formou em seus lábios enquanto Fuyuki, com um sorriso largo, abraçava a garota e afagava seus cabelos como uma mãe orgulhosa.

Uma pequena pontada de dó atingiu o peito de Ryota ao ver a atuação de Sasaki, que limpava lágrimas inexistentes. Ainda sendo abraçada pela duquesa com seus braços longos e esguios, a garota riu com o nariz antes de retomar o assunto que haviam se desvencilhado totalmente.

— Então, por que é que chamou ele até aqui?

Fuyuki, percebendo que o clima da conversa mudava, se afastou de Ryota dando um passo para trás. Então, indicou o curandeiro com a palma da mão.

— Na verdade, enquanto assinava alguns documentos referentes à minha presença na coroação real, me lembrei de que dona Sofia também estaria presente no evento. E, é claro, que o senhor… Digo, que Sasaki também estará lá. 

Ela fingiu uma tosse ao mudar casualmente a forma de se referir a ele, gesto que fez Ryota sorrir.

— Então achei que seria uma oportunidade perfeita para que ele a acompanhasse até Hera.

— Ah. — Foi a primeira reação, então lhe veio uma dúvida e Ryota juntou as sobrancelhas. — Mas você não vai, Fuyuki? Pensei que iríamos juntas.

Sasaki torceu os lábios, como que segurando um provável comentário brincalhão, ao ver Fuyuki apenas sorrir de lado com carinho. Durante a estadia de Ryota em Puccón, elas haviam conversado muito a respeito do evento na capital real, decidindo que iriam todos juntos para lá quando chegasse o dia. Ryota tinha ficado muito animada, uma vez que poderia aproveitar um evento tão grande ao lado de sua primeira amiga — esta, que sempre ficava bastante sem graça ao ser chamada desta forma, havia instigado durante muito tempo todas as coisas incríveis que Hera proporcionaria. Havia desde os chafarizes decorados e apresentações culturais, as longas ruas de pedra coloridas e decoradas com bandeirinhas e balões, até a grande biblioteca de Thaleia — a maior, e mais completa, do reino.

Fuyuki cruzou os braços.

— Sim, irei, mas somente no dia do Debute, quando minha presença é formalmente requerida. Até lá, permanecerei em Puccón para resolver algumas questões particulares.

Ryota não escondeu sua expressão de tristeza ao ouvir aquilo.

— Entretanto — articulou a duquesa — Tenho certeza de que ir acompanhada de Sasaki será bastante vantajoso. Afinal, ele partirá em alguns dias. E… Você quer encontrar seu avô, não é, Ryota?

Aquilo rapidamente chamou a atenção da garota, que trocou olhares com Fuyuki. Havia seriedade em seu rosto. Ela fechou os olhos por um momento, continuando a falar:

— Tenho certeza de que ganhará tempo indo ao lado dele. Pense bem: Pode conhecer a cidade e conseguir informações valiosas até que o dia chegue. Além disso… — Os olhos esmeraldas se estreitaram na direção de Sasaki, antes de se voltarem para Ryota — … Creio que dona Sofia possa te ajudar. Até mais do que eu.

O complemento final pareceu um tanto melancólico, mas Fuyuki manteve o rosto impassível de emoções, ainda de braços cruzados e corpo ereto. Sua aura imbatível e confiante era, como sempre, deslumbrante de um jeito quase que estonteante. Para Ryota, que sempre via o pior lado das coisas, muitas vezes tentando sobrepor seus pensamentos ruins com palavras bonitas, ver alguém que mantinha naturalmente a cabeça erguida — como Fuyuki —, que tinha um coração forte, porém bondoso — como Eliza — e era capaz de fazer coisas grandiosas e cumprir com suas palavras — como Zero —, era inspirador.

Por isso, toda vez que ficava diante deles, vendo o quão incríveis todas aquelas pessoas ao seu redor eram, a chama de esperança dentro dela crepitava e crescia um pouco mais. Ela se mantinha forte… Se tornava mais forte.

