Sessão 3
Capítulo 65 — Ai Vs. Miyuki
— Perspectiva da Ai —
Esse encontro inesperado me deixou sem palavras. Por enquanto, nem vamos pensar em como ela sabe meu nome.
Dado seu comportamento audacioso, é fácil imaginar que os boatos sobre mim e o Senpai já chegaram aos ouvidos da ex-namorada dele, Amada Miyuki.
“Prazer, eu sou Ichijou Ai.”
Disse friamente. Eu realmente não queria conversar com ela.
“Em… você não está com o Eiji hoje?”
Ela nem retribuiu a saudação; perguntou com a voz trêmula.
“Você fala como se sempre nos visse juntos. Você foi de fato namorada do Senpai na escola, mas esta é a primeira vez que falo com você, Amadasan. Como sua pergunta entrou em detalhes bastante pessoais, não me sinto obrigada a responder, está bem?”
Acabei falando de forma bastante dura. Não me importava se ela passasse a me odiar.
“Mas eu sou namorada do Eiji…”
Não acreditava no que ouvia.
Como ela ainda pode pensar que está namorando ele depois de tratá-lo tão mal? Essa lunática!
“Sério? Mas, Amada-san, você não escolheu o Kondo-senpai do clube de futebol? Você largou seu namorado de infância, Aono Eiji, que sempre te apoiou. Pior ainda, no aniversário dele, você…”
Arrisquei falar como se soubesse de tudo. Era pra confirmar que a informação que eu tinha estava correta.
“Uh… Isso é…”
Como eu pensei, ela ficou sem resposta. Acho que eu estava certa.
“Acho que seu relacionamento acabou a partir daqui, certo? E você o traiu — a pior forma de terminar um namoro.”
“Ah, é porque…”
Eu sabia! Ela não iria responder minhas perguntas.
“Se não consegue responder, isso significa que é verdade, não é?”
Ela estava à beira das lágrimas, com o olhar baixo.
Eu já sabia do caso dela, de como traiu o seu amado e de como fez falsas acusações para se proteger.
Ali, eu poderia tê-la repreendido e condenado, mas seria inútil — para alguém de fora como eu, empurrá-la ainda mais ao canto não serviria de nada. Em vez disso, decidi dizer com calma qual era a minha posição. Lancei à ela um olhar frio enquanto ela tentava se defender atrapalhadamente.
“…A gente ficou juntos por mais de uma década.”
“Você foi quem o traiu. Toda a confiança construída nesses dez anos foi destruída pelas suas ações. E, o que é pior, você fez isso de uma forma terrivelmente cruel. O amor é um sentimento livre, mas se você desenvolveu sentimentos por outra pessoa, deveria ter terminado com o Eiji-senpai de maneira adequada. Pelo menos isso você deveria ter feito. No mínimo. Mas você não fez. Além disso, você fez algo asqueroso como trair e abandoná-lo no aniversário dele. Por quê? Por que faria um homem de bom coração sofrer assim?”
Minhas palavras ficaram duras. Falei mais rápido do que de costume.
“Terminar com o Eiji não era minha intenção. Nós ficamos juntos tanto tempo, e ele foi meu primeiro amor. Mas eu cometi um erro com o Senpai, e acabamos num relacionamento infiel. No começo achei que seria algo breve e que voltaria pro Eiji. E ainda… e ainda… Aquele dia, eu o encontrei por acaso. Num lugar onde não deveríamos nos encontrar. De alguma forma, ele estava lá…”
Ela falou como uma máquina quebrada, a autopiedade transbordando, como se fosse uma heroína trágica.
“Mas você é a perpetradora. Fala como se fosse você a vítima, mas quem sofreu mais foi o Eiji-senpai. Na minha opinião, isso soa apenas como egoísmo seu.”
“Uuh…”
Ela desabou no asfalto duro.
“E por que espalhou aqueles boatos falsos? Por causa disso, ele…”
Torci a boca em pânico, quase deixando a verdade escapar. Sabia que não era algo que eu devesse revelar.
“Tive medo. Tive medo de ficar sozinha. O Eiji e eu não podemos voltar a ser como antes. Por isso me apeguei ao Senpai. Me desculpe, me desculpe, me desculpe.”
Ela repetia pedidos de desculpas, alegando que não teve escolha senão se agarrar a ele.
Não consegui evitar de sentir raiva com aquelas palavras.
“Só por isso!?”
Perguntei de forma cortante.
“Eh?”
A atitude dela não era o que eu esperava ouvir.
“Você esteve disposta a arruinar a vida daquele cavalheiro, Aono Eiji, só por isso!”
“Hiik!”
Ela soltou um pequeno grito, assustada pelo meu tom cortante. Quis dar a ela um tapa, mas uma razão forte me conteve. Se eu fizesse isso, não seria diferente dessa mulher egoísta. Ela não era humana — apenas uma besta miserável movida por luxúria egoísta.
“Eiji-senpai… naquele dia depois das férias de verão. Ele quase morreu. Aquela pessoa de bom coração foi empurrada tão longe por sua causa que considerou acabar com a própria vida. O que ele fez de errado? Ele só queria passar o aniversário feliz com a namorada. Mas você… Você pisoteou a boa vontade de alguém, espalhou mentiras e o empurrou ao limite do suicídio. Eu nunca perdoarei um ato tão desprezível! Nunca perdoarei nenhum de vocês. Fiquem longe dele a partir de agora. Com licença!”
“Eh! Eiji… cometendo sucídio…?”
A cor de Amada-san ficou pálida como a morte, suas emoções parecendo esvair-se. Mas não havia mais o que dizer. Afastei-me, ignorando sua forma em ruínas.
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