Sessão 2

Capítulo 27 — Encontro com a Idol da Escola

 

“O quê?! De jeito nenhum!”

“Por que a Ichijo-san tá chamando o Aono pra um encontro?”

“Uma destruidora de corações que já dispensou dezenas de caras...”

“Impossível.”

“E ainda foi ela quem o chamou!”

“Eu gostava dela primeiro...”

As vozes irritadas dos estudantes ao meu redor enchiam meus ouvidos.

Fiquei em choque, e Ichijou-san apenas riu da minha reação.

“O que foi? Você travou. Eu tive a coragem de te chamar pra sair, então me dá uma resposta, por favor.”

“Não, é que... sabe, sobre esse ‘encontro’ em questão...”

“Sim, claro. Um homem e uma mulher saindo sozinhos pra comer algo doce depois da aula — nada mais é do que um encontro, certo?”

“É, é sim. Mas tem que levar em conta o tempo e o lugar. Tem gente ao redor.”

“Tudo bem. Eu chamei você porque queria sair com você, Senpai. Se estiver preocupado com a opinião dos outros, ou se desprezar meus sentimentos e deixar que os outros interfiram, eu vou ficar muito triste. Então... vai sair comigo?”

Ichijou-san olhou direto nos meus olhos, e senti uma determinação firme vinda dela.

As pessoas ao redor começaram a reagir ao ouvir suas palavras — “Vai sair comigo?” —, mas eu as ignorei por enquanto.

Tinha dinheiro guardado do meu trabalho de verão, então não precisava me preocupar com isso. Além disso, não queria envergonhar ainda mais minha kouhai, que vinha me ajudando desde o início.

“Bem, já que foi você quem convidou, vamos. Tem algum lugar em mente?”

“Sim. Tenho um lugar específico em mente.”

Ela sorriu — a imagem perfeita da garota mais linda da escola — e assumiu completamente o controle da situação.

Sendo bem sincero, eu me sentia incrivelmente sortudo por estar em uma posição dessas.

Fomos a um café perto da estação. Um lugar chique — nada do tipo que estudantes do ensino médio costumam frequentar.

Era o tipo de café em que universitárias e mulheres adultas iam para conversar e passar o tempo.

Ichijou-san era mais nova que eu, mas estava incrivelmente tranquila e confiante. Ela parecia pertencer àquele lugar. Mesmo de uniforme, exalava elegância. Sempre que segurava a xícara de chá e olhava para o nada com uma expressão levemente melancólica, só conseguia pensar em uma coisa: “uma jovem dama com olhos profundos.”

“Ouvi dizer que uma colega da minha turma veio aqui num encontro de fim de semana, e fiquei com um pouquinho de inveja. É como se um sonho tivesse se tornado realidade.”

Ela sussurrou, sorrindo como se estivéssemos trocando segredos.

Aquela voz suave, combinada com suas palavras escolhidas, faria qualquer cara — inclusive eu — se apaixonar facilmente.

O contraste entre o ar refinado de “jovem dama” e a expressão levemente infantil em seu rosto era gigantesco.

“Mas isso é meio surpreendente.”

“O quê é?”

“Ah... achei que você gostaria de ter um ‘encontro’ de verdade, sabe?”

Francamente, ela tinha aparência e personalidade suficientes pra ter um namorado em um piscar de olhos, se quisesse.

Na verdade, dezenas de garotos já haviam tentado — e falhado — se declarar pra ela desde que entrou no colégio.

“Bem, eu estaria mentindo se dissesse que não quero. Também sou uma garota adolescente, afinal. Mas sei que os garotos que se declaram pra mim só me veem como um troféu. Pra ser sincera, isso dói muito.”

Um lampejo de amargura passou por seu rosto antes de ela voltar a sorrir. Era verdade — pessoas que nos olham de forma superficial, ou nos tratam como objetos, nunca são confiáveis.

E eu?

Nem consegui ter coragem de dizer algo tão desajeitado.

“Entendo. Desculpa, foi uma coisa estranha de se dizer. Enfim, vamos comer. Você tem me ajudado bastante, então hoje é por minha conta.”

“Obrigada. Ouvi dizer que as panquecas daqui são ótimas, então vou querer uma.”

“Eu vou pedir o mesmo. E pra beber?”

“Chá de maçã quente, por favor.”

 

 Perspectiva da Ai 

Depois de fazer meu pedido, pedi licença e fui ao banheiro pra me acalmar. Meu coração estava acelerado, e eu precisava de um tempo sozinha.

Lavei as mãos com água fria pra tentar esfriar meu corpo.

“Eu nunca imaginei que ficaria nervosa por convidar alguém de quem gosto pra um encontro.”

É impressionante como acabei me tornando igual a qualquer outra garota.

“Espero que ele tenha entendido minha mensagem... e saiba que é especial pra mim também.”

A vulnerabilidade inesperada que emergiu dentro de mim parecia se dissolver junto com a água.

 

 Perspectiva da Miyuki 

Enquanto eu voltava sozinha pra casa, não conseguia entender por que meu coração doía tanto. Seria porque abandonei o Eiji... e menti, apenas pra agradar o Senpai?

Talvez esse fosse o castigo por ter feito algo assim.

Hoje, o Senpai estava em Tóquio, treinando com a equipe universitária, então precisei voltar sozinha.

Enquanto andava, vi o Eiji e a Ichijou-san voltando juntos, conversando e rindo sem perceberem minha presença atrás deles.

No rosto do Eiji havia um sorriso alegre que eu nunca tinha visto antes.

E o que mais me causou repulsa foi o fato de Ai Ichijou, andando ao lado dele, exibir para ele o melhor sorriso que já mostrara a alguém.

Continuei caminhando em silêncio pela rua em direção à minha casa, tomada por um ciúme imenso.

 

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