— Tudo bem — disse Ryota, finalmente, abrindo um sorriso.

Um claro ar de alívio se instalou em Fuyuki ao ouvi-la dizer aquilo, levando a mão ao peito. Talvez mesmo a duquesa pudesse se preocupar com coisas bobas como aquela. No entanto, logo após isso, ela pigarreou e recompôs a postura ao colocar as duas mãos atrás do corpo.

— Ryota, por que não mostra ao nosso convidado um pouco da cidade? Tenho certeza de que seria uma ótima ocasião para colocarem a conversa em dia.

Sasaki, que até então tinha ficado em completo silêncio, bateu palmas para a oferta e segurou os ombros de Ryota.

— Ótima ideia.

— Não me lembro de ter pedido sua opinião, senhor Sasaki — ciciou Fuyuki, num sorriso tão educado que parecia cínico.

Foi com aquela deixa que Ryota e Sasaki saíram do escritório de Fuyuki Minami, deixando-a à sós com seus serviços, ainda acompanhada de Kanami — que fez uma reverência ao vê-los sair.

A duquesa suspirou, baixando os ombros que sequer havia percebido estarem tensos.

Kanami deu um olhar lateral meio preocupado para a mestre, e, após hesitar um momento, atreveu-se a perguntar:

— A senhorita está bem?

— Sim. Obrigada — respondeu ela, girando os ombros, antes de se voltar para a sua mesa recheada de papéis. — Apenas… Estou de cabeça cheia. 

— Ainda não a encontraram?

Fuyuki apertou a ponte do nariz com os dedos finos, torcendo os lábios. 

— Não. Mas ainda há tempo. Vamos conseguir.

Recebendo um olhar determinado da duquesa, Kanami abaixou a cabeça e assentiu.

Sim, ainda há tempo. Ainda posso impedir.... 

Um suspiro entrecortado escapou de seus lábios. Seus olhos esverdeados cintilaram ao olhar para a ponta da mesa, onde um pequeno porta-retrato revelava a foto de uma bela mulher de cabelos brancos curtos. Um par de olhos esmeraldas azulados a encarava de volta. 

Como que recebendo forças apenas de olhar para a imagem saudável da mãe de quase dois anos atrás, a duquesa se sentou novamente na poltrona e voltou a trabalhar.

***

A tarde estava ensolarada apesar da neblina que cobria o horizonte. O inverno recém havia chegado ao sul, e, como normalmente ocorria no reino de Thaleia, um denso véu cinzento cobria as águas. Por conta disso, algumas atrações haviam sido interrompidas por questões de segurança pública. Ryota ficou um pouco triste em não poder apresentá-las à Sasaki, que parecia ter a mesma reação que ela ao vir pela primeira vez para Puccón.

No entanto, a cidade sempre possuía alguma atividade interessante para se fazer. No caso, em meio ao clima frio e um tanto úmido, a recomendação da vez eram as termas geométricas. Localizada em uma hospedaria famosa da região, o lugar dividia os banhos em femininos e masculinos, mas também individuais ou para casais.

— Só que, nessa época, aparentemente as termas ficam bastante concorridas. Se a Fuyuki conseguisse um espaço pra gente, poderíamos ir todos juntos. — Ryota bateu as mãos, pensando sobre o assunto. Embora tivesse estado tanto tempo em Puccón, ainda não tivera a oportunidade de ir nas termas geométricas. — Mas ainda tem várias coisas bacanas! Tipo, tem um grupo que faz escaladas nas montanhas ao redor do vulcão, passando a noite em cabanas. E aqui na cidade, às vezes, rola uma rodinha de fogueiras entre amigos, e todo mundo fica umas horinhas comendo marshmallows, tomando um café quentinho e conversando. 

Ela erguia os dedos conforme ia se lembrando de todas as atrações turísticas, tentando convencer Sasaki a participar de uma delas. Ele arqueou as sobrancelhas ao ouvir a última recomendação.

— Oh, parece legal. 

— Sim. Ah, se você não se importar, podemos chamar todo mundo pra participar. O Zero, a Fuyuki, o Sora, a Kanami,e até a Eliza…

Ryota parou de falar ao ouvir Sasaki suprimir um riso com a mão. Ela inclinou a cabeça, confusa.

— É só que… Você mudou muito.

— Muitas coisas aconteceram nesse tempo — disse ela, virando o rosto para frente. Seus olhos acompanhavam as pessoas ao redor, que andavam e conversavam animadas. — E, naquela época, eu não tava muito bem. Mesmo quando eu conheci a Fuyuki e todos os outros, eu ainda tava muito confusa, muito triste e com medo. Queria fazer tudo sozinha.

Ryota se lembrava perfeitamente de como estava instável. A cabeça a mil, depois de perder tantas pessoas importantes. Então, vir pra um lugar completamente novo, tentar reconstruir tudo, sobrepondo sua dor e luto com palavras e sentimentos vagos demais para serem suportados. Em seguida, descobriu algumas coisas sobre Aurora com Jaisen, teve o coração e corpo quase que literalmente destruídos pelas palavras de Fuyuki, pelos olhares de pena de Kanami e pela explosão de sentimentos de Sora.

A garota nunca lidou bem com mudanças, principalmente as bruscas. Talvez tenha sido por isso que sofreu tanto após se separar de todos. Depois de perder a mãe e ter seu mundo virado de ponta cabeça. Depois de descobrir coisas que mudaram seu ponto de vista sobre muitas coisas e trouxeram dúvidas cruéis à sua mente.

Foi por temer o desconhecido que se agarrou a esperanças e promessas vazias.

—  Mas eu acabei conseguindo levar. De pouco em pouco e com muita ajuda. — Um sorriso meio emocionado brotou em seus lábios ao se lembrar da conversa com Eliza, após ter perdido o olho. Em seguida, do apoio incondicional de Zero, que sempre vinha escutá-la, e jamais a abandonou. Nem por um segundo. — No fim, as coisas acabaram acontecendo como deveriam, eu acho. E muita coisa mudou.

E estava tudo bem assim. Não precisava mais temer nada. Tinha conseguido provar sua própria capacidade e o pouco de coragem que tinha na luta contra Mania, embora com muito sangue, suor e dor.

— … Entendo — comentou Sasaki suavemente.

— Isso me lembra… — Ryota piscou, olhando para a palma da própria mão de repente. — Eu só mencionei isso com o Zero, mas nunca mais aconteceu de novo, e a gente nem voltou a tocar no assunto. Mas talvez...

— O quê?

Eles trocaram olhares. 

— Eu despertei.

Sasaki engasgou, arregalando os olhos.

— A-Achei que já tivesse despertado!

— Ah, bem, na verdade não… Eu nunca consegui fazer nada com meu chi — admitiu Ryota, abrindo e fechando os dedos da mão direita. — É esquisito. Toda vez que eu tentava, nada acontecia. Desde pequena, quando eu treinava corpo-a-corpo com o Zero, sempre tentei fazer uns movimentos ou me concentrar, mas ele nunca reagiu.

Era até meio vergonhoso de se pensar, considerando que praticamente todos despertavam alguma habilidade - por mais simples que fosse - durante o início da adolescência. Haviam aqueles que despertavam mais cedo, mas também apenas faziam coisas simples, como levitar pequenas pedras ou movimentar um pouco de água. Nada capaz de ferir alguém, a menos que seja treinado. Normalmente, os nobres já nasciam com capacidade e chi o suficiente para ferir os outros, um fato que os tornava bastante superiores às “pessoas comuns”.

Mesmo Zero, que era nobre e tinha algumas limitações quanto ao seu controle de chi, era absurdamente forte. Quando mais novos, enquanto lutavam — ou era o que Ryota acreditava fazer, mas nunca conseguia, uma vez que sequer conseguia encostar nele a ponto de dizer que era uma luta de verdade —, a garota passou a treinar seu físico. A princípio, acreditando que pudesse ajudar em seu despertar. Depois, para relaxar sua mente, mas logo se tornou um costume que melhorou seu corpo e torneou seus músculos.

Agora, em um combate corpo-a-corpo, sem o uso de armas ou kiais, Ryota era insuperavelmente mais forte que qualquer um dali. Ao menos disso ela tinha orgulho, uma vez que era a mais fraca em aspectos gerais da Casa Minami. Apenas natural, pois todos eram guardiões renomados.

— Só quando lutei contra a Insanidade que, do nada… Não. Já tinha acontecido antes. — Quando lutou mano a mano contra Sora, algo semelhante havia ocorrido por um curtíssimo período. Foi a partir dali que aquilo se desenvolveu e se tornou mais frequente, ao ponto de usá-lo para derrotar Mania, explodindo sua cabeça. No entanto, após aquele uso absurdo de chi, sem ao menos estar acostumada, seu braço e mão ficaram queimando dolorosamente durante muito tempo, precisando se manter enfaixados e sob constantes banhos com água quase fria para relaxar os nervos.

— Bem, acho que antes de qualquer coisa, eu deveria te dar os parabéns. — riu Sasaki, bagunçando os cabelos dela. — Fico feliz por você. É bastante raro que algumas pessoas despertem tão tarde, mas o importante é que você conseguiu. Já sabe o elemento?

— Pelo o que vi, acredito ser Huo. A palma da minha mão ficava bem amarela, de um jeito meio brilhante. Consegui derreter as coisas quando tocava, e… Quando me concentrei e tava com muita raiva, causei uma explosão.

Sasaki assobiou, parecendo impressionado. Após andarem por algum tempo, a dupla se sentou em um banco de madeira afastado das pessoas. Então, o curandeiro sorriu enquanto erguia o dedo indicador.

— Imagino que já deva saber, mas o chi se molda de forma diferente em cada pessoa. Embora o elemento seja o mesmo, a forma de uso sempre será diferente. No seu caso, o Huo, que remete à temperatura, especialmente ao fogo, deve ter despertado algo semelhante à lava. Ainda não temos como saber.

Então, Sasaki ergueu o braço esquerdo a uma distância segura. Ryota estreitou os olhos quando alguma coisa começou a se movimentar ao redor do antebraço dele, ganhando forma. Como se algo invisível se moldasse. Ela engasgou de surpresa quando uma lisa lâmina azul repentinamente se formou, conectada ao braço dele. Embora, de longe, se assemelhasse muito a uma arma comum, era possível ver que o interior possuía algo correndo infinitamente. Era um líquido que, em uma velocidade tão alta, se tornava afiado a ponto de poder cortar.

— No meu caso, o elemento Shui é bastante ambíguo. Como tenho um bom controle de meu chi, posso moldar a água tanto para curar quanto para atacar, dessa forma. É claro, são apenas duas formas de usá-lo.

Se contorcendo no ar, a lâmina se desfez e evaporou, como se nunca tivesse estado ali.

— Caramba… — suspirou Ryota, surpresa demais para falar qualquer coisa.

— É claro que você vai precisar treinar muito até que consiga controlá-lo perfeitamente. Principalmente agora, tendo despertado tão tarde. Mas, antes de tudo, precisa descobrir qual a melhor forma de usá-lo ao seu favor. 

Sasaki sorriu, balançando o dedo indicador para os lados. Ryota, então, olhou para o braço dele e então para a própria mão.

— Com o tempo-

— Quanto tempo pretende ficar?

— Hã? — ciciou ele, surpreendendo-se por um instante, então erguendo os olhos para pensar. — Creio que cerca de uma semana e pouco. Por quê?

Repentinamente, ela se colocou de pé e virou-se para ele. A expressão estava séria, mas os lábios estreitados, como se hesitasse em falar o que queria. Sasaki piscou algumas vezes, aguardando que ela continuasse.

Ryota inspirou fundo e cerrou os punhos.

— Por favor, me treine!

O queixo de Sasaki caiu.

— … Oi?



